TOURADAS EM MADRI (Braguinha-Alberto
Ribeiro, 1937)
Eu fui às touradas em Madri E quase não volto mais aqui Pra ver Peri beijar Ceci Eu conheci uma espanhola natural da Catalunha Queria que eu tocasse castanhola e pegasse touro à unha Caramba caracoles sou do samba não me amolesPor Brasil eu vou fugir Isto é conversa mole para boi dormir |
VAI COM JEITO
(Braguinha, 1956) Vai com jeito vai Se não um dia a casa cai (menina) Se alguém te convidar Pra tomar banho em Paquetá Pra piquenique na Barra da Tijuca Ou pra fazer um programa no Joá Menina... |
VACA AMARELA
(Lamartine Babo/Carlos Netto, 1938)
A vaca amarela pulou a janela
Mexeu, tanto mexeu Que até quebrou a tal tigela A minha casa tem quintal pro morro Com um bangalô que eu fiz pro meu cachorro Do lado esquerdo tem uma cancela Toda escangalhada pela tal vaca amarela Dizem que a vaca veio da montanha Veio de Minas, lá do Mar de Espanha
Vaca espanhola natural de Minas Que na Catalunha cata boi com
serpentina
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VÍRGULA
(Alberto Ribeiro-Erastótenes Frazão) Teu amor é fatal - vírgula Qual mulher sensacional - ponto e vírgula Queres dar teu coração - interrogação Que pecado original - exclamação Teu amor é fatal - vírgula Qual mulher sensacional - ponto e vírgula Queres dar teu coração mas comigo não Ponto final Teu amor entre aspas Já consegui descrever Reticências reticências Agora adivinhe o que eu quero dizer |
YES, NÓS TEMOS BANANAS
(Braguinha-Alberto Ribeiro, 1937) Yes, nós temos bananas Bananas pra dar e vender Banana menina tem vitamina Banana engorda e faz crescer Vai para a França o café, pois é Para o Japão o algodão, pois não Pro mundo inteiro, homem ou mulher Bananas para quem quiser Mate para o Paraguai Ouro do bolso da gente não sai Somos da crise, se ela vier Bananas para quem quiser |
ABRE ALAS
(Chiquinha Gonzaga, 1899) Ó abre alas que eu quero passar Ó abre alas que eu quero passar Eu sou da lira não posso negar Eu sou da lira não posso negar Ó abre alas que eu quero passar Ó abre alas que eu quero passar Rosa de ouro é que vai ganhar Rosa de ouro é que vai ganhar |
ALLAH-LÁ-Ô
(Haroldo Lobo-Nássara, 1940) Allah-lá-ô, ô ô ô ô ô ô Mas que calor, ô ô ô ô ô ô Atravessamos o deserto do Saara O sol estava quente Queimou a nossa cara Viemos do Egito E muitas vezes Nós tivemos que rezar Allah! allah! allah, meu bom allah! Mande água pra ioiô Mande água pra iaiá Allah! meu bom allah |
APAGA A VELA
(Braguinha, 1941) Bela, bela Já não posso resistir Apaga a vela, ó bela Apaga que eu quero dormir Apaga também os teus olhos Teus olhos enormes de brilho azulado Não passes a noite falando Que eu ando com o sonho atrasado |
BALANCÊ
(Braguinha-Alberto Ribeiro, 1936) Ô balancê balancê Quero dançar com você Entra na roda morena pra ver Ô balancê balancê Quando por mim você passa Fingindo que não me vê Meu coração quase se despedaça No balancê balancê Você foi minha cartilha Você foi meu ABC E por isso eu sou a maior maravilha No balancê balancê Eu levo a vida pensando Pensando só em você E o tempo passa e eu vou me acabando No balancê balancê |
AURORA
(Mário Lago-Roberto Roberti, 1940) Se você fosse sincera Ô ô ô ô Aurora Veja só que bom que era Ô ô ô ô Aurora Um lindo apartamento Com porteiro e elevador E ar refrigerado Para os dias de calor Madame antes do nome Você teria agora Ô ô ô ô Aurora |
BANDEIRA BRANCA
(Max Nunes-Laércio Alves, 1969) Bandeira branca amor Não posso mais Pela saudade que me invade Eu peço paz Saudade mal de amor de amor saudade dor que dói demais Vem meu amor Bandeira branca eu peço paz |
CABELEIRA DO ZEZÉ
(João Roberto Kelly-Roberto Faissal, 1963) Olha a cabeleira do zezé Será que ele é Será que ele é Será que ele é bossa nova Será que ele é maomé Parece que é transviado Mas isso eu não sei se ele é Corta o cabelo dele! Corta o cabelo dele! |
CIDADE MARAVILHOSA
(André Filho, 1934) Cidade maravilhosa Cheia de encantos mil Cidade maravilhosa Coração do meu Brasil Cidade maravilhosa Cheia de encantos mil Cidade maravilhosa Coração do meu Brasil Berço do samba e das lindas canções Que vivem n'alma da gente És o altar dos nossos corações Que cantam alegremente Jardim florido de amor e saudade Terra que a todos seduz Que Deus te cubra de felicidade Ninho de sonho e de luz |
CACHAÇA
(Mirabeau Pinheiro-Lúcio de Castro-Heber Lobato, 1953) Você pensa que cachaça é água Cachaça não é água não Cachaça vem do alambique E água vem do ribeirão Pode me faltar tudo na vida Arroz feijão e pão Pode me faltar manteiga E tudo mais não faz falta não Pode me faltar o amor Há, há, há, há! Isto até acho graça Só não quero que me falte A danada da cachaça |
ÍNDIO QUER APITO
(Haroldo Lobo-Milton de Oliveira, 1960) Ê ê ê ê ê índio quer apito Se não der pau vai comer Lá no bananal mulher de branco Levou pra pra índio colar esquisito Índio viu presente mais bonito Eu não quer colar Índio quer apito |
IAIÁ BONECA
(Ari Barroso-1940) Depois da jardineira que chorando sumiu Num dia do outro carnaval Depois da tirolesa que cantando fugiu Deixando todo mundo mal Chegou a vez de dominar Imperar como rainha de encantos sem par Iaiá Boneca a brasileirinha emoção Dona do meu coração Ai ai como é bonita Ai ai como é formosa Ai ai Iaiá boneca é um botão de rosa Iaiá me dá uma esmolinha Dos beijos teus pelo amor de deus Iaiá me dá uma esmolinha Dos beijos teus pelo amor de Deus |
A JARDINEIRA
(Benedito Lacerda-Humberto Porto, 1938) Ó jardineira porque estás tão triste Mas o que foi que te aconteceu Foi a camélia que caiu do galho Deu dois suspiros e depois morreu Vem jardineira vem meu amor Não fiques triste que este mundo é todo seu Tu és muito mais bonita Que a camélia que morreu |
MARCHA DO REMADOR
(Antônio Almeida - 1969) Se a canoa não virar olê olê olá Eu chego lá Rema rema rema remador Quero ver depressa o meu amor Se eu chegar depois do sol raiar Ela bota outro em meu lugar |
ME DÁ UM DINHEIRO AÍ
(Ivan Ferreira-Homero Ferreira-Glauco Ferreira, 1959) Ei, você aí! Me dá um dinheiro aí! Me dá um dinheiro aí! Não vai dar? Não vai dar não? Você vai ver a grande confusão Que eu vou fazer bebendo até cair Me dá me dá me dá, ô! Me dá um dinheiro aí! |
SACA-ROLHA
(Zé da Zilda-Zilda do Zé-Waldir Machado, 1953) As águas vão rolar Garrafa cheia eu não quero ver sobrar Eu passo mão na saca saca saca rolha E bebo até me afogar Deixa as águas rolar Se a polícia por isso me prender Mas na última hora me soltar Eu pego o saca saca saca rolha Ninguém me agarra ninguém me agarra |
SASSARICANDO
(Luiz Antônio, Zé Mário e Oldemar Magalhães, 1951) Sassassaricando Todo mundo leva a vida no arame Sassassaricando A viúva o brotinho e a madame O velho na porta da Colombo É um assombro Sassaricando Quem não tem seu sassarico Sassarica mesmo só Porque sem sassaricar Essa vida é um nó |
TA-HÍ!
(Joubert de Carvalho, 1930) Taí eu fiz tudo pra você gostar de mim Ai meu bem não faz assim comigo não Você tem você tem que me dar seu coração Meu amor não posso esquecer Se dá alegria faz também sofrer A minha vida foi sempre assim Só chorando as mágoas que não têm fim Essa história de gostar de alguém Já é mania que as pessoas têm Se me ajudasse Nosso Senhor Eu não pensaria mais no amor |
MAMÃE EU QUERO
(Jararaca-Vicente Paiva, 1936) Mamãe eu quero, mamãe eu quero Mamãe eu quero mamar Dá a chupeta, dá a chupeta Dá a chupeta pro bebe não chorar Dorme filhinho do meu coração Pega a mamadeira e vem entrá pro meu cordão Eu tenho uma irmã que se chama Ana De piscar o olho já ficou sem a pestana Olho as pequenas mas daquele jeito Tenho muita pena não ser criança de peito Eu tenho uma irmã que é fenomenal Ela é da bossa e o marido é um boçal |
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