O FOLCLORE NAS
REGIÕES BRASILEIRAS
Qual a origem do folclore brasileiro? O folclore brasileiro, um dos mais ricos do
mundo, formou-se ao longo dos anos principalmente por índios, brancos e
negros. Saiba mais analisando o folclore das regiões brasileiras.
Região
Sul (Paraná • Santa Catarina • Rio
Grande do Sul)
1-
Danças: congada,
cateretê, baião, chula, chimarrita, jardineira, marujada.
Congada
Bailado popular que acontece em algumas regiões do Sudeste brasileiro, como nos estados do Paraná e Minas Gerais, como também no Nordeste, na Paraíba. Esta manifestação cultural tem origem no catolicismo e nas sangrentas histórias de guerra do povo africano, como a do assassinato do rei de Angola, Gola Bândi. Na congada dramatizam uma procissão de escravos feiticeiros, capatazes, damas de companhia e guerreiros que levam a rainha e o rei negro até a igreja, onde serão coroados. Durante o cortejo, ao som de violas, atabaques e reco-recos, realizam danças com movimentos que simulam uma guerra.
Cateretê
Também chamado catira, cateretê, é uma dança de origem indígena e
dançada em muitos estados brasileiros. Foi bastante usada pelo Padre Anchieta
que em sua catequese, traduziu para a língua tupi alguns textos católicos,
assim enquanto os índios dançavam, cantavam trechos religiosos, por este fato
é que muitos caipiras paulistas consideram muitas danças diabólicas, menos o
cateretê. Os trajes usados são as roupas comuns de todo o dia. A dança varia
em cada região do país, mas geralmente são dançadas em duas fileiras formadas
por homens de um lado e mulheres do outro, que batem o pé ao som de palma e
violas. Também pode ser dançada só por homens. As melodias são cantadas pelos
violeiros. Alceu Maynard Araújo registra e explica em sua obra que essa dança
usada pelos catequistas, é muito conhecida e difundida entre os caipiras do
Estado de São Paulo. Nas zonas litorâneas que temos visitado desde Angra dos
Reis (Estado do Rio de Janeiro) até baía de Paranaguá (Estado do Paraná) ele
é dançado com tamancos de madeira dura.
(...) Além disso, foi dança de um grupo social, dos tropeiros. Documentos abundantes mostram que, desde o Cubatão até o Interior mais distante, os tropeiros, de tropa arriada e de animais chucros, transformavam os pousos e ranchos em sedes de danças por eles preferidas, quase sempre o bate-pé. Na descrição por Hércules Florence (N.E.: o "pai" brasileiro da Fotografia, e que percorreu o Caminho do Mar no século XIX) do pouso de Cubatão, 1829, se vêem até os assistentes do sapateado batendo com as mãos nos bancos a fazer o ritmo.
PAU DE
FITAS
A Dança Pau de Fitas é uma tradição milenar, originária do meio rural
que aparece em alguns países latino-americanos como: a Espanha, Inglaterra e
outras regiões da Europa. Este tipo de dança também já existia na América,
muito antes de seu descobrimento e os maias ainda incluem em seus costumes.
Aparece ainda, entre os mineiros de Nuanda, no Peru, no século XVIII. Em São
Benedito de Los Andes, na Venezuela, foi registrada dança semelhante aos
paus-de-fita dançados aqui no Brasil.
Em tribos pagãs essa coreografia tinha o significado de dança da
fertilidade. Era executada em torno de um totem na forma de membro viril, em
que as mulheres estéreis realizavam um culto, fazendo evoluções e invocando a
proteção dos deuses para por fim à esterilidade.
Em muitas partes da Europa, na primavera ou no princípio do verão, ou
mesmo no dia do solstício de verão, era e ainda é costume ir passear pelos
bosques, cortar uma árvore e leva-la para a aldeia, onde era erguida em meio
à alegria geral. A intenção deste costume era levar para cada uma das casas
da aldeia, as bênçãos que o espírito da árvore tem o poder de conceder. Até
hoje, mastros de maio, adornados de flores e fitas, são levantados são
levantados no primeiro dia do mês de maio, tendo como objetivo, atrair o
frutificante espírito da vegetação, recém-desperto pela primavera.
No Brasil, esta dança, é encontrada em vários estados, fazendo parte
do repertório de grupos folclóricos de várias etnias. Nos países de origem
portuguesa, ela geralmente está associada à Dança dos arcos e flores e à
Jardineira. A apresentação desta dança é uma das mais bonitas do folclore
catarinense. Para o seu desenvolvimento é necessário um mastro com cerca de
três metros de comprimento, encimado por um conjunto de largas fitas
multicoloridas. Os dançadores, sempre em número par, seguram na extremidade
de cada fita e, ao som de músicas características, giram em torno do mastro,
revezando os pares de modo a compor trançados no próprio mastro, com variados
e coloridos desenhos. No Rio Grande do Sul estes trancamentos tomam o nome
de: “Trama”, “Trança” ou “Rede de Pescador”.
Em Santa Catarina há o”Tramadinho”, “Zigue-Zague”, “Zigue-Zague” a
dois, “Trenzinho”, “Feiticeira” e “Rede de Pescador”. Segundo Doralécio
Soares, existem traçamentos em que são homenageadas pessoas ou entidades,
cujo nome vai aparecendo no ato do trançamento.
2- Festa tradicionais: Nossa Senhora dos Navegadores, em Porto Alegre; da Uva, em Caxias do Sul; da Cerveja, em Blumenau (Oktoberfest); festas juninas; rodeios.
3-Lendas:
Negrinho do Pastoreio, do Sapé, Tiaracaju do Boitatá, do Boiguaçú, do
Curupira, do Saci-Pererê.
4- Pratos:
churrasco, arroz-de-carreteiro, feijoada, fervido.
5- Bebidas:
chimarrão, feito com erva-mate, tomado em cuia e bomba apropriada
O
Boitatá
O Boitatá, reza a lenda, é um monstro em forma de cobra que sobreviveu
a um grande dilúvio enterrado em um buraco. Acostumou-se a enxergar no escuro
e por isto seus olhos cresceram - dizem até que no lugar de olhos há duas
bolas flamejantes. Por isto, de dia é quase cego; de noite, vê quase tudo, e
é a hora que o Boitatá sai para se alimentar de restos de animais. No Sul,
mais precisamente em Santa Catarina, conta-se que o Boitatá tem esses olhos
luminosos por se alimentar apenas dos olhos dos animais, absorvendo toda sua
luz. Perseguindo os viajantes noturnos ou simplesmente vagando por aí com sua
luz brilhante, o Boitatá é também chamado de "Cumadre Fulozinha" ou
"Batatão" no Nordeste do Brasil, ou de fogo-fátuo. No Sul, é
conhecido como "Baitatá", "Bitatá". E conta-se que quem
vê sua luz na noite fica cego ou enlouquece de vez.
A origem de seu nome parece ser indígena, vinda da expressão
"mbaê-tata", que significa coisa de fogo. Para os índios, o
"mbaê-tata" mora no fundo dos rios. Em 1560, Padre Anchieta já
havia descrito como o mbaê-tatá era temido pelos índios - uma espécie de
assombração muito perigosa. Igualmente em relação aos africanos, que
trouxeram o mito do Boitatá, que também habitava as águas fundas e caçava à
noite. E nem sempre o Boitatá é visto como mau: em algumas tribos indígenas,
e também no Sul do Brasil, é protetor da mata contra incêndios.
Na
verdade, é comprovado cientificamente que o fogo-fátuo é um fenômeno comum em
áreas pantanosas e onde há sepulturas e carcaças de grandes animais. A ilusão
de um grande fogo em movimento seria efeito de gases inflamáveis
desprendidos, vistos de longe.
O
Curupira
O
curupira é um indiozinho peludo, com os cabelos e pés virados para trás,
protetor das plantas e animais das florestas. Vive montado em um porco do
mato e tem um cachorro chamado Papamel, de que não se separa; ao ver alguém
na mata, avisa-o, cantando. Também dizem que se disfarça e ilude o caçador
que o persegue, fazendo-o embrenhar-se na mata até se perder e morrer de
fome. Os pés virados para trás servem para despistar os caçadores, que
seguiriam rastros falsos até se perder na mata. Só os que caçam por
necessidade são protegidos.
É
também conhecido como caipora ou caapora e protege as fêmeas grávidas e os
filhotes de todo tipo de animal. Os caçadores que temem o curupira não
perseguem estes bichos e não caçam à sexta-feira em noite de luar e nem aos
domingos e dias santos. Para agradar esta criatura das matas, os índios
costumavam deixar-lhe presentes nas florestas, como penas, esteiras e
cobertores.
O
Saci-Pererê
O
saci-pererê é um moleque negro, de uma perna só, que usa uma carapuça
vermelha e fuma um cachimbo de barro. Dizem que a sua força está na carapuça:
quem conseguir apanhar e escondê-la fará do saci seu escravo por toda vida. É
brincalhão, pode aparecer em qualquer parte. Tem as mãos furadas no centro e
seu maior prazer é brincar com uma brasa acesa que faz passar de uma para
outra mão pelos furinhos das palmas.
Em
certas regiões, porém, o saci é visto como uma entidade ruim. O mais comum é
a versão do saci como um moleque cheio de travessuras: esconde brinquedos,
chupa o sangue dos animais das fazendas, embaraça a crina dos cavalos, gora
os ovos da galinha, "reza" os milhos de pipoca para não
estourarem...
E quem
captura um saci e consegue se apoderar de sua carapuça, pode pedir favores ao
saci em troca. Ele fará qualquer coisa para tê-la de volta!
1- Danças:
fandango, folia de reis, catira, batuque e quadrilha.
Fandango
Dança
popular gaúcha, de origem portuguesa, também conhecida no Norte e Nordeste
como Marujada. Ao som da viola ou da sanfona, o grupo de dança mistura
cantigas náuticas, de origens que retratam as conquistas marítimas e o
heroísmo dos navegadores portugueses, e o sapateado. Esse bailado não possui
enredo ordenado, mas a apresentação do auto começa sempre com a chegada de
uma miniatura de barco à vela puxado pela tripulação, que é formada pelos
componentes do grupo de dança.
Quadrilha;
Quadrilha é uma contradança de origem inglesa em compasso de 6 / 8, na
qual quatro pares se situam frente a frente. Teve o seu apogeu no séc. XVIII,
em França, onde recebeu o nome de anglaise. Tornou-se muito popular nos
salões aristocráticos e burgueses do séc. XIX em todo o mundo ocidental.No
Brasil, a quadrilha é parte das comemorações chamadas de festas juninas. Um
animador vai pronunciando frases enquanto os demais participantes, geralmente
em casais, se movimentam de acordo com as mesmas. Para alguns cientistas
sociais, especialmente antropólogos, tal forma de entretenimento representa
uma permanência do pensamento evolucionista muito em voga principalmente no
século XIX, onde pessoas que residem em meios urbanos agem de forma
estereotipada, zombando dos moradores de áreas rurais mesmo sem se darem
conta.
2- Festa tradicionais:
Carnaval; Festas juninas; Rodeios.
Carnaval
O carnaval é um período de festas profanas regidas pelo ano lunar que tem suas origens na Antiguidade e recuperadas pelo cristianismo, que começava no dia de Reis (Epifania) e acabava na Quarta-feira de cinzas, às vésperas da Quaresma. O período do carnaval era marcado pela "adeus à carne" ou "carne vale" dando origem ao termo "carnaval". Durante o período do carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. O carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. A cidade de Paris será o grande modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no carnaval francês para implantar suas novas festas carnavalescas. Atualmente o carnaval do Rio de Janeiro, Brasil é considerado um dos mais importantes desfiles de carnaval do mundo. Em Portugal, existe já uma grande tradição carnavalesca, nomeadamente os carnavais de Loulé, Sesimbra, Rio Maior e Torres Vedras, destacando-se Torres Vedras, possuindo o carnaval mais antigo e mais português de Portugal, mantendo-se popular e fiel à tradição rejeita o samba e outros estranjeirismos. 3- Lendas: Lobisomem, Mula-sem-cabeça, Iara, Lagoa Santa.
A Iara
Uma sedutora sereia que atrai os homens até o fundo do mar, a Iara é
metade mulher, metade peixe. Mora no fundo das águas - doces ou salgadas, não
importa - e aparece no final da tarde, encantando os homens com sua canção
mágica, que os hipnotiza e lhes faz se afogarem.
Diz-se
que nenhum homem resiste a seu canto. Um certo dia, o índio Tapuia a viu
surgindo das águas, escutou seu canto e resistiu: remou depressa de volta
para a aldeia. Só que não conseguiu esquecer a música da Iara e acabou
voltando para reencontrá-la. O final é controverso: uns dizem que Tapuia e a
Iara se casaram e foram felizes para sempre; outros acreditam que ela, sempre
buscando novas vítimas, voltava às margens das águas para trazer para o fundo
mais e mais pescadores.
O
Lobisomem
O lobisomem é um homem comum, mas nas noites de sexta-feira, de lua
cheia, transforma-se e corre pelos campos, uivando. Invade galinheiros,
devora cães e ataca as crianças que encontra pelo caminho. Ao romper da
aurora é novamente um homem comum.
Segundo
a lenda, um homem vira lobisomem: quando é filho de uma comadre com compadre
ou de padrinho com afilhada; quando é filho de uma relação incestuosa; quando
é o primeiro homem depois que um casal teve sete filhas mulheres.
O
lobisomem não é exclusivo de nosso folclore; pertence ao imaginário europeu e
mesmo da Grécia e Roma antigas.
Mula-sem-cabeça
Dizem que pode virar mula-sem-cabeça a mulher que se envolve com um
padre. A mula-sem-cabeça não tem cabeça mas vomita fogo pelas ventas, tem um
relincho forte, mas algumas vezes grita como um ser humano. Para
desencantá-la é preciso que alguém muito corajoso lhe arranque o cabresto ou
pique-a com um alfinete para que sangre.
Ela
aparece à meia-noite, em noites escuras, perto de igrejas. Quem a vê, deve
deitar de bruços no chão para esconder seus olhos, unhas e dentes para que a
mula-sem-cabeça não o ataque.
É
também conhecida como Burrinha do Padre e Cavalo-sem-cabeça, de acordo com a
região. Em Santa Catarina, a lenda tem uma variação interessante: para saber
se uma mulher é amante do padre, é preciso amarrar um ovo em uma fita como
nome da mulher e jogar ao fogo. Se o ovo cozer e a fita não queimar, aquela é
a amante do padre.
4- Pratos: tutu de feijão, feijoada,
ligüiça, carne de porco.
5- Artesanato:
trabalhos em pedra-sabão, colchas, bordados, e trabalhos em cerâmica.
Região Centro-Oeste ( Mato Grosso do Sul • Mato Grosso • Goiás • Distrito Federal )
1- Danças:
tapiocas, congada, reisado folia de reis, cururu e tambor.
Congada
Bailado
popular que acontece em algumas regiões do Sudeste brasileiro, como nos
estados do Paraná e Minas Gerais, como também no Nordeste, na Paraíba. Esta
manifestação cultural tem origem no catolicismo e nas sangrentas histórias de
guerra do povo africano, como a do assassinato do rei de Angola, Gola Bândi.
Na congada dramatizam uma procissão de escravos feiticeiros, capatazes, damas
de companhia e guerreiros que levam a rainha e o rei negro até a igreja, onde
serão coroados. Durante o cortejo, ao som de violas, atabaques e reco-recos,
realizam danças com movimentos que simulam uma guerra.
Reisado
(Folia de Reis)
O
Reisado foi introduzido no Brasil-Colônia pelos portugueses no século XIX. É
um espetáculo popular das festas de Natal e Reis, cuja ribalta é a praça
pública, a rua, mas as vezes pode ser apresentado em residências.
Folia
de Reis, ou Reisado, constitui um dos mais originais folguedos folclóricos. É
uma folia conhecida em Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Paraná, Rio de
Janeiro, Espírito Santo e, desde alguns anos, na Guanabara. No interior, é
uma dança do período natalino em comemoração ao nascimento do Menino Jesus e
em homenagem aos Reis Magos: Gaspar, Melchior e Baltazar, que levaram ouro,
incenso e mira, que representam as três dimensões de Cristo (realeza,
divindade e humanidade).
Esta
festa tem sua origem primária na Festa do Sol Invencível, comemorada pelos
romanos e depois adotada pelos egípcios. A festa romana era comemorada em 25
de dezembro (calendário gregoriano) e a egípcia em 6 de janeiro. No século
III, ficou estabelecido que dia 25 de dezembro se festejaria o nascimento de
Cristo e 6 de janeiro, dia dos Reis.
A
característica principal do reisado está no uso de muitos adereços, trajes
com cores quentes e chapéus ricamente enfeitados com fitas coloridas e
espelhinhos.
2- Festas tradicionais: carvalhada, tourada, festas juninas. 3- Lendas: pé-de-garrafa, Lobisomem, Saci-Pererê, Ramãozinho. 4- Pratos: arroz de carreteiro, mandioca, peixes.
Região Nordeste
( Maranhão • Piauí • Ceará • Rio Grande do
Norte •
Paraíba •
Pernambuco • Bahia • Sergipe • Alagoas )
1- Danças: frevo, bumba-meu-boi, maracatu,
baião, capoeira, caboclinhos, bambolê, congada, carvalhada e cirandas.
Baião
Dança e
canto típico do Nordeste, inicialmente era o nome de um tipo de festa, onde
havia muita dança e melodias tocadas em violas. Este gênero musical que era
restrito ao sertão nordestino, passou a ser conhecido em todo Brasil, por
intermédio do sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga, quando gravou em 1946,
seu primeiro grande sucesso Baião. A partir daí e até meados da década de
1950, este ritmo tomou conta do Brasil e vários artistas começaram a gravar o
baião. Em 1950, este gênero musical também passou a ser conhecido
internacionalmente, o baião Delicado do instrumentista e compositor Valdir
Azevedo, recebeu várias orquestrações de maestros americanos. O baião só
perdeu o seu reinado com a aparecimento da bossa nova, mesmo assim ainda se
sente sua influencia em muitos compositores até os dia de hoje. Com seu ritmo
binário e suas melodias a fazer muito sucesso no nordeste.
Ciranda
A
Ciranda não é só divertimento de crianças, é também uma dança de roda de
adultos, de origem portuguesa, que apareceu no litoral norte de Pernambuco.
Uma das cirandeiras de Pernambuco muito conhecida é a Lia de Itamaracá. A
Ciranda surgiu também, simultaneamente, em áreas do interior da Zona da Mata
Norte deste Estado.
Há
várias interpretações para a origem da palavra ciranda, mas segundo o Padre
Jaime Diniz, um dos pioneiros a estudarem o assunto, vem do vocábulo espanhol
zaranda, que significa instrumento de peneirar farinha e que seria uma
evolução da palavra árabe çarand.
Ciranda
é uma dança comunitária que não tem preconceito quanto ao sexo, cor, idade,
condição social ou econômica dos participantes, assim como não há limite para
o número de pessoas que dela podem participar. Começa com uma roda pequena
que vai aumentando, a medida que as pessoas chegam para dançar, abrindo o
círculo e segurando nas mãos dos que já estão dançando. Tanto na hora de
entrar como na hora de sair, a pessoa pode fazê-lo sem o menor problema.
Quando a roda atinge um tamanho que dificulta a movimentação, forma-se outra
menor no interior da roda maior. A música é executada por um grupo denominado
“terno”, colocado no centro da roda, tocando instrumentos de percussão
(bumbo,tarol, caixa, ganzá) e de sopro (pistons e trambone). As canções são
tiradas pelo mestre-cirandeiro e respondida pelo coro dos demais, têm
temáticas que refletem a experiência da vida: na zona cafeeira canta-se o
engenho, o eito, a safra; na zona litorânea, os coqueiros, as praias, as
canoas, os pescadores, as sereias, o vento; o amor, porém, é tema constante,
sob várias formas: moça, beijo, casamento, abraço, “cheiro”, etc. (Fonte: http://www.rosanevolpatto.trd.br/paudefitas.htm)
Coco
Alagoano
Dança
típica de Alagoas, de origem africana, que se espalhou por todo o Nordeste
recebendo nomes e formas de coreografias diferentes. A dança é cantada e
acompanhada pela batida dos pés ou pela vibração do patear dos cavalos. O
mestre ou o tocador de coco entoa as cantigas cujo refrão é respondido pelos
cantadores.
Frevo
O frevo
é uma dança popular que distingue-se da marcha em geral, e da marcha carioca
em particular, pelo ritmo muito mais rápido, freqüentemente sincopado,
obrigando a movimentos que chegam a paroxismos frenéticos e lembram, por
vezes, o delírio.
Embora
esteja presente em todo o Nordeste, é em Pernambuco que o Frevo adquire
expressão mais significativa. Segundo algumas opiniões, o frevo pernambucano
nasceu da polca-marcha, já na introdução sincopada em sesquiálteras.
Atribui-se a criação do novo ritmo ao capitão José Lourenço da Silva,
ensaiador das bandas da Brigada Militar de Pernambuco. A data do aparecimento
do frevo parece estar estabelecida, com certeza, entre os anos de 1909 e
1911. Alguns pesquisadores dizem que o frevo possui elementos de várias
danças como marcha, polca ou maxixe, outros pensam que ele foi influenciado
pela capoeira. O frevo não é cantando, sua música só é executada por
instrumentos de sopro e surdos, que formam a orquestra do frevo conhecida
como Fanfarra.
Maracatu
Dança
típica do Nordeste, principalmente de Pernambuco. Maracatu é um termo
africano que significa dança ou batuque, no qual um grupo de adeptos das
religiões afro-brasileiras saem fantasiados às ruas para fazer saudações aos
orixás, em um cortejo carnavalesco onde reis, rainhas, princesas, índios
emplumados e baianas cruzam as ruas dançando, pulando e passando de mão em
mão a calunga, boneca de pano enfeitada presa num bastão. O ritmo frenético
que acompanha o maracatu teve origem nas Congadas, cerimônias de escolha e
coroação do rei e da rainha da "nação" negra. Ao primeiro acorde do
maracatu, a rainha ergue a calunga para abençoar a "nação". Atrás
vão os personagens, com chapéus imensos, evoluindo em círculos e seguindo a
procissão recitando versos que evocam histórias regionais.
2- Festas: Senhor do Bonfim, Nossa. Senhora da Conceição, Iemanjá, na Bahia; Missa do Vaqueiro, Paixão de Cristo, em Pernambuco; festas Juninas, romarias - destaca-se a de Juazeiro do Norte, no Ceará.
Festa
Junina - A festa junina é uma
celebração tradicional brasileira que ocorre no mês de junho, festejando três
importantes santos católicos: São João (24 de junho), São Pedro (29 de junho)
e Santo Antônio (13 de junho). Em Portugal, estas festas são conhecidas pelo
nome de Santos Populares e correspondem a diferentes feriados municipais:
Santo António, em Lisboa, São João, no Porto e em Braga.
Recebeu o nome de junina (chamada inicialmente de joanina, de São João), segundo alguns historiadores, porque teve origem nos países católicos europeus e era uma homenagem a São João, que comemorava normalmente sua festa em junho. A festa foi trazida para o Brasil pelos portugueses e logo foi incorporada aos costumes dos povos indígenas e negros.
A festa
mais tradicional é a de São João, a qual é típica na Região Nordeste do
Brasil. Por ser uma região árida, o Nordeste agradece anualmente a São Pedro
e, claro, a São João, pelas chuvas caídas nas lavouras.
Em
razão da época propícia para a colheita do milho, as comidas feitas de milho
integram a tradição, como a canjica e a pamonha.
Atualmente,
os festejos ocorridos em cidades pólos do Nordeste dão impulso à economia
local. Citem-se, como exemplo, Caruaru, em Pernambuco; Campina Grande, na
Paraíba; e Maceió, em Alagoas.
As duas
primeiras cidades disputam o título de Maior São João do Mundo, embora Caruaru
esteja consolidada no Guinness Book, categoria festa country (regional,
caipira) ao ar livre. Hoje na disputa encontra-se também a cidade de Mossoró
no Rio Grande do Norte, que vem aumentando a cada ano sua Festa na Rua.
Região Norte (
Amazônia • Pará • Acre • Tocantins • Rondônia • Roraima • Amapá )
1- Danças:
marujada, carimbó, boi-bumbá, ciranda.
2- Festas: Círio
de Nazaré (Belém), indígenas.
3- Lenda: Sumaré, Iara, Curupira, da Vitória-régia, Mandioca, Uirapuru, o Boto Rosa.
A lenda
do Uirapuru (Norte);
Uirapuru é a designação comum a diversas aves florestais da família dos Troglodytidae e dos piprídeos, especialmente aquelas do gênero Pipra, de plumagem colorida, ger. uma combinação de preto com vermelho, laranja ou branco. O termo é proveniente da língua Tupi-guarani "wirapu 'ru", e pode ser chamado também por arapuru, guirapuru, rendeira, tangará ou virapuru. É um pássaro ativo que se locomove super rápido. Alimenta - se de frutas e, principalmente de pequenos insetos. Tem os pés grandes, plumagem pardo - avermelhada, laranja entre outras. Vive em meio a floresta úmida, nas Guianas, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, e encontra -se em quase toda região amazônica brasileira. O seu canto é longo e melodioso parecido com uma flauta. O "Uirapuru Laranja" ou "Dançador - laranja" (Pipra fasciicauda) é um dos mais bonitos da família Pipridae, porém o mais famoso é o uirapuru-verdadeiro (Cyphorhinus aradus), o qual tem o canto mais belo entre todos, que pertence a família Troglodytidae. O canto dos outros não se compara com o dele. Também são conhecidos pelos nomes de arapuru, guirapuru, rendeira, tangará e virapuru. Na Cidade de Manaus e em algumas regiões do Norte do Brasil a população acredita que levar o Uirapuru consigo empalhado traz sorte na vida e no amor, uma das causas por que o pássaro está em extinção, embora ele não seja fácil de ser encontrado.
O Boto
Rosa
O Boto Rosa é uma lenda amazônica. Conta-se que os botos do Rio
Amazonas transformam-se em homens muito atraentes à noite e saem para
conquistar as moças das cidades ribeirinhas. Eles sempre usam um chapéu para
esconder o buraco no alto da cabeça e saem, muito arrumados, para os bailes e
festas das vilas.
As
mães, portanto, sempre aconselham as filhas a não flertarem com rapazes
bonitos em festas, pois um deles poderia ser o boto, disfarçado de homem, que
as engravidaria e em seguida as abandonaria.
Depois
de conquistar uma moça, o boto volta para o rio de manhã cedo. A mulher nunca
mais torna a vê-lo. Esta lenda é usada até hoje por mães solteiras da região.
Sempre
se acreditou nas propriedades mágicas do boto de verdade. Acreditava-se que o
olho do boto era um ótimo amuleto para conquistar o amor de uma mulher. Era
capturado por pescadores para que partes de seu corpo, como a nadadeira e o
pênis, fossem usados na fabricação de remédios e amuletos contra a impotência
sexual.
Este
animal era bastante comum no Rio Amazonas mas, por conta de tantas lendas e histórias
de magia, foi muito procurado e caçado; hoje em dia é uma espécie em
extinção.
A
Vitória-Régia
Há muito, muito tempo, entre os habitantes de uma tribo indígena,
contava-se que a Lua era um deus que namorava as mais belas virgens da
aldeia. Sempre que se escondia atrás da montanha, levava para si as moças de
sua predileção.
Uma
jovem virgem da tribo, a guerreira Naiá, vivia sonhando com este encontro e
mal podia esperar pelo grande dia que a Lua a chamasse. Os anciãos da tribo
alertavam Naiá: depois de seu encontro com a sedutora Lua, as moças perdiam seu sangue e sua carne, tornando-se
luz - viravam as estrelas do céu.
Mas
Naiá queria porque queria ser levada pela Lua. À noite, cavalgava pelas
montanhas atrás dela, sem nunca alcançá-la. Todas as noites eram assim, e a
jovem índia definhava, sonhando com o encontro sem desistir. Tão obcecada
ficou que não havia pajé que lhe desse jeito.
Um dia,
tendo parado para descansar à beira de um lago, viu em sua superfície a
imagem do deus amado: a Lua refletida em suas águas. Cega de paixão,
lançou-se ao fundo e se afogou. Mas a Lua, que também é senhora das águas,
compadeceu-se dela e a transformou em uma estrela das águas: uma flor,
chamada vitória-régia, que tem formato de estrela, bela cor e delicioso
perfume.
Pratos:
caldeirada de tucunaré, tacacá, tapioca, prato no tucupi .
Artesanato:
cerâmica marajoara, máscaras indígenas, artigos feitos em palha.
|
ORIGEM
No dia 11 de agosto de 1827, D.
Pedro I instituiu no Brasil os dois primeiros cursos de ciências jurídicas e
sociais do país: um em São Paulo e o outro em Olinda, este último mais tarde
transferido para Recife. Até então, todos os interessados em entender melhor o
universo das leis tinham de ir a Coimbra, em Portugal, que abrigava a faculdade
mais próxima. Na capital paulista, o curso acabou sendo acolhido pelo Convento
São Francisco, um edifício de taipa construído por volta do século XVII. As
primeiras turmas formadas continham apenas 40 alunos. De lá para cá, nove
Presidentes da República e outros inúmeros escritores, poetas e artistas já
passaram pela escola do Largo São Francisco, incorporada à USP em 1934.Cem anos
após sua criação dos cursos de direito, Celso Gand Ley propôs que a data fosse
escolhida para homenagear todos os estudantes. Foi assim que nasceu o Dia do
Estudante, em 1927.ORAÇÃO DO ESTUDANTE
Senhor, eu sou estudante, e por sinal, inteligente.
Prova isto o fato de eu estar aqui, conversando com você.
Obrigado pelo dom da inteligência e pela possibilidade de estudar.
Mas, como você sabe, Cristo, a vida de estudante nem sempre é fácil.
A rotina cansa e o aprender exige uma série de renúncias: o meu cinema, o meu jogo preferido, os meus passeios, e também alguns programas de TV .
Eu sei que preparo hoje o meu amanhã.
Por isso lhe peço, Senhor, ajuda-me a ser bom estudante.
Dê-me coragem e entusiasmo para recomeçar a cada dia.
Abençoe a mim, a minha turma e os meus professores. Amém.
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