terça-feira, 14 de janeiro de 2014

poemas

Receita de inventar presentes

Colher braçadas de flores
bambus folhas e ventos

e as sete cores do arco-íris
quando pousam no horizonte
juntar tudo por um instante
num caldirão de magia
e então inventar um pássato louco
um novo passo de dança
uma caixa de poesia.

Roseana Murray


Dona Vassoura

Trabalho o dia todo,
todo dia sem falhar.
Não conheço feriado
nem sei o que é repousar.

Sempre em pé, sempre pronta!
Pensam que eu sou de aço?
Sei que sou uma vassoura
mas durmo em pé de cansaço!

Se a visita é bem chata
e com a hora não se importa
me viram de cabeça pra baixo
e fico tonta atrás da porta.

Minha maior inimiga
é aquela sujeirinha teimosa
que gruda no chão feito cola
e comigo se faz de gostosa.

As praias são tão grandes,
morro de tanto trabalhar.
Se todos sujassem menos,
menos tinha pra limpar.

Quanto mais velha eu fico
bem mais eu quero ficar,
pois só depois de bem velha
me deixam em paz pra brincar.

Guimar de Paiva Brandão





PALAVRAS, MUITAS PALAVRAS

Um Macaco
Tão Maluco
Mete Medo
No Matuto.

Um Macaco
Tão Matreiro
Mete Medo
No Mineiro.

Um Macaco
Tão Manhoso
Mete Medo
No Medroso...

RUTH ROCHA


LUA DEPOIS DA CHUVA

Olha a chuva:
molha a luva.

Cada gota e água
como um bago de uva.

A chuva lava a rua.
A viúva leva
o guarda-chuva
e a luva.

Olha a chuva:
molha a luva
e o guarda-chuva
da viúva.

Vai a chuva
e chega a lua
lua de chuva.

Cecília Meireles.



AS ABELHAS

A aaaaaaabelha-mestra

E aaaaaas abelhinhas
Estão tooooooodas prontinhas
Pra iiiiiiir para a festa.

Num zune que zune
Lá vão pro jardim
Brincar com a cravina
Valsar com o jasmim.

Da rosa pro cravo
Do cravo pra rosa
Da rosa pro favo 
Volta pro cravo.

Venham ver como dão mel
As abelhinhas do céu.

Vinicius de Moraes


O RELÓGIO

Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Tic-tac...

Vinícius de Moraes


O PATO

Lá vem o pato
Pata aqui, pata acolá
Lá vem o pato
Para ver o que é que há.

O pato pateta
Pintou o caneco
Surrou a galinha
Bateu no marreco
Pulou no poleiro
No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo
Comeu um pedaço 
De jenipapo
Ficou engasdado
Com dor no papo
Caiu no poço
Quebou a tigela
Tantas fez o moço
Que foi pra panela.

Vinicius de Moares

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