sábado, 17 de março de 2012
Projeto Valores
Justificativa
Visando uma melhor convivência em sala de aula e ressaltando a importância do trabalho coletivo no processo de construção do conhecimento rumo a um desenvolvimento social baseado na justiça e no respeito mútuo; propusemos durante o ano de 2010, fazer uma reflexão sobre os valores na escola dando continuidade no lar.
Os PCN’s afirmam que “cabe à escola empenhar-se na formação moral de seus alunos...” (p. 32)
A cidadania não deve ser construída por vias burocráticas e esse desejo não deve ficar só no papel, nos livros, nos documentos, mas deve deixar de ser utopia e se tornar real, no convívio escolar. Deve fazer parte dos projetos escolares, da proposta pedagógica, do dia-a-dia. Essa meta deve ser seguida e conquistada por todos os educadores.
Por isso, percebemos que alguns valores e atitudes devem e podem ser trabalhados na escola, de preferência por todas as turmas e professores, para que todos “falem a mesma língua”, surtindo assim mais efeito. Através destas reflexões e observações, percebemos a necessidade deste projeto. E ele se faz urgente nesta escola e em muitas outras.
Para finalizar, mostrando a importância deste projeto, concordamos com Herkenhoff quando diz “não podemos ter, uma escola desligada de seu compromisso social, omissa em face de seu papel de transformação da realidade...(p.30, 1996), e é este o nosso compromisso, enquanto educadores. Vamos fazer a nossa parte neste processo de construção, tão importante.
Objetivos
Este projeto visa a valorização do ser humano, resgatando a importância das virtudes, como tendência para o bem, que devem ser ensinadas e partilhadas desde a mais tenra idade, levando à construção da cidadania e da autonomia.
Sensibilizar os alunos em relação à importância da boa convivência para criar um ambiente agradável na sala de aula
Desenvolver reflexões sobre ações corriqueiras. Reconhecer que, desde bem pequeno, podemos desenvolver boa educação e boas maneiras.
Melhorar a disciplina na sala criando regras de convivência e dinâmicas para perceberem algumas atitudes que causam a indisciplina.
Desenvolvimento:
Cada professor confeccionará com seus alunos um mural: “ O jardim das virtudes” (sugestão / cada sala poderá fazer um concurso entre os alunos e escolherem o próprio nome) neste mural haverá joaninhas ( uma para da criança) as joaninhas receberão suas pintinhas, após seus respectivos donos demonstrarem atitudes voltadas para a construção e vivência de valores.
Os alunos segundo os quais suas joaninhas receberem a maior quantidade de pintinhas receberá um menção honrosa ao final do ano letivo.
Eu e o outro
POR QUÊ? Perceber a importância do outro na nossa vida, aceitar as diferenças, respeitar os colegas, professores e funcionários desenvolver atitudes de solidariedade, respeitar e ajudar os idosos, os portadores de necessidades especiais, as crianças de outras raças e culturas.
PERÍODO: 2o bimestre
SUBTEMAS:
Maio- Igualdades e diferenças – respeito à diversidade
Junho- Justiça, Verdade e Honestidade
Junho- Amizade, amor, afeto
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
• Textos, poesias, mensagens, fábulas;
• Criação do Estatuto da Sala (com regras e multas);
• Discussão sobre as necessidades básicas do homem;
• Debate sobre os idosos, portadores de necessidades especiais, o menor abandonado, diferentes realidades e situações;
• Produção de texto, Relatório e ilustração;
• Dinâmicas;
• Confecção de matérias para o jornal Oficina de Ideias;
• Entrevistas com especialistas;
• Amigo Anjo, correio elegante;
• Exploração de cartazes, figuras e mensagens;
• Conversa sobre os temas trabalhados.
Eu e os problemas do mundo
POR QUÊ? Conhecer e discutir os problemas que afligem o mundo e o nosso município, perceber que podemos ajudar e evitar alguns, discutir causas e soluções, estimular a reflexão sobre estes problemas, perceber que alguns problemas estão bem perto da gente.
PERÍODO: 3o e 4O Bimestre
SUBTEMAS:
Agosto: Destruição do ambiente escolar, o que fazer com o lixo
Setembro: Violência e guerras, necessidade da paz
Outubro: As crianças (diferentes realidades)
Novembro: Doenças e vícios
Dezembro:Avaliação do projeto e culminância
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
• Pesquisa sobre os temas abordados;
• Debate, filmes;
• Cartazes, painéis;
• Campanhas de e solidariedade , Confecção de panfletos para distribuição nas campanhas;
• Recorte e estudo de reportagens;
• Confecção de matéria para o jornal Oficina de Ideias, sobre o tema;
• Trocar experiências e partilhar o conhecimento adquirido;
• Júri simulado sobre os temas propostos;
• Dinâmicas e vivências;
• Palestra e entrevistas (policiais, médicos e outros profissionais);
• Dramatizações;
• Poesias, textos informativos, fábulas, mensagens;
• Exploração de figuras;
• Exploração de situações atuais e do dia-a-dia, relatórios;
5. DURAÇÃO
Todo o ano letivo
6- CULMINÂNCIA
7-AVALIAÇÃO
A avaliação será composta de observação, análise das atividades práticas e auto-avaliação, através de:
• Debate após cada Unidade de Estudo, para ver o que foi aprendido, o que mudou o que poderá mudar;
• Ficha de desempenho, preenchida pela própria criança, após o debate;
Durante o bimestre o professor observará o desempenho de cada um, bem como anotará as dúvidas, críticas, sugestões e dificuldades, com isto será possível rever o projeto e corrigir possíveis desvios.
A alegria não chega apenas no encontro do achado,
mas faz parte do processo da busca.
E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura,
fora da boniteza e da alegria.
Paulo Freire
Que Deus ilumine sua procura, seu ensinar e aprender!
Adriana Ferraz
2011
Sugestões de histórias para trabalhar o projeto
Aut or: Adeilson Salles
O dia amanheceu lindo na mata. Pássaros cantavam alegremente as belezas da natureza. O sol acariaciava as folhas das árvores com seus raios bem quentinhos.
O movimento das águas clarinhas do riacho - chuá ...chuá...chuá...- entoava uma delicada música de agradecimento a Deus.
Veados, capivaras, antas e tantos outros animais bebiam nas águas do riacho que, tais quais um espelho, traziam o céu para a terra.
Nás árvores, macacos pulavam de galho em galho fazendo muita bagunça.
De repente, tudo silencia. Os animais, bem quietinhos, erguem as orelhas como a ouvir um sinal de perigo. Tudo agora é silêncio absoluto. Somente se ouve o barulhinho das águas do riacho:
- Chuá..chuá..chuá.....
Dona Anta, prevendo um perigo que se aproxima, olha com preocupação para seus filhinhos, e eles, entendendo o aviso, vão para bem pertinho da mamãe.
Do alto da árvore vem o grito de alerta dado pelo mico-leão-dourado:
- Lá vem a Dona Pintada, corra turma, que ela vem aí!!!
O susto foi geral e grande a confusão. Em segundos, todos os animais fogem. Araras voam rapidamente, seguidas dos papagaios e outros pássaros. Até os peixes acostumados a nadar na superfície das águas buscam a parte mais profunda do riacho.
Ouve-se, então, um rosnar aterrador:
- GRRUUUAAARRRRRR!
A passos lentos e credenciados, ela surge em meio às folhagens. Sim, era ela mesmo, a temida onça-pintada. Aproxima-se das margens do riacho e, entre gemidos e lamentações, bebe um pouco de água.
Epa!!! Entre gemidos e lamentações???????
Sim, amiguinhos, a terrível onça-pintada gemendo e chorando, dizia:
- Ai, ai, ui, ui, pobre de mim, só com uma onça infeliz como eu é que isso poderia acontecer. Que destino o meu, ai, ai, ai! Até quando vou carregar este segredo?
Alguns macacos escondidos nas árvores ouviam as lamentações da Dona Pintada, sem entender o que estava acontecendo. E ela continuava:
- Se alguém descobrir o meu segredo estarei desmoralizada, ai, ai, ai.
A onça-pintada tomou um pouco de água e, ao ver a imagem de sua bocarra refletida na água, deu um grito assustador:
- AAAAIIIIIIIII!!!!!!!!
Ainda se refazendo do choque que a sua imagem lhe causara, Pintada ouve uma voz baixinha que lhe diz:
_ O que está acontecendo, Dona Pintada?
Procurando intimidar a intrometida, ela rosna ferozmente - GRRUUUAAAARRRRRRR!!!!!!
- e outros animais ouvem esse rosnar muito longe dali.
- Calma, calma, só estou querendo ajudar!
A recém-chegada era a velha e sábia xoruja, que fora atraída para o riacho pelo choro de pintada.
Pintada tentou manter a pose e a fama de violenta, e disse:
- Saia já daqui, sua bisbilhoteira do olho grande, vá cuidar da sua vida, vá!
- Por que a senhora está chorando, Dona Pintada? - insistiu a coruja.
- Onça como eu não chora, se você não for embora daqui, eu vou comê-la como café-da-manhâ.
A ameaça da Dona Pintada vinha acompanhada de ais e uis:
_ Ai, ui, ai, ui.
- Tem certeza de que a senhora não quer me contar por que está gemendo? - continuava insistindo a coruja respeitosa.
- Você é como toda a bicharada desta floresta, está doidinha para descobrir o meu segredo, não é?
- Mas eu nem sabia que a senhora tinha um segredo! Tem mesmo?
percebendo que falara demais, Dona Pintada tentou consertar:
- Bem...quer dizer...isso é conversa do macaco-prego, aquele invejoso. Como eu sou a mais poderosa da floresta, ele tenta destruir a minha imagem. Quem está por baixo sempre quer falar mal de quem vive por cima como eu.
- Eu nunca soube que a senhora guarda um segredo. Para mim é novidade.
- Ai, ai, ai, chega dessa conversa boba, ui,ui,ui.
- Só estou tentando ser sua amiga, vim até aqui atraída por seu choro.
- Não preciso de amiga, principalmente de uma como você, metida a saber tudo.
- Dona Pintada, nós precisamos ter amigos, já que vivemos todos juntos na mata.
- Pois sim! Amigo meu é barriga cheia.
E, dizenso isso, Dona Pintada rosnou ameaçadoramente:
- GRRUUUAAARRRRRR, ai, ai, ui, ui.
Com calma, Dona Coruja disse:
- A senhora está precisando de auxílio. Ora, ora, deixe-me ajudá-la! Está sentindo alguma dor?
- Noite passada, saí para caçar e mordi uma tartaruga, quer dizer, me dei mal naquele casco duro, ai,ai,ai.
Falando assim, Dona Pintada olhou para todos os lados e, sem conseguir se controlar, começou a chorar. Chorou...chorou...chorou...
- Não fique assim, o que está acontecendo? Fala, filha de Deus! - insistiu Dona Coruja.
- Você me chamou de filha de Deus?
- É claro que chamei. Você também é uma filha de Deus.
- E Deus existe? - perguntou a onça espantada.
- É claro que existe, foi Ele que nos criou.
- E como você sabe que Ele existe? - desafiou Dona Pintada.
- Ah! basta olhar à sua volta e verá tudo o que Ele fez.
Olhando para todos os lados, Dona Pintada resmungou:
- Não estou vendo nada demais...somente a floresta onde moramos!
Virando os enormes olhos, Dona Coruja respondeu com paciência:
- Então, Dona Pintada, é isso mesmo...a nossa floresta é criação divina. Tudo o que não foi feito pelo homem, por Deus foi feito.
- Como assim?
- É verdade, Deus criou as florestas, os animais, os homens...
Sem conseguir conter o espanto, a Pintada interrompeu Dona Coruja:
- Criou os animais?
- Sim senhora, Deus nos criou!
- Então Deus é bom?
- Deus é eterno, imutável, imaterial, onipotente, único, soberanamente justo e bom - Dona Coruja explicou de um fôlego só.
- Puxa! Ele é mesmo tudo isso? - a Pintada perguntou desconfiada.
- Sim, Ele nos ama muito!
A onça então começou a chorar. Chorava...chorava...chorava...
- Mas por que a senhora chora tanto, Dona Pintada?
- Se os animais são filhos de Deus, Ele deve estar triste comigo - a Pintada afirmou soluçando.
- Por que Deus estaria triste com a senhora?
- por quê?! A senhora ainda pergunta, Dona coruja? Eu já perdi as contas de quantos filhos de Deus eu já comi.
Sorrindo a coruja respondeu:
- A senhora comeu animais porque eles fazem parte de sua cadeia alimentar, não foi por maldade, foi por necessidade.
-É mesmo? - indagou a Pintada, suspirando aliviada.
- Sim senhora. Eu não lhe disse que Deus é soberanamente justo e bom, quer dizer, muito, muito justo e bom?
- Disse!
- Pois então, tudo na vida acontece de acordo com a sabedoria do Criador.Deus sabe de tudo que precisamos. Não chore mais.
- Está bem, eu acredito na senhora!
A Pintada pensou, pensou... pensou mais um pouquinho e disse resolvida:
- Acho que vou confiar na senhora, Dona Coruja, vou lhe contar o meu segredo.
- Se quiser confiar em mim, eu garanto, por todas as minhas penas, que ninguém nesta floresta irá saber.
Confiando pela primeira vez em alguém, Dona Pintada disse:
- Se é assim, vou lhe contar, a senhora promete que não vai rir de mim?
- Prometo!
- Meu segredo é este - e abrindo a bocarra, mostrou o seu segredo.
Os olhos da Dona Coruja pareceram saltar, sem acreditar no que viam. E, impressionada, afirmou:
- Não acredito no que estou vendo!
- Ai, ai, ai, pode acreditar, Dona Coruja!
- A senhora só tem um dente? Preciso ver isso mais de perto!
- Você prometeu não rir de mim!
- Promessa é dívida, não vou rir da senhora.
Vendo que não corria perigo, a coruja pousou perto da Dona Pintada, que disse com tristeza:
- este é o meu segredo, ai,ai,ui,ui. Por isso eu procuro amedrontar os outros animais com meus grunhidos, para que todos se afastem e eu não deixe de ser respeitada. Imagine, Dona Coruja, só tenho um dente e agora ele está doendo por causa do casco da tartaruga.
A coruja, com todo cuidado, falou:
- Mas a senhora não precisa ter vergonha de ter apenas um dente, todos nós temos os nossos problemas. Eu também tenho um segredo.
- E qual é? - Dona Pintada perguntou curiosa.
- Olhe bem para os meus olhos! - pediu a coruja, se aproximando mais da onça.
A Pintada olhou admirada para Dona Coruja e, rindo, mostrando seu único dente, disse:
- Com o respeito que lhe devo, Dona coruja, a senhora é vesga?
- Sou vesga sim, e não me envergonho disso.
Nossas diferenças não podem nos impedir de ter amigos. Somos todos iguais perante Deus.
Pela primeira vez na vida, a onça banguela deu uma sonora gargalhada mostrando para todo mundo o seu segredo. Ela olhava para Dona Coruja, que também rachava o bico de tanto rir, sem saber na verdade para onde a coruja olhava.
Ouviu-se então uma gargalhada geral vinda das moitas e árvores. Os animais, antes escondidos, agora sem ter mais medo da dona Pintada, aproximavam-se rindo muito.
E, entre eles, vinha Dona Tartaruga que mostrava aos outros bichos um furo no seu casco.
E todos, muito contentes, às margens do riacho, puderam aproveitar aquela manhã para se tornarem mais amigos, respeitando as diferenças uns dos outros.
E vocês, que acabaram de descobrir o segredo da onça-pintada, também sabem aceitar as diferenças dos seus amiguinhos?
Bellah Leite Cordeiro
Temas: Amizade, caridade, amor ao próximo, bondade, fraternidade, solidariedade...
Dona Joaninha vai a uma festa em casa da lagartixa.
Vai ser uma delícia!
Todos os bichinhos foram convidados...
Dona Joaninha quer ir muito bonita!
Porque, assim, todo mundo vai querer dançar e conversar com ela!
E ela poderá se divertir a valer!...
Por isso, colocou uma fita na cabeça, uma faixa na cintura, muitas pulseiras nos braços e ainda levou um leque para se abanar.
No caminho encontrou Dona formiga, na porta do formigueiro, e disse:
- Bom dia, Dona Formiga!
Não vai à festa da lagartixa?
- Não posso, minha amiga. Ontem fizemos mudança e eu não tive tempo de me preparar...
- Não tem problema! Tudo bem! Eu posso emprestar a fita que tenho na cabeça e você vai ficar linda com ela! Quer?
- Mas que legal, Dona Joaninha!
Você faria isso por mim?
- Claro que sim! Estou muito enfeitada! Posso dividir com você.
E lá se foram as duas. A formiga radiante com a fita na cabeça.
Dali a pouco encontraram Dona Aranha, na sua teia, fazendo renda.
Ao ver as duas, a aranha falou:
- Oi! Onde vão vocês duas tão bonitas?
- À festa da lagartixa! Você não vai?
_ Sinto muito! Não posso...tive muitas despesas e sem dinheiro não pude me preparar para a festa!
Não seja por isso! disse a Joaninha - Estou muito enfeitada! Posso bem emprestar as minhas pulseiras...Vão ficar lindíssimas em você!
- Que maravilha! disse a aranha entusiasmada.
- Sempre tive vontade de usar pulseiras nos braços! Dona Joaninha, você é legal demais! Sabia?
E dona Aranha, muito feliz, acompanhou as amigas.
Logo adiante encontraram a taturana. Como sempre, morrendo de calor!
- Oi, Dona Taturana! Como vai?
- Mal! Muito mal com esse calor!...Sabe que nem tenho coragem de ir à festa da lagartixa?
- Ora! Mas para isso dá-se um jeito! disse a Joaninha muito amável. - Poderei emprestar o meu leque.
E lá se foi também a taturana, felicíssima, abanando-se com o leque e encantada com a gentileza da amiga.
Mas, logo depois, deram de cara com a minhoca, que tinha posto a cabeça para fora da terra para tomar um pouco de ar.
- Dona Minhoca não vai à festa? disse a turminha ao passar por ela.
- Não dá, sabe? Eu trabalho demais! Quase não tenho tempo para comprar as coisas de que preciso... E, agora, estou sem ter uma roupa boa para vestir! Sinto bastante! Porque sei que a festa vai ser muito legal! Mas, que se vai fazer...
- Ora, Dona Minhoca - disse a joaninha com pena dela. - Dá-se um jeito...Posso emprestar a minha faixa e com ela você ficará muito elegante!
A minhoca ficou contentíssima! E seguiu com as amigas para a festa.
Dona Joaninha estava tão feliz com a alegria das outras que nem reparou ter dado tudo o que ela havia posto para ficar mais bonita.
Mas, a alegria do seu coração aparecia nos olhos, no sorriso, e em tudo o que ela dizia! E isso a fez tão linda, mas tão linda que ninguém na festa dançou e se divertiu mais do que ela!
Foi então que a Joaninha descobriu que para a gente ficar bonita e se divertir, não é preciso se enfeitar toda.
Basta ter o coração bem alegre, que essa alegria de dentro deixa a gente bonita por fora! E ela conseguiu essa alegria fazendo todo aquele pessoal ficar feliz!
Fernanda Lopes de Almeida
Temas: Amor às plantas, boa ação, bondade, amizade. carinho, caridade, afeto...
Era uma vez uma Margarida num jardim.
Quando ficou de noite, a Margarida começou a tremer.
Aí, passou a Borboleta Azul.
A Borboleta parou de voar.
- Por que você está tremendo?
- Frio!
- Oh! É horrível ficar com frio! E logo numa noite tão escura!
A Margarida deu uma espiada na noite.
E se encolheu nas suas folhas.
A Borboleta teve uma idéia:
- Espere um pouco!
E voou para o quarto da Ana Maria.
_ Psiu! Acorde!
- An! É você, Borboleta? Como vai?
- Eu vou bem. Mas a Margarida vai mal.
- O que é que ela tem?
- Frio, coitada!
- Então já sei o remédio. É trazer a Margarida pro meu quarto!
- Vou trazer já!
A Borboleta pediu ao cachorro Moleque:
- Você leva esse vaso pro quarto da Ana Maria?
Moleque era muito inteligente.
E levou o vaso muito bem.
Ana Maria abriu a porta para eles.
E deu um biscoito ao moleque.
A Margarida ficou na mesa de cabeceira.
Ana Maria se deitou.
Mas ouviu um barulhinho.
Era o vaso balançando.
A Margarida estava tremendo.
- Que é isso?
- Frio!
-Ainda? Então já sei! Vou arranjar um casaquinho pra você.
Ana Maria tirou o casaquinho da boneca.
Porque a boneca não estava com frio nenhum.
E vestiu o casaquinho na Margarida.
- Agora você está bem. Durma e sonhe com os anjos.
Mas quem sonhou com os anjos foi Ana Maria.
A Margarida continuou a tremer.
Ana Maria acordou com o barulhinho.
- Outra vez? Então já sei. Vou arranjar uma casa pra você!
E Ana Maria arranjou uma casa para a Margarida.
Mas quando ia adormecendo ouviu outro barulhinho.
Era a Margarida tremendo.
Então Ana Maria descobriu tudo.
Foi lá e deu um beijo na Margarida.
A Margarida parou de tremer.
E dormiram muito bem a noite toda.
No dia seguinte Ana Maria disse para a Borboleta Azul:
_ Sabe, Borboleta? O frio da Margarida não era frio de casaco não!
E a Borboleta respondeu:
_ Ah! Entendi!
Ana Alice Vou
Em um pequeno sitio, viviam vários animais: um cavalo, um burro, uma vaca, um galo e algumas galinhas, e também um carneiro, uma ovelha e seu filhote, que haviam sido comprados ha pouco tempo.
Seu Jose, o dono do sitio, cuidava muito bem de seus animais. Ele sabia que cada um era muito importante para o sustento de sua família.
Os animais conversavam entre eles. Cada novidade, La no sitio, já era motivo para muitos comentários e eles acabavam, quase sempre, falando da vida dos outros. Somente os carneiros não entravam nessas conversas.
Cada um se julgava melhor do que o outro:
- São nos pomos ovos! - dizia uma das galinhas.
- Ora, sem meu leite as crianças passam fome - retrucava a vaca.
- Se não fosse eu - falava o cavalo - nosso dono teria que andar a pé.
- Bem - dizia o burro, levantando as orelhas - se eu não puxar o arado aqui ninguém come!
Olhando para os carneiros, o burro completava:
- Piores são os carneiros, que não servem para nada! São comem o dia todo, não põem ovos, não dão leite, não cantam e também não trabalham!
- ETA família folgada! - dizia a vaca.
Um dia, o carneiro ouviu o que diziam de sua família. Muito triste, foi para perto de sua mãe e perguntou:
- Mamãe, nos, os carneiros, não serviu para nada?
Carinhosamente, sua mãe respondeu:
- Filho, Deus criou a Terra, o Sol, a água, as plantas, os homens, os animais. Tudo foi feito de uma forma tão perfeita, que não existe nada no mundo que não tenha o seu valor. Todos precisamos uns dos outros.
Neste momento, o burro, que era muito curioso, já estava ali, com as orelhas em PE, escutando a conversa e ouviu o carneirinho dizendo:
- Mamãe, que nos dependemos da água, das plantas, do sol, eu já sei. Eu só não sei para que servem os carneiros. Eu não quero ser inútil.
Quando sua mãe ia explicar, chegou seu Jose. Ele pegou o carneiro e a ovelha e levou-os para o galpão que ficava ali perto. O carneirinho ficou aos berros. Desesperado, ele gritava:
- Mamãe! Papai! Voltem! Voltem!
Todos os animais ficaram olhando. Então, o cavalo falou:
- Bem que o burro disse que eles eram inúteis... Devem ter sido vendidos...
- Não fale assim perto do filhote, coitadinho...certamente terá o mesmo fim... - disse a vaca.
O burro, que tinha ouvido a conversa entre a mãe e o filhote, falou:
- não sei, não, acho que nos estamos errados. Eu ouvi uma conversa que me deixou curioso, e melhor esperar para ver o que acontece.
Depois de algum tempo, o carneirinho ainda chorava, chamando por seus pais. De repente, a porta do galpão se abriu. Todos os animais olharam para ver o que tinha acontecido.
De lá de dentro saíram o carneiro e a ovelha, totalmente pelados. Magros, sem seus pelos, foram imediatamente para perto do filhote.
No pasto, gargalhada geral. Todos falavam e riam ao mesmo tempo:
- Olhem só, como são magrinhos! Pareciam ser tão grandes...
- Que horror! Pelados!
- Nunca vi coisa tão feia!
O burro, então, falou:
- Parem de rir! Vamos lá para saber o que aconteceu.
O carneirinho assustado, não parava de perguntar:
- O que foi isso? Por que vocês estão assim?
Cadê o seu pelo fofinho, mamãe? Papai, você não esta com frio?
- Calma, meu filho - disse a mãe. - Nos estamos bem. Pare de chorar, que eu vou lhe contar tudo.
Ouvindo isso, os animais, que já estavam perto, ficaram quietos para ouvir, pois também queriam saber por que os dois estavam sem pelos.
- Filho - disse a mãe - nos, os carneiros, também temos utilidade. Damos a nossa lá e com ela que os homens fazem agasalhos e cobertores que os protegem do frio.
Muito feliz, o carneirinho falou:
- Então, nos também somo uteis!
- Claro, meu filho! Nosso pelo vai crescer novamente e será cortado muitas vezes e, assim, estaremos sendo sempre uteis.
- Mamãe, nos somos mais importantes que os outros?
- Não, meu filho. Somos todos filhos de Deus. Cada um de nos e muito importante no ciclo da vida.
Os outros animais perceberam o quanto estavam errados. Entenderam que cada um tem a sua utilidade e que tudo na natureza tem muito valor. Pediram desculpas ao carneiro e a ovelha e, daquele dia em diante, passaram a se respeitar e viveram muito felizes.
CÉLIA XAVIER CAMARGO
Laurinha, embora contasse apenas com oito anos de idade, tinha um coração generoso e muito desejoso de ajudar as pessoas.
Certo dia, na aula de Evangelização Infantil que freqüentava, ouvira a professora, explicando a mensagem de Jesus, falar da importância de se fazer caridade, e Laurinha pôs-se a pensar no que ela, ainda tão pequena, poderia fazer de bom para alguém.
Pensou...pensou... e resolveu:
- Já sei! Vou dar dinheiro a algum necessitado.
Satisfeita com sua decisão, procurou entre as coisas de sua mãe e achou uma linda moeda.
Vendo Laurinha com dinheiro na mão e encaminhando-se para a porta da rua, a mãe quis saber onde ela ia.
Contente por estar tentando fazer uma boa ação, a menina respondeu:
- Vou dar esse dinheiro a um mendigo!
A mãezinha, contudo, considerou:
- Minha filha, esta moeda é minha e você não pode dá-la a ninguém porque não lhe pertence.
Sem graça, a garota devolveu a moeda à mãe e foi para a sala, pensando...
- Bem, se não posso dar dinheiro, o que poderei dar?
Meditando, olhou distraída para a estante de livros e uma idéia surgiu:
- Já sei! A professora sempre diz que o livro é um tesouro e que traz muitos benefícios para quem o lê.
Eufórica por ter decidido, apanhou na estante um livro que lhe pareceu interessante, e já ia saindo na sala quando o pai, que lia o jornal acomodado na poltrona preferida, a interrogou:
- O que você vai fazer com esse livro, minha filha?
Laurinha estufou o peito e informou:
- Vou dá-lo a alguém!
Com serenidade, o pai tomou o livro da filha, afirmando:
- Este livro não é seu Laurinha. É meu, e você não pode dá-lo a ninguém.
Tremendamente desapontada, Laurinha resolveu dar uma volta. Estava triste, suas tentativas para fazer a caridade não tinham tido bom êxito e, caminhando pela rua, continha as lágrimas que teimavam em cair.
- Não é justo! – resmungava. – Quero fazer o bem e meus pais não deixam.
Nisso, ela viu uma coleguinha da escola sentada num banco da pracinha. A menina parecia tão triste e desanimada que Laurinha esqueceu o problema que a afligia.
Aproximando-se, perguntou gentil:
- O que você tem Raquel?
A outra, levantando a cabeça e vendo Laurinha a seu lado, desabafou:
- Estou chateada, Laurinha, porque minhas notas estão péssimas. Não consigo aprender a fazer contas de dividir, não sei tabuada e tenho ido muito mal nas provas de matemática. Desse jeito, vou acabar perdendo o ano. Já não bastam as dificuldades que temos em casa, agora meus pais vão ficar preocupados comigo também.
Laurinha respirou, aliviada:
- Ah! Bom, se for por isso, não precisa ficar triste. Quanto aos outros problemas, não sei. Mas, em relação à matemática, felizmente, não tenho dificuldades e posso ajudá-la. Vamos até sua casa e tentarei ensinar a você o que sei.
Mais animada, Raquel conduziu Laurinha até a sua casa, situada num bairro distante e pobre. Ficaram a tarde toda estudando.
Quando terminaram, satisfeita, Raquel não sabia como agradecer à amiga.
- Laurinha, aprendi direitinho o que você ensinou. Não imagina como foi bom tê-la encontrado naquela hora e o bem que você me fez hoje. Confesso que não tinha grande simpatia por você. Achava-a orgulhosa, metida, e vejo que não é nada disso. É muito legal e uma grande amiga. Valeu.
Sentindo grande sensação de bem-estar, Laurinha compreendeu a alegria de fazer o bem. Quando menos esperava, sem dar nada material, percebia que realmente ajudara alguém.
Despediram-se, prometendo-se mutuamente continuarem a estudar juntas.
Retornando para a casa, Laurinha contou à mãe o que fizera, comentando:
- A casa de Raquel é muito pobre, mamãe, acho que estão necessitando de ajuda. Gostaria de poder fazer alguma coisa por ela. Posso dar-lhe algumas roupas que não me servem mais? – Perguntou, algo temerosa, lembrando-se das “broncas” que levara algumas horas antes.
A senhora abraçou a filha, satisfeita:
- Estou muito orgulhosa de você, Laurinha, Agiu verdadeiramente como cristã, ensinando o que sabia. Quanto às roupas, são “suas” e poderá fazer com elas o que achar melhor.
Laurinha arregalou os olhos, sorrindo feliz e, afinal, compreendendo o sentido da caridade.
- É verdade mamãe. São minhas! Amanhã mesmo levarei para Raquel. E também alguns sapatos, um par de tênis e uns livros de histórias que já li.
Sylvia Orthof
A ovelha Maria era mesmo uma Maria-vai-com-as-outras.
Até o dia em que descobriu que cada um pode ter o seu próprio caminho, basta querer.
Era uma vez uma ovelha chamada Maria. Onde as outras ovelhas iam, Maria ia também. As ovelhas iam para baixo Maria ia também. As ovelhas iam para cima, Maria ia também.
Um dia, todas as ovelhas foram para o Pólo Sul. Maria foi também. E atchim! Maria ia sempre com as outras.
Depois todas as ovelhas foram para o deserto. Maria foi também.
- Ai que lugar quente! As ovelhas tiveram insolação. Maria teve insolação também. Uf! Uf! Puf!
Maria ia sempre com as outras.
Um dia, todas as ovelhas resolveram comer salada de jiló. Maria detestava jiló. Mas, como todas as ovelhas comiam jiló, Maria comia também. Que horror! Foi quando de repente, Maria pensou:
“Se eu não gosto de jiló, por que é que eu tenho que comer salada de jiló?”
Maria pensou, suspirou, mas continuou fazendo o que as outras faziam.
Até que as ovelhas resolveram pular do alto do Corcovado pra dentro da lagoa. Todas as ovelhas pularam.
Pulava uma ovelha, não caía na lagoa, caía na pedra, quebrava o pé e chorava: mé! Pulava outra ovelha, não caía na lagoa, caía na pedra e chorava: mé!
E assim quarenta duas ovelhas pularam, quebraram o pé, chorando mé, mé, mé! Chegou a vez de Maria pular. Ela deu uma requebrada, entrou num restaurante comeu, uma feijoada.
Agora, mé, Maria vai para onde caminha seu pé.
Néia é um bichinho com quase cem pezinhos. É uma centopéia que gosta de viver entre as pedras de um jardim muito grande.
Néia vive feliz caçando os insetos que aparecem.
Quando alguém a assusta, enrola-se todinha e fica horas e horas quieta até o perigo passar.
Certa vez, todos os bichinhos que moram no jardim resolveram dar uma festa.
Estava chegando a primavera e eles queriam escolher a “Rainha da Primavera”.
Não precisava ser o bichinho mais bonito, mas sim o que se apresentasse de forma diferente, e elegante. E teria de ser surpresa!
E convidaram Néia para ser uma das candidatas.
A partir daquele dia, foi um alvoroço no jardim.
De noite, enquanto todos dormiam, os animaizinhos trocavam idéias, planejavam as atividades e faziam os preparativos.
Mas todos guardavam algum segredo, que seria a surpresa do dia.
Néia pensou na roupa e nos sapatos com que se apresentaria.
E a dificuldade que teria, com cem pés, para conseguir cem sapatinhos iguais.
Será que conseguiria?
Todas as amigas de Néia ofereceram-se para colaborar. Trabalharam bem depressa. Uma semana depois, Néia tinha um sapatinho de crochê com cordão de amarrar para cada pé! E com saltinho de moça!
No dia da festa, enquanto todos os bichinhos ainda dormiam, Néia já começava a preparar-se. Imaginem que teria que calçar e amarrar quase cem sapatinhos! E agora não podia mais pedir ajuda às amigas porque tinha o compromisso de fazer surpresa.
Néia começou a calçar-se: o primeiro pé, o segundo pé... e assim foi continuando.
O tempo passou ligeiro. A festa já tinha começado e Néia continuava pacientemente calçando seus sapatinhos.
O desfile das candidatas também já estava começando...e Néia ainda faltava calçar os últimos sapatos... Néia não desanimou porque era muito paciente!
A última a desfilar foi Néia, que aparece mais bonita do que nunca!
– Oh! Como está diferente e elegante! – falaram todos quase ao mesmo tempo.
– Calçar quase cem sapatinhos? Que paciência para amarrar todos eles! – falaram eles.
No final do desfile foi anunciado o nome da vencedora.
Imaginem quem foi?
Isto mesmo! Néia! Ela ganhou uma cesta de flores com um cartão: “Parabéns à Rainha da Primavera” e uma caixa com cem bombons, que Néia dividiu com as amigas que a ajudaram a fazer os seus sapatinhos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário