- O QUE É BULLYING?
O
termo BULLYING compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais
e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais
estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma
relação desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre iguais
(estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais, que
tornam possível a intimidação da vítima.
Por não existir uma
palavra na língua portuguesa capaz de expressar todas a situações de BULLYING
possíveis, o quadro, a seguir, relaciona algumas ações que podem estar
presentes:
Colocar apelidos
Ofender Zoar Gozar Encarnar Sacanear Humilhar Aterrorizar |
Fazer sofrer
Discriminar Excluir Isolar Ignorar Intimidar Perseguir Assediar Amedrontar Tiranizar Dominar |
Agredir
Bater Chutar Empurrar Ferir Roubar Quebrar pertences |
E ONDE O BULLYING
OCORRE?
O
BULLYING é um problema mundial, sendo encontrado em toda e qualquer escola, não
estando restrito a nenhum tipo específico de instituição: primária ou
secundária, pública ou privada, rural ou urbana. Pode-se afirmar que as escolas
que não admitem a ocorrência de BULLYING entre seus alunos, ou desconhecem o
problema, ou se negam a enfrentá-lo.
DE QUE MANEIRA OS ALUNOS SE ENVOLVEM COM O
BULLYING?
Seja qual for a atuação de cada aluno, algumas
características podem ser destacadas, como relacionadas aos papeis que venham a
representar:
- alvos de Bullying - são os alunos que só
sofrem BULLYING;
- alvos/autores de Bullying - são os alunos que ora sofrem, ora praticam BULLYING;
- autores de Bullying - são os alunos que só praticam BULLYING;
- testemunhas de Bullying - são os alunos que não sofrem nem praticam Bullying, mas convivem em um ambiente onde isso ocorre.
- alvos/autores de Bullying - são os alunos que ora sofrem, ora praticam BULLYING;
- autores de Bullying - são os alunos que só praticam BULLYING;
- testemunhas de Bullying - são os alunos que não sofrem nem praticam Bullying, mas convivem em um ambiente onde isso ocorre.
§ Os autores são,
comumente, indivíduos que têm pouca empatia. Freqüentemente, pertencem a
famílias desestruturadas, nas quais há pouco relacionamento afetivo entre seus
membros. Seus pais exercem uma supervisão pobre sobre eles, toleram e oferecem
como modelo para solucionar conflitos o comportamento agressivo ou explosivo.
Admite-se que os que praticam o BULLYING têm grande probabilidade de se
tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo vir a
adotar, inclusive, atitudes delinqüentes ou criminosas.
§ Os alvos são pessoas
ou grupos que são prejudicados ou que sofrem as conseqüências dos
comportamentos de outros e que não dispõem de recursos, status ou habilidade
para reagir ou fazer cessar os atos danosos contra si. São, geralmente, pouco
sociáveis. Um forte sentimento de insegurança os impede de solicitar ajuda. São
pessoas sem esperança quanto às possibilidades de se adequarem ao grupo. A
baixa auto-estima é agravada por intervenções críticas ou pela indiferença dos
adultos sobre seu sofrimento. Alguns crêem ser merecedores do que lhes é
imposto. Têm poucos amigos, são passivos, quietos e não reagem efetivamente aos
atos de agressividade sofridos. Muitos passam a ter baixo desempenho escolar,
resistem ou recusam-se a ir para a escola, chegando a simular doenças. Trocam
de colégio com freqüência, ou abandonam os estudos. Há jovens que estrema
depressão acabam tentando ou cometendo o suicídio.
§ As testemunhas,
representadas pela grande maioria dos alunos, convivem com a violência e se
calam em razão do temor de se tornarem as "próximas vítimas". Apesar
de não sofrerem as agressões diretamente, muitas delas podem se sentir
incomodadas com o que vêem e inseguras sobre o que fazer. Algumas reagem
negativamente diante da violação de seu direito a aprender em um ambiente
seguro, solidário e sem temores. Tudo isso pode influenciar negativamente sobre
sua capacidade de progredir acadêmica e socialmente.
E o Bullying envolve
muita gente?
A pesquisa mais extensa
sobre BULLYING, realizada na Grã Bretanha, registra que 37% dos alunos do
primeiro grau e 10% do segundo grau admitem ter sofrido BULLYING, pelo menos,
uma vez por semana.O levantamento realizado pela ABRAPIA, em 2002, envolvendo
5875 estudantes de 5a a 8a séries, de onze escolas localizadas no município do
Rio de Janeiro, revelou que 40,5% desses alunos admitiram ter estado
diretamente envolvidos em atos de Bullying, naquele ano, sendo 16,9% alvos,
10,9% alvos/autores e 12,7% autores de Bullying.Os meninos, com uma freqüência
muito maior, estão mais envolvidos com o Bullying, tanto como autores quanto
como alvos. Já entre as meninas, embora com menor freqüência, o BULLYING também
ocorre e se caracteriza, principalmente, como prática de exclusão ou difamação.
Quais são as conseqüências do Bullying sobre o
ambiente escolar?
Quando não há
intervenções efetivas contra o BULLYING, o ambiente escolar torna-se totalmente
contaminado. Todas as crianças, sem exceção, são afetadas negativamente,
passando a experimentar sentimentos de ansiedade e medo. Alguns alunos, que
testemunham as situações de BULLYING, quando percebem que o comportamento
agressivo não trás nenhuma conseqüência a quem o pratica, poderão achar por bem
adotá-lo.Alguns dos casos citados na imprensa, como o ocorrido na cidade de
Taiúva, interior de São Paulo, no início de 2003, nos quais um ou mais alunos
entraram armados na escola, atirando contra quem estivesse a sua frente,
retratavam reações de crianças vítimas de BULLYING. Merecem destaque algumas
reflexões sobre isso:
- depois de muito
sofrerem, esses alunos utilizaram a arma como instrumento de "superação”
do poder que os subjugava.- seus alvos, em praticamente todos os casos, não
eram os alunos que os agrediam ou intimidavam. Quando resolveram reagir, o
fizeram contra todos da escola, pois todos teriam se omitido e ignorado seus
sentimentos e sofrimento.As medidas adotadas pela escola para o controle do
BULLYING, se bem aplicadas e envolvendo toda a comunidade escolar, contribuirão
positivamente para a formação de uma cultura de não violência na sociedade.
QUAIS SÃO AS CONSEQÜÊNCIAS POSSÍVEIS PARA OS ALVOS?
As
crianças que sofrem BULLYING, dependendo de suas características individuais e
de suas relações com os meios em que vivem, em especial as famílias, poderão
não superar, parcial ou totalmente, os traumas sofridos na escola. Poderão
crescer com sentimentos negativos, especialmente com baixa auto-estima,
tornando-se adultos com sérios problemas de relacionamento. Poderão assumir,
também, um comportamento agressivo. Mais tarde poderão vir a sofrer ou a
praticar o BULLYING no trabalho (Workplace BULLYING). Em casos extremos, alguns
deles poderão tentar ou a cometer suicídio.
E PARA OS AUTORES?
Aqueles
que praticam Bullying contra seus colega poderão levar para a vida adulta o
mesmo comportamento anti-social, adotando atitudes agressivas no seio familiar
(violência doméstica) ou no ambiente de trabalho.Estudos realizados em diversos
países já sinalizam para a possibilidade de que autores de Bullying na época da
escola venham a se envolver, mais tarde, em atos de delinqüência ou criminosos.
E
QUANTO ÀS TESTEMUNHAS?
As testemunhas também se vêem afetadas por esse
ambiente de tensão, tornando-se inseguras e temerosas de que possam vir a se
tornar as próximas vítimas.
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