Matriz de referência proposta para Leitura e Escrita.
Sempre é difícil fazer uma avaliação do processo de leitura e escrita da turminha, encontrei uma tabela que quero compartilhr com vocês.
Em Leitura e escrita, as capacidades aqui sugeridas dizem respeito tanto ao processo de alfabetização (apropriação do sistema da língua) quanto às capacidades de uso da língua em situações muito concretas de comunicação, isto é, são relativas ao letramento. O importante é entender que os alfabetizandos precisam aprender a ler e a escrever os diferentes textos que circulam na sociedade. Eles querem escrever bilhetes, cartas, receitas e ler poemas, notícias, partes da bíblia, entre tantos outros textos que estão por aí, nos jornais, nas revistas, nos livros, nos folhetos. É para isso que eles buscam um Programa de alfabetização. Esses alfabetizandos não querem somente ler algumas sílabas ou aprender a ler apenas palavras porque só isso não resolve o problema deles no cotidiano. Sabemos, também, que isso não basta para se dizer que é ou está alfabetizado. Para que ocorra uma aprendizagem da leitura e da escrita de uma forma efetiva e duradoura na vida dos jovens e adultos é preciso que os alfabetizandos adquiram a habilidade de codificar (escrever) a fala e decodificar (ler) o sistema de escrita, fazendo uso real e adequado da leitura e da escrita nas mais diversas situações sociais, satisfazendo, também, as suas necessidades. É importante você entender que uma matriz é apenas uma referência de avaliação, por isso nem todas as capacidades que você precisa desenvolver em sala de aula são listadas aqui. Somente estão destacadas capacidades básicas no processo de alfabetização/letramento. Na sua sala de aula, você vai avaliar quais dessas habilidades seus alunos e suas alunas já dominam, o que precisa ser reforçado, o que precisa ser abordado pela primeira vez, o que precisa ser retomado várias vezes para que seus alunos leiam e escrevam. Se alguns alunos de sua turma já souberem ler e escrever palavras, logo no início do curso, você não vai iniciar seu trabalho ignorando isso. É necessário pensar que atividades podem fazer com que esses alunos leiam textos de apenas uma frase ou duas frases como os das placas, por exemplo, e textos um pouco maiores como o de bilhetes, de cartazes, de avisos. Pense no tipo de atividades diferenciadas que podem ser realizadas com os alfabetizandos em diferentes níveis de aprendizagem para vê-los avançar no processo. É importante reconhecer o que os alunos já sabem para que você possa ensinar aquilo que eles não sabem. Quem já sabe ler pequenas frases e/ou textos vai para o EJA, porque terá oportunidade de ampliar suas capacidades de compreensão e produção de textos, quem apenas começou a decodificar palavras ou ainda domina apenas as capacidades bem iniciais do processo precisa de tratamento diferenciado. Durante as aulas proponha atividades em que os alunos possam interagir e aprender também uns com os outros, trabalhe em grupos com atividades distintas para que o aluno possa seguir em frente.
Para avaliar a escrita, você pode pedir que os alunos escrevam: o próprio nome; palavras que dão nome a desenhos ou a objetos que você mostrar; frases que estão em alguma placa; texto de bilhete ou cartaz. Observe como eles escrevem e, a partir daí, levante hipóteses sobre o que eles já aprenderam sobre a escrita. O aluno vai descobrindo a escrita aos poucos, e vai registrando essas descobertas na forma como grafa as palavras. A letra que seu aluno vai usar não importa. Ela precisa, apenas, ser legível. Alguns alunos usam letra cursiva, outros preferem
letra de imprensa. Hoje sabemos que a letra de imprensa (caixa alta) é mais fácil de desenhar e de identificar. A letra cursiva pode tornar a tarefa de ler e escrever mais difícil porque os traços das letras se misturam. Mostre vários tipos de letras, leve os alunos a reconhecer esses tipos. Por fim, lembre-se de que avaliação não é sinônimo de punição. Avaliar faz parte do processo e dá informações sobre que estratégias usar para continuar avançando no caminho.
Por último, é comum encontrarmos materiais didáticos e de apoio que são dirigidos ao professor de jovens e adultos, mas que vêm apresentados de uma forma muito infantilizada, com textos que fazem parte do universo de crianças. O fato de os jovens e adultos do Programa Brasil Alfabetizado ainda não saberem ler e escrever, não quer dizer que só irão aprender com exercícios e materiais didáticos usados na alfabetização de crianças. Os jovens e adultos podem e devem aprender.
Conhecimentos
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Competências
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Descritores
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Características do sistema da escrita.
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C1.
Dominar conhecimentos que concorrem para a apropriação da tecnologia de escrita
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D01. Identificar letras do alfabeto
D02. Conhecer as direções da escrita
D03. Diferenciar letras de outros sinais gráficos, como os números, sinais de pontuação ou de outros sistemas de representação.
D04. Identificar, ao ouvir uma palavra, o número de sílabas.
D05. Identificar, ao ouvir palavras diferentes, sílabas semelhantes.
D06. Distinguir, como leitor, diferentes tipos de letra.
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Codificação.
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C2.
Escrever palavras
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D07. Demonstrar conhecimentos sobre a escrita do próprio nome.
D08. Escrever palavras ditadas demonstrando conhecer o princípio alfabético
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Decodificação.
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C3.
Decifrar com maior ou menor fluência.
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D09. Ler palavras
D10. Ler em voz alta uma sentença ou um texto
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Usos sociais da
leitura e escrita
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C4.
Implicações do suporte e
do gênero na compreensão
de textos
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D11. Formular hipótese sobre o conteúdo de um texto.
D12. Identificar a finalidade ou o gênero de diferentes textos e suportes.
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Compreensão.
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C5.
Compreender informações em textos de diferentes gêneros.
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D13. Ler palavras silenciosamente, processando seu significado
D14. Localizar uma informação explícita em uma sentença ou em um texto.
D15. Inferir uma informação
D16. Identificar assunto/ tema
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Este artigo continua aqui: Detalhamento dos Descritores de leitura e escrita.
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