Educar é Semear

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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Leia o texto abaixo:O cego, Renoir, Van Gogh e o resto

Leia o texto abaixo.

O cego, Renoir, Van Gogh e o resto
Vistos de costas, pareciam apenas dois amigos conversando diante do quadro Rosa e
azul, de Renoir, comentando o quadro. Porém, quem prestasse atenção nos dois perceberia,
talvez estranhasse, que um deles, o de elegantes óculos de sol, parecia um pouco
desinteressado, apesar de todo o empenho do outro, traduzido em gestos e eloquência
quase murmurada. [...]
O que falava segurava às vezes o antebraço do de óculos com uma intimidade solícita e
confiante. [...] Aproximei-me do quadro, fingindo olhar de perto a técnica do pintor, voltei-me
e percebi: o de óculos escuros era cego. [...]
Algo extraordinário acontecia ali, que eu só compreendia na superfície: um homem
descrevendo para um amigo cego um quadro de Renoir. Por que tantos detalhes? [...]
– Azul com o quê? Fale mais desse azul – pediu o cego, como se precisasse completar
alguma coisa dentro de si.
– É um azul claro, muito claro, um azul que tem movimento e transparência em muita
luz, um azul tremulando, azul como o de uma piscina muito limpa eriçada pelo vento, uma
piscina em que o sol se reflete e que tremula em mil pequenos reflexos [...] Lembra-se
daquela piscina em Amalfi?
– Lembro... lembro... – e sacudia a cabeça ...
Afastei-me, olhei-os de longe. Roupas coloridas, esportivas. [...] O guarda treinado para
vigiar pessoas estava ao meu lado e contou, aos arrancos:
– Eles vêm muito aqui. Só conversam sobre um quadro ou dois de cada vez. É que o
cego se cansa. Era fotógrafo, ficou assim de desastre.
ÂNGELO, Ivan. O comprador de aventuras. In Para gostar de ler: v.: 28. 2ª ed. São Paulo: Ática, 2007. Fragmento. (P1100118D3_SUP)
10) (P100118D3) No primeiro parágrafo desse texto, o elemento da narrativa em evidência é o
A) ambiente.
B) clímax.
C) narrador.
D) personagem.
E) tempo.
11) (P100247D3) Infere-se desse texto que o homem cego é
A) acanhado.
B) audacioso.
C) cuidadoso.
D) determinado.
E) impaciente.

Leia o texto : O negócio é ser verde

Leia o texto abaixo.

O negócio é ser verde

A consultora francesa, que assessora grandes companhias em assuntos ambientais, diz que é inevitável que as empresas adaptem seus modelos de negócio à sustentabilidade. Que outras atitudes sustentáveis a senhora incorporou à sua rotina?
Elisabeth Laville – Depois que tive minha filha, hoje com 4 anos, fiquei radical quanto
a determinadas questões. Ela entrou para a escola recentemente, e constatei que os
alimentos servidos lá eram ricos em gorduras e carboidratos. Disseram-me que seria
impraticável adotar um novo cardápio sem que outras instituições aderissem a ele. Procurei
essas escolas e consegui que aderissem à mudança na alimentação das crianças. Ou
seja, mesmo atitudes simples podem ter impacto para as gerações futuras. Não consigo
entender por que as pessoas não se preocupam com o mundo que deixarão para seus
descendentes. Na Europa, onde uma parte da população costuma esquiar, os adultos não
pensam que, ao ter atitudes antiecológicas, privarão seus filhos ou netos do esporte. Dez
por cento das estações de esqui dos Alpes estão sob risco de fechar, pois não há mais
neve como antes. Outro hábito que incorporei foi comprar produtos de limpeza e alimentos
orgânicos. Essas atitudes podem ter enorme impacto na saúde de todos.
É possível tornar os alimentos orgânicos mais baratos?
Elisabeth Laville – Acho que é uma questão de tempo até que a exceção se torne regra.
Se todos começarem a exigir orgânicos no mercado, eles vão baratear. Foi o que aconteceu
com outros produtos, como o ar-condicionado dos carros, que antes era usado por poucas
pessoas, e o telefone celular, que custava caríssimo e hoje pode sair de graça.
Veja, 16 set. 2009. Fragmento. (P100031RJ_SUP)
14) (P100033RJ) Nesse texto, o trecho que apresenta uma expressão que indica uma relação de condição é:
A) “Depois que tive minha filha,...”. (ℓ. 2)
B) “... sem que outras instituições aderissem a ele.”. (ℓ. 5)
C) “Ou seja, mesmo atitudes simples...”. (ℓ. 6-7)
D) “... por que as pessoas não se preocupam...”. (ℓ. 8)
E) “Se todos começarem a exigir orgânicos...”. (ℓ. 16)
15) (P100031RJ) Nesse texto, qual é a informação principal da primeira resposta de Elisabeth Laville?
A) A constatação da alimentação inadequada das escolas.
B) A incorporação de hábitos saudáveis no cotidiano.
C) A mudança de hábitos alimentares das crianças.
D) A necessidade de comprar produtos de limpeza orgânicos.
E) A situação de risco das estações de esqui europeias.
16) (P100035RJ) No título desse texto, a palavra “verde” foi usada com a intenção de mostrar que é preciso
A) baratear o preço dos produtos orgânicos.
B) melhorar o lanche nas escolas.
C) participar de manifestações ecológicas.
D) recuperar reservas naturais.
E) ter atitudes sustentáveis.

Leia o texto abaixo.

Dia do professor de anacolutos
Levantei-me, corri a pegar o giz, aqui está, professor. Ele me olhou agradecido, o rosto
cansado. Já naquela época, o rosto cansado. Dava aulas em três escolas e ainda levava
para casa uma maçaroca de provas para corrigir.
O aluno preparava-se para sentar, ele, o olhar fino:
– Aproveitando que o moço está de pé, me diga: sabe o que é um anacoluto?
É o que dá a gente querer ser legal.
Vai-se apanhar o giz do chão, e o professor vem e pergunta o que é anacoluto. Por que
não pergunta àquela turma que ficou rindo do bolso traseiro rasgado das calças dele?
– Anacoluto... Anacoluto é... Anacoluto.
– Pode se sentar. Vou explicar o que é anacoluto. Muito obrigado por ter apanhado o giz
do chão. Estou ficando enferrujado.
Agora era ele, no bar, tomando café.
– Lembra de mim, professor?
Também estou de cabelos brancos. Menos que ele, claro.
Com o indicador da mão esquerda acerta o gancho dos óculos no alto do nariz fino e
cheio de pintas pretas e veiazinhas azuladas, me encara, deve estar folheando o livro de
chamada, verificando um a um o rosto da cambada da segunda fila da classe.
– Fui seu aluno, professor!
DIAFÉRIA, Lourenço. O imitador de gato. 2ª ed. São Paulo: Ática, 2003. Fragmento. (P100146D3_SUP)
17) (P100244D3) Nesse texto, há um traço de humor no trecho:
A) “Levantei-me, corri a pegar o giz,...”. (ℓ. 1)
B) “Ele me olhou agradecido, o rosto cansado.”. (ℓ. 1-2)
C) “É o que dá a gente querer ser legal.”. (ℓ. 6)
D) “Pode se sentar. Vou explicar o que é anacoluto.”. (ℓ. 10)
E) “Agora era ele, no bar, tomando café.”. (ℓ. 12)
18) (P100146D3) A expressão destacada em “Estou ficando enferrujado” (ℓ. 11), tem o mesmo sentido de
A) contrair doenças.
B) estar preguiçoso.
C) ser descuidado.
D) ser esquecido.
E) ter limitações.
19) (P100147D3) No trecho “Anacoluto... Anacoluto é... Anacoluto.” (ℓ. 9), a repetição da palavra “Anacoluto”
sugere
A) brincadeira.
B) confirmação.
C) desconhecimento.
D) desrespeito.
E) receio.

Leia os textos abaixo.
Texto 1

Por que o senhor é cético em relação às previsões sobre o aquecimento global?
Bjorn Lomborg – Discordo da forma como as discussões sobre esse tema são colocadas.
Existe a tendência de considerar sempre o pior cenário – o que aconteceria nos próximos
100 anos se o nível dos mares se elevar e ninguém fizer nada. Isso é irreal, porque é óbvio
que as pessoas vão mudar, vão construir defesas contra a elevação dos mares. No entanto,
isso é só uma parte do que tenho dito. Sou cético em relação a algumas previsões, sim.
Mas sou cético principalmente em relação às políticas de combate ao aquecimento global.
O problema principal não é a ciência. Precisamos dos cientistas. A questão é que tipo de
política seguir. E isso é um aspecto econômico, porque implica uma decisão de gastar
bilhões de dólares de fundos sociais. Em outras palavras, não sou um cético da ciência do
clima, mas um cético da política do clima. Basicamente, digo que não estamos adotando as
melhores políticas porque não estamos pensando onde gastar o dinheiro para produzir os
maiores benefícios.
Veja, 23 dez. 2009. Fragmento.
Texto 2
Esclarecedora a entrevista com Bjorn Lomborg (Entrevista, 23 de dezembro). Cada um de
nós precisa se inteirar da realidade e agir com tenacidade. Não vale a pena gastar tempo com
discussões vazias e fantasiosas de alguns que pregam a catástrofe futura, desconectados do aqui
e do agora. Melhorar as condições de vida das pessoas, provendo-as de fonte de renda, acesso
à saúde, educação e lazer, diminuirá os problemas sociais e por consequência o aquecimento
global.
Irineu Berezanski, São José, SC.
Disponível em: . Acesso em: 5 abril 2011.
(P100054RJ_SUP)
20) (P100054RJ) Em relação ao tema discutido no Texto 1, o autor do Texto 2 apresenta uma posição
A) conflitante.
B) contrária.
C) favorável.
D) irônica.
E) questionadora.
21) (P100055RJ) No Texto 1, o entrevistado afirmar ser cético, principalmente, com relação
A) à decisão de gastar dinheiro de fundos sociais.
B) à tendência de se considerar o pior cenário.
C) às discussões sobre o aquecimento global.
D) às políticas de combate ao aquecimento.
E) às previsões sobre o aquecimento global.

Texto trabalhando descritores

Leia os textos abaixo.
Texto 1
Por que o senhor é cético em relação às previsões sobre o aquecimento global?
Bjorn Lomborg – Discordo da forma como as discussões sobre esse tema são colocadas.
Existe a tendência de considerar sempre o pior cenário – o que aconteceria nos próximos
100 anos se o nível dos mares se elevar e ninguém fizer nada. Isso é irreal, porque é óbvio
que as pessoas vão mudar, vão construir defesas contra a elevação dos mares. No entanto,
isso é só uma parte do que tenho dito. Sou cético em relação a algumas previsões, sim.
Mas sou cético principalmente em relação às políticas de combate ao aquecimento global.
O problema principal não é a ciência. Precisamos dos cientistas. A questão é que tipo de
política seguir. E isso é um aspecto econômico, porque implica uma decisão de gastar
bilhões de dólares de fundos sociais. Em outras palavras, não sou um cético da ciência do
clima, mas um cético da política do clima. Basicamente, digo que não estamos adotando as
melhores políticas porque não estamos pensando onde gastar o dinheiro para produzir os
maiores benefícios.
Veja, 23 dez. 2009. Fragmento.
Texto 2
Esclarecedora a entrevista com Bjorn Lomborg (Entrevista, 23 de dezembro). Cada um de
nós precisa se inteirar da realidade e agir com tenacidade. Não vale a pena gastar tempo com
discussões vazias e fantasiosas de alguns que pregam a catástrofe futura, desconectados do aqui
e do agora. Melhorar as condições de vida das pessoas, provendo-as de fonte de renda, acesso
à saúde, educação e lazer, diminuirá os problemas sociais e por consequência o aquecimento
global.
Irineu Berezanski, São José, SC.
Disponível em: . Acesso em: 5 abril 2011.
(P100054RJ_SUP)
07) (P100054RJ) Em relação ao tema discutido no Texto 1, o autor do Texto 2 apresenta uma posição
A) conflitante.
B) contrária.
C) favorável.
D) irônica.
E) questionadora.

Trabalhando Texto

Leia o texto abaixo.

Dia do professor de anacolutos Levantei-me, corri a pegar o giz, aqui está, professor. Ele me olhou agradecido, o rosto cansado. Já naquela época, o rosto cansado. Dava aulas em três escolas e ainda levava para casa uma maçaroca de provas para corrigir. O aluno preparava-se para sentar, ele, o olhar fino:
– Aproveitando que o moço está de pé, me diga: sabe o que é um anacoluto?
É o que dá a gente querer ser legal. Vai-se apanhar o giz do chão, e o professor vem e pergunta o que é anacoluto. Por que não pergunta àquela turma que ficou rindo do bolso traseiro rasgado das calças dele?
– Anacoluto... Anacoluto é... Anacoluto.
– Pode se sentar. Vou explicar o que é anacoluto. Muito obrigado por ter apanhado o giz
do chão. Estou ficando enferrujado. Agora era ele, no bar, tomando café.
– Lembra de mim, professor? Também estou de cabelos brancos. Menos que ele, claro.
Com o indicador da mão esquerda acerta o gancho dos óculos no alto do nariz fino e
cheio de pintas pretas e veiazinhas azuladas, me encara, deve estar folheando o livro de
chamada, verificando um a um o rosto da cambada da segunda fila da classe.
– Fui seu aluno, professor!
DIAFÉRIA, Lourenço. O imitador de gato. 2ª ed. São Paulo: Ática, 2003. Fragmento. (P100146D3_SUP)
04) (P100244D3) Nesse texto, há um traço de humor no trecho:
A) “Levantei-me, corri a pegar o giz,...”. (ℓ. 1)
B) “Ele me olhou agradecido, o rosto cansado.”. (ℓ. 1-2)
C) “É o que dá a gente querer ser legal.”. (ℓ. 6)
D) “Pode se sentar. Vou explicar o que é anacoluto.”. (ℓ. 10)
E) “Agora era ele, no bar, tomando café.”. (ℓ. 12)
05) (P100146D3) A expressão destacada em “Estou ficando enferrujado” (ℓ. 11), tem o mesmo sentido de
A) contrair doenças.
B) estar preguiçoso.
C) ser descuidado.
D) ser esquecido.
E) ter limitações.
06) (P100147D3) No trecho “Anacoluto... Anacoluto é... Anacoluto.” (ℓ. 9), a repetição da palavra “Anacoluto”
sugere
A) brincadeira.
B) confirmação.
C) desconhecimento.
D) desrespeito.
E) receio.

Texto : Folhas secas

Leia o texto abaixo.

Folhas secas

Eu estava dando uma aula de Matemática e todos os alunos acompanhavam atentamente.
Todos?Quase. Carolina equilibrava o apontador na ponta da régua, Lucas recolhia as borrachas
dos vizinhos e construía um prédio, Renata conferia as canetas e os lápis do seu estojo
vermelhíssimo e Hélder olhava para o pátio.
O pátio? O que acontecia no pátio?
Após o recreio, dona Natália varria calmamente as folhas secas e amontoava e guardava
tudo dentro de um enorme saco plástico azul. Terminando o varre-varre, dona Natália
amarrou a boca do saco plástico e estacionou aquele bafuá de folhas secas perto do portão.
Hélder observava atentamente. E eu observava a observação de Hélder – sem descuidar
da minha aula de Matemática. De repente, Hélder foi arregalando os olhos e franzindo a
testa.
Qual o motivo do espanto?
Hélder percebeu alguma coisa no meio das folhas movendo-se desesperadamente,
com aflição, sufoco, falta de ar. Hélder buscava interpretações para a cena, analisava
possibilidades, mas o perfil do passarinho já se delineava na transparência azul do plástico.
Um pássaro novo caiu do ninho e foi confundido com as folhas secas e foi varrido e agora
lutava pela liberdade.
– Ele tá preso! O grito de Hélder interrompeu o final da multiplicação de 15 por 127. Todos os alunos
olharam para o pátio. E todos nós concordamos, sem palavras: o bico do passarinho
tentava romper aquela estranha pele azul. Hélder saiu da sala e nós fomos atrás. E antes
que eu pudesse pronunciar a primeira sílaba da palavra “calma”, o saco plástico simplesmente
explodiu, as folhas voaram e as crianças pularam de alegria. Alguns alunos dizem que havia dois passarinhos presos. Outros viram três passarinhos voando felizes e agradecidos. Lucas diz que era um beija-flor. Renata insiste que era uma cigarra. Eu, sinceramente, só vi folhas secas voando.Para concluir esta inesquecível aula de Matemática, pegamos vassouras, pás e sacos ,plásticos e fomos varrer novamente o pátio.

MARQUES, Francisco. Disponível em: .Acesso em: 14 fev. 2012. (P100012E4_SUP)

11) (P100012E4) Por suas características, esse texto pertence ao gênero
A) biografia.
B) conto.
C) diário.
D) fragmento de romance.
E) peça de teatro.
12) (P100013E4) Nesse texto, o elemento gerador da narrativa é o fato de
A) Carolina equilibrar o apontador com a régua.
B) Dona Natália varrer as folhas do pátio da escola.
C) Hélder se espantar com algo se mexendo dentro do saco plástico.
D) Lucas recolher as borrachas dos amigos para construir um castelo.
E) Renata conferir as canetas e os lápis de seu estojo.
13) (P100014E4) O trecho “... buscava interpretações para a cena, analisava possibilidades, mas o perfil do passarinho já se delineava...” (ℓ. 15-16), apresenta características da linguagem
A) coloquial.
B) formal.
C) literária.
D) regional.
E) técnica.
C1001