terça-feira, 14 de janeiro de 2014


ESTRATÉGIA




Um senhor vivia sozinho em Minnesota. Ele queria virar a terra de seu jardim para plantar flores, mas era um trabalho muito pesado. Seu único filho, que o ajudava nesta tarefa, estava na prisão.  O homem então escreveu a seguinte carta ao filho:
"Querido Filho, estou triste, pois não vou poder plantar meu jardim este ano. Detesto não poder fazê-lo, porque sua mãe sempre adorou flores e esta é a época certa para o plantio.
Mas eu estou velho demais para cavar a terra. Se você estivesse aqui, eu não teria esse problema, mas sei que você não pode me ajudar, pois estás na prisão.
Com amor, Seu Pai."
Pouco depois, o pai recebeu o seguinte telegrama:
"PELO AMOR DE DEUS, Pai, não escave o jardim! Foi lá que eu escondi os corpos!"
Como as correspondências eram monitoradas na prisão, às quatro da manhã do dia seguinte, uma dúzia de agentes do FBI e policiais apareceram e cavaram o jardim inteiro, sem encontrar qualquer corpo.
Confuso, o velho escreveu uma carta para o filho contando o que acontecera.
Esta foi a resposta:
"Pode plantar seu jardim agora, amado Pai. Isso foi o máximo que eu pude fazer no momento."

23/01/2012


O BÊBADO E A PROCISSÃO




Certa vez, estava um bêbado no bar, quando passou a procissão. O pessoal vinha compenetrado, mas era aquele tipo de procissão toda cheia de fitas coloridas, bem ornamentada. O bêbado vê aquilo, levanta-se da cadeira na calçada e grita, com voz de pingunço:
- Olha a mangueira aí gente!!!!!!
Os fieis se sentem ofendidíssimos! Dois, mais fortes, entram no bar e descem o cacete no bêbado.
A procissão continua, com todo mundo em frente, de olhos baixos, concentrados em sua fé quando… PAF! A Santa bate no galho baixo de uma árvore frondosa e se arrebenta toda no chão.
O bêbado, todo machucado, se aproxima e fala, apontando o dedo:
- Eu disse para tomar cuidado com a mangueira…

DO FILHO PRO PAI



- Pai, posso fazer uma pergunta?
- É lógico, meu filho. O que você quer saber?
- O que é estar bêbado?
- Olha meu filho, é simples. Estar bêbado é como se, po exemplo, em vez destas duas cadeias, eu estivesse vendo quatro.
- Mas pai, aí só tem uma cadeira!

HORAS DE SAUDADE



Tudo vem me lembrar que tu fugiste,
Tudo que me rodeia de ti fala.
Inda a almofada, em que pousaste a fronte
O teu perfume predileto exala

No piano saudoso, à tua espera,
Dormem sono de morte as harmonias.
E a valsa entreaberta mostra a frase
A doce frase qu’inda há pouco lias.
As horas passam longas, sonolentas…
Desce a tarde no carro vaporoso…
D’Ave-Mariao sino, que soluça,
É por ti que soluça mais queixoso.

E não vens te sentar perto, bem perto
Nem derrama ao vento da tardinha,
A caçoula de noas rutilantes
Que tua alma etornava sobre a minha.

E, quando uma tristeza irresistível
Mais fundo cava-me um abismo n’alma,
Como a harpa de Davi teu riso santo
Meu acerbo sobrer já não acalma.

É que tudo me lembra que fugiste.
Tudo que me rodeia de ti fala…
Como o cristal da essência dp oriente
Mesmo vazio a sândao trescala.

O ramo curvo o ninho abandonado
Relembra o pipilar do passarinho.
Foi-se a festa de amores e de afagos…
Eras – ave do céu… minh’alma – o ninho!

Por onde trilhas – um perfume expande-se.
Há ritmo cadência no teu passo!
És como a estrela, que transpondo as sombras,
Deixa um rastro de luz no azul do espaço…

E teu rastro e mor guarda minh’alma,
Estrelaque fugiste aos meus anelos!
Que levaste-me a vida entrelaçada
Na sombra sideral de teus cabelos!...

Castro Alves

HISTÓRIA DE TRANCOSO



Certo dia, um fazendeiro podre de rico encontrou na estrada um padre medrosão que tinha medo de curupira. Mais adiante, os dois conheceram um roceiro com cara de bobo e voz de taquara rachada.
Os três descobriram que não gostavam de viajar solitários: a viagem pormetia ser longa e o caminho, deserto. Resolveram formar um cortejo: o padre e o fazendeiro montados em bons cavalos. O roceiro, num burro velho.
Os três viajantes pararam numa venda. Comeram jabá, com feijão e mandioca, depois um copo de jurubeba.
Antes de dormir, não é que o dono da venda pegou um queijo e cabra e deu de presente para eles? Tão pequetitinho que nem dava para dividir.
O padre, que era muito sabdo, deu uma ideia:
- Vamos dormir. Quem tiver o sonho mais bonito fica com o queijo.
Dormiram que deus deu. No canto do primeiro galo pularam da cama, selaram os cavalos enquanto o roceiro ajeitava seu burro velho. Engoliram café com vento… e pé na estrada.
A fome apertou, o padre foi contando o seu sonho:
- Sonhei com uma grande escada de ouro, cavejada de marfim. Começava juntiho do meu travesseiro… furava as nuvens lá em riba… ia subindo, subindo… e sabem onde terminava?
- Não – respondeu o fazendeiro.
- No céu. Ninguém pode senhar com coisa mais bonita. Conforme o combinado, o queijo é meu.
- Pois eu – disse o fazendeiro, picando o rolo de fumo – sonhei com um lugar iluminadão. Só que não tinha lâmpadas.
- Como não tinha lâmpadas? – perguntou o padre.
- A luz nascia das coisas – explicou o fazendeiro.
- Vocês já viram um cacho de banana servindo de lustre? Pois nesse lugar tinha. Já viram areia de prata de puro diamante? Pois era assim nesse lugar que sonhei.
- E pode-se saber que lugar era esse? – perguntou o padre, sem jeitão.
- O céu. Você sonhou com a escada pro céu. Eu sonhei que já estava lá. Conforme o combinado, o queijo é meu. – O fazendeiro foi abrindo o surrão para pegar o queijo. Jacaré achou? Nem  ele.
- Ué! Onde se meteu o danado?
- Agora que vocês contaram o sonho – falou o roceiro – tenho uma coisa pra contar.
O padre e o fazendeiro olharam o roceiro de banda.
- Cês não ouviram um barulho de noite? Pois era eu que me levantei pra comer o queijo. Como vocês estavam no céu, achei que não precisavam mais do queijo.

Joel Rufino dos Santos. História de Trancoso. Ática.

O VELHO E SEU NETO



Irmãos Grimm
Era uma vez um velho muito velho, quase cego e surdo, com os joelhos temendo. Quando se sentava à mesa para comer, mal conseuia segurar a cler. Derramava sopa na toalha e,  quando, final, acertava a boca, deixava sempre cair um bocado pelos cantos.
O filho e a nora dele achavam que era uma porcaria e ficavam com nojo. Finalmente, acabaram fazendo o velho sentar num canto atrás do fogão.
Levavam comida para ele numa tigela de barro e – o que era pior – nem lhe davam o bastante.
O velho olhava para a mesa com os olhos compridos, muitas vezes cheios de lágrimas.
Um dia, suas mãos tremeram tanto que ele deixou a tigela cair no chão e ela se quebrou. A mulher ralhou com ele, que não disse nada, só suspirou.
Depois ela comprou uma gamela de madeira bem baratinha e era aí que ele tinha que comer.
Um dia, quando estavam todos sentados na cozinha, o neto do velho, que era um menino de quatro anos, estava brincando com uns pedaços de pau.
- O que é que você está fazendo? – perguntou o pai.
O menino respondeu:
- Estou fazendo um cocho, para papai emamãe poderem comer quando eu crescer.
O marido e a mulher se olharam durante algum tempo e círam no choro. Depois disso, trouxeram o avô de volta para a mesa. Desde então passaram a comer todos juntos e, mesmo quando velho derramava alguma coisa, ninguém dizia nada.

Tradução de Ana Maria Machado

RECOMEÇAR…



Não importa onde você parou… em que momento da vida você cansou… o que importa é que sempre é possível e necessário “Recomeçar”.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo… é renovar as esperanças na vida e o mai importante… acreditar em você de novo.
Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado…
Chorou muito? Foi limpeza da alma…
Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia…
Sentiu-se só por diversas vezes? É porque fechaste aporta até para os anjos…
Acreditou que tudo estava perdido? Era o inicio da tua melhora…
Pois é… agora é hora de reiniciar… de pensar na luz… de encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Quer um corte de cabelo arrojado… diferente?
Um novo curso… ou aquele velho desejo de aprender a pintar… desenhar… dominar o computador… ou qualquer outra coisa…
Olha quanto desafio… quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te esperando.
Tá se sentindo sozinho? Besteira… tem tanta gente que você afastou com o seu “período de isolamento”… Tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu para “chegar” perto de você.
Quando nos trancamos na tristeza… nem  nós mesmos nos suportamos… ficamos horríveis… o mal humor vai comendo nosso fígado… até a boca fica amarga.
Recomeçar… hoje é um bom dia para começar novos desafios.
Onde você quer chegar?
Ir alto… sonhe alto… queira o melhor do melhor… queira coisas boas para a vida… pensndo assim trazems pra nós aquilo que desejamos… se pensamos pequeno… coisas pequenas teremos… já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente lutarmos pelo melhor… o melhor vai se instalar na nossa vida.
E é hoje o dia da faxina mental… joga fora tudo que te prende ao passado… ao mundinho de coisas tristes… fotos… peças de roupa, papel de bala… ingressos de cinema, bilhetes de viagens… e toda aquela tranqueira que guardamos quando nos julgamos apaixonados… jogue tudo fora… mas principalmenre… esvazie seu coração… fique pronto para a vida… para um novo amor…
Lembre-se que somos apaixonáveis… somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes… afinal de contas… nós somos o Amor.
Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.

Carlos Drummond de Andrade


A volta


CRÔNICAS
A VOLTA (I)

Luís Fernando Veríssimo

Da janela do trem o homem avista a velha cidadezinha que o viu nascer. Seus olhos se enchem de lágrimas. Trinta anos. Desce na estação -  mesma do seu tempo, não mudou nada – e respira bem fundo. Até o cheiro é o mesmo! Cheiro de mato e poeira. Só não tem mais cheiro de carvão porque o trem agora é elétrico. E o chefe da estação, será possível? Ainda é o mesmo. Fora a careca, os bigodes brancos, as rugas e o corpo encurvado pela idade, não mudou nada.
O homem não precisa perguntar como se chega ao centro da cidade. Vai a pé, guiando-se por suas lembranças. O centro continua como era. A praça. A igreja. A prefeitura. Até o vendedor de bilhetes na frente do Clube Comercial parece o mesmo.
- Você não tinha um cachorro?
- O Cusca? Morreu, ih, faz vinte anos.
O homem sabe que subindo a rua Quinze vai dar num cinema. O Elite. Sobe a rua Quinze. O cinema ainda existe, mas mudou de nome. Agora eo Rex. Do lado tem um confeitaria. Ah, doces da infância… Ele entra na confeitaria. Tudo igual. Fora o balcão de fórmica, tudo igual. Ou muito se engana ou o dono ainda é o mesmo.
- Seu Adolfo, certo?
- Lupércio.
- Errei por pouco. Estou procurando a casa onde nasci. Sei que ficava do lado de uma farmácia.
- Qual delas, a Progresso, a Tem Tudo ou a Moderna?
- Qual é a mais antiga?
- A Moderna.
- Então é essa.
- Fica na Voluntários da Pátria.
Claro. A velha Voluntários. Sua casa está lá, intacta. Ele sente vontade de chorar. A cor era outra. Tinham mudado a porta e provavelmente emparedado uma das janelas. Mas nõ havia dúvida, era a casa da sua infância. Bateu na porta. A mulher que abriu lhe parecia vagamente familiar. Seria…
- Titia?
- Puluca?
- Bem, meu nome é…
- Todos chamavam você de Puluca. Entre.
Ela lhe serviu licor. Perguntou por parentes que ele não conhecia. Ele perguntou por parentes que ela não se lembrava. Conversaram até escurecer. Então ele se levantou e disse que precisava ir embora. Não podia, infelizmente, demorar-se em Riachinho. Só viera matar a saudde. A tia parecia intrigada.
- Riachinho, Puluca?
- É, por quê?
- Você vai para Riachinho?
Ele não entendeu.
- Eu estou em Riachinho.
- Não, não. Riachinho é  próxima parada do trem. Você está em Coronel Assis.
- Então eu desci na estação errada!
Durante alguns minutos os dois ficaram se olhando em silêncio. Finalmente a velha perguntou:
- Como é mesmo o seu nome?
Mas ele já estava na rua, atordoado. E agora? Não sabia como voltar para a estação, naquela cidade estranha.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Festa de criança. São Paulo. Ática, 200, p. 117-118.

CARTA ERRANTE, AVÓ ATRAPALHADA



Mirna Pinsky
MENINA ANIVERSARIANTE
Estou há mais de uma hora aqui, rabiscando essa carta cheia de bobagens para você, minha netinha querida. Queria que soubesse que me lembro de você e todo aniversário seu é uma festa pra mim. Embora eu seja bem preguiçosa para pegar na caneta, desta vez está sendo um grande prazer. Não sei por que, começa a dançar na minha frente uma porção de lembranças dos tempos mais distantes e as pessoas queridas que já não estão mais comigo voltam a me visitar. E pensamentos… quantos pensamentos diferentes vão surgindo, alguns passam voando e em outros eu consigo me deter. Um dia você quis saber por que moro em Israel, quando quatro de meus seis filhos moram no Brasil.
- Ora, porque os outros dois moram aqui – eu lhe respondi.
- Então você gosta mais desses dois do que dos outros quatro?
Achei tão engraçado que fiquei rindo sozinha um bocado de tempo. Não, gosto de todos da mesma maneira, mas eu vim para cá perseguindo um sonho. Sempre, desde que saímos da Polônia, quis vir morar em Israel. Você é muito nova, mas talvez poss compreender o que seja perseguir um sonho. vocÊ certamente tem vários e as pessoas novas não imaginamque as velhas também tem. E mais do que isso: não imaginam que essas mais velhas vão ter coragem de levar adiante e concretizar esse sonho. E quanto maior, mais complicado, mais difícil de concretizar – é o que todos acham. E estão certos, claro! Na minha idade se pensa muito tempo pra fazer uma mudança. E agora tenho muito orgulho de ter conseguido. Principalmente porque deu certo: sou muito feliz aqui.
- Mas você mora sozinha! É muito chato viver sozinha, vovó! Não dá medo, vovó? – você perguntou.
Não dá. O que dá, às vezes, é muita saudade, mas eu gosto do meu lugarzinho, das minhas plantinhas, dos meus bibelozinhos, das minhas fotogrfias. Sabe de uma coisa que eu descobri recentemente, minha netinha? É que se a gente conseguiu encher a vida com coisas boas, quando a gente fica mais velha não precisa de alguém vivendo junto o tempo todo. Aqui eu tenho sempre muitas visitas. Algumas ficam dois dias, outras uma semana, outras algumas horas. E eu vivo muito muito bem assim.
É bem verdade que estou sempre fazendo trapalhadas. Esqueço se já reguei as plantinhas, confundo, às vezes, os dias da semana e uso canetas erradas para escrever cartas para netinhas… Pois é, imagine que quando comecei esta carta não reparei que tinha pego aquela caneta maluca com tinta que apaga depois de algum tempo. Aquela ‘caneta de espião’ que você me deu de presente, lembra-se? E agora que já rabisquei três páginas, tenho preguiça de copiar tudo de novo. Acho que o melhor que tenho a fazer é ir terminando, masmo sem contar todas as minhas lembranças…
Prometo contar o que aconteceu com o gatinho da jangada que encontramos no rio quando for visitar vocês. Porque a surpresa eu deixo para o fim: vou para o Brasil, mas desta vez vou fazer uma surpresa de verdade. Só você e eu vamos saber. Não vou escrever nem pra sua mãe nem para qualquer um de seus tios. Vai ser surpresa mesmo!
E agora vou colocar esta carta no envelope – ainda bem que ele já está endereçado – e correr té o correio.
Não consigo me lembrar depois de quanto tempo a tinta começa a desaparecer…

PINKY, Mirna. Carta errante, avó atrapalhada, menina aniversariante. São Pulo: ftd, 1994, p. 38-42.


A ROUPA NOVA DE REI



Era uma vez um rei. Muito rico e muito prosa.
Um dia apareceram uns homens que vieram vender para ele um tecido para fazer uma roupa.
Mas, antes de mostrar o tecido, eles disseram que era um pano tão fantástico, que só as pessoas muito espertas conseguiam ver.
Então eles abriram uma mala e começaram a tirar o tecido.
Tirar o tecido? Que nada!
Eles fingiam que tiravam, mas não havia nada na mala.
Então as pessoas que estavam perto do rei começaram a fingir que estavam vendo o pano para não passarem por bobos.
E o rei?
O rei também não queria passar por bobo, então ele fingia que estava vendo o tecido:
- Que mravilha, que cores tão lindas! Que brilho!
E quanto mais o rei fingia que estava vendo alguma coisa mais as pessoas também fingia:
- É muito lindo!
- É fantástico!
- Nunca se viu um pano mais bonito!
Então o rei encomendou al alfaiate que fizesse uma roupa muito linda para ele, que ficasse pronta para uma grande festa que ia haver.
O alfaiate fez como todo munod. Também fingiu que experimentou a roupa no rei e tudo.
E no dia da festa, o lfaiate ajudou o rei a vestir a roupa que não existia. O rei saiu para a rua nuzinho, nuzinho!
As pessoas bem que viram que ele não estava vestido, mas fingiam que estavam vendo a roupa para que não pensassem que elas eram idiotas. Só que no meio do povo havia uma criança, que não estava nem ligando que achassem que ela era boba e que começou a gritar:
- Olha só! O rei está nu! O rei está nu!
A pessoas em volta diziam:
- Cala a boca, vão pensar que você é tola!
Mas a menina nem ligava:
- O rei está nu! Está nuzinho da silva!
E então todos perceberam que tinham sido enganados, que eles eram muito bobos por repetir o que os outros diziam.
E o rei também percebeu e saiu correndo para o palácio, muito envergonhado.
- Que bobo que eu sou! Se eu tivesse dito o que pensava não fazia papel de idiota!


Adaptação do conto de HANS CHRISTIAN ANDERSEN

MAIS UM NOVO DIA


MAIS UM NOVO DIA
Aqui estamos nós.
Aí está você.
O importante mesmo é saber se você está ai e bem.
Seja como for, você acaba de ganhar mais um dia de presente para viver.
Por isso, comemore este novo dia. Agradeça.
A partir de agora você retoma o contato com a magia de fazer parte da raça humana.
Viva este evento como algo fantástico.
Afinal, você também é um milagre da natureza.
Cada manhã traz a oportunidade de sintonia com o universo por meio de múltiplos canais de percepção.
Enquanto você está no silêncio, na intimidade dos seus pensamentos, nos desvaneios do espírito da rotina de mais um despertar, a vida se revela…
Emocione-se com os fenômenos da natureza, a chuva, o vento, as nuvens, os trovões, os primeiros raios de sol que estão começando a colorir o céu…
E, principalmente, emocione-se porque você faz parte dese espetáculo…
Esperamos demais para fazer o que precisa ser feito, num mundo que só nos dá um dia de cada vez, sem nenhuma garantia do amanhã.
Enquanto lamentamos que a vida é curta, agimos como se tivéssemos à nossa disposição um estoque inesgotável de tempo.
Esperamos demais para dizer as palavras de perdão que devem ser ditas, para por de lado os rancores que devem ser expulsos, para expressar gratidão, para dar ânimo, para oferecer consolo.
Esperamos demais para ser generosos, deixando que a demora diminua a alegria de dar espontaneamente.
Esperamos demais para ser pais dos nossos filhos pequenos, esquecendo quão curto é o tempo em que eles são pequenos, quão depressa a vida os faz crescer e ir embora.
Esperamos demais para dar carinho aos nossos pais, irmãos e amigos.
Quem sabe quão logo será tarde demais?
Esperamos demais para enunciar as preces que estão esperando para atravessar nossos lábios, para executar as tarefas que estão esperando para serem cumpridas, para demonstrar o amor, que talvez não seja mais necessário amanhã.
Esperamos demais nos bastidores, quando a vida tem um papel para desempenharmos no palco.
Deus também está esperando, esperando nós pararmos de esperar.
Esperando nós começarmos a fazer agora tudo aquilo para o qual este dia e esta vida nos foram dados.

Autoria desconhecida

DE PAI PARA FILHO


DE PAI PARA FILHO
No leito de morte, o pão-duro chama o filho mais velho, tira um relógio do bolso e diz:
- Filho, está vendo este relógio? Era do meu bisavô. Depois, passou para o vovô, para o meu pai, que o passou para mim. Agora, chegou a sua vez.
- Sim, papai – diz o moço com lágrimas nos olhos. E o pai:
- Quer comprar?

LÓGICA TOTAL



O empresário, viajando pelo interior, vê um peão tocando umas vacas e resolve pedir umas informações:
- Essas vacas dão muito leite?
- As maiáda ou asmarrom?
- Pode ser as malhadas.
- Uns 12 litro por dia!
- E as marrons?
- Também, 12 litro.
- Elas comem o quê?
- As maiáda ou a marrom?
- Sei lá… as marrons!
- É pasto e sal.
- Hum! E as malhadas?
- Também!
- Escuta aqui, amigo! Por que esse negócio de malhada ou arrom, se é tudo a mesma resposta?
- É que as maiáda é minha!
- E as marrons?
- Também!


O PREÇO DO AMOR



Uma tarde, um menino aproximou-se de sua mãe, que preparava o jantar, e entregou-lhe uma folha de papel com algo escrito. Depois que ela secouas mãos e tirou o avental, ela leu:
- Cortar a grama do jardim: R$ 3.
- Por limpar meu quarto esta semana: R$ 1.
- Por ir ao supermercado em seu lugar: R$ 2.
Por cuidar de meu irmãozinho, enquanto você vai às comprar: R$ 2.
- Por tirar o lixo toda a semana: R$ 1.
- Por ter um boletim com boas notas: R$ 5.
 - Por limpar e varrer o quintal: R$2.
- Total da dívida: R$16.
A mãe olhou o menino, que aguardava cheio de expectativa. Finalmente, ela pegou u lápis e no verso da mesma nota escreveu:
- Por levar-te nove meses em meu ventre e dar-te a vida: nada!
- Por tantas noites sem dormir, curar-te e orar por ti: nada!
- Pelos problemas e pelos prantos que me causastes: nada!
- Pelo medo e pelas preocupações que me esperam: nada!
- Por comidas, roupas e brinquedos: nada!
- Por limpar-te o nariz: nada!
- Custo total de meu amor: nada!
Quando o menino terminou de ler o que sua mãe havia escrito, tinha os olhos cheios de lágrimas. Olhou no olhos da mãe e disse:
- Eu te amo, mamãe!
Logo após, pegou um lápis e escreveu com uma letra enorme:
“TOTALMENTE PAGO”.
Assim somos nós adultos, como crianças, querendo rempensa por boas ações que fazemos. É difícil entender que a melhor recompensa é o amor que vem de Deus.
E para nossa sorte ela é grátis. Basta querermos recebê-lo em nossas vidas.

Autoria Desconhecida

O AMOR É UM HINO


Ninguém se julga verdadeiramente feliz! Sempre há alguma coisa, que em nossa concepção, atrapalha.
Mas quem pensa que é feliz deixa de ser, porque a felicidade não se pesa, não se mede mem se conta: e só somos felizes, quando menos julgamos ser.
A multidão caminha, e nessa multidão os mais diversos dramas…
São pais acabrunhados à procura de uma solução para os deslizes do filho. São mães desesperadas pelos caminhos que a filha insiste em seguir. São jovens incompreendidos, traumatizados, em busca da felicidade de que tanto ouvem falar, são crianças qu não sabem o que vieram fazer, para que vieram, e que não têm a alegria de um afeto verdadeiro.
São as pessoas em busca desesperada do amor. O amor! Mas o que é o amor?
Uma flor, um sorriso, uma palavra, um gesto, uma lágrima, um perdão. Tanta coisa pode representar o amor!
Mas a escola da vida, que nem sempre tem grandes mestres, ensina-nos que o amor só é representado de afeto, carinho material entre duas pessoas.
Entretanto, esse é o amor mais vulnerável e inconstante, que em vez de perpetar encontros e imortalizar momentos, arasta a hmanidade aos maiores desvarios, aos mais deploráveis ridículos e, às vezes, a impiedosas decadências morais.
O amor é lindo, e ele existe ainda entre duas pessoas que se ataem fisicamnte, por que não? Mas, para perdurar, é preciso ter algo além da atração física: é necessário muito mas do que um beijo, um abraço, um rosto bonito.
Como a planta, o amor só brota em terra boa, regada com afeto e compreensão e, sobretudo, sinta do exterior o mais importante: o calor humano. O amoré uma espécie de anestesia para as agulhadas do destino.
Ame e você sentirá isso. Ae sem interesse, sem egoísmo… Ame a rosa, o céu, as matas, os montes, os amigos, inimigos, irmãos, pais, filhos…
Ame e um novo mundo se abrirá à sua frente…
O amor é um hino.

Autoria Desconhecida

COMO FUNCIONA O MUNDO CORPORATIVO


COMO FUNCIONA O MUNDO CORPORATIVO
Todos os dias, uma formiga chegava cedinho ao escritório e pegava duro no trabalho. A formiga era produtiva e feliz.
O gerente marimbondo estranhou a formiga trabalhar sem supervisão. Se ela era produtiva sem supervisão, seria mais se fosse supervisionada. E colocou uma barata, que preparava belíssimos relatórios e tinha muita experiência, como supervisora.
A primeira preocupação da barata foi a de padronizar o horário de entrada e saída da formiga.
Logo, a barata precisou de uma secretária para ajudar a preparar os relatórios e contratou também uma aranha para organizar os arquivos e controlaras ligações telefônicas.
O marimbondo ficou encantado com os relatórios da barata e pediu gráficos com indicadores e análise das tendências que eram mostradas em reuniões. A barata, então, contratou uma mosca, e comprou um computador com impressora colorida. Logo, a formiga, produtiva e feliz, começou a se lamentar daquela movimentação de papéis e reuniões!
O marimbondo concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a área onde a formiga, produtiva e feliz, trabalhava. O cargo foi dado a uma cigarra, que mandou colocar carpete o seu escritório e comprar uma cadeira especial.
A nova gestora cigarra precisou de um computador e de uma assistente, a pulga (sua assistente na empresa anterior) para ajudá-la a preparar um plano estratégico d melhorias e um controle do orçamento para a área onde trabalhava a formiga,que já não cantarolava mais e cada dia se tornava mais chateada.
A cigarra, então, convenceu o gerente marimbondo de que era preciso fazer um estudo de clma. Mas o marimbondo, ao rever ascifras, se deu conta de que a unidade naqual a formiga trabalhava já não rendia como antes e conntratou a coruja, uma prestigiada e famosa consultora, para que fizese um diagnóstico  situação. A coruja permaneceu três meses nos escritórios e emitiu um volumoso relatório, com vários volumes que concluía:
- Há muita gente nesta empresa!
E adivinha quem o marimbondo mandou demitir?
A formiga, claro, porque ela andava muito desmotivada e aborrecida.
Já viu esse filme antes?
Bom trabalho a todas as formigas!”

Autoria Desconhecida

CHATEAR E ENCHER




Paulo M. Campos

Um amigo meu me ensina a diferença entre “chatear” e “encher”. Chatear é assim: você telefona para um escritório qualquer na cidade.
- Alô! Quer me chamar por favor o Valdemar?
- Aqi não tem nenhum Valdemar.
- Mas não é do número tal?
- É, mas aqui nunca teve nenhum Valdemar.
Mais cinco minutos você liga o mesmo número:
- Por favor, o Valdemar já chegou?
- Vê se te manca, palhaço. Já não lhe disse que o diabo desse Valdemar nunca trabalhou aqui?
- Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí.
- Não chateia.
Daí a dez minutos, liga de novo:
- Escuta uma coisa! O Valdemar não deixou pelo menos um recado?
O outro desta vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis.
Até aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez miutos, faça uma nova ligação:
- Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar. Alguém telefonou para mim

Para gostar de ler. Vol. 2. Crônicas. 9 Ed. São Paulo: Ática, 1988, p. 35.

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