Educar é Semear

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quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

“A escola dos nossos sonhos”

“A escola dos nossos sonhos”

Augusto Cury (123) propõe dez técnicas para melhorar a escola, em “Pais brilhantes, professores fascinantes”(2003) que constituem “O projeto escola da vida”.
Para Cury este projecto pode “promover o sonho do construtivismo de Piaget, da arte de pensar de Vigotsky, das inteligências múltiplas de Gardner, da inteligência emocional de Goleman.” Eu acrescentaria a perspectiva de “felicidade e bem-estar”, de Seligman e o “desenho universal para a aprendizagem", de D. Rose, pelo menos…
Este projecto de escola conta, essencialmente, com o material humano: os professores, a sua formação e a mudança da cultura educacional.
O livro não é recente mas as técnicas propostas são perfeitamente actuais tendo em conta que as práticas pedagógicas raramente as integram.
Estas técnicas “objetivam a educação da emoção, a educação da auto-estima, o desenvolvimento da solidariedade, da tolerância, da segurança, do raciocínio esquemático, da capacidade de gerir os pensamentos nos focos de tensão, da habilidade de trabalhar perdas e frustrações. Enfim, formar pensadores.” São elas:
1. Música ambiente em sala de aula
2. Sentar em círculo ou em U
3. Exposição interrogada: a arte da interrogação
4. Exposição dialogada: a arte da pergunta
5. Ser contador de histórias
6. Humanizar o conhecimento
7. Humanizar o professor: cruzar a sua história
8. Educar a auto-estima: elogiar antes de criticar
9. Gerir os pensamentos e as emoções
10. Participar de projectos sociais
Estas técnicas têm dado resultado nas escolas e salas de aula onde são aplicadas. O que é interessante é que nenhuma delas precisa de grandes alterações ou de grandes acções de formação e, dito de outra maneira, todos os professores e educadores já têm alguma formação sobre elas.
O que pode ser novo é a sua aplicação porque, de facto, regra geral, não são aplicadas.. Nem as escolas tomam a iniciativa de as aplicar nem o sistema cria políticas educativas que torne fácil a sua aplicação.
Pelo contrário, assistimos nos últimos 20 anos, à medida que todos vamos acumulando queixas da escola, a um afastamento destas técnicas.
Assim :
Os programas das disciplinas merecem toda a atenção. Veja-se como, actualmente com o problema da não colocação de alguns professores, já se pede o corte dos programas.

Muitas escolas tiveram obras, outras são novas construções e o que acontece é que as as salas de aula foram desenhadas em muitas situações para 26 alunos o que quer dizer que quando as turmas têm mais alunos (até 30) não cabem praticamente na sala. Obviamente que qualquer disposição espacial que facilite a aprendizagem e  a comunicação não é possível.


Continua a técnica do enfileiramento. “Este método nunca mudou” e o mais grave é quando se fazem filas de acordo com os conhecimentos dos alunos… “Os alunos precisam ver o rosto uns dos outros” mas continuam a ver os colegas pelas costas.Geralmente, é usada na sala de aula, a "carteira bipessoal". Se há situações em que isso funciona há outras em que é fonte de conflito permanente entre alunos.


Para alunos com excesso de actividade em vez de ambiente calmo, com musica ambiente, para aliviar a síndroma do pensamento acelerado (SPA), não há música e as aulas passaram a ser de 90 minutos.
A diferença de estatutos das disciplinas foram levadas ao máximo não só com a realização de exames daquelas que são consideradas mais importantes, como foram reduzidos os tempos e apoios das outras.

Os modelos dos professore, dos produtores do conhecimento, dos cientistas, estão arredados dos conteúdos, e daí a dificuldade em os alunos seguirem comportamentos ou profissões. A modelagem dos alunos é feita, principalmente, pelos  media.Em vez de humanizar a sala de aula, tivemos a fase dos computadores "Magalhães" que foi, feliz e rapidamente ultrapassada, até porque se calhar já nenhum funciona.“Os computadores podem informar os alunos, mas apenas os professores são capazes de formá-los.”

Muito se tem falado de emoção e de auto-estima, mas a prática quotidiana tem de continuar a “vacinar contra a discriminação, promover a solidariedade, resolver conflitos em sala de aula, filtrar estímulos estressantes, trabalhar perdas e frustrações.”
Não é estimulante da auto-estima, certamente, a possibilidade e voltar às “classes especiais”, para “colmatar dificuldades” como recentemente foi aprovado.

A escola dos nossos sonhos  -  Projecto escola da vida – Técnicas
(Augusto Cury)
Técnica
Objectivos
1. Música ambiente em sala de aula
desacelerar o pensamento, aliviar a ansiedade, melhorar a concentração, desenvolver o prazer de aprender, educar a emoção.
2. Sentar em circulo ou em U
desenvolver a segurança, promover a educação participativa, melhorar a concentração, diminuir conflitos em sala de aula, diminuir conversas paralelas.
3. Exposição interrogada: a arte da interrogação

aliviar a SPA (síndroma do pensamento acelerado), reacender a motivação, desenvolver o questionamento, enriquecer a interpretação de textos e enunciados, abrir as janelas da inteligência.
4. Exposição dialogada: a arte da pergunta

desenvolver a consciência crítica, promover o debate de ideias, estimular a educação participativa, superar a insegurança, debelar a timidez, melhorar a concentração.
5. Ser contador de histórias

desenvolver criatividade, educar a emoção, estimular a sabedoria, expandir a capacidade de solução em situações de tensão, enriquecer a socialização
6. Humanizar o conhecimento
estimular a ousadia, promover a perspicácia, cultivar a criatividade, incentivar a sabedoria, expandir a capacidade crítica, formar pensadores
7. Humanizar o professor: cruzar a sua história
desenvolver a socialização, estimular a afectividade, construir ponte produtiva nas relações sociais, estimular a sabedoria, superar conflitos, valorizar o "ser".
8. Educar a auto-estima: elogiar antes de criticar
 educar a emoção e a auto-estima, vacinar contra a discriminação, promover a solidariedade, resolver conflitos em sala de aula, filtrar estímulos stressantes, trabalhar perdas e frustrações.
9. Gerir os pensamentos e as emoções.

resgatar a liderança do eu, resolver a SPA, prevenir conflitos, proteger os solos da memória, promover a segurança, desenvolver espírito empreendedor, proteger a emoção nos focos de tensão.
10. Participar de projectos sociais


desenvolver a responsabilidade social, promover a cidadania, cultivar a solidariedade, expandir a capacidade de trabalhar em equipe, trabalhar os temas transversais: a educação para a saúde, para a paz, para os direitos humanos.

Textos para reunião de Pais e Mestres

Textos para reunião de Pais e Mestres

Pessoal,  o ano letivo começou e com ele as reuniões de Pais e Mestres que são essenciais tanto nesse início como ao fim de cada etapa. Cada professor deve escolher para essa reunião um texto que condiz com a realidade de sua proposta de trabalho ( quando a reunião for no início do semestre letivo) ou que  identifique  a etapa vencida , os erros , os acertos ou ainda que demostre aos pais o que você deseja para a continuidade do trabalho que está em desenvolvimento. Para escolher o texto, o professor conta com sua própria sensibilidade para acertar. A abordagem de um bom texto pode passar aos pais segurança do bom profissional no qual confiaram o maior tesouro - Seus filhos!
 
Abaixo selecionei alguns textos bacanas que podem ser usados com sucesso! Basta organizar e caprichar na apresentação.


Filhos autônomos, filhos felizes
Filhos autônomos, filhos felizes. Os pais criam os filhos autônomos quando lhes ensinam aquilo que precisa ser feito, da maneira que acreditam ser correta, capacitando-os para a vida e não os abandonando à própria sorte. Não é preciso se preocupar com o momento de soltá-los, pois eles mesmos caminharão com as próprias pernas para fazer tudo o que lhes foi ensinado. Quando for cobrar, verifique o que foi assimilado e complete com as orientações que ache que ficou faltando.Entretanto, tenha isso em mente: a base para desenvolver a autonomia está em ensinar a seus filhos os valores que você acredita serem corretos e estabelecer regras convenientes. E também deixar claro aquilo que espera deles. Pais capacitados a educar os filhos sabem dar responsabilidade a eles,sabem até onde podem exigir deles, e não exigem nem mais e nem menos que isso; não extrapolam e nem se omitem e tem a autoridade para impor a disciplina necessária. Se você deseja ser um bom pai ou uma boa mãe, deve –e pode – aprender a fazer tudo isso.Um casal se capacita na tarefa de ser pai e mãe por meio de muito diálogo, muito interesse, muita paciência e determinação. O resultado sempre vale a pena.Os pais têm que ter autoridade. Ela é conquistada com respeito,posicionamento, valor e determinação. As crianças reconhecem alguém com autoridade e obedecem a voz de comando.Deixar os filhos a vontade para fazer o que quiserem torna-os inseguros,sem rumo e infelizes. Senão há quem as oriente e as controle, as crianças, em geral, ficam perdidas, não sabem o que fazer. Quando isso acontece, está aberto o caminho que possivelmente levariam seus filhos a tornarem-se crianças-problema. A bí­blia diz que os nossos filhos são como flechas na mão do arqueiro.Você precisa saber para onde as atira, pois, se as jogar ao acaso, sem mirar,elas irão parar em qualquer lugar, e, em geral, nunca vão para o lugar que você gostaria.


Texto:Cris Poli - A Super Nani
A LIÇÃO DA BORBOLETA
Um dia, uma pequena abertura apareceu em um casulo.Um homem sentou e observou a borboleta por várias horas, conforme ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco.Então pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso. Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais. O homem decidiu ajudar a borboleta: ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta então saiu facilmente. Mas seu corpo estava murcho e era pequeno e tinha as asas amassadas.O homem continuou a observar a borboleta porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo que iria se afirmar com o tempo.Nada aconteceu!Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar.O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar não compreendia era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura era o modo com que Deus fazia com que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas, de modo que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo.Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida. Se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos, ele nos deixaria como a borboleta. Nós não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido. Nós nunca poderíamos voar...Que a vida seja um eterno desafio, pois só assim voar será realmente possível.(autor desconhecido)

Pais Brilhantes
-Chore com seus filhos e abrace-os. Isso é mais importante do que dar-lhes fortunas ou fazer-lhes montanhas de críticas.
- Não forme heróis, mas seres humanos que conheçam seus limites e sua força.- Faça de cada lágrima uma oportunidade de crescimento.

- Estimule seu filho a ter metas.

- Lembre-se: conversar é falar sobre o mundo que nos cerca.

- Dialogar é falar sobre o mundo que somos.

- Abraçar, beijar, falar espontaneamente.

- Contar histórias.- Semear idéias.

- Dizer não sem medo.- Não ceder a chantagem.- Para educar é necessário paciência.


Augusto Cury


Queridos Pais
Não tenham medo de serem firmes comigo. Prefiro assim. Isto faz com que me sinta mais seguro. Não me estraguem. Sei que não devo ter tudo o que quero. Só estou experimentando vocês. Não deixem que eu adquira maus hábitos.Dependo de vocês para saber o que é certo ou errado.Não me corrijam com raiva e nem na presença de estranhos.Aprenderei muito mais se falarem com calma e em particular.Não me protejam das consequências de meus atos.Às vezes eu prefiro aprender pelo caminho mais áspero.Não levem muito a sério minhas pequenas dores.Necessito delas para obter a atenção que desejo.Não sejam irritantes ao me corrigir.Se assim o fizerem eu poderei fazer ao contrário do que me pedem.Não me façam promessas que não poderão cumprir depois.Lembrem-se que isso me deixará profundamente desapontado.Não ponham à prova minha honestidade, mas ensinem-me a ser verdadeiro; pois sou facilmente tentado a dizer mentiras.Não me mostrem um Deus carrancudo e vingativo.Isto me afastará dele.Não desconversem quando eu faço perguntas,senão eu procurarei na rua as respostas que não tive em casa.Não mostrem para mim as pessoas perfeitas e infalíveis.Ficarei extremamente chocado quando descobrir um erro seu.Não digam que meus temores são bobos, mas, sim,ajudem-me a compreendê-los.Não digam que não conseguem me controlar.Eu julgarei que sou mais forte que vocês.Não me tratem como uma pessoa sem personalidade.Lembrem-se de que tenho o próprio modo de ser.Não vivam apontando os defeitos das pessoas que me cercam.Isto criaria em mim, desde cedo, um espírito intolerante.Não se esqueçam de que eu gosto de experimentar as coisas por mim mesmo. Não queiram me ensinar tudo. Não desistam de me ensinar o bem, mesmo que eu pareça não estar aprendendo. No futuro, vocês verão em mim o fruto daquilo que vocês plantaram.

(Autor desconhecido)
FILHOS SÃO COMO NAVIOS
Ao olharmos um navio no porto, imaginamos que ele esteja em seu lugar mais seguro, protegido por uma forte âncora. Mal sabemos que ali está em preparação, abastecimento e provisão para se lançar ao mar, destino para o qual foi criado, indo ao encontro das próprias aventuras e riscos. Dependendo do que a força da natureza reserva para ele, poderá ter de desviar da rota, traçar outros caminhos ou procurar outros portos.Certamente retornará fortalecido pelo aprendizado adquirido, mais enriquecido pelas diferentes culturas percorridas.E haverá muita gente no porto, feliz à sua espera.Assim são os FILHOS.Estes têm nos PAIS o seu porto seguro até que se tornem independentes.Por mais segurança, sentimentos de preservação e de manutenção que possam sentir junto dos seus pais, eles nasceram para singrar os mares da vida, correr os próprios riscos e viver as próprias aventuras.Certos de que levarão os exemplos dos pais, o que eles aprenderam e os conhecimentos da escola – mas a principal provisão, além da material, estará no interior de cada um:A CAPACIDADE DE SER FELIZ.Sabemos, no entanto, que não existe felicidade pronta, algo que se guarda num esconderijo para ser doada, transmitida a alguém.O lugar mais seguro em que o navio pode estar é o porto. Mas ele não foi feito para permanecer ali.Os pais também pensam ser o porto seguro dos filhos, mas não podem se esquecer do dever de prepará-los para navegar mar adentro e encontrar o próprio lugar, onde se sintam seguros, certos de que deverão ser, em outro tempo, esse porto para outros seres.Ninguém pode traçar o destino dos filhos, mas deve estar consciente de que, na bagagem, eles devem levar VALORES herdados, como HUMILDADE, HUMANIDADE, HONESTIDADE, DISCIPLINA, GRATIDÃO E GENEROSIDADE.Filhos nascem dos pais, mas devem se tornar CIDADÃOS DO MUNDO. Os pais podem querer o sorriso dos filhos, mas não podem sorrir por eles. Podem desejar e contribuir para a felicidade dos filhos, mas não podem ser felizes por eles.A FELICIDADE CONSISTE EM TER UM IDEAL E NA CERTEZA DE ESTAR DANDO PASSOS FIRMES NO CAMINHO DA BUSCA.Os pais não devem seguir os passos dos filhos. e nem devem estes descansar no que os pais conquistaram.Devem os filhos seguir de onde os pais chegaram, de seu porto, e, como os navios, partir para as próprias conquistas e aventuras.Mas, para isso, precisam ser preparados e amados, na certeza de que “QUEM AMA EDUCA”.“COMO É DIFÍCIL SOLTAR AS AMARRAS”
(Içami Tiba)

PAI E MÃE...
- Chore com seus filhos e abrace-os.
Isso é mais importante do que dar-lhes fortunas ou fazer-lhes montanhas de críticas.

- Não forme heróis, mas seres humanos que conheçam seus limites e sua força.

- Faça de cada lágrima uma oportunidade de crescimento.

- Estimule seu filho a ter metas.

- Lembre-se: conversar é falar sobre o mundo que nos cerca.

- Dialogar é falar sobre o mundo que somos.

- Abraçar, beijar, falar espontaneamente.

- Contar histórias.

- Semear ideias.

- Dizer não sem medo.

- Não ceder a chantagem.

- Para educar é necessário paciência.

 

Augusto Cury

A função educativa dos pais
Educar um filho não é simplesmente se fixar na área afetiva; é também iniciá-lo à vida, ajudá-lo a se adaptar para exigências da vida prática e lhe permitir desenvolver sua vida social. É transmitir-lhe um nome, uma linhagem, uma herança cultural e educativa: condutas, referências, ideias, um sistema de valores.
       É também favorecer suas experiências, estimulá-lo na curiosidade de conhecer e de agir, desenvolver seu senso crítico e ajudá-lo em suas responsabilidade; ajudá-lo a ter respeito por si mesmo e pelos outros, aprendendo a dominar sua agressividade espontânea, sempre podendo se defender e lutar contra as dificuldades da existência.

       Para isso, nada melhor que o exemplo de seus pais, de seus avós e das outras pessoas que o cercam.

       Os pais transmitem aos filhos tudo o que sabem, o que aprenderam de seus pais e o que eles mais consideram, depois, deixam que, crescendo, encontrem seus próprios centros de interesse e seus próprios valores.Pode-se dizer que os pais tiveram êxito na educação do filho quando conseguiram ensiná-lo a viver sem eles. Não é bom que os pais fiquem centrados demais na educação dos filhos, aspirando fabricar jovens perfeitos. É sufocante tanto para os filhos quanto para os próprios pais.

Satisfazendo suas aspirações pessoais, os pais incitam os filhos a satisfazer as suas. isso é dar exemplo do prazer de viver!

       Outro elemento importante é a relação pais-filhos que se estabelece pela comunicação, seja verbal ou não.

       Lembremos que o diálogo é o instrumento privilegiado. Crises e incompreensões sempre se atam em torno do não dito e dos equívocos.

       Outro ponto essencial é o acordo dos pais sobre os princípios educativos básicos, quer vivam junto ou não. Muitas divergências, ideológicas ou morais, deixam o jovem dividido, pois ele não pode deixar de tomar partido. A condenação ou desvalorização de um dos pais provoca uma ruptura da identificação, um sentimento de culpabilidade  de angústia que levam o jovem a regredir ou a bloquear seu desenvolvimento. mas se um contestar as decisões do outro, o jovem passará pela experiência das diferenças de ideias, de posições e da distinção entre as funções de cada um, o que é muito estruturador.

       Assim como faz com a autoridade, o jovem também testa essa aliança, e põe à prova educativa de seus pais e, às vezes, faz da discórdia uma prova de solidez psíquica de todos. Muitas vezes também o jovem é tentado a criar uma coalizão com um dos pais contra o outro. Isso é inconsciente a ambivalente. Ele procura essa aliança e a teme ao mesmo tempo, pois se ele se concretiza, é muito angustiante. Pode acontecer de os pais discutirem e brigarem, o que é pior. O importante, nesses casos, é esse verdadeiro, dizer com suas palavras o que se sente, pois é de nossa franqueza que o jovem tem mais necessidade.

 

Calire Garbar e Francis Theodore - Família Mosaico

 

 

       Educando os filhos para a vida, deles.
Seria muito bom se a autonomia dos filhos um processo natural e acontecesse com o passar do tempo. Mas sabemos que depende de educação, potência e coragem dos pais.
       A cada fase do desenvolvimento a criança adquire uma habilidade até que domina várias. Cabe a família estimular o processo que ocorre por meio de acertos e erros. Isto vale para tirar a fralda, andar, comer, guardar os brinquedos, realizar deveres escolares, tomar sozinho, etc. Cada etapa vencida nutre a autoconfiança, o que vemos por exemplo quando a criança de 2 anos tenta se vestir, e aos 3 anos quase nem precisa de ajuda, aí os pais devem comemorar estes feitos e não abandonar a supervisão. Dormir é outro desafio, já que à noite os temores aparecem e a maioria pede a companhia dos pais ou logo pulam para camas deles, aí vale estabelecer rotinas afetivas, combinar o número de estorinhas a serem contadas, o importante é que se acostumem a dormir sozinhos, o que fará que na adolescência ela tenha condições de regular o repouso.

       A autonomia é um processo que se constrói gradualmente e muitas vezes os pais não tem consciência disso, já que a falta de autonomia repercute na adolescência onde afloram os problemas e não está relacionado ao fato de termos feito as lições por eles, protegido demais, como quando a criança não quer acordar cedo e a mãe o veste e só o acorda perto da escola para que dormisse um pouco mais.

       Tais fatos impedem o crescimento autônomo e sorrateiramente enviam a mensagem que ele pode fazer o que quer. Assim temos crianças chatas, birrentas e dependentes. A educação voltada para a autonomia não significa liberdade geral, liberdade também se aprende. A noção de limite é necessária tanto quanto o afeto. Pois se a criança associar que amara é ouvir o sim o tempo todo, reproduzirá  este padrão no futuro reagindo negativamente a qualquer “não” recebido e não vai adquirir a flexibilidade necessária para negociações. Assim sua capacidade de tomar decisões acertadas será afetada, o que dificultará por exemplo: que faça uma dieta ou recuse  drogas, já que nunca experimentou frustrações na infância, nem aceitou negativas a seus pedidos.

       Para fraseando a autora Aratangy “a ilusão de que o filho é nosso se desfaz a cada dia e na adolescência, acaba de vez. Portanto é melhor educá-los para a vida”. A deles.

 

Colaboração: Maria Gladys Ricardi Vera – Psicóloga

 

 

Palmada Ensina?

       Os pais ainda questionam se é válido usar palmadas para ensinar uma criança a respeitar limites? Eu não tenho dúvida: as palmadas ensinam. Mas não exatamente aquilo que os pais querem.

       Uma criança que apanha aprende a ser: agressiva, pois percebe que bater no outro é uma forma de resolver uma encrenca; cínica, pois desenvolve a capacidade de não se sentir humilhada; mentirosa, pois aprende que certos comportamentos provocam dor e a mentira pode livrá-la do confronto; covarde, pois a fuga é sua única chance de vitória.

       Outra desvantagem desse método pedagógico é que ele se baseia na superioridade física dos pais - e essa é e fêmea. Como os filhos crescem a cada dia e os pais já pararam de crescer, seria preciso, para manter a mesma vantagem, a apelar para acessórios cada vez mais pesados, da mão ao chinelo, deste ao cabo de vassoura, e assim por diante.

       Além disso, a pedagogia do tapa cria subprodutos nefastos. Aí vão alguns exemplos:

1) "Você vai ver quando seu pai chegar!" - Com esta frase a mãe envenena o vínculo entre o pai e o filho e se desmoraliza, pois revela-se dependente da força do parceiro.

2) "Não bata no seu irmão porque ele é menor que você!" - A declaração, acompanhada de sonoros tapas no irmão agressor, é a mais descarada negação da lógica, o adulto que bate não é maior que a criança que apanha?

3) "Isso dói mais para mim do que para você!" - Nenhuma criança tem recursos para entender o que esse adulto espera dela. Será que o adulto que que ela se sinta culpada pela dor que provoca na mãe?

4) "Um tapa bem dado ensina mais que mil palavras..." - Ainda que se consiga definir "um tapa bem dado", nenhuma palmada ensina mais do que uma única palavra (não) dita com serenidade e convicção.

4) "Um dia, você ainda vai agradecer por essas palmadas!" - Será que alguém acredita que se tornou melhor por levar uns tabefes? Não é preciso guardar rancor pelos tapas recebidos, mas agradecer já é demais! Ninguém , em sã consciências, acredita que palmadas ensinem os filhos a serem generosos, dignos, leais ou confiantes. E não existem valores mais importantes do que esses.

       Acontece nas melhores famílias. Dar um tabefe em um filho com o qual se tem um sólido vínculo de afeto e confiança não pecado mortal. Afinal, os pais são humanos, Às vezes a vida exige demais, nem sempre se tem o comportamento mais adequado. Esse tapa que estala sem que se saiba direito de onde veio, como se a mão ganhasse vida própria e partisse sem comando, transmite uma informação fundamental: que os pais não são perfeitos, são mortais que fazem o que podem, não o que querem.

       O importante que se reconheça que um tapa emana sempre de uma fraqueza, da impossibilidade de se controlar e de manter o diálogo. Pecado é a hipocrisia de transformar essa dificuldade em uma tese de Pedagogia.

 

Lidia R.Aratangy - Revista Viver - janeiro de 2002.

 

 

Sobre a Lição de Casa: conversando com os pais

       Para muitos pais, o momento da lição de casa dos filhos pode fazer surgir algumas indagações, tais como:

  • Preciso permanecer junto a eles nessa tarefa?
  • A impossibilidade de minha presença pode acarretar prejuízos?
  • Se eles não conseguem realizar a tarefa, como devo proceder?

       Pensando nisso, decidimos apresentar este resumo para esclarecimento e compreensão dos objetivos e papel dos pais em relação ao assunto.

      

       A prática de realização de tarefas de casa, de acordo com o tipo de lição, pretende promover situações para o aluno:

  • arriscar-se em uma produção, com maior autonomia;
  • reforçar os conceitos trabalhados, retomando conteúdos aprendidos;
  • aprofundar conhecimento sobre algum assunto que está estudando;
  • levantar questões sobre um assunto, estimulando-o para o tema que posteriormente será estudado em classe;
  • incentivar a autonomia para buscar o conhecimento por conta própria;
  • criar o hábito do estudo sistemático e agradável em casa.

 

A Família

       A lição de casa possibilita à família compartilhar parte dos conhecimentos que seus filhos constroem ao longo dos trabalhos. Demonstrar interesse na vida escolar da criança marca, na formação do estudante, a importância que a família atribui aos estudos.
Em relação à lição de casa, cabe ressaltar que o aluno deve realizar sozinho essa tarefa. Há sempre um cuidado do Colégio em planejar atividades nas quais ele possa trabalhar com autonomia, além de um momento reservado na rotina escolar para a apresentação e explicação da proposta da tarefa a ser feita em casa.

       Os pais devem acompanhar a realização das tarefas de casa no momento da execução das mesmas, ou reservar um tempo diário ou semanal para:

verificar se a lição foi realizada, ou não, reforçando a atitude de cumprimento de responsabilidade;

observar se está bem feita ou não (capricho, organização, limpeza etc.);

elogiar, motivar e estimular seu esforço e realização, conversando sobre acertos e erros.

 

Orientações Gerais para o bom desenvolvimento na realização da atividade de casa.

  1. Dispor de um local bem arejado, ventilado e iluminado.
  2. Utilizar mesa e cadeira compatíveis com a altura da criança: os pés devem alcançar o chão ou dispor de um apoio para descansá-los.
  3. Incentivar seu(a) filho(a) a realizar a lição usando postura adequada: sentar-se em cadeira, sempre com a coluna ereta e os pés apoiados (evitar postura de corpo deitado no chão, no sofá ou debruçado sobre a mesa).
  4. Propiciar um ambiente reservado: silêncio, TV e som desligados, sem movimentação e conversas de pessoas por perto, para não distrair a atenção da criança.
  5. Criar um horário fixo para a realização da atividade de casa (organização do tempo, incorporado à rotina), se possível, respeitando o “relógio biológico” da criança, ou seja, hora em que está mais disposta mentalmente para poder render mais.
  6. Manter organizado o material necessário (lápis, papel, tesoura, cola, revistas etc.) e próximo à criança, evitando perda de tempo e de concentração para encontrá-lo.
  7. Reservar os fins de semana para o lazer de seus filhos com amigos e familiares.

        Os pais devem ou não ajudar seus filhos na lição de casa?

       O interesse, a participação e a ajuda que possibilita a criança a trabalhar cada vez mais autonomamente, são sempre bem-vindos!

 

 

Os 10 mandamentos do dever de casa

1 - Jamais faça a lição de casa por seu filho ou permita que outros o façam (avós, empregada, irmão mais velho, amigo). Tenha clareza de que a lição é de seu filho e não sua, portanto, ele tem um compromisso e não você. Deixe-o fazendo a sua tarefa e vá fazer algo seu. Ele precisa sentir que o momento da tarefa é dele.

2 - Organize um espaço e um horário apropriados para ele fazer s tarefas.

3 - Troque ideias ou formule perguntas para ajudar no raciocínio, mas só se for requisitado. Não dê respostas, faça perguntas, provoque o raciocínio.

5- Seja sempre regrado com o tempo de estudo, lembrando:quantidade não é qualidade;

4 - Diga "tente novamente" diante da queixa. Refaça. Recomece. Caso seu filho perceba que errou, incentive-o a buscar o acerto ou uma nova resposta. Demonstre com exemplos que você costuma fazer isso. nesse caso, valem os itens anteriores para reforçar este.

6 - Torne o erro construtivo. Errar faz parte do processo de aprender (e de viver!). Converse, enfatizando a importância de reconhecermos os nossos erros e aprendermos com eles. Conte histórias que estão relacionadas a equívocos.

7 - Lembre-se de que fazem parte das tarefas escolares duas etapas: as lições e o estudo para rever os conteúdos. As responsabilidades escolares não findam quando o aluno termina as lições de casa. Aprofundar e rever os conteúdos é fundamental.

8 - Não misture as coisas. Lição e estudar são tarefas relacionadas à escola. Lavar louça, arrumar o quarto e guardar os brinquedos são tarefas domésticas. os dois são trabalhos, no entanto, de naturezas diferentes. Não vincule um trabalho ao outro, e só avalie as obrigações domésticas.

9 - Não julgue a natureza, a dificuldade ou a relevância da tarefa de casa. A lição de casa faz parte de um processo que começou em sala de aula e deve terminar lá. Se você não entendeu ou não concordou, procure a escola e informe-se. Seu julgamento pode desmotivar seu filho e até mesmo desqualificar a professora e, consequentemente, a tarefa de casa e seus objetivos.

10 - Demonstre que você confia em seu filho, respeita suas iniciativas e seus limites e conhece suas possibilidades. crie um clima de camaradagem e consciência na família, mas não deixe de dar limites e ser rigoroso com os relapsos e irresponsabilidades.

 

 

Isabel Cristina Parolin, autora do livro Pais Educadores - É Proibido Proibir? Ed. Mediação.

 

Os dez mandamentos do pai do bom estudante

Existem algumas regrinhas básicas para você que deseja ver seu filho transformado m um bom aluno, que não lhe dê problemas maiores (porque alguns, pequenos, sempre teremos!) em relação a escola e aos estudos. O pai do bom estudante:

 

01. Vê a escola como aliada e não como oponente;

02. Na maioria absoluta das vezes é favorável às decisões que a escola toma e as apóia porque sabe que a elegeu com cuidado para cuidar do filho, em suma, não critica sem ouvir a escola antes;

03. Não tem pena dos filhos quando eles têm tarefas, pesquisas ou estudo para fazer;sabe que estudar assim como trabalhar, só faz bem a crianças e jovens;
04. Supervisiona o trabalho e o estudo do filho, mas não faz as tarefas por ele, apenas orienta, olha a agenda escolar para estar a par, diariamente, das comunicações que a escola manda;

05. Sabe diferenciar com clareza situações em que os resultados positivos na escola são fruto de esforço ou quando os negativos se relacionam à falta de dedicação dos filhos;

06. Incentiva os filhos com palavras e gestos de afeto, estímulo e compreensão, mesmo quando não tiram notas excelentes, pois percebe quando deram o máximo de si e quando não cumpriram a parte que lhes cabe;
07. Providencia o necessário para que os filhos superem dificuldades que eventualmente surgem na vida dos estudantes, sem, no entanto, desistir, estigmatizar os filhos ou culpar de imediato a escola;

08. Não facilita nem permite faltas, atrasos ou “enforcamento” de aulas ou ausência nos dias letivos sem motivo absolutamente justo;

09. Segue e faz os filhos seguirem o regulamento da escola, nunca estimulando ou desejando regras especiais para o seu filho, que reconhece como igual às demais crianças, com direitos e deveres, enfim, sem “pressionar” a escola para que ela mude seus pressupostos e aja de acordo com o que considera interesse pessoal;

10. Não pressiona a escola ou determinado professor quando alguma coisa inesperada ocorre, porém averigua a situação real, pois uma boa escola nunca deseja errar e sabe que uma boa educação escolar é a melhor aliada da família na formação de cidadãos honestos, produtivos e bem-sucedidos.

Mensagens para Reunião

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Sugestões de Mensagens
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Direcione seu olhar
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Quando estiver em dificuldade,
e pensar em desistir,
lembre-se dos obstáculos que já superou.
Olhe para trás.

Se tropeçar e cair, levante,
não fique prostrado,
esqueça o passado.
Olhe para frente.

Ao sentir-se orgulhoso
por alguma realização pessoal,
sonde suas motivações.
Olhe para dentro.

Antes que o egoísmo o domine,
enquanto seu coração é sensível
socorra aos que o cercam.
Olhe para os lados.

Na escalada rumo às posições,
no afã de concretizar seus sonhos,
observe se não está pisando em alguém.
Olhe para baixo.

Em todos os momentos da vida,
seja qual for sua atividade,
busque a aprovação de Deus.
Olhe para cima!

Professor(a)
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Não me ensine nada que eu possa descobrir. Provoque minha curiosidade.
Não me dê apenas respostas. Derrame minhas idéias e me dê somente pistas de como ordená-las.
Não me mostre exemplos. Antes me encoraje a ser exemplo vivo de tudo o que posso aprender.
Construa comigo o conhecimento. Sejamos juntos inventores, descobridores, navegantes e piratas de nossa aprendizagem.
Não fale apenas de um passado distante ou de um futuro imprescindível. Esteja comigo hoje alternando as sensações de quem ensina e de quem aprende."
Ivana M. Pontes


ORAÇÃO DO GRUPO
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Senhor eu te peço pelo meu grupo.
Para que nos conheçamos melhor em nossas limitações;
Para que cada um de nós sinta e viva as necessidades dos outros;
Para que as nossas discussões não nos dividam, mas nos unam em busca da verdade e do bem;
Para que cada um de nós, ao construir a própria vida, não impeça o outro de viver a sua;
Para que as nossas diferenças não excluam a ninguém do nosso grupo, mas nos levem a buscar a riqueza da unidade;
Para que olhemos para cada um Senhor, com os teus olhos e nos amemos com o teu coração;
Para que o nosso grupo não se feche em si mesmo, mas seja disponível, aberto, sensível aos desejos dos outros;
Para que no fim de todos os caminhos, além de todas as buscas, no final de cada discussão e depois de cada encontro, nunca haja “vencidos”, mas sempre “irmãos.”
Amém

A lição do fogo
Paulo Lacava
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Um membro, que regularmente frequentava um determinado grupo de estudos, sem nenhum aviso deixou de participar de suas atividades.
Após algumas semanas, o Mestre daquele grupo decidiu visitá-lo.
Era uma noite muito fria.
O Mestre encontrou o homem em casa, sozinho, sentado diante da lareira, onde ardia um fogo brilhante e acolhedor.
Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vindas ao Mestre, conduziu-o a uma grande cadeira perto da lareira e ficou quieto, esperando.

No silêncio sério que se formara, apenas contemplavam a dança das chamas em torno das rachas de lenha, que ardiam.
Ao cabo de alguns minutos, o Mestre examinou as brasas que se formaram e cuidadosamente selecionou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a para o lado.
Voltou então a sentar-se, permanecendo silencioso e imóvel.

O anfitrião prestava atenção a tudo, fascinado e quieto.
Aos poucos a chama da brasa solitária diminuía, até que houve brilho momentâneo e seu fogo apagou-se de vez.
Em pouco tempo, o que antes era uma festa de calor e luz, agora não passava de um negro, frio e morto pedaço de carvão recoberto de uma espessa camada de fuligem acinzentada.
Nenhuma palavra tinha sido dita desde o protocolar cumprimento inicial entre os dois amigos.

O Mestre, antes de se preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, colocando-o de volta no meio do fogo.
Quase que imediatamente ele tornou a incandescer alimentado pela luz e calor dos carvões ardentes em torno dele.

Quando o Mestre alcançou a porta para partir, seu anfitrião disse:
- Obrigado. Por sua visita e pelo belíssimo sermão.
Estou voltando ao convívio do grupo.
Muito obrigado!

Aos membros de um grupo vale lembrar que eles fazem parte da chama e que longe do grupo eles perdem todo o brilho.

Reflexão:
Aos Mestres e lideres vale lembrar que eles são responsáveis por manter acesa a chama de cada um e por promover a união entre todos os membros, para que o fogo seja realmente forte, eficaz e duradouro.

Recolhido no blog da Teresa Carneiro:
http://matecarneiro.blogspot.com/


Disciplina e Educação
Flávio Gikovate
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De repente, no melhor do sono, toca o despertador. É hora de levantar para ir à escola ou ao trabalho. Não é raro que, exatamente neste instante, se trave uma batalha importantíssima. De um lado, o sono, a preguiça, o desejo de continuar deitado sonhando com todo tipo de situações gostosas. De outro, a noção do dever, da obrigação, do compromisso assumido. A vontade mostra uma direção; a razão aponta o oposto.

Disciplina, na minha opinião, é a capacidade que permite à razão ser mais forte e vencer nossas vontades e nossa preguiça. É porque desenvolvemos essa qualidade que conseguimos fazer exercícios maçantes todos os dias na mesma hora; que evitamos comidas com muitas calorias ou prejudiciais à saúde; que nos faz abrir mão de coisas materiais para poupar e atingir um objetivo maior. Pessoas disciplinadas conseguem estudar quando, na verdade, estavam com vontade de assistir à televisão ou bater papo com os amigos.

Não resta a menor dúvida: os disciplinados terão maiores chances de sucesso nas atividades às quais se dedicarem. Entre talento e disciplina, é melhor ter os dois. Porém, a longo prazo, esta última é mais importante. Mas precisa ser conquistada.

É verdade que há pessoas que aceitam melhor as contrariedades. Essa capacidade de aceitação aumenta à medida que se desenvolvem a linguagem e o raciocínio lógico. Ambos nos ajudam a compreender por que nossas vontades nem sempre podem ser satisfeitas. Aprendemos a suportar melhor a dor.

A principal tarefa da educação, especialmente durante os primeiros anos de vida, seja desenvolver a razão e suas forças com o intuito de sermos capazes de "domesticar" nossas vontades. Uma visão equivocada da psicologia nos levou, nas últimas décadas, a privilegiar o livre exercício do desejo. O papel da razão – freio limitador dos impulsos – foi encarado como algo repressivo e negativo. Além disso, os pais, com medo de traumatizar os filhos e de perder o amor deles, têm fugido da tarefa, às vezes desagradável, de estabelecer limites e estimular as crianças a usar com eficiência a razão para dirigir suas vidas.

Na educação infantil, essa é a tarefa número um dos pais. Ao aprender a utilizar a razão em benefício próprio, a criança e depois o adulto experimentam enorme satisfação quando se sentem disciplinados. Sim, porque é nestes momentos que nos consideramos animais mais sofisticados, que definimos com propriedade de racionais.

A alegria íntima de quem se levanta cedo, faz exercícios e chega na hora certa aos compromissos assumidos é algo que não pode ser subestimado. Sentimo-nos fortes quando conseguimos nos controlar – coisa muito difícil. Sentimos que vencemos a batalha mais árdua: a interior. A auto-estima cresce. E para que nossos filhos experimentem todas essas sensações tão boas, devemos lhes ensinar, desde cedo, a abrir mão de suas vontades, sempre que a razão assim achar conveniente e útil.

Oração da Escola 
Gabriel Chalita
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Obrigado, Senhor, pela minha escola!

Ela tem muitos defeitos. Como todas as escolas têm. Ela tem problemas, e sempre terá. Quando alguns são solucionados, surgem outros, e a cada dia aparece uma nova preocupação.

Neste espaço sagrado, convivem pessoas muito diferentes. Os estudantes vêm de famílias diversas e carregam com eles sonhos e traumas próprios. Alguns são mais fechados. Outros gostam de aparecer. Todos são carentes. Carecem de atenção, de cuidado, de ternura.

Os professores são também diferentes. Há alguns bem jovens. Outros mais velhos. Falam coisas diferentes. Olham o mundo cada um à sua maneira. Alguns sabem o poder que têm. Outros parecem não se preocupar com isso. Não sabem que são líderes. São referenciais. Ou deveriam ser.

Funcionários. Pessoas tão queridas, que ouvem nossas lamentações. E que cuidam de nós. Estamos juntos todos os dias. Há dias mais quentes e outros mais frios. Há dias mais tranqüilos e outros mais tumultuados. Há dias mais felizes e outros mais do lorosos. Mas estamos juntos.

E o que há de mais lindo em minha escola é que ela é acolhedora. É como se fosse uma grande mãe que nos abraçasse para nos liberar somente no dia em que estivéssemos preparados para voar. É isso. Ela nos ensina nossa vocação. O vôo. Nascemos para voar, mas precisamos saber disso. E precisamos, ainda, de um impulso que nos lance para esse elevado destino.

Não precisamos de uma escola que nos traga todas as informações. O mundo já cumpre esse papel. Não precisamos de uma escola que nos transforme em máquinas, todas iguais. Não. Seria um crime reduzir o gigante que reside em nosso interior. Seria um crime esperar que o voo fosse sempre do mesmo tamanho, da mesma velocidade ou na mesma altura.

Minha escola é acolhedora. Nela vou permitindo que a semente se transforme em planta, em flor. Ou permitindo que a lagarta venha a se tornar borboleta. E sei que para isso não preciso de pressa. Se quiserem ajudar a lagarta a sair do casulo, talvez ela nunca tenha a chance de voar. Pode ser que ela ainda não esteja pronta.

Minha escola é acolhedora. Sei que não apreenderei tudo aqui. A vida é um constante aprendizado. Mas sei também que aqui sou feliz. Conheço cada canto desse espaço. As cores da parede. Os quadros. A quadra. A sala do diretor. A secretaria. A biblioteca. Já mudei de sala muitas vezes. Fui crescendo aqui. Conheço tudo. Passo tanto tempo neste lugar. Mas conheço mais. Conheço as pessoas. E cada uma delas se fez importante na minha vida. Na nossa vida.

E, nessa oração, eu Te peço, Senhor, por todos nós que aqui convivemos. Por esse espaço sagrado em que vamos nascendo a cada dia. Nascimento: a linda lição de Sócrates sobre a função de sua mãe, parteira. A parteira que não faz a criança porque ela já está pronta. A parteira que apenas ajuda a criança a vir ao mundo. E faz isso tantas vezes. E em todas as vezes fica feliz, porque cada nova vida é única e merece todo o cuidado.

Obrigado, Senhor, pela minha escola! Por tudo o que de nós nasceu e nasce nesse espaço. Aqui, posso Te dizer que sou feliz. E isso é o mais importante. Amém!