Educar é Semear

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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Contos modificados


Lingua Portuguesa


CHAPEUZINHO AMARELO
(Chico Buarque de Holanda)
Era a Chapeuzinho Amarelo.
Amarelada de medo.
Tinha medo de tudo, aquela Chapeuzinho.
Já não ria.
Em festa não aparecia.
Não subia escada
nem descia.
Não estava resfriada,
mas tossia.
Ouvia um conto de fada e estremecia.
Não brincava mais de nada,
Nem amarelinha.
Tinha medo de trovão.
Minhoca, pra ela, era cobra.
E nunca apanhava sol,
porque tinha medo de sombra.
Não ia pra fora pra não se sujar.
Não tomava banho pra não descolar.
Não falava nada pra não engasgar.
Não ficava em pe com medo de cair.
Então vivia parada, deitada,
mas sem dormir, com medo de ter pesadelo.

Estudo do texto
1) Dê outro título para a história?
2) Escreva alguns medos que a Chapeuzinho Amarelo tinha.
3) Qual destes medos lhe chamou mais a atenção? Por quê?
4) Comente a frase: “E nunca apanhava sol, porque tinha medo de sombra”.
5) Nossos sentimentos têm alguma relação com as cores? Explique como você entende isso.
Compare Chapeuzinho vermelho com Chapeuzinho Amarelo. Quais são as diferenças entre elas?


CHAPEUZINHO VERMELHO DE RAIVA
(Mario Prata)
- Senta aqui mais perto, Chapeuzinho. Fica mais pertinho da vovó, fica.
- Mas vovó, que olho vermelho... E grandão... Que que houve?
- Ah, minha netinha, estes olhos estão assim de tanto olhar pra você. Alias esta queimada, hein?
- Guarujá. Vovó. Passei o fim de semana lá. A senhora não me leve a mal, não, mas a senhora esta com um nariz tão grande, mas tão grande! Ta tão esquisito, vovó.
- Ora, Chapéu, é a poluição. Desde que começou a industrialização do bosque que é um Deus nos acuda. Fico o dia todo respirando este ar horrível. Chegue mais perto, minha netinha, chegue.
- Mas em compensação, antes eu levava mais de duas horas para vir de casa até aqui e agora, com a estrada asfaltada, em menos de quinze minutos chego aqui com a minha moto.
- Pois é, minha filha. E o que tem ai nesta cesta enorme?
- Puxa, já ia me esquecendo: a mame mandou umas coisas para a senhora (...), mas é para a senhora comer um só por dia, viu? Lembra da indigestão do carnaval?
- Lembra-se, se lembro...
- Vovó, sem querer ser chata...
- Ora, diga.
- As orelhas. A orelha da senhora ta tão grande. E ainda por cima, peluda. Credo, vovó!
- Ah, mas a culpada é você. São estes discos malucos que você me deu. Onde já se viu fazer musica deste tipo? Um horror! Você me desculpe, mas estas guitarras, é guitarra que se diz não é? Pois é; estas guitarras são muito barulhentas... Não há ouvido que agüente, minha filha. Musica é a do meu tempo. Aquilo sim, eu e seu finado avô, dançando valsas... Ah, esta juventude esta perdida mesmo.
- Por falar em juventude, o cabelo da senhora está um barato hein? Todo desfiado, pra cima, encaracolado. (...).
- Também tenho que entrar na moda, não é, minha filha? (...).
- E esta boca imensa???!!!
A avó pula da cama e coloca as mãos na cintura, brava:
Escuta aqui, queridinha: você veio aqui hoje para me criticar, é?!
Estudo do texto
1) Os textos apresentados são versões de que historia famosa?
2) A personagem principal tem as mesmas características nos dois textos?
3) Os dois textos são escritos da mesma forma?
4) O que a cor do chapéu da personagem indica em cada texto?
5) O tema e o objetivo destas novas histórias são semelhantes?
6) De certo modo, esse texto nos traz uma lição. Qual seria essa mensagem?





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