1 – APRESENTAÇÃO
A
Escola _________ não difere de outras escolas
públicas, nos últimos anos, tem enfrentado grandes desafios, devido a
transformações sociais ocorridas nas últimas décadas. São desafios de
todas as ordens sociais, econômicos, culturais, éticos, morais ( entre
outros). Dentre esses desafios o
que tem afligido os profissionais é o relacionamento humano em relação a
comportamentos. Neste contexto ou situação a maior preocupação da
Equipe de profissionais da escola é focada na indisciplina que se
instaurou na turma do 6º ano do Ensino Fundamental, isso não significa
que a unidade não tenha problemas em outras turmas, que são casos
individualizados, mas neste dois últimos anos o foco das atenções tem se
voltado especificamente para esta turma.
Os professores, na ânsia de cumprirem o seu papel de educadores
comprometidos, se defrontam com problemas em ensinar aos alunos: que
fazem barulho, que falam alto, que gritam que são inquietos, que não se
interessam em apreender os conteúdos escolares, que visam “desligados”
enfim, que rejeitam o que a escola e o professor têm a oferecer.
Diariamente nos deparamos com professores desestimulados, que se
queixam dos alunos, o 6º ano é a turma que mais tem causado preocupações
com relação a falta de disciplina e consequentemente o baixo rendimento
escolar.
Este projeto de intervenção tem o objetivo de identificar os fatores
que tem causado a carência de limites e valores morais por parte dos
alunos, especificamente do 6º ano do Ensino Fundamental e que serão
estendidos a todas as turmas da Unidade.
A
algum tempo a questão da indisciplina deixou de ser um evento
particular da escola para ser tornar um dos grandes problemas escolares
da atualidade, por ser considerado um obstáculo para o rendimento da
aprendizagem.
Para
analisar o fenômeno da indisciplina no 6º ano e em outros casos
específico da unidade, vamos partir do olhar do professor, por
acreditarmos que eles vivenciam cotidianamente os problemas em sala de
aula.
Assim,
nosso objetivo é verificar quais são as concepções sobre a indisciplina
na sala de aula, mas o nosso olhar também será direcionado aos alunos e
a equipe técnica – pedagógica da escola e o Conselho Deliberativo.
Diante
da situação –problema instaurado, o grande desafio neste projeto é para
toda equipe de profissionais que atuam na escola- docente e não
docentes – que a partir daqui devem refletir, propor e repensar as
estratégias de ação pedagógica no cotidiano escolar.
Assim,
todas as ações de intervenção, serão entendidas como uma especificidade
ampla, que não corresponderá não somente a transformação de uma turma,
mas de forma geral toda a unidade.
2 – JUSTIFICATIVA
O
projeto de intervenção que executaremos na Escola Estadual Zeferino
José de Mattos, primeiramente considerara a situalização da escola, o
mapa econômico, social ,cultural e histórico da comunidade a qual está
inserida. Não é interessante aqui ofuscar todos os resultados positivos
que se obteve nas duas últimas décadas, onde desejos e legitimação de
conhecimentos, valores e ideais num espaço tramado por sujeitos que se
entrecruzaram durante esses últimos vinte anos.
Nesse
projeto o argumento central é que a indisciplina representa um problema
a ser pensado sob a perspectiva da gestão escolar. É uma força que
coloca em questão o próprio projeto pedagógico da escola, na medida em
que consegue afetar não somente as iniciativas e práticas dos
professores, mas as finalidades mais amplas que se deseja atingir dentro
da sala de aula, que devem ser a aprendizagem, socialização, acesso à
cultura e formação do cidadão.
Há
várias dimensões a buscar dentro da leitura desta questão. Porque a
indisciplina é mais acentuada no 6º ano do Ensino Fundamental.
A
questão colocada anteriormente refere-se ao 6º ano do Ensino
Fundamental da Escola Estadual Zeferino José de Mattos, o que nos
fornece a ideia de intervir e atuar mais diretamente com esta turma. A
perspectiva aqui apresentada reflete a percepção de todos os
profissionais da escola que ressaltam nas expressões de indisciplina da
turma.
Essas
expressões de indisciplina vêm produzindo um mal estar dentro da
escola. Estão presentes diversos sinais de uma crise disciplinar que vem
ocorrendo dentro do ambiente escolar e mais especificamente dentro da
sala de aula.
•- falta de compromisso com os deveres escolares dentro e fora da sala de aula.
•- não há cuidados com o material didático, ocasionando constantes perdas dos materiais de uso diário.
•- faltas da aula sem justificativa plausível.
• - movimentação física constante dentro da sala de aula.
• - uso de vocabulário inadequado ( palavrões) para agredir colegas e direcionados a alguns professores.
• - queda no rendimento de escolaridade. ( entre outros )
Esses
sinais de indisciplina revelam ao olhar dos profissionais da escola a
necessidade de uma intervenção, tendo em vista as circunstâncias e
dilemas com os quais a escola vem lidando.
Em
meio à situação vivenciada por todos os profissionais que trabalham
direta e indiretamente com a turma, o que se coloca é a necessidade de
uma tomada de decisões baseada em uma linha de ações capazes de
transformar este cenário em sala de aula e originar soluções que
realmente sejam efetivas.
Além
disso, nos parece necessário superar essas dificuldades em casos
isolados em todas as turmas da unidade. Assim, as ações serão
consideradas válidas dentro de toda comunidade escolar, com a finalidade
de produzir uma visão coletiva, que alimente e direcione os esforços de
toda a equipe no sentido que não ocasione espaço de esvaziamento das
iniciativas empreendidas.
É
importante destacar que as diretrizes para o enfrentamento da
indisciplina, estejam afinados com o projeto pedagógico da escola, e que
as ações asseguradas empreendidas devem refletir a visão pedagógica da
escola, onde explicita o que entende por educar.
3 – PROBLEMÁTICA
A indisciplina como um obstáculo e um complicador ao exercício do trabalho pedagógico dentro do ambiente escolar.
4- – OBJETIVOS
3.1 – GERAL
Conhecer as
estratégias dos professores, pais e equipe pedagógica em relação à
disciplina em sala de aula de alunos do 6º(sexto ano) e em geral ____________________ para
coletivamente, ressignificar essas estratégias de modo a obter
resultados mais significativos no tocante a um comportamento mais
adequado no ambiente escolar.
3.2 – ESPECÍFICOS
Verificar qual a metodologia de trabalho utilizada para lidar com os problemas de indisciplina na sala de aula.
Conferir qual a participação dos pais, em relação ao comportamento do filho (a).
Produzir
material escrito (dados - informações) para uma possível intervenção
nos problemas referentes à relação Professores/alunos – Pais/escola.
Focar questões disciplinar nos aspectos gerais da turma.
Relacionar todas as situações problemas que envolvem questões disciplinar.
4 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.
Na
atualidade, há uma vasta literatura sobre a temática indisciplinar
escolar. São resultados de pesquisas que procuram identificar os fatores
que tem causado a carência de limites. Diante das leituras de alguns
autores, pode se observar varias causas de indisciplina no interior das
salas de aula.
Pesquisadores como Freud e Piaget, segundo La Taille (1996), concordam
em situar a origem da moralidade na relação da criança com seus pais e o
importante sentimento de amor nesta relação. Para Freud, a
interiorização das proibições paternas constitui-se uma imagem ideal de
si que servirá como medida empregada para avaliar o próprio valor como
pessoa, para Piaget, interiorização das regras corresponde a uma
assimilação nacional destas e uma nova exigência moral: reciprocidade,
respeitar e ser respeitado.
Taille (1996, p.22) diz que “a indisciplina em sala de aula não se deve
essencialmente as falhas da pedagogia, pois esta em jogo o lugar que a
escola ocupa hoje na sociedade, o lugar que a criança e o jovem ocupam,
o lugar que a moral ocupa”.
Porém, Rego (1996, p.100) defende que “o comportamento indisciplinado
esta diretamente relacionado a ineficiência da pratica pedagógica
desenvolvida: metodologias que subestimam a capacidade dos alunos,
constantes ameaças visando o silencio da turma.”
Segundo Camargo (2000), pais e professoras são fundamentais na
constituição de filhos e alunos como cidadãos. Mas afirma que se torna
difícil assumir a responsabilidade na educação dos filhos/alunos quando a
sociedade esta carente de valores éticos e morais.
Por Rabello, (2002:69) “Sem saber como lidar com os filhos, os pais
acabam não colocando limites para que os filhos respeitem colegas,
professores, funcionários”. Assim, que a sociedade vem sofrendo
transformações e a razão desta esta na instituição família. Muitos pais
não impõem limites aos seus filhos, não corrigem, não estabelecem normas
convivências, não apresentam padrões de conduta de acordo com a tese de
que o comportamento é aprendido, podemos dizer que a família tem
responsabilidades também com a indisciplina.
Nos termos de Silva (2004), a palavra indisciplinar é habitualmente
utilizada para definir todo e qualquer comportamento que seja contrario
as regras, às normas e as leis estabelecidas por uma Instituição, no
caso em estudo, as escolas.
Aquino (1996) descreve que a instituição escolar encontra-se dentro de
um contexto onde os limites não são mais valorizados, a mudança de
calores sociais e individuais sofre a cada dia transformações,
projetando, dentro das escolas, sujeitos sem disciplina.
Para entender mais profundamente a disciplina e a Indisciplina na sala de aula (Araújo. 1996) nos diz que:
Os
distúrbios disciplinares são um dos grandes problemas pedagógicos e
morais da atualidade e, junto a violência, vêm comprometendo a busca por
uma educação de qualidade, e urgente busca o entendimento sobre os
fenômenos e procurar saídas para seu enfrentamento para a construção da
qualidade na educação ou, em ultima instancia, para a formação e
instrução de gerações futuras que tenham com meta viver em sociedades
democráticas, solidarias justas. (p.?)
Então, o referido autor procura entender a indisciplina como a quebra
de leis, regras, normas estabelecidas na sociedade ou em uma
organização. Desta forma ele entende que a indisciplina relaciona-se com
o não cumprimento dessas regras.
Vasconcellos (1997) também direciona seus estudos para a temática da
Indisciplina na sala de aula, como em seu texto “Os desafios da
Indisciplina em Sala de Aula”, ele trata o problema da indisciplina a
partir de sua complexidade e dá ideias para seu enfrentamento.
Para Vasconcellos, a questão da disciplina, para possíveis
enfrentamentos, pede ajuda de varias áreas do conhecimento como a
Sociologia, Antropologia, Psicanálise, Ética, Política, Psicologia,
Economia, História, Tecnologias, Comunicação Social, além dos próprios
saberes pedagógicos trabalhados dentro da escola.
É necessário, portanto abordar através de intensa leitura, observações
in Lócus, a relação professor – aluno, quais as características da
indisciplina na turma do 6º ano da Escola Estadual Zeferino José de
Mattos e de outros possíveis alunos em toda a unidade. Conhecer os fatos
deve orientar as práticas escolares, para isso é necessário
investigação, de modo que se encontre permeabilidade e mude as relações
dentro da sala de aula.
5 – METODOLOGIA
Serão
participantes desse estudo, trinta famílias (pai, mãe, responsável) de
alunos do 6º ano do Ensino Fundamental, todos os alunos das turmas
da Unidade que apresentam comportamento que considera –se inadequado,
oito professores que compreendem as três áreas do conhecimento,
coordenadora pedagógica, Articuladora da Aprendizagem, gestora da
Unidade, funcionários de apoio da Escola Estadual Zeferino José de
Mattos situada a Avenida Belém s/nº, localizada no Bairro Zeferino II,
no município de São José de Quatro Marcos. Os alunos da turma serão os
mediadores das famílias, através de convites escrito, que ficara a cargo
da escola.
Os profissionais da Escola serão convidados através de Oficio Circular
com informações sobre a temática a ser tratada com pais e alunos.
O projeto de intervenção da escola será efetivado de diversas fases
e permeados pela pesquisa bibliográfica e documental.
As
reflexões obtidas através dos encontros com pais, alunos e
profissionais terão como base a ação que inicia de forma empírica que é
concebida e realizada com uma ação em busca da solução de um problema
detectado e no qual os participantes representativos da situação ou do
problema estão envolvidos de modo participativo.
Desta forma, consideramos importante esta maneira de enfrentamento do
problema – indisciplinar – para elaboração do projeto de intervenção.
As ações serão flexíveis, onde vão ocorrer um ir e vir entre as fases,
características dos envolvidos com a situação problema.
5.1 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
- Fase exploratória
- Expectativa de interessados
- Tipo de participação dos envolvidos
- Realização de encontros com profissionais, pais e alunos
- Coleta de dados
- Análise e interpretação de dados
- Procedimentos legais
- Cronograma de atividades
- Resultados obtidos
- Referencias Bibliográficas.
5.2 – PESQUISA – AÇÃO.
Serve
de base para a exploração de alguns fatos, servirá para o ponto de
partida da ação, já que esta tem como base a realidade da escola.
5.3 – CARACTERÍSTICAS DOS SUJEITOS
Serão
envolvidos na busca de solução para o problema de indisciplina na sala
de aula do 6º ano, oito professores, equipe técnica – pedagógica,
Conselho Deliberativo e trinta famílias dos alunos deste 6º ano e todos
os alunos da unidade de maneira menos específica.
5.4 – ABORDAGENS DA PESQUISA
A
pesquisa será realizada, através de conteúdos sociais, como as de
Sastre & Moreno ( 2000) e Araújo(2000) na qual buscaram
respectivamente entender a evolução dos sujeitos do sexo masculino e
feminino em relação a ética e a justiça e sobre as relações entre a
afetividade, cognição, e conflitos morais. Assim, toda a pesquisa será
permeada por várias reflexões de grandes pesquisadores da temática.
5.5- ESTRATÉGIAS –RECURSOS DA PESQUISA
Como
instrumentos da pesquisa utilizarão conflitos reais dentro das salas de
aula, análise das situações problemas, relação entre pais e filhos,
relação alunos /professores, associados a pesquisas bibliográficas que
evidenciam a importância de conteúdos sociais na construção de
raciocínios morais.
5.6 - COLETA DE DADOS.
As
técnicas utilizadas na pesquisa-ação serão resultados das entrevistas
de grupo ( pais /alunos/ professores) e entrevistas individuais,
questionários aplicados aos profissionais que trabalham direta e
indiretamente com alunos dentro do ambiente escolar.
6.0- CRONOGRAMA DA PESQUISA
A
pesquisa sobre a temática indisciplina seguirá o cronograma
estabelecido por todo o grupo de profissionais que atuará nas
intervenções dentro da escola e as datas previstas do curso.
CRONOGRAMA DE AÇÕES
| |||||||||||
Ações – 2010
|
Mar.
|
Abr.l
|
Maio
|
Jun.
|
Jul.
|
Agos.
|
Set.
|
Out.
|
Nov.
|
Obs.
|
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I -CONTEXTO ETIMOLÓGICO E TEÓRICO DA INSDISCIPLINA ESCOLAR
1.1– Conceito indisciplina
1.1 – Indisciplina na Escola: A visão dos diferentes elementos da Comunidade Escolar
1.2 – Visão sócio- histórica e Psicológica sobre as possíveis causas da indisciplina
1.3 – A importância da família na produção da indisciplina
1.4 – Indisciplina: Sistema de Ensino na Escola Democrática
1.5
CAPITULO II- O COTIDIANO ESCOLAR: SUAS REGRAS E NORMAS
2.1 – A leitura pedagógica da indisciplina
2.2 – A visão social do ECA ( Estatuto da Criança e do Adolescente )entendida por professores e a família
2.3 – Regras e Normas necessárias para o convívio escolar
2.4- Concepções: Aluno desrespeitador, sem limites e desinteressado
2.5 – Fatores que afetam a indisciplina escolar – transformação social – ambiente familiar – escola – professor – aluno
CAPITULO III- APRESENTAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E RESULTADOS DOS DADOS
3.1 - Relatório descritivo dos dados coletados
3.2- Interpretação das informações
3.3- Descrição da Escola
3.4 - Resultado dos dados pesquisados
3.5- Propostas Pedagógicas a partir do problema investigado
CONSIDERAÇOES FINAIS
REFERÊNCIAS (WEB) BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS
7 – REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ANTUNES,:
C.: Certos passos que são passos certos.In: professor bonzinho=aluno
difícil: a questão da indisciplina em sala de aula. 6ªed.Petrópolis,RJ.:
Vozes,2007,fasc.10,p.54et seq.
CAMARGO,JS.:
Pais e Professores à beira de um ataque de nervos entre o limite e o
poder. Arquivos do Apodoc,v.4.2, p,61, jul/dez,2000.
REGO,T.C.R.; A indisciplina do ponto de vista dos professores e dos alunos. In: Aquino, J.G (org ). Indisciplina na Escola.11 ed. São Paulo: Summus, 1996.p 87 et seq.
TAYLLE,Y.de
L. A indisciplina e o sentimento de vergonha. In: Aquino, J.G (org ).
Indisciplina na Escola.11 ed. São Paulo: Summus, 1996.p 87 et seq.
ARAUJO,f Ulisses.: Disciplina,Indisciplina e a Complexidade do cotidiano escolar, ( 1996 )
VASCONCELLOS, Celso dos S.: Os Desafios da Indisciplina em Sala de aula. São Paulo: Fde, 1997.
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