DISCALCULIA
O que é?
É a dificuldade em aprender matemática.
Cerca de 60% das crianças disléxicas possuem dificuldades com números e as relações entre eles.
Mesmo frequentemente associado com a dislexia, a discalculia deve ser considerada um problema de aprendizado independente.
Quais os sintomas?
Lentidão extrema da velocidade de trabalho, pois não tem os mecanismos necessários. (tabuada decorada, sequências decoradas).
Problema com orientação espacial: não sabe posicionar os números de uma operação na folha de papel, gasta muito espaço, ou faz contas “apertadas” num cantinho da folha.
Dificuldades para lidar com operações (soma, subtração, multiplicação, divisão)
Dificuldade de memória de curto prazo (taboadas (muita carga para a memória), fórmulas.).
Não automatiza informações –memória de trabalho- (armazenar e buscar o que foi ensinado).
Dificuldade de memória de longo prazo (esquece o que é para fazer de lição)
Dificuldade em lidar com grande quantidade de informação de uma vez só.
Confusão de símbolos (= + -: . < >)
Dificuldade para entender palavras usadas na descrição de operações matemáticas como: “diferença”, “soma”, “total”,” conjunto”, “casa”, “raiz quadrada”.
Tendência a transcrever números e sinais erradamente, quando desenvolvendo um exercício como uma expressão, por exemplo. Isso é devido ao seu problema de sequênciação.
Alguns problemas associados com a discalculia provêm das dificuldades com processamento de linguagem e sequências, característico da dislexia.
A criança com discalculia pode ser capaz de entender conceitos matemáticos de um modo bem concreto, uma vez que o pensamento lógico está intacto, porém tem extrema dificuldade em trabalhar com números e símbolos matemáticos, fórmulas, e enunciados.
Ela é capaz de compreender a matemática representada simbolicamente (3+2=5),
Mas é incapaz de resolver “Maria tem três balas e João tem duas. Quantas balas eles tem no total?”.
SOLUÇÕES PARA AJUDAR:
Permitir o uso de calculadora e tabela de tabuada.
Uso de caderno quadriculado.
Provas: elaborar questôes claras e diretas. Reduzir ao mínimo o número de questôes. Fazer prova sozinho, sem limite de tempo e com um tutor para certificar se entendeu o que pede as questões.
Muitas vezes o aluno poderá fazer prova oralmente, desenvolvendo as expressões mentalmente, e ditando para que alguém as transcreva.
Moderar a quantidade de lição de casa. Passar exercícios repetitivos e cumulativos.
Incentivar a visualização do problema, com desenhos e depois internamente.
Prestar atenção no processo ultilizado pela criança. Que tipo de pensamento ela usa para resolver um problema?
Faça uma aula “livre de erros”, para esse aluno conhecer o sucesso.
Lembra que para o disléxico nada é obvio como é para nós.
DISLEXIA:
LEITURA:
- O disléxico tem uma deficiência na decodificação dos símbolos escritos, o que os impossibilita de compreender o significado de um texto.
- Quando lê, a sua tensão está voltada para o código, em consequência, esquece do sentido do que acabou de ler.
- A velocidade normal de leitura de uma palavra é de 200 a 300 milisegundos. O disléxico leva em 600 milisegundos.
- A maioria dos disléxicos tem também disgrafia, que é a letra muito ruim.
- Possuem também dispraxia (pouca eficiência motora), em consequência não conseguem organizar-se no espaço da folha do caderno. As letras geralmente variam de tamanho e parecem “pular” das linhas.
- Lê sem respeitar a pontuação e “gruda” palavras, pois devida ao seu problema de sequenciação, não identifica o final delas.
- Pouco domínio do sistema ortográfico, pois possui a dificuldade de identificar, descriminar, escolher a representação gráfica.
ESCRITA:
- Pouco domínio do sistema ortográfico, pois possui a dificuldade de identificar, descriminar, e escolher a representação gráfica.
- O disléxico não consegue transformar seu pensamento em palavra escrita.
Elaborar um texto é extremamente laborioso, com muita dificuldade em construir sequências e parágrafos num sentido lógico-gramatical. Em consequência o texto sai extremamente pobre, discrepante com o conteúdo da sua imaginação, que geralmente é muito criativa.
- Como sua leitura é muito lenta, demora muito tempo para elaborar cópias.
- Devido ao seu problema com sequenciação, não consegue usar dicionários, tem muita dificuldade, pois a informação inverte na hora em que é trazida.
- Não consegue decorar regras gramaticais, graças ao problema com memória imediata e consequentemente, de trabalho.
-Muitos disléxicos possuem disnomia, que é a incapacidade de achar a palavra certa para o objeto certo. Então fala “a coisa”, o “negócio”, o “carinha”.
- Dificuldade na expressão oral, principalmente se for uma resposta rápida. A linguagem oral também depende da habilidade fonológica, pois para isso é necessário que se vá até o “dicionário interno”, selecione os fonemas apropriados, ponha-os em sequência lógica e o expresse a palavra.
COMO AJUDAR:
Alinhavar a matéria a ser aprendida no início de cada bimestre.
Anotar na agenda o que vai ser exigido dele duranta a semana, para que possa se programar.
Permitir fazer redações gravadas ou ditadas á alguém.
Permitir a redação em duplas: um pensa o outro escreve e depois inverter.
Permitir o desenho colorido de uma redação, do seu começo, meio e fim e depois representar esses desenhos em palavas.
Permitir o uso de cópias de caderno de colegas, da matéria dada.
Permitir o uso de gravador para determinados momentos da aula.
Permitir alternativas á leitura de livros, como filmes, peças teatrais, livros-áudio.
Permitir que a “prova” do livro seja um desenho, uma colagem, ou qualquer outro meio alternativo de expressão.
Permitir o uso de computador para elaborar textos.
Ultilize material visual, como fichas coloridas.
Permitir provas com consulta se o assunto forem regras gramaticais.
Diminuir a carga de lições de casa.
Permitir fazer avaliações com tempo extra, sozinho e com tutor para explicar o que cada questão está pedindo.
As avaliações devem conter poucas questões, com enunciados claros e simples.
Evitar situações constrangedoras, como por exemplo, pedir para ler em voz alta.
GERAL:
Dificuldade em seguir muitas ordens ao mesmo tempo. Por exemplo; “Abra o livro de história na página 39, faça agora os exercícios 1, 2 e 3 no caderno , e os exercícios 4 e 5 faça em casa numa folha de monobloco para ser entregue até 4ª feira.”
Problemas com coordenação motora fina: pintar, desenhar, amarrar, costurar.
Problemas com a coordenação motora grossa: falta de habilidade nos esportes, a criança é estabanada, derruba coisas da carteira.
O disléxico tem muita dificuldade para aprender uma segunda língua, uma vez que a relação fonema / grafema segue um padrão diferente. Porém é capaz de aprender “de ouvido”.
Baixa resistência á frustração, devido aos repetidos fracassos.
Resistência á atividades que exijam leitura e escrita.
Resistência á atividade em grupo, não querem se expôr.
Geralmente escreve pouquíssimo, ou respondem somente “SIM” ou “NÃO”, ás questões escritas, devido a seu medo de errar.
Sentimento fortíssimo de menos valia.
Podem se transformar no “fantasma” da classe, no “palhaço” ou no “contraventor”.
OUTRAS SUGESTÕES:
- Nomear tutores, colegas de classe que tenham dom de ajudar.
- Dar dicas e atalhos, jeitos de fazer associações que ajudem a lembrar-se dos pontos da matéria.
-Recorrer a diferentes tecnologias, ex: CDROM, disquetes com a matéria gravada.
-Realizar vários tipos de trabalhos práticos valendo para nota, apresentados em diferentes expressões e linguagens, envolvendo estudo, pesquisa, criatividade e experiências diversas.
- No aprendizado da segunda língua, realizar, em alternativa á avaliação, pesquisas sobre a cultura inglesa, americana, hispânica, alemã ou francesa, dependendo da língua ensinada.
-Permitir a prova de um determinado ponto da matéria, ser um desenho. A criança pode desenhar uma cidade medieval, por exemplo.
-Permitir o uso de gravadores e máqina fotográfica nas aulas, nos momentos apontados pelo professor.
-Solidariedade, ênfase nos pequenos sucessos, muito elogio. Estar ciente que o disléxico se cansa muito nas tarefar escritas principalmente.
-Evitar expô-lo em peças, jogral, ou qualquer atividade que envolva memória de textos.
-Evite rotulá-los.
“Dê ao aluno as possibilidades de aprender do jeito que ele aprende”
Fontes:
Prof. Mário Angelo Brággio – “INCLUSÃO DO DISLÉXICO NA SALA DE AULA”
Dra. Ana Luiza Amaral Borba- psicopedagoga-psicóloga – “COMO LIDAR COM O DISLÉXICO NA SALA DE AULA”
Dr. Jaime Zorzi – fonoaudiólogo- “RELAÇÃO ENTRE ORALIDADE E ESCRITA : PROGRAMA DE ESTIMULAÇÃO Á LINGUAGEM”
Profa. Dra. Alessandra Copovilla, médica pesquisadora USP – “DESENVOLVIMENTO DA LEITURA E ESCRITA”.
Dra Tânia Maria de Campos Freitas - psicopedagoga clínica-“ALTERAÇÃO NO PROCESSO DE LEITURA E ESCRITA”
Dra. Maria Eduarda F. De Carvalho - psicopedagoga especialista em descalculia - “O RACIOCÍNIO LÓGICO E A MATEMÁTICA”.
Dra. Ana Alvarez-fonoaudióloga-“ATENÇÃO, MEMÓRIA E APRENDIZADO”
Dra. Maria Inês Fernandes- fonoaudióloga- “APRENDIZAGEM DA LEITURA E ESCRITA.”.
Seminários realizados pela ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DISLEXIA, 2005.
Sally Shaywitz, M.D. - “OVERCOMING DYSLEXIA”
A. Marshall-“A GUIDE TO CHILDREN WITH DYSLEXIA”
FONTE:
http://insightsdapsicologia.blogspot.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário