Educar é Semear

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sábado, 28 de maio de 2011

O novo professor

À luz dos conhecimentos que hoje possuímos sobre o funcionamento do cérebro como um todo, a escola tradicional apresenta muitas heresias biológicas, fisiológicas e psicológicas, isto é, verdadeiros contra-sensos em relação ao que é o ser humano como um todo. Heresias morais também porque quantas vezes essa escola não matou vocações e, em quantas pessoas não deixou bloqueios para o resto da vida?
A combinação das ciências do comportamento com as neurociências produz o campo da Psiconeurolingüística (Psicolingüística) e a Emotologia, cuja aplicação ao ensino se chama Emotopedia, como já dito.
A idéia antiga de que “a educação prepara para a vida” é substituída por “a educação é vida” e a escola deve ser um laboratório e não um auditório.
A principal finalidade da educação deve ser de desenvolver as capa­cidades das pessoas em situação de aprendizagem como elemento de auto-realização e, não, “transmitir” conhecimentos. Aliás, a origem da pala­vra educação é do latim educĕre (Pronuncia-se [edúcere]), de e(x), “para fora” e ducĕre (Pronuncia-se [dúcere]), “conduzir”, da mesma ori­gem de educador, mas esta palavra não nos parece boa para indicar o novo professor, pois nos soa como “aquele que transmite as regras que o aluno deve seguir” e não o que contribui para desenvolver-lhe as capacidades. O professor não deve ser, necessariamente, um erudito, “aquele que sabe tudo”, encarregado de “moldar a inteligência” e “encher a cabeça” da pes­soa de conhecimentos dos quais ela, um dia, talvez “poderá vir a precisar”. Saber ensinar é saber criar as condições para que os alunos aprendam. A inteligência constrói-se pela ação; por isso, o professor deve ser um estimulador de interesses, um despertador de curiosidade, um evocador de necessidades intelectuais. Ele deve ser um colaborador no sentido de ajudar a pessoa a adquirir conhecimentos por si mesma.
Alguns têm usado a palavra “facilitador” para um novo tipo de professor, importando a palavra do inglês facilitator. Nós somos contra o uso desta palavra porque pode dar a idéia de que o professor é “o que facilita”, por causa da palavra “fácil” com que se relaciona. Em inglês, facilitator (Pronuncia-se [facilitéitor]) não tem essa conotação porque a palavra comum para fácil é easy (Pronuncia-se [ íhzi ], sendo o “h” colocado após o ”i” para indicar que a pronúncia do “i” é longa).
O ENTUSIASMO, E NÃO A ERUDIÇÃO, DEVE SER A QUALIDADE BÁSICA DO PROFESSOR.
O novo professor respeita os estilos de aprendizagem* dos alunos, procurando codificar as informações de modo a corresponder à manei­ra pela qual cada aluno aprende melhor.
Quando os dirigentes e o grande público compreenderem melhor o papel social do professor na busca do bem comum, serão eles os primeiros a reclamar para a área da educação uma situação tal que as necessidades individuais não venham extinguir as qualidades do coração e do intelecto, indispensáveis ao exercício do magistério. O conceito que se tem de “coração”, a idéia a que se chegou pela experiência e pelo estudo a respeito das implicações deste órgão, é a mesma a respeito de tudo aquilo que envolve o SAPE.
*Se o professor preparar suas sessões de aprendizagem acelerativa, ao mesmo tempo, para alunos visuais, auditivos e cinestésicos, levando em conta as exigências da especialização hemisférica cerebral de cada qual e a hierarquia dos apelos sápicos: dinheiro, prestígio (desejo de consideração), amor e saúde estará codificando o conteúdo de modo abranger os vários estilos de aprendizagem. Nosso livro Acelere Sua Aprendizagem - Inventário para o Autoconhecimento – / trata deste assunto, com inventários para descobrir o estilo de aprendizagem visando ao melhor rendimento intelectual.
Assim como a escola tradicional morreu, embora seu fantasma insista em conduzir a aprendizagem, também morreu o “mestre”, que baseava seu estilo nos pilares que mantinham de pé aquele tipo de escola, ou  seja;
  • constrangimento (castigo e recompensa)
  • aulas passivas;
  • a criança como um ser inferior ao adulto;
  • a ênfase no saber do momento, em detrimento da mobilização das capacidades como elemento de auto-realização;
  • a crença no fato errado do que preparava o aluno para a vida (embora o aluno já estivesse vivendo), obrigando-o a aprender muitos conheci­mentos, na mera suposição de que um dia ele poderia precisar deles;
  • a crença de que inteligência e criatividade não se aprendiam.
Felizmente, o novo professor está surgindo e é a ele que dedica­mos este artigo. Eis aqui a VALORIZAÇÃO do magistério.
Temas para Reflexão:
* Num retrospecto de sua vida, verifique quais os professores que mais o impressionaram e por quê.
* À luz dos novos conhecimentos sobre o cérebro*, como Você descreve o novo professor?
  • Que pontos denunciam que a escola tradicional morreu?
* Os professores logo observam que, às vezes, os alunos não aprendem porque têm problemas que não se resolvem com a repetição da matéria em programas da chamada “recuperação”. Ver, sobre este assunto, nosso trabalho sobre “O Genoma da Inteligência”.** da inteligência precisam ser fortalecidos.
*A “recuperação” não deve se restringir à mera repetição do que foi ensinado antes. Temos que nos reportar à educação anterior, à atenção, à concentração e à capacidade de estabelecer relações e do querer aprender; enfim, temos de chegar aos fatores que compõem a inteligência, desvendando o código do intelecto. Temos de verificar que programação anterior está prejudicando o aprendizado de matérias específicas e que fatores específicos
* As causas dos chamados distúrbios de aprendizagem podem ser classificadas em vários grupos: causas orgânicas, causas de programação negativa, causas de lateralidade cerebral contrariada, causas de uso errado de apelos sápicos*** (motivação), causas provenientes de fatores da inteligência que precisam maior desenvolvimento.
* Ver o livro O Cérebro do Cérebro; A Chave dos Segredos do Ser Humano, do mesmo autor.
** Ver nosso livro A Revolução do Neurônio.
*** “Sápico” é um neologismo que significa “relativo ao SAPE”. “Apelos sápicos” são mensagens que vão atingir o centro que gera ação (motivação), entusiasmo, vontade de conseguir resultados.

Artigo extraído dos livros do Professor Luiz Machado, Ph.D.
Cientista Fundador da Cidade do Cérebro
Mentor da Emotologia

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