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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Interpretação de Textos – Tipos de Texto e Formas de Discurso

Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura:
Informativa e de reconhecimento;
Interpretativa.
A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras-chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à idéia-central de cada parágrafo.
A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras com NÃO, EXCETO, RESPECTIVAMENTE, etc, pois fazem diferença na escolha adequada.
Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor.
ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E IDÉIA CENTRAL
Um texto para ser compreendido deve apresentar idéias seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela idéia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto.
Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas:
Declaração inicial;
Definição;
Divisão;
Alusão histórica.
Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem esquerda.
Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a idéia central extraída de maneira clara e resumida.
Atentando-se para a idéia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto.
OS TIPOS DE TEXTO
Basicamente existem três tipos de texto:
Texto narrativo;
Texto descritivo;
Texto dissertativo.
Cada um desses textos possui características próprias de construção.
DESCRIÇÃO
Descrever é explicar com palavras o que se viu e se observou. A descrição é estática, sem movimento, desprovida de ação. Na descrição o ser, o objeto ou ambiente são importantes, ocupando lugar de destaque na frase o substantivo e o adjetivo.
O emissor capta e transmite a realidade através de seus sentidos, fazendo uso de recursos lingüísticos, tal que o receptor a identifique. A caracterização é indispensável, por isso existe uma grande quantidade de adjetivos no texto.
Há duas descrições:
Descrição denotativa
Descrição conotativa.
DESCRIÇÃO DENOTATIVA
Quando a linguagem representativa do objeto é objetiva, direta sem metáforas ou outras figuras literárias, chamamos de descrição denotativa. Na descrição denotativa as palavras são utilizadas no seu sentido real, único de acordo com a definição do dicionário.
Exemplo:
Saímos do campus universitário às 14 horas com destino ao agreste pernambucano. À esquerda fica a reitoria e alguns pontos comerciais. À direita o término da construção de um novo centro tecnológico. Seguiremos pela BR-232 onde encontraremos várias formas de relevo e vegetação.
No início da viagem observamos uma típica agricultura de subsistência bem à margem da BR-232. Isso provavelmente facilitará o transporte desse cultivo a um grande centro de distribuição de alimentos a CEAGEPE.
DESCRIÇÃO CONOTATIVA
Em tal descrição as palavras são tomadas em sentido figurado, ricas em polivalência.
Exemplo:
João estava tão gordo que as pernas da cadeira estavam bambas do peso que carregava. Era notório o sofrimento daquele pobre objeto.
Hoje o sol amanheceu sorridente; brilhava incansável, no céu alegre, leve e repleto de nuvens brancas. Os pássaros felizes cantarolavam pelo ar.
NARRAÇÃO
Narrar é falar sobre os fatos. É contar. Consiste na elaboração de um texto inserindo episódios, acontecimentos.
A narração difere da descrição. A primeira é totalmente dinâmica, enquanto a segunda é estática e sem movimento. Os verbos são predominantes num texto narrativo.
O indispensável da ficção é a narrativa, respondendo os seus elementos a uma série de perguntas:
Quem participa nos acontecimentos? (personagens);
O que acontece? (enredo);
Onde e como acontece? (ambiente e situação dos fatos).
Fazemos um texto narrativo com base em alguns elementos:
O quê? – Fato narrado;
Quem? – personagem principal e o anti-herói;
Como? – o modo que os fatos aconteceram;
Quando? – o tempo dos acontecimentos;
Onde? – local onde se desenrolou o acontecimento;
Por quê? – a razão, motivo do fato;
Por isso: – a conseqüência dos fatos.
No texto narrativo, o fato é o ponto central da ação, sendo o verbo o elemento principal. É importante só uma ação centralizadora para envolver as personagens.
Deve haver um centro de conflito, um núcleo do enredo.
A seguir um exemplo de texto narrativo:
Toda a gente tinha achado estranha a maneira como o Capitão Rodrigo Camborá entrara na vida de Santa Fé. Um dia chegou a cavalo, vindo ninguém sabia de onde, com o chapéu de barbicacho puxado para a nuca, a bela cabeça de macho altivamente erguida e aquele seu olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas. Devia andar lá pelo meio da casa dos trinta, montava num alazão, trazia bombachas claras, botas com chilenas de prata e o busto musculoso apertado num dólmã militar azul, com gola vermelha e botões de metal.
(Um certo capitão Rodrigo – Érico Veríssimo)
A relação verbal emissor – receptor efetiva-se por intermédio do que chamamos discurso. A narrativa se vale de tal recurso, efetivando o ponto de vista ou foco narrativo.
Quando o narrador participa dos acontecimentos diz-se que é narrador-personagem. Isto constitui o foco narrativo da 1ª pessoa.
Exemplo:
Parei para conversar com o meu compadre que há muito não falava. Eu notei uma tristeza no seu olhar e perguntei:
- Compadre por que tanta tristeza?
Ele me respondeu:
- Compadre minha senhora morreu há pouco tempo. Por isso, estou tão triste.
Há tanto tempo sem nos falarmos e justamente num momento tão triste nos encontramos. Terá sido o destino?
Já o narrador-observador é aquele que serve de intermediário entre o fato e o leitor. É o foco narrativo de 3ª pessoa.
Exemplo:
O jogo estava empatado e os torcedores pulavam e torciam sem parar. Os minutos finais eram decisivos, ambos precisavam da vitória, quando de repente o juiz apitou uma penalidade máxima.
O técnico chamou Neco para bater o pênalti, já que ele era considerado o melhor batedor do time.
Neco dirigiu-se até a marca do pênalti e bateu com grande perfeição. O goleiro não teve chance. O estádio quase veio abaixo de tanta alegria da torcida.
Aos quarenta e sete minutos do segundo tempo o juiz finalmente apontou para o centro do campo e encerrou a partida.
FORMAS DE DISCURSO
Discurso direto;
Discurso indireto;
Discurso indireto livre.
DISCURSO DIRETO
É aquele que reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa.
Podemos enumerar algumas características do discurso direto:
- Emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder, entre outros;
- Usam-se os seguintes sinais de pontuação: dois-pontos, travessão e vírgula.
Exemplo:
O juiz disse:
- O réu é inocente.
DISCURSO INDIRETO
É aquele reproduzido pelo narrador com suas próprias palavras, aquilo que escutou ou leu de outra pessoa.
No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação e usamos conjunções: que, se, como, etc.
Exemplo:
O juiz disse que o réu era inocente.
DISCURSO INDIRETO LIVRE
É aquele em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta própria, servindo-se de orações absolutas ou coordenadas sindéticas e assindéticas.
Exemplo:
Sinhá Vitória falou assim, mas Fabiano franziu a testa, achando a frase extravagante. Aves matarem bois e cavalos, que lembrança! Olhou a mulher, desconfiado, julgou que ela estivesse tresvariando”. (Graciliano Ramos).
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