O SAPO
Era uma
vez um lindo príncipe por quem todas as moças se apaixonavam. Por ele também se
apaixonou a bruxa horrenda que o pediu em casamento. O príncipe
nem ligou e a bruxa ficou muito brava. “Se não vai casar comigo não vai se casar
com ninguém mais!” Olhou fundo nos olhos dele e disse: “Você vai virar um
sapo!” Ao ouvir esta palavra o príncipe sentiu estremeção. Teve medo.
Acreditou. E ele virou aquilo que a palavra feitiço tinha dito. Sapo. Virou um
sapo.
(ALVES,
Rubem. A alegria de ensinar. Ars Poética, 1994.)
01- No trecho “O príncipe NEM LIGOU e a bruxa ficou muito brava.”, a expressão destacada significa que:
(A) não
deu atenção ao pedido de casamento.
(B) não
entendeu o pedido de casamento.
(C) não
respondeu à bruxa.
(D) não
acreditou na bruxa.
Vínculos,
as equações da matemática da vida
Quando
você forma um vínculo com alguém, forma uma aliança. Não é à toa que o uso de
alianças é um dos símbolos mais antigos e universais do casamento. O círculo dá
a noção de ligação, de fluxo, de continuidade. Quando se forma um vínculo, a energia
flui. E o vínculo só se mantém vivo se essa energia continuar fluindo. Essa é a
ideia de mutualidade, de troca.
Nessa
caminhada da vida, ora andamos de mãos dadas, em sintonia, deixando a energia
fluir, ora nos distanciamos. Desvios sempre existem. Podemos nos perder em um deles
e nos reencontrar logo adiante. A busca é permanente. O que não se pode é ficar
constantemente fora de sintonia.
Antigamente,
dizia-se que as pessoas procuravam se completar através do outro, buscando sua
metade no mundo. A equação era: 1/2 +
1/2 = 1.
"Para
eu ser feliz para sempre na vida, tenho que ser a metade do outro."
Naquela loteria do casamento, tirar a sorte grande era achar a sua cara-metade.
Com o
passar do tempo, as pessoas foram desenvolvendo um sentido de individualização maior
e a equação mudou.
Ficou: 1 + 1 = 1.
Ficou: 1 + 1 = 1.
"Eu
tenho que ser eu, uma pessoa inteira, com todas as minhas qualidades, meus defeitos,
minhas limitações. Vou formar uma unidade com meu companheiro, que também é um ser inteiro." Mas depois que esses
dois seres inteiros se encontravam, era comum fundirem-se, ficarem grudados num
casamento
fechado, tradicional. Anulavam-se mutuamente.
Com a
revolução sexual e os movimentos de libertação feminina, o processo de individuação
que vinha acontecendo se radicalizou. E a equação mudou de novo:
1 + 1 = 1
+ 1.
Era o
"cada um na sua". "Eu tenho que resolver os meus problemas,
cuidar da minha própria vida. Você deve fazer o mesmo. Na minha independência
total e autossuficiência
absoluta,
caso com você, que também é assim." Em nome dessa independência, no entanto,
faltou sintonia, cumplicidade e compromisso afetivo. É a segunda crise do casamento
que acompanhamos nas décadas de 70 e 80.
Atualmente,
após todas essas experiências, eu sinto as pessoas procurando outro tipo de
equação: 1 + 1 = 3.
Para a
aritmética ela pode não ter lógica, mas faz sentido do ponto de vista emocional
e existencial. Existem você, eu e a nossa relação. O vínculo entre nós é algo
diferente de uma simples somatória de nós dois. Nessa proposta de casamento, o
que é meu é meu, o que é seu é seu e o que é nosso é nosso.
Talvez aí
esteja a grande mágica que hoje buscamos, a de preservar a individualidade sem
destruir o vínculo afetivo. Tenho que preservar o meu eu, meu processo de descoberta,
realização e crescimento, sem destruir a relação. Por outro lado, tenho que preservar
o vínculo sem destruir a individualidade, sem me anular.
Acho que
assim talvez possamos chegar ao ano 2000 um pouco menos divididos entre a sede
de expressão individual e a fome de amor e de partilhar a vida. Um pouco mais
inteiros e
felizes.
Para isso,
temos que compartilhar com nossos companheiros de uma verdadeira intimidade.
Ser íntimo é ser próximo, é estar estreitamente ligado por laços de afeição e
confiança.
(MATARAZZO,
Maria Helena. Amar é preciso. 22. ed. São Paulo: Editora Gente, 1992. p.
19-21)
02- O texto trata PRINCIPALMENTE
(A) da
exatidão da matemática da vida.
(B) dos
movimentos de libertação feminina.
(C) da
loteria do sucesso no casamento.
(D) do
casamento no passado e no presente.
03- No
texto, no casamento, atualmente, defende-se a ideia de que:
(A) a
felicidade está na somatória do casal.
(B) a
unidade é igual à soma das partes.
(C) o
ideal é preservar o “eu” e o vínculo afetivo.
(D) o
melhor é cada um cuidar de sua própria vida.
As Amazônias
Esse
tapete de florestas com rios azuis que os astronautas viram é a Amazônia. Ela cobre
mais da metade do território brasileiro.
Quem viaja
pela região não cansa de admiraras belezas da maior floresta tropical do mundo.
No início era assim: água e céu.
É mata que
não tem mais fim. Matacontínua, com árvores muito altas, cortada pelo Amazonas,
o maior rio do planeta. São mais de mil rios desaguando no Amazonas. É água que
não acaba mais.
SALDANHA,
P. As Amazônias. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995.
04- No
texto, o uso da expressão “água que não acaba mais” revela:
(A)
admiração pelo tamanho do rio.
(B)
ambição pela riqueza da região.
(C) medo
da violência das águas.
(D)
surpresa pela localização do rio.
05-O texto
trata :
(A) da
importância econômica do rio Amazonas.
(B) das
características da região Amazônica.
(C) de um
roteiro turístico da região do Amazonas.
(D) do
levantamento da vegetação amazônica.
06- A
frase que contém uma opinião é:
(A) “cobre
mais da metade do território brasileiro”.
(B) “não
cansa de admirar as belezas da maior floresta”.
(C)
“...maior floresta tropical do mundo”.
(D) “Mata
contínua [...] cortada pelo Amazonas”.
Bloco 3 –
Língua Protuguesa
O boto e a
Baía da Guanabara
Piraiaguara
sentiu um grande orgulho de ser carioca. Se o Atobá Maroto tinha dado nome para
as ilhas, ele e todos os outros botos eram muito mais importantes. Eles eram o
símbolo daquele lugar privilegiado: a cidade do Rio de Janeiro.
A “mui
leal e heroica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro”.
Piraiaguara
fazia questão de lembrar do título, e também de toda a história da cidade e da
Baía de Guanabara.
Os outros
botos zombavam dele:
_Leal? Uma cidade que quase acabou conosco, que poluiu a baía? Heroica? Uma cidade que expulsou as baleias, destruiu os mangues e quase não nos deixou sardinhas para comer? Olha aí para o fundo e vê quanto cano e lixo essa cidade jogou aqui dentro!
_Leal? Uma cidade que quase acabou conosco, que poluiu a baía? Heroica? Uma cidade que expulsou as baleias, destruiu os mangues e quase não nos deixou sardinhas para comer? Olha aí para o fundo e vê quanto cano e lixo essa cidade jogou aqui dentro!
_Acorda
do encantamento, Piraiaguara! O Rio de Janeiro e a Baía de Guanabara foram
bonitos sim, mas isso foi há muito tempo. Não adianta ficar suspirando pela
beleza do Morro do Castelo, ou pelas praias e pela mata que desapareceram. Olha
que, se
continuar sonhando acordado, você vai acabar sendo atropelado por um navio!
O medo e a
tristeza passavam por ele como um arrepio de dor. Talvez nenhum outro boto
sentisse tanto a violência da destruição da Guanabara. Mas, certamente, ninguém
conseguia enxergar tão bem as belezas daquele lugar.
Num
instante, o arrepio passava, e a alegria brotava de novo em seu coração.
HETZEL, B. Piraiaguara. São Paulo: Ática, 2000. p. 16 – 20.
HETZEL, B. Piraiaguara. São Paulo: Ática, 2000. p. 16 – 20.
07- Os
outros botos zombavam de Piraiaguara, porque ele:
(A)
conhecia muito bem a história do Rio de Janeiro.
(B)
enxergava apenas o lado bonito do Rio de Janeiro.
(C)
julgava os botos mais importantes do que os outros animais.
(D) sentia
tristeza pela destruição da Baía da Guanabara.
08- O fato
que provoca a discussão entre as personagens é:
(A) a
escolha de nomes de botos para as ilhas.
(B) a história
da cidade do Rio de Janeiro.
(C) o
orgulho do boto pela cidade do Rio de Janeiro.
(D) os
perigos do Rio de Janeiro para os botos.
09- Em “se continuar sonhando acordado, você vai acabar sendo atropelado por um navio!”, o termo sublinhado estabelece, nesse trecho, relação de
(A) causa.
(B)
concessão.
(C)
condição.
(D) tempo.
a
O Encontro
(fragmento)
Em redor,
o vasto campo. Mergulhado em névoa branda, o verde era pálido e opaco.
Contra o
céu, erguiam-se os negros penhascos tão retos que pareciam recortados a faca.
Espetado na ponta da pedra mais alta, o sol espiava atrás de uma nuvem.
“Onde, meu Deus?! – perguntava a mim mesma – Onde vi esta mesma paisagem, numa tarde assim igual?”
“Onde, meu Deus?! – perguntava a mim mesma – Onde vi esta mesma paisagem, numa tarde assim igual?”
Era a
primeira vez que eu pisava naquele lugar. Nas minhas andanças pelas redondezas,
jamais fora além do vale. Mas
nesse dia,
sem nenhum cansaço, transpus a colina e cheguei ao campo. Que calma! E que desolação.
Tudo aquilo – disso estava bem certa – era completamente inédito pra mim.
Mas por
que então o quadro se identificava, em todas as minúcias, a uma imagem semelhante
lá nas profundezas da minha memória? Voltei-me para o bosque que se estendia à
minha direita. Esse bosque eu também já conhecera com sua folhagem cor de brasa
dentro de uma névoa dourada. “Já vi
tudo isto,
já vi... Mas onde? E quando?”
Fui
andando em direção aos penhascos. Atravessei o campo. E cheguei à boca do abismo
cavado entre as pedras. Um vapor denso subia como um hálito daquela garganta
de cujo
fundo insondável vinha um remotíssimo som de água corrente. Aquele som eu
também conhecia. Fechei os olhos.
“Mas se
nunca estive aqui! Sonhei, foi isso?
Percorri
em sonho estes lugares e agora os encontro palpáveis, reais? Por uma dessas extraordinárias
coincidências teria eu antecipado aquele passeio enquanto dormia?”
Sacudi a
cabeça, não, a lembrança – tão antiga quanto viva – escapava da inconsciência
de um simples sonho.[...]
TELLES,
Lygia Fagundes. Oito contos de amor. São Paulo: Ática.
10- Na
frase “Já vi tudo isso, já vi... Mas onde?” , o uso das reticências sugere:
(A)
impaciência.
(B)
impossibilidade.
(C)
incerteza.
(D)
irritação.
Seja
criativo: fuja das desculpas manjadas
Entrevista
com teens, pais e psicólogos mostram que os adolescentes dizem sempre a
mesma coisa quando voltam tarde de uma festa. Conheça seis desculpas entre as
mais
usadas.
Uma sugestão: evite-as. Os paisnão acreditam.
Nós
tivemos que ajudar uma senhora que estava passando muito mal. Até o socorro
chegar... A gente não podia deixar a
pobre
velhinha sozinha, não é?
O
pai do amigo que ia me trazer bateu o carro. Mas não se preocupem, ninguém se
machucou!
Cheguei
um minuto depois do ônibus ter partido. Aí tive de ficar horas esperando uma
carona...
Você
acredita que o meu relógio parou e eu nem percebi?
Mas
vocês disseram que hoje eu podia chegar tarde, não se lembram?
Eu
tentei avisar que ia me atrasar, mas o telefone daqui só dava ocupado!
11- De acordo com o texto, os pais não acreditam em:
(A)
adolescentes.
(B)
psicólogos.
(C)
pesquisas.
(D)
desculpas.
Duas Almas
Ó tu, que
vens de longe, ó tu, que vens cansada,
entra, e
sob este teto encontrarás carinho: eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho,
vives
sozinha sempre, e nunca foste amada...
A neve
anda a branquear, lividamente, a estrada,
e a minha
alcova tem a tepidez de um ninho.
Entra, ao
menos até que as curvas do caminho
se banhem
no esplendor nascente da alvorada.
E amanhã,
quando a luz do sol dourar, radiosa,
essa
estrada sem fim, deserta, imensa e nua,
podes
partir de novo, ó nômade formosa!
Já não
serei tão só, nem irás tão sozinha.
Há de
ficar comigo uma saudade tua...
Hás de
levar contigo uma saudade minha...
WAMOSY,
Alceu. Livro dos sonetos. L&PM.
12- No verso “e a minha alcova tem a tepidez de um ninho” (v. 6), a expressão sublinhada dá sentido de um lugar:
(A)
aconchegante.
(B) belo.
(C)
brando.
(D)
elegante.
Texto I
A criação
segundo os índios Macuxis
No início
era assim: água e céu.
Um dia, um
Menino caiu na água. O sol quente soltou a pele do Menino. A pele escorregou e
formou a terra. Então, a água
dividiu o
lugar com a terra.
E o Menino
recebeu uma nova pele cor de fogo.
No dia
seguinte, o Menino subiu numa árvore. Provou de todos os frutos. E jogou todas as
sementes ao vento. Muitas sementes caíram no chão. E viraram bichos. Muitas
sementes
caíram na
água. E viraram peixes. Muitas sementes continuaram
boiando no vento. E viraram pássaros.
No outro
dia, o Menino foi nadar.
Mergulhou
fundo. E encontrou um peixe ferido. O peixe explodiu. E da explosão surgiu uma Menina.
O Menino
deu a mão para a Menina. E foram andando. E o Menino e a Menina foram conhecer
os quatro cantos da Terra.
Texto II
A criação
segundo os negros Nagôs
Olorum. Só
existia Olorum. No início, só existia Olorum.
Tudo o
mais surgiu depois.
Olorum é o
Senhor de todos os seres.
Certa vez,
conversando com Oxalá, Olorum pediu:
– Vá
preparar o mundo!
E ele foi.
Mas Oxalá vivia sozinho e resolveu casar com Odudua. Deste casamento, nasceram
Aganju, a Terra Firme, e Iemanjá, Dona das Águas. De Iemanjá, muito tempo
depois,
nasceram os Orixás.
Os Orixás
são os protetores do mundo.
BORGES, G.
et al. Criação. Belo Horizonte: Terra, 1999.
13- Comparando-se
essas duas versões da criação do mundo, constata-se que:
(A) a
diferença entre elas consiste na relação entre o criador e a criação.
(B) a
origem do princípio religioso da criação do mundo é a mesma nas duas versões.
(C) as
divindades, em cada uma delas, têm diferentes graus de importância.
(D) as
diferenças são apenas de nomes em decorrência da diversidade das línguas originárias.
Bloco 4 –
Língua Protuguesa
Texto I
Cinquenta
camundongos, alguns dos quais clones de clones, derrubaram os obstáculos
técnicos à clonagem. Eles foram
produzidos
por dois cientistas da Universidade do Havaí num estudo considerado revolucionário
pela revista britânica “Nature”, uma das mais importantes do mundo. [...]
A notícia
de que cientistas da Universidade do Havaí desenvolveram uma técnica eficiente
de clonagem fez muitos
pesquisadores
temerem o uso do método para clonar seres humanos.
O Globo. Caderno
Ciências e Vida. 23 jul. 1998, p. 36.
Texto II
Cientistas
dos EUA anunciaram a clonagem de 50 ratos a partir de células de animais
adultos, inclusive de alguns já clonados. Seriam os primeiros clones de clones,
segundo
estudos
publicados na edição de hoje da revista “Nature”.
A técnica
empregada na pesquisa teria um aproveitamento de embriões — da fertilização ao
nascimento — três vezes maior
que a
técnica utilizada por pesquisadores britânicos para gerar a ovelha Dolly.
Folha de S.Paulo. 1º caderno – Mundo. 03 jul. 1998, p.16.
Folha de S.Paulo. 1º caderno – Mundo. 03 jul. 1998, p.16.
14- Os
dois textos tratam de clonagem. Qual aspecto dessa questão é tratado apenas no
texto I?
(A) A
divulgação da clonagem de 50 ratos.
(B) A
referência à eficácia da nova técnica de clonagem.
(C) O
temor de que seres humanos sejam clonados.
(D) A
informação acerca dos pesquisadores envolvidos no experimento.
Magia das
árvores
— Eu já
lhe disse que as árvores fazem frutos do nada e isso é a mais pura magia.
Pense
agora como as árvores são grandes e fortes, velhas e generosas e só pedem em troca
um pouquinho de luz, água, ar e terra. É tanto por tão pouco! Quase toda a
magia da
árvore vem
da raiz. Sob a terra, todas as árvores se unem. É como se estivessem de mãos
dadas. Você pode aprender muito sobre paciência estudando as raízes. Elas vão
penetrando
no solo devagarinho, vencendo a resistência mesmo dos solos mais duros. Aos poucos
vão crescendo até acharem água.
Não erram
nunca a direção. Pedi uma vez a um velho pinheiro que me explicasse por que as
raízes nunca se enganam quando procuram água e ele me disse que as outras
árvores
que já acharam água ajudam as que ainda estão procurando.
— E se a
árvore estiver plantada sozinha num prado?
— As
árvores se comunicam entre si, não importa a distância. Na verdade, nenhuma árvore
está sozinha. Ninguém está sozinho.
Jamais.
Lembre-se disso.
Máqui. Magia
das árvores. São Paulo: FTD, 1992.
15- No
trecho “Ninguém está sozinho. Jamais. Lembre-se disso.” , as frases curtas produzem
o efeito de:
(A)
continuidade.
(B)
dúvida.
(C)
ênfase.
(D)
hesitação.
Bloco 4 –
Língua Protuguesa
A dor de
crescer
Período de
passagem, tempo de agitação e turbulências. Um fenômeno psicológico e social,
que terá diferentes
particularidades
de acordo com o ambiente social e cultural. Do latim ad, que quer dizer para,
e olescer, que significa crescer, mas também adoecer, enfermar. Todas essas
definições,
por mais verdadeiras que sejam, foram formuladas por adultos.
"Adolescer
dói" - dizem as psicanalistas [Margarete, Ana Maria e Yeda] – "porque
é um período de grandes transformações. Há um sofrimento emocional com as
mudanças biológicas e mentais que ocorrem nessa fase.
É a morte
da criança para o nascimento do adulto. Portanto, trata-se de uma passagem de
perdas e ganhos e isso nem sempre é entendido pelos adultos."
Margarete,
Ana Maria e Yeda decidiram criar o "Ponto de Referência" exatamente para
isso. Para facilitar a vida tanto dos adolescentes quanto das pessoas que os rodeiam,
como pais e professores. "Estamos tentando resgatar o sentido da palavra diálogo"
– enfatiza Yeda – "quando os dois falam, os dois ouvem sempre concordando um
com o outro, nem sempre acatando.
Nosso
objetivo maior talvez seja o resgate da interlocução, com direito, inclusive, a
interrupções."
Frutos de
uma educação autoritária, os pais de hoje se queixam de estar vivendo a tão
alardeada ditadura dos filhos.
Contrapondo
o autoritarismo, muitos enveredaram pelo caminho da liberdade generalizada e
essa tem sido a grande
dúvida dos
pais que procuram o "Ponto de Referência": proibir ou permitir?
"O que propomos aqui" _ afirma Margarete_ "é a
consciência
da liberdade. Nem o vale-tudo e nem a proibição total. Tivemos acesso a centros
semelhantes ao nosso na Espanha e em Portugal, onde o setor público funciona bem
e dá muito apoio a esse tipo de trabalho porque já descobriram a importância de
uma adolescência vivida com um mínimo de
equilíbrio.
Já que o processo de passagem é inevitável, que ele seja feito com menos dor para
todos os envolvidos".
MIRTES
Helena. In: Estado de Minas, 16 jun. 1996.
16- No
texto, o argumento que comprova a ideia de ser a adolescência um período de
passagem é:
(A)
adolescentes sofrem mudanças biológicas e mentais.
(B) filhos
devem ter consciência do significado de liberdade.
(C) pais
reclamam da ditadura de seus filhos.
(D)
psicólogos tentam recuperar o valor do diálogo.
Bloco 4 –
Língua Pr
Minha
Sombra
De manhã a
minha sombra
com meu
papagaio e o meu macaco
começam a
me arremedar.
E quando
eu saio
a minha
sombra vai comigo
fazendo o
que eu faço
seguindo
os meus passos.
Depois é
meio-dia.
E a minha
sombra fica do tamaninho
de quando
eu era menino.
Depois é
tardinha.
E a minha
sombra tão comprida
brinca de
pernas de pau.
Minha
sombra, eu só queria
ter o
humor que você tem,
ter a sua
meninice,
ser
igualzinho a você.
E de noite
quando escrevo,
fazer como
você faz,
como eu
fazia em criança:
Minha
sombra
você põe a
sua mão
por baixo
da minha mão,
vai
cobrindo o rascunho dos meus poemas
sem saber
ler e escrever.
LIMA,
Jorge de. Minha Sombra In: Obra Completa. 19. ed.
Rio de
Janeiro: José Aguillar Ltda., 1958.
17- De acordo com o texto, a sombra imita o menino:
(A) de
manhã.
(B) ao meio-dia.
(C) à
tardinha.
(D) à
noite.
Assaltos
insólitos
Assalto
não tem graça nenhuma, mas alguns, contados depois, até que são engraçados. É
igual a certos incidentes de
viagem,
que, quando acontecem, deixam a gente aborrecidíssimo, mas depois, narrados aos
amigos num jantar, passam a ter sabor de anedota.
Uma vez me
contaram de um cidadão que foi assaltado em sua casa. Até aí, nada demais. Tem
gente que é assaltada na rua, no ônibus, no escritório, até dentro de igrejas e
hospitais, mas muitos o são na própria casa.
O que não
diminui o desconforto da situação.
Pois lá
estava o dito-cujo em sua casa, mas vestido em roupa de trabalho, pois resolvera
dar uma pintura na garagem e na
cozinha.
As crianças haviam saído com a mulher para fazer compras e o marido se entregava
a essa terapêutica atividade,
quando, da
garagem, vê adentrar pelo jardim dois indivíduos suspeitos.
Mal teve
tempo de tomar uma atitude e já ouvia:
— É um
assalto, fica quieto senão leva chumbo.
Ele já se
preparava para toda sorte de tragédias quando um dos ladrões pergunta:
— Cadê o
patrão?
Num rasgo
de criatividade, respondeu:
— Saiu,
foi com a família ao mercado, mas já volta.
— Então
vamos lá dentro, mostre tudo.
Fingindo-se,
então, de empregado de si mesmo, e ao mesmo tempo para livrar sua cara, começou
a dizer:
— Se
quiserem levar, podem levar tudo, estou me lixando, não gosto desse patrão. Paga
mal, é um pão-duro. Por que não levam aquele rádio ali? Olha, se eu fosse vocês
levava aquele som também. Na cozinha tem uma batedeira ótima da patroa. Não
querem uns discos? Dinheiro não tem, pois ouvi dizerem que botam tudo no banco,
mas ali dentro do armário tem uma porção de caixas de bombons, que o patrão é
tarado por
bombom.
Os ladrões recolheram tudo o que o falso empregado indicou e saíram apressados.
Os ladrões recolheram tudo o que o falso empregado indicou e saíram apressados.
Daí a
pouco chegavam a mulher e os filhos.
Sentado na
sala, o marido ria, ria, tanto nervoso quanto aliviado do próprio assalto que ajudara
a fazer contra si mesmo.
SANTANNA,
Affonso Romano. PORTA DE COLÉGIO E OUTRAS CRÔNICAS. São Paulo: Ática 1995.
(Coleção Para gostar de ler).
18- O dono
da casa livra-se de toda sorte de tragédias, principalmente, porque:
(A)
aconselha a levar o som.
(B) conta
os defeitos do patrão.
(C) mente
para os assaltantes.
(D) mostra
os objetos da casa.
19- No trecho “e o marido se entregava a essa terapêutica atividade.”, a expressão destacada substitui:
(A) fazer
compras.
(B) ir ao
mercado.
(C) narrar
anedotas.
(D) pintar
a casa.
20- É
exemplo de linguagem formal, no texto:
(A)
“dito-cujo”.
(B)
“adentrar”.
(C) “pão-duro”.
(C) “pão-duro”.
(D)
“botam”.
Prezado
Senhor,
Somos
alunos do Colégio Tomé de Souza e temos interesse em assuntos relacionados a aspectos
históricos de nosso país, principalmente os relacionados ao cotidiano de nossa
História, como era o dia a dia das pessoas, como eram as escolas, a relação entre
pais e filhos etc. Vínhamos acompanhando regularmente os suplementos publicados
por esse importante jornal. Mas agora não encontramos mais os artigos tão interessantes.
Por isso, resolvemos escrever-lhe
e solicitar
mais matérias a respeito.
21- O tema de interesse dos alunos é:
(A)
cotidiano.
(B)
escola.
(C)
História do Brasil.
(D)
relação entre pais e filhos.
______________________________
Há muitos
séculos, o homem vem construindo aparelhos para medir o tempo e não lhe deixar
perder a hora. Um dos mais antigos foi inventado pelos chineses e consistia em
uma corda cheia de nós a intervalos regulares.
Colocava-se
fogo ao artefato e a duração de algum evento era medida pelo tempo que a corda
levava para queimar entre um nó e outro.
Não há
registros, mas com certeza diziam-se coisas como: “Muito bonito, não? Você está
atrasado
há mais de três nós!”
Jornal O
Estado de S. Paulo, 28/05/1992.
22- A
finalidade do texto é:
(A) argumentar.
(B)
descrever.
(C)
informar.
(D)
narrar.
Bloco 4 –
Língua Protuguesa
O drama
das paixões platônicas na adolescência
Bruno foi
aprovado por três dos sentidos de Camila: visão, olfato e audição. Por isso, ela precisa
conquistá-lo de qualquer maneira. Matriculada na 8ª série, a garota está
determinada a
ganhar o
gato do 3º ano do Ensino Médio e, para isso, conta com os conselhos de Tati,
uma especialista na arte da azaração. A tarefa não é simples, pois o moço só
tem olhos para Lúcia – justo a maior “crânio” da escola. E agora, o que fazer?
Camila entra em dieta espartana e segue as leis da conquista elaboradas pela
amiga.
REVISTA ESCOLA, março 2004, p. 63
REVISTA ESCOLA, março 2004, p. 63
23- Pode-se
deduzir do texto que Bruno:
(A) chama
a atenção das meninas.
(B) é
mestre na arte de conquistar.
(C) pode
ser conquistado facilmente.
(D) tem
muitos dotes intelectuais
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