sábado, 20 de abril de 2013

Jussara Hoffmann


 Jussara Hoffmann

HOFFMANN, Jussara. A VALIAÇÃO MEDIADORA: UMA PRÁTICA EM CONSTRUCÃO DA PRÉ-ESCOLA À UNIVERSIDADE. Porto Alegre: Mediação. 2003.

Jussara Hoffmann tem como objetivo pensar as questões relacionadas à avaliação apondo-se a uma prática tradicional. Há um receia em mudar as práticas avaliativas tradicionais que medem as saberes.
Mas é de fundamental importância pensar três aspectos sobre a avaliação numa visão tradicional:
1º) 0 sistema de avaliação tradicional, classificatória, garante um ensino de qualidade?
2º) A conservação das provas e notas é garantia do efetivo acompanhamento das alunas na ação da aprendizagem?
3º) 0 sucesso de um aluna na escala tradicional significa a seu crescimento aceitável?
Sabemos as respostas a essas questões: esse tipo de avaliação e de escala só aumenta a número de alunas repetentes e evadidas.
Não cabe a escola somente garantir o ingresso. É necessário garantir o ingressa e a permanência com qualidade­(que os permita acessar outros níveis do saber).
Será que a escola brasileira tem garantido esse direito?
Um dos problemas encontrados em relação aos professores é o pensamento constante de como fazer a avaliação ao invés de pensar “o sentido real da avaliação.
Comprova-se uma prática ande as provas são aplicadas por obrigação do sistema para medir resultados periódicos e finais dos alunos, tornando essa prática sem nenhum objetivo por seu trabalho docente. É um sistema classificatório.
Para uma visão construtivista da avaliação, a questão da qualidade do ensino é fundamental. Deve ser analisada em termos dos objetivos efetivamente perseguidos no sentido do aumento máximo da aprendizagem dos alunos, alcançada pela criança a partir das oportunidades que a ambiente lhe oferece.
Para Hoffmann a avaliação mediadora serve para conhecer melhor os alunos. É uma comunicação entre professor e aluno, serve como desafia na busca da autonomia.
Porque um aluno não aprende?
É possível verificar que o aluno não aprende porque não tem a oportunidade de descobrir o que pensa, debater suas idéias, explicar suas dúvidas. Isto é, não lhe são oportunizadas atividades em que tenha que construir conhecimento.
Ao professor cabe planejar e oferecer aos alunos situações onde tenham que por em jogo o que sabem para ampliar seus conhecimentos. O aluno constrói o seu conhecimento no intercambio com o meio em que vive. Deste modo, depende das condições desse meio, da vivência de objetos e situações, para extrapolar determinados estágios de desenvolvimento e ser capaz de estabelecer afinidades cada vez mais abstratas e complicadas.
O professor precisa considerar a heterogeneidade da sala de aula e garantir situações que atinjam a todos. O desenvolvimento do indivíduo se dá por práticas evolutivas do pensamento a partir de seu amadurecimento e suas experiências.
Nessa perspectiva de avaliação mediadora o erro serve para retomar o que foi ensinado e o que foi aprendido: o tempo de correção passa a existir como um períoda de reflexão sobre as hipóteses que vierem sendo construídas pelo aluno. Torna-se uma avaliação diagnóstica.
A avaliação mediadora tem como princípios:
1º) Oportunizar aos alunos muitos momentas de expressar suas idéias. O educador deve avaliar efetivamente toda a produção do aluno, partindo de suas idéias ou dificuldades para o projeto de novas atos educativas.
2º) Oportunizar discussões entre os alunos a partir de situações desencadeadoras.
3) Observar a produção de conhecimento pessoal de cada aluno.
É importante ressaltar que a avaliação mediadora é diferente da avaliação classificatória. Ela deve analisar teoricamente as várias manifestações dos alunos para acompanhar as suposições que vêm estabelecendo a respeito de determinados assuntos, em diferentes áreas de conhecimentos, de forma a exercer uma ação educativa que Ihes beneficia a descoberta de melhores soluções ou a reformulação de hipóteses preliminarmente formuladas. Ela respeita a construção das crianças.
Relatórios de avaliação.
Os registros realizados da avaliação servem ao professor para a reflexão sobre o sentido da prática avaliativa. Não pode ser um registro esporádico para realmente prestar seu papel no planejamento e na avaliação deve ser diários, permanentes e contínuas.
Avaliação mediadora no ensino de 2° e 3° graus.
Percebe-se que os professores desses níveis de ensino estão muito menos preocupados em discutir as questões relativas à avaliação. Portanto, é imprescindível pensarmos:
1º) Como superar o descrédito dos professores desses graus de ensino quanto ao aspecto da avaliação enquanto ação mediadora?
2º) Quais são as questões emergenciais na discussão desse estágio, levando-se em conta a superficialidade do desenvolvimento de professores nessa área?
3º) Em que medida prevalece uma concepção de conhecimento behaviorista, fortalecedora· da visão classificatória da avaliação?
A concepção de avaliação mediadora cabe aqui pois, vai contra uma visão tradicional de transmitir - verificar - registrar e evoluir no sentido de uma ação reflexiva e desafiadora do educador em termos de fornecer, explicar, beneficiando a troca de idéias entre e com seus alunos, num movimento de superação do saber transmitido a uma cultura de saber enriquecido, erguido a partir da compreensão dos fenômenos estudados. Essa diferença na percepção ajudaria muito no planejamento de práticas mais interessantes, bem como sua forma de avaliação.
Essa concepção aponta uma prática (de sala de aula e avaliativa) com vistas a ação-reflexão-ação. Nesse aspecto, a avaliação passa a exigir do professor uma relação epistemológica com o aluno. Uma conexão entendida como uma reflexão aprofundada sobre as formas como se dá a abrangência do educando sobre o objeto do conhecimento. É refletir em conjunto com o aluno sobre o conhecimento, para encaminhar-se à superação, é desenvolver uma relação dialógica com o mesmo.
A maioria dos professores gasta um tempo razoável com correção de provas e atribuições de notas e conceitos a cada período letivo. Entretanto, se tais provas e trabalhos fosse realizados após concluídos os seguimentos do currículo ou ao término das aulas, jamais professor e aluno organizarão dialogo necessário à apreensão de ambos sobre o significado de determinadas repostas.

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