sexta-feira, 26 de julho de 2013

Descritores

APOSTILA DE EXERCÍCIOS DE LÍNGUA PORTUGUESA
Destinados aos Alunos de 9º Ano
(Esta Apostila contém 13 lições, todas focando os descritores da Língua Portuguesa)

LIÇÃO 1
Leia a crônica a seguir:
A Última Crônica

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer um flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num incidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e Estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.
Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acentuar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno da mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho — um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de coca-cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno da mesa um pequeno ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a coca-cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “parabéns pra você, parabéns pra você…” Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura — ajeita-lhe a fitinha
no cabelo, limpa o farelo de bolo que lhe cai no colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. De súbito, dá comigo a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido — vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria a minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.
(Fernando Sabino. In: Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 1979-1980.)

01.  (D10) Que tipo de narrador o texto “A última crônica” apresenta? Justifique sua resposta. 
02. (D10) Retire do primeiro parágrafo as informações abaixo:
a) Quem entra no botequim?
 
b) Onde fica o botequim? 
c) Em primeiro lugar, entra no botequim para quê?  
    d) Na verdade, o que ele faz nesse lugar? 
e) O que ele deseja?
 
03. (D10) Sobre o trecho: “Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade.”, responda:
a) Quem são esses “três esquivos”?
b) Onde eles estão?
c) Levante hipóteses a respeito do que eles estão fazendo ali. 
04. (D1) O que o pai pede ao garçom? 
05. (D11) No trecho “A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom.”, explique a ansiedade da mãe ao esperar a aprovação do garçom.

06.  (D11) Por que o garçom não aprovaria o pedido do pai? 

07. (D9) Observe que ao descrever a cena que está diante dos olhos, o narrador-personagem questiona: “Por que não começa a comer?” Por quê? Levante hipóteses. 

08. (D10) Há no texto uma passagem que denota claramente a pobreza dos personagens. Qual? Comente-a. 

09. (D15Que sentimentos o autor expressa para com a personagem-menina, ao usar os diminutivos - arrumadinha, negrinha, menininha, fitinha -? 

10. (D13) Explique o que sentiu o narrador-personagem quando o pai sorri para ele.
“Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.” 

LIÇÃO 2
RETRATO

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?


MEIRELES, Cecília: poesia. Por Darcy Damasceno.
Rio de Janeiro, Agir, 1974. p 19-20.

1. (D6) O tema do texto é
(A) 
a consciência súbita sobre o envelhecimento.
(B) a decepção por encontrar-se já fragilizada.
(C) a falta de alternativa face ao envelhecimento.
(D) a recordação de uma época de juventude.
(E) a revolta diante do espelho.

2. (D3) No verso: Eu não tinha estas mãos sem forças... Podemos inferir:
(A) 
as forças das mãos acabaram por causa da idade.
(B) as mãos não tinham forças na juventude.
(C) as mãos tinham forças na juventude.
(D) as forças das mãos não se acabaram. 

3. (D19) Leia: “A chuva derrubou as pontes. A chuva transbordou os rios. A chuva molhou os transeuntes. A chuva encharcou as praças. A chuva enferrujou as máquinas. A chuva enfureceu as marés. A chuva e seu cheiro de terra. A chuva com sua cabeleira. A chuva esburacou as pedras. A chuva alagou a favela. A chuva de canivetes. [...]” Todas as frases do texto começam com "a chuva". Esse recurso é utilizado para

(A) provocar a percepção do ritmo e da sonoridade.
(B) provocar uma sensação de relaxamento dos sentidos.
(C) reproduzir exatamente os sons repetitivos da chuva.
(D) sugerir a intensidade e a continuidade da chuva.

Obs

Leia o texto abaixo e depois responda as questões de 5 a 7.
                                                          TROCA

TROCA DE LIVROS Sabe                               promovendo um troca-troca
aquele livro que você já leu                              literário imperdível.
várias vezes e está paradão                            Para começar a ler lá
lá na estante, esperando                                 mesmo, o museu oferece a
alguém que dê atenção a ele de novo?           sua biblioteca, num
Que tal trocá-lo                                                cantinho especial. O
por outro – e, assim,                                        endereço do museu é Praia
ganhar outra história para                                do Caju 385, e a biblioteca
ler e se divertir? Pois até o                              está aberta de terça a
dia 30, o Museu da Limpeza Urbana –            sexta-feira, sempre das 9h
Casa de Banho D. João VI está                       às 16h.

GLOBINHO – Sábado, 21 de março de 2009.
05. (D12Podemos dizer que o texto tem a finalidade de
(A) causar emoção no leitor.
(B) apresentar um ponto de vista.
(C) dar informações sobre um evento.
(D) vender um produto pouco divulgado.

      06. (D2) O pronome “você” na segunda linha do texto se refere
          (A) ao autor.
          (B) ao leitor.
          (C) a D. João VI.
          (D) ao visitante.

07. (D1) O texto faz menção a uma
     (A) visita a biblioteca.
     (B) visita ao museu.
     (C) troca de livros.
     (D) venda de livros.


LIÇÃO 3
Leia o texto com muita atenção. E em seguida responda as questões de 1 a 10.
Os namorados da filha

Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada. Não a recriminou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua juventude. Homem avançado, esperava que aquilo acontecesse um dia. Só não esperava que acontecesse tão cedo.
             Mas tinha uma exigência, além das clássicas recomendações. A moça podia dormir com o namorado:
            ─ Mas aqui em casa.
            Ela, por sua vez, não protestou. Até ficou contente. Aquilo resultava em inesperada comodidade. Vida amorosa em domicílio, o que mais podia desejar? Perfeito.
            O namorado não se mostrou menos satisfeito. Entre outras razões, porque passaria a partilhar o abundante café da manhã da família. Aliás, seu apetite era espantoso: diante do olhar assombrado e melancólico do dono da casa, devorava toneladas do melhor requeijão, do mais fino presunto, tudo regado a litros de suco de laranja.
             Um dia, o namorado sumiu. Brigamos, disse a filha, mas já estou saindo com outro. O pai pediu que ela trouxesse o rapaz. Veio, e era muito parecido com o anterior: magro, cabeludo, com apetite descomunal.
             Breve, o homem descobriria que constância não era uma característica fundamental de sua filha. Os namorados começaram a se suceder em ritmo acelerado. Cada manhã de domingo, era uma nova surpresa: este é o Rodrigo, este é o James, este é o Tato, este é o Cabeça. Lá pelas tantas, ele desistiu de memorizar nomes ou mesmo fisionomias. Se estava na mesa do café da manhã, era namorado. Às vezes, também acontecia ─ ah, essa próstata, essa próstata ─ que ele levantava à noite para ir ao banheiro e cruzava com um dos galãs no corredor. Encontro insólito, mas os cumprimentos eram sempre gentis.
             Uma noite, acordou, como de costume, e, no corredor, deu de cara com um rapaz que o olhou apavorado. Tranquilizou-o:
              ─ Eu sou o pai da Melissa. Não se preocupe, fique à vontade. Faça de conta que a casa é sua.
              E foi deitar.
              Na manhã seguinte, a filha desceu para tomar café. Sozinha.
              ─ E o rapaz? ─ perguntou o pai.
              ─ Que rapaz? ─ disse ela.
              Algo lhe ocorreu, e ele, nervoso, pôs-se de imediato a checar a casa. Faltava o CD player, faltava a máquina fotográfica, faltava a impressora do computador. O namorado não era namorado. Paixão poderia nutrir, mas era pela propriedade alheia.
             Um único consolo restou ao perplexo pai: aquele, pelo menos, não fizera estrago no café da manhã.

Moacyr Scliar
(Crônica extraída da Revista Zero Hora, 26/4/1998, e contida no livro Boa Companhia: crônicas, organizado por Humberto Werneck, São Paulo: Companhia das Letras, 2006, 2. reimpressão, pp. 205-6.)

01.  (D2) No texto procure uma palavra que possa substituir os termos grifados nas frases abaixo.
a)      “Não a censurou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua juventude.”
b)      “Encontro inusitado, mas os cumprimentos eram sempre gentis.”

02.  (D9) Qual é o tipo de crônica escrita por Moacyr Scliar? 
03.  (D10) Essa crônica contém elementos predominantemente narrativos. Agora localize no texto cada um desses elementos.
a)       Situação inicial –
b)      Conflito – 
c)      Clímax – 
d)  Desfecho – 
05.  (D10) Quais são os personagens desse texto? 
06.  (D10) Qual o cenário onde a história acontece? 
07.  (D11) Por que o pai da jovem era realmente um homem avançado? 
08.  (D6) Qual é o tema retratado nessa crônica?
09.  (D12) Qual o objetivo desse texto? 
10.  (D10) Como se apresenta o narrador nessa crônica? 
11.  (D10) Como o narrador conseguiu tornar o cômico o equívoco do pai, no final do texto?


LIÇÃO 4
O Outro Sapo
     Jon Scieszka

Era uma vez um sapo.
Certo dia, quando estava sentado na sua vitória-régia, viu
uma linda princesa descansando a beira do lago. O sapo
pulou dentro da água, foi nadando até ela e mostrou a
cabeça por cima das plantas aquáticas.
"Perdão, ó linda princesa", disse ele com sua voz mais triste
e patética. "Será que eu poderia contar com a vossa ajuda?"
A princesa estava prestes a dar um salto e sair correndo, mas
ficou com pena daquele sapo com sua voz tão triste e
patética. Assim, ela perguntou:
“ O que posso fazer para te ajudar, sapinho?”
"Bem", disse o sapo. "Na verdade, eu não sou um sapo, mas
um belo príncipe transformado em sapo pelo feitiço de uma
bruxa malvada. E esse feitiço só pode ser quebrado pelo
beijo de uma linda princesa."
A princesa pensou um pouco, depois ergueu o sapo nas
mãos e lhe deu um beijo.
"Foi só uma brincadeira", disse o sapo.
Pulou de volta no lago, e a princesa enxugou a baba de sapo
dos seus lindos lábios.

O Patinho realmente feio e outras histórias malucas. São Paulo: companhia das letrinhas, 1997,(s.P.).

01.  (D13) Na frase: "Será que eu poderia contar com a vossa ajuda?" A linguagem usada é
a)      (    ) de brincadeiras.                            c) (    ) de conversa com amigos.
b)      (    ) de formalidades.                           d) (    ) de conversa com os meus pais.

02.  (D1) "Perdão, ó linda princesa", disse ele com sua voz mais triste e patética. "Será que eu poderia contar com a vossa ajuda?" Nessa parte o sapo queria
a)     (     ) fazer um pedido à princesa.              c) (     ) fazer um elogio à princesa.
b)    (     ) cumprimentar a princesa.                  d) (    ) pedir perdão à princesa.

03.  (D17) Qual o trecho que apresenta a fala da princesa?
a)   (     )  “Era uma vez um sapo.”                       c) (     ) “O que posso fazer para te  
b)  (     )  “Foi só uma brincadeira.”                                     Ajudar, sapinho?” 
                                                                d) (     ) “Será que eu poderia contar     
                                                                                                       com vossa ajuda?”

04.  (D11) Observe o local de onde a história foi retirada, localizada no final do texto. O título da história é “O Outro Príncipe Sapo”, por quê?
a)   (     ) ao autor se refere a outra história sobre príncipe que virou sapo.
b)  (     ) no texto existem dois sapos.
c)   (     ) O autor modificou o título do patinho feio.
d)  (     ) o príncipe da história era maluco.

05.  (D20) O autor estabelece relação com outra história da literatura infantil. Qual?
a)    (     ) O patinho feio, contada pelos Irmãos Grimm.
b)   (     ) O menino maluquinho, contado por Ziraldo.
c)    (     ) A bela adormecida, contada pelos Irmãos Grimm.
d)   (     ) O príncipe sapo, contado pelos Irmãos Grimm.

06.   (D2) No texto, qual o significado da palavra patética?
a)   (     ) comovente.                                            c) (    ) crítica.
b)   (     ) assustada.                                              d) (    ) animada.

07.  (D9) Qual o gênero desse texto?
a)   (    ) um poema.                                             c) (    ) uma fábula.    
b)   (    ) um bilhete.                                             d) (    ) um conto.

08.  (D15) Na frase: "Perdão, ó linda princesa", disse ele com sua voz mais triste e patética. A quem se refere à palavra grifada?
a)   (    ) a princesa.                                              c) (    ) ao sapo.  
b)   (     ) ao príncipe.                                             d) (     ) a bruxa.

09.  (D7) Qual é o conteúdo desse gênero de texto?
a)   (     ) um fato imaginário.
b)  (     ) uma receita para ganhar beijo.
c)   (     ) um fato ocorrido.
d)  (     ) a vida de uma princesa.

10.  (D12) Qual é a finalidade desse texto para os leitores?
a)   (     ) transmitir informações.
b)   (     ) tentar alguém a fazer algo.
c)   (     ) dar notícias da linda princesa.
d)  (     ) distrair, entreter as pessoas.

11.  (D6) Qual o assunto principal do texto?
a)   (     ) Um sapo que prega uma peça na princesa.
b)  (     ) Um sapo que estava enfeitiçado.
c)   (     ) Uma princesa piedosa.
d)  (     ) Um belo príncipe transformado em sapo.

12.  (D10) Na frase: “A princesa pensou um pouco, depois ergueu o sapo nas mãos e lhe deu um beijo.” A que se refere à expressão um pouco?
a)  (     ) Quantidade de tempo esperado.
b)  (     ) Quantidade de beijo dado.
c)   (     ) Lugar escolhido para beijar.
d)  (     ) A maneira como ela esperou.

13.  ( D16) O fato engraçado dessa história é
a)   (     ) O jeito do sapo se dirigir a princesa.
b)  (     ) A esperteza do sapo em enganar a princesa.
c)   (     ) O susto da princesa ao ver o sapo.
d)  (     ) A voz patética do sapo, ao falar com a princesa.


LIÇÃO 5
Leia o texto com muita atenção. E em seguida responda as questões de 1 a 7.
O Outro Sapo
     Jon Scieszka

Era uma vez um sapo.
Certo dia, quando estava sentado na sua vitória-régia, viu
uma linda princesa descansando a beira do lago. O sapo
pulou dentro da água, foi nadando até ela e mostrou a
cabeça por cima das plantas aquáticas.
"Perdão, ó linda princesa", disse ele com sua voz mais triste
e patética. "Será que eu poderia contar com a vossa ajuda?"
A princesa estava prestes a dar um salto e sair correndo, mas
ficou com pena daquele sapo com sua voz tão triste e
patética. Assim, ela perguntou:
“ O que posso fazer para te ajudar, sapinho?”
"Bem", disse o sapo. "Na verdade, eu não sou um sapo, mas
um belo príncipe transformado em sapo pelo feitiço de uma
bruxa malvada. E esse feitiço só pode ser quebrado pelo
beijo de uma linda princesa."
A princesa pensou um pouco, depois ergueu o sapo nas
mãos e lhe deu um beijo.
"Foi só uma brincadeira", disse o sapo.
Pulou de volta no lago, e a princesa enxugou a baba de sapo
dos seus lindos lábios.

O Patinho realmente feio e outras histórias malucas. São Paulo: companhia das letrinhas, 1997,(s.P.).

01.  (D17) Como são marcados os diálogos do texto: O outro sapo?
a)   (     ) através de parágrafos.                        c) (      ) de nenhum modo.
b)  (     ) através de aspas.                               d) (      ) através das letras maiúsculas.

02.  (D10) Neste pode-se perceber diferentes falas. De quem são elas?
a)  (      ) do sapo, da princesa e do narrador.
b)  (      ) do narrador, do comentarista e da princesa.
c)   (      ) do sapo, da bruxa e do príncipe.
d)  (      ) do sapo, do príncipe e do narrador.

03.  (D12) O que leva o sapo a fazer o pedido a princesa é
a)   (      ) seu desejo de enfeitiçar a princesa.
b)  (      ) seu desejo de quebrar o feitiço da bruxa má.
c)   (      ) seu desejo de fazer uma brincadeira com a princesa.
d)  (      ) seu desejo de se transformar em um príncipe.

04.  (D1) A leitura deste texto nos mostra
a)   (      ) a tristeza do sapo por não ser um príncipe.
b)  (      ) a intenção do sapo de enganar a princesa.
c)   (      ) a alegria da princesa por ajudar o sapinho.
d)  (      ) o nojo da princesa ao ver o sapo perto dela.

05.  (D9) A sensação de nojo que a princesa teve foi
a)   (      ) porque a água do lago estava suja.
b)  (      ) porque a vitória-régia é gosmenta.
c)   (      ) porque a voz do sapo era triste e patética.
d)  (      ) por que tinha beijado um sapo verdadeiro.

06.  (D4)O que o sapo quis dizer com a fala: “Foi só uma brincadeira?”  
a)   (      ) que ele mentiu quando disse que era príncipe.
b)  (      ) que ele não sabia que não era um príncipe.
c)   (      ) que a princesa o transformaria em príncipe.
d)   (      ) que a bruxa transformou-o em sapo.

07.  (D10) Qual é o problema que faz o fato desta história acontecer?
a)   (      ) a bruxa ter enfeitiçado o sapo deste texto.
b)  (      ) as plantas aquáticas da beira do lago.
c)   (      ) a pena que a princesa sentiu do príncipe.
d)  (      ) o sapo ter desejado um beijo da princesa.   


 Leia o seguinte texto e responda o exercício.
                                      O homem que entrou pelo cano

            Abriu a torneira e entrou pelo cano. A princípio incomodava-o a estreiteza do tubo. Depois se acostumou. E, com a água, foi seguindo. Andou quilômetros. Aqui e ali ouvia barulhos familiares. Vez ou outra, um desvio, era uma secção que terminava em torneira.
           Vários dias foi rodando, até que tudo se tornou monótono. O cano por dentro não era interessante.
           No primeiro desvio, entrou. Vozes de mulher. Uma criança brincava. Ficou na torneira, à espera que abrissem.
           Então percebeu que as engrenagens giravam e caiu numa pia. À sua volta era um branco imenso, uma água límpida. E a cara da menina aparecia redonda e grande, a olhá-lo interessada. Ela gritou:“Mamãe, tem um homem dentro da pia”.
           Não obteve resposta. Esperou, tudo quieto. A menina se cansou, abriu o tampão e ele desceu pelo esgoto.

                                                                                                                    Ignácio de Loyola Brandão

08.   (D4) O conto cria uma expectativa no leitor pela situação incomum criada pelo enredo. O resultado não foi o esperado porque
(A)    a menina agiu como se fosse um fato normal.
(B)    o homem mostrou pouco interesse em sair do cano.
(C)    as embalagens da tubulação não funcionaram.
(D)    a mãe não manifestou nenhum interesse pelo fato.

Leia o texto.                                                      Talita

          “Talita tinha a mania de dar nomes de gente aos objetos da casa, e tinham de ser nomes que rimassem. Assim, por exemplo, a mesa era para Talita, Dona Teresa, a poltrona era Vó Gordona, o armário era o Doutor Mário. A escada era Dona Ada, a escrivaninha era Tia Sinhazinha, a lavadora era Prima Dora, e assim por diante.
          Os pais de Talita achavam graça e topavam a brincadeira. Então, podiam-se ouvir conversas do tipo:
          - Filhinha, quer trazer o jornal que está em cima da Tia Sinhazinha!
          - É pra já, papai. Espere sentado na Vó Gordona, que eu vou num pé e volto noutro.
          Ou então:
          - Que amolação, Prima Dora está entupida, não lava nada! Precisa chamar o mecânico.
          - Ainda bem que tem roupa limpa dentro do Doutor Mário, né, mamãe?
          E todos riam.
                      Belinky, Tatiana. A operação do Tio Onofre: uma história policial. São Paulo: Ática, 1985.

09.    (D4) A mania de Talita de dar nome de gente aos objetos da casa demonstra que ela é
(A)    curiosa.                                                        (C) estudiosa.
(B)    exagerada.                                                    (D) criativa.


LIÇÃO 6

Leia o texto e responda as questões de 1 a 6.

Um anjo dorme aqui; na aurora apenas,
disse adeus ao brilhar  das  açucenas
em ter da vida alevantado o véu.
- Rosa tocada do cruel granizo Cedo
finou-se e no infantil sorriso passou do
berço pra brincar no céu!
(Casimiro de Abreu, in Primaveras)

01. (D6) O tema do texto é:
a) a inocência de uma criança
b) o nascimento de uma criança.
c) o sofrimento pela morte de uma criança.
d) a morte de uma criança

02. (D19) O tema se desenvolve com base em uma figura de  linguagem conhecida como:
a) prosopopéia
b) hipérbole
c) metonímia
d) eufemismo

03. (D18) No âmbito do poema, podemos dizer que pertencem ao mesmo campo semântico às palavras:
a) aurora e véu
b) anjo e rosa
c) berço e céu
d) cruel e infantil

04. (D19) As palavras que respondem ao item anterior são:
a) uma antítese em relação à vida
b) hipérboles referentes ao destino
c) personificações alusivas à morte
d) metáforas relativas à criança 

05. (D3) Por “sem ter da vida alevantado o véu” entende-se:
a) sem ter nascido
b) sem ter conhecido bem a vida
c) sem viver misteriosamente
e) sem poder relacionar-se com as outras pessoas

06. (D2) “Na aurora apenas” é o mesmo que:
a) somente pela manhã
b) no limiar somente
c) apenas na alegria
d) só na tristeza 

Leia o texto a seguir, e em seguida responda as questões de 7 a 12.
Julgo que os homens que fazem a política externa do Brasil, no Itamaraty, são excessivamente pragmáticos. Tiveram  sempre vida fácil, vêm da elite brasileira e nunca participaram, eles próprios, em combates contra a ditadura, contra o colonialismo.  Obviamente não têm a sensibilidade de muitos outros países ou diplomatas que conheço. (José Ramos-Horta, na Folha de São Paulo, 21/10/96)

07. (D1) Só não caracteriza os homens do Itamaraty:
a) o pragmatismo
b) a falta de sensibilidade
c) a luta contra a ditadura
d) a tranquilidade da vida 

08. (D18) A palavra que não se liga semanticamente aos homens do Itamaraty é:
a) o segundo que (/. 1)
b) vêm (/. 2)
c) eles (/. 3)
d) o terceiro que (/. 5)

09. (D12) Pelo visto, o autor gostaria de que os homens do Itamaraty tivessem mais:
a) inteligência
b patriotismo
c) vivência
d) coerência


10. (D15) A oração iniciada por “obviamente” tem um claro valor de:
a) conseqüência
b) causa 
c) comparação
d) condição 

11. (D2) A palavra que pode substituir, sem prejuízo do  sentido, a palavra “obviamente” (/. 4), é: 
a) necessariamente
b) realmente
c) justificadamente
d) evidentemente 

12. (D4) Só não pode ser inferido do texto:
a) nem todo diplomata é excessivamente pragmático.
b) Nem todo diplomata vem da elite brasileira.
c) ter vida fácil é característica comum a todo tipo de diplomata.
d) há diplomatas mais sensíveis que outros.

Leia a seguir o fragmento de texto.
                                                         O mercúrio onipresente
                                                                  (Fragmento)

            Os venenos ambientais nunca seguem regras. Quando o mundo pensa ter descoberto tudo o que é preciso para controlá-los, eles voltam a atacar. Quando removemos o chumbo da gasolina, ele ressurge nos encanamentos envelhecidos. Quando toxinas e resíduos são enterrados em aterros sanitários, contaminam o lençol freático. Mas ao menos acreditávamos conhecer bem o mercúrio. Apesar de todo o seu poder tóxico, desde que evitássemos determinadas espécies de peixes nas quais o nível de contaminação é particularmente elevado, estaríamos bem. [...].
            Mas o mercúrio é famoso pela capacidade de passar despercebido. Uma série de estudos recentes sugere que o metal potencialmente mortífero está em toda parte — e é mais perigoso do que a maioria das pessoas acredita.
                                                                Jeffrey Kluger. IstoÉ. nº 1927, 27/06/2006, p.114-115.

13.   (D7) A tese defendida no texto está expressa no trecho
(A) as substâncias tóxicas, em aterros, contaminam o lençol freático.
(B) o chumbo da gasolina ressurge com a ação do tempo.
(C) o mercúrio apresenta alto teor de periculosidade para a natureza.
(D) o total controle dos venenos ambientais é impossível.

Leia o texto e depois responda as questões de 14 a 15.

O AVARENTO
           Um avarento possuía uma barra de ouro, que mantinha enterrada no chão. Todos os dias ia lá dar uma olhada.
            Um dia, descobriu que a barra fora roubada, e começou a se descabelar e a se lamentar aos brados.
           Um vizinho, ao vê-lo naquele estado, disse:
           __ Mas para que tanta tristeza? Enterre uma pedra no mesmo lugar e finja que é de ouro. Vai dar na mesma, pois quando o ouro estava aí você não o usava pra nada! 

(Esopo. In: O livro das virtudes – O compasso moral, 1996)

     14.  (D15) De acordo com o texto pode-se concluir que avarento é a pessoa que
(A)  gasta muito.
(B)  come muito.
(C)  possui muitos bens.
(D)  só pensa em guardar dinheiro.

15.  (D4) O provérbio que pode ser associado ao texto é
(A)  “Nem tudo que reluz é ouro.”
(B)  “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.”
(C)   “Quem tudo quer, tudo perde.”
(D)  “Em terra de cego, quem tem um olho é rei.”

Leia a tirinha.
Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivxNOlx5xA1jAfYkvqOAz9N9q-jwU7ATorzfaWzwJ8CekAa7ui7Jum_FSSkhiPmArAP-q3t1tuytWzNijBOOlsjHHh8gYtDwAm5-3R9V7Ar34OgyN_w8Eqc5xZ2ksvWW7wfn4OjMY514Y/s640/garfield_clip_image002_0000.gif
16. (D3) No 1º quadrinho, a fala do personagem pode ser substituída por
(A) “Quer namorar comigo?”
(B) “Você é muito bonita para mim!”
(C) “Você é muito simpática!”
(D) “Você é muito humilde!”


LIÇÃO 7

Observe e leia o seguinte cartum.
Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjT5WpIINMwl7795YUCzhXOVSOgDdpMK3nHR5rccdJ3WzOER18DG74kbnB2e1LfT4IcYBIccze3-htoyJ5-bZiIkFgT5JKom_NKHOEF8TUkd1xZMWMVE8pB3A3Hg5Xn_rW0LHOV3iBZVOA/s400/bd.jpg

       01. (D5) De acordo com o cartum, o último aluno que estava no fundo da sala, compreendeu que a professora durante a chamada estava se referindo
(A) ao número 38.
(B) a um revólver.
(C) a uma piada.
(D) a presença.

02.  (D15) Considere o seguinte trecho:
Em vez do médico do Milan, o doutor José Luiz Runco, da Seleção, é quem deverá ser o responsável pela cirurgia de Cafu. Foi ele quem operou o volante Edu e o atacante Ricardo Oliveira, dois jogadores que tiveram problemas semelhantes no ano passado.
O termo “ele”, em destaque no texto, refere-se:

a) ao médico do Milan.
b) a Cafu.
c) ao doutor José Luiz Runco.
d) ao volante Edu.

Leia o texto a seguir e responda as questões de 3 a 7.
Quando vim da minha terra,
não vim, perdi-me no espaço,
na ilusão de ter saído.
Ai de mim, nunca saí.
(Carlos D. de Andrade, no poema A Ilusão do Migrante)

   03. (D6) O sentimento predominante no texto é:
a) orgulho
b) saudade
c) fé
d) esperança


  04.(D4)  Infere-se do texto que o autor:
a) não saiu de sua terra.
b) não queria sair de sua terra, mas foi obrigado.
c) logo esqueceu sua terra.
d) saiu de sua terra apenas fisicamente.


05. (D3) Por “perdi-me no espaço” pode-se entender que o autor:
a) ficou perdido na nova terra.
b) ficou confuso.
c) não gostou da nova terra.
d) perdeu, momentaneamente, o sentimento por sua terra natal.


06. (D8) Pelo último período do texto, deduz-se que:
a) ele continuou ligado à sua terra.
b) ele vai voltar à sua terra.
c) ele gostaria de deixar sua cidade, mas nunca conseguiu.
d) ele se alegra por não ter saído.


07.(D3)  A expressão “ai de mim” só não sugere, no poema:
a) amargura
b) decepção
c) tristeza
d) vergonha 

Leia o seguinte texto e depois responda as questões de 8 a 13.
A função do artista é esta, meter a mão nessa coisa essencial do ser humano, que é o sonho e a esperança. Preciso ter essa ilusão: a de que estou resgatando esses valores. (Marieta Severo, na Folha de São Paulo)
08. (D1) Segundo o texto, o artista:
a) valoriza o sonho das pessoas pobres.
b) desperta as pessoas para a realidade da vida.
c) não tem qualquer influência na vida das pessoas.
d) trabalha o íntimo das pessoas.

09. (D4) Segundo o texto:
a) o sonho vale mais que a esperança.
b) sonho e esperança têm relativa importância para as pessoas.
c) não se vive sem sonho e esperança.
d) têm importância capital para as pessoas tanto o sonho quanto a esperança.

10. (D2) A palavra ou expressão que justifica a resposta do item anterior é:
a) ilusão
b) meter a mão
c) essencial
d) ser humano 

11.(D3) A expressão “meter a mão”:
a) pertence ao linguajar culto.
b) pode ser substituída, sem alteração de sentido, por intrometer-se.
c) tem valor pejorativo.
d) é coloquial e significa, no texto, tocar. 

12. (D20) Só não se encontra no texto:
a) a influência dos artistas
b) a necessidade da autora
c) a recuperação de coisas importantes
d) a conquista da paz 

13. (D15)  A palavra “esses” poderia ser substituída, sem alteração de sentido, por: 
a) bons                                                                   c) tais
     b) certos                                                                 d) outros

LIÇÃO 8

Leia o texto abaixo e em seguida responda as questões de 1 a 11.
O Homem Nu
Fernando Sabino
          Ao acordar, disse para a mulher:
          — Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa.  Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
          — Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
          — Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.
          Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão.  Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.
          Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:
          — Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.
Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares...  Desta vez, era o homem da televisão!
Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
           — Maria, por favor! Sou eu!
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.
Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
          — Ah, isso é que não!  — fez o homem nu, sobressaltado.
E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!
          — Isso é que não — repetiu, furioso.
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar.  Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador.  Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer?  Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
            — Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.
Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:
            — Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso.  — Imagine que eu...
A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:
            — Valha-me Deus! O padeiro está nu!
E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:
            — Tem um homem pelado aqui na porta!
Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:
            — É um tarado!
            — Olha, que horror!
            — Não olha não! Já pra dentro, minha filha!
            Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.
            — Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.
            Não era: era o cobrador da televisão.

Esta é uma das crônicas mais famosas do grande escritor mineiro Fernando Sabino. Extraída do livro de mesmo nome, Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 65.

Agradeço a Cristhiano Rocha Pereira pela lembrança.
Tudo sobre o autor em "Biografias".

01.   (D10) O que gerou o conflito da narrativa? 
02.  (D10) Qual é o enredo ou conflito da narrativa? 03.  (D2) Que palavras do texto pode substituir a expressão “parar repentinamente?” 
04.   (D11) Qual a causa ou motivo que levou o homem a se esconder para não debitar a dívida
05.  (D10) Qual é o cenário onde esta história se passa?
06.   (D16) Copie um trecho do texto que expresse ideia de humor. 
07.   (D10) Copie do texto um trecho referente ao tempo cronológico. 
08.  (D10) Quais são os personagens principais do texto? 
09.  (D10) Quais os personagens secundários? 
10.  (D12) Com que finalidade o cronista nos propõe esta crônica? 
11.  (D10) De que maneira o cronista se expressa para finalizar sua história?  


LIÇÃO 9
Leia o texto e responda as questões de 1 a 5.

Por que algumas aves voam em bando formando um V?

      Elas parecem ter ensaiado. Mas é claro que isso não acontece. Quem nunca viu ao vivo, já observou em filme ou desenho animado aquele bando de aves voando em "V". Segundo os especialistas, esta característica de voo é observada com mais frequência nos gansos, pelicanos, biguás e grous.
      Há duas explicações para a escolha dessa formação de voo pelas aves. A primeira consiste na economia de energia que ela proporciona. Atrás do corpo da ave e, principalmente, das pontas de suas asas, a resistência do ar é menor e, portanto, é vantajoso para as aves voar atrás da ave dianteira ou da ponta de sua asa. Ou seja: ao voarem desta forma, as aves poupariam energia, se esforçariam menos, porque estariam se beneficiando do deslocamento de ar causado pelas outras aves. Isso explicaria, até, a constante substituição do líder nesse tipo de bando.
      Essa é a primeira explicação para o voo em "V". E a segunda? O que diz? Ela sustenta que esse tipo de voo proporcionaria aos integrantes do bando um melhor controle visual do deslocamento, pois em qualquer posição dentro do "V" uma ave só teria em seu campo de visão outra ave, e não várias. Isso facilitaria todos os aspectos do voo. Os aviões militares de caça, por exemplo, voam nesse mesmo tipo de formação, justamente para ter um melhor campo de visão e poder avistar outros aviões do mesmo grupo. Essas duas explicações não são excludentes. É bem possível que seja uma combinação das duas o que torna o voo em "V" favorável para algumas aves.

(NACINOVIC, Jorge Bruno, Por que algumas aves... Ciência Hoje das Crianças,
Rio de Janeiro, n. 150, set. 2004.)

  1 – (D20) Bandos de aves e aviões militares de caça têm em comum
 A) o objetivo de economizar energia.
B) a necessidade de ter um bom campo de visão.
C) a preferência por voos longos.
D) a substituição permanente do líder.

  2 – (D11) Segundo o texto, as aves poupam energia voando em “V” por que
 A) são beneficiadas pelo deslocamento do ar causado pelas aves da frente.
B) podem se ajudar mutuamente durante longos percursos.
C) podem obter melhor controle visual do deslocamento.
D) têm o instinto de sempre seguir o líder do bando em seu itinerário.

  3 – (D1) Pode-se afirmar que o texto
A) conta uma história curiosa e divertida sobre pássaros.
B) defende uma ideia sobre uma questão científica.
C) explica os movimentos das aves com base em informações científicas.
D) noticia uma descoberta científica ultrapassada sobre o voo das aves.

  4 – (D6) O texto tem como tema um aspecto particular da vida de algumas aves:
A) a economia de energia.
B) o modo de voar.
C) a semelhança entre elas e os aviões.
D) o formato das asas.

  5 – (D10) “Isso explicaria, até, a constante substituição do líder nesse tipo de bando.”
Com base no texto, conclui-se que o líder é substituído constantemente porque essa posição...
A) é cobiçada por todas as aves do bando.
B) é a mais importante do grupo.
C proporciona melhor controle visual.
D) consome muito mais energia.

Leia o texto abaixo, e em seguida responda as questões de 6 a 11.
VISITA

        Sobre a minha mesa, na redação do jornal, encontrei-o, numa tarde quente de verão. É um inseto que parece um aeroplano de quatro asas translúcidas e gosta de sobrevoar os açudes, os córregos e as poças de água. É um bicho do mato e não da cidade. Mas que fazia ali, sobre a minha mesa, em pleno coração da metrópole?
        Parecia morto, mas notei que movia nervosamente as estranhas e minúsculas mandíbulas. Estava morrendo de sede, talvez pudesse salvá-lo. Peguei-o pelas asas e levei-o até o banheiro. Depois de acomodá-lo a um canto da pia, molhei a mão e deixei que a água pingasse sobre a sua cabeça e suas asas. Permaneceu imóvel. É, não tem mais jeito — pensei comigo. Mas eis que ele se estremece todo e move a boca molhada. A água tinha escorrido toda, era preciso arranjar um meio de mantê-la ao seu alcance sem, contudo afogá-lo. A outra pia talvez desse mais jeito. Transferi-o para lá, acomodei-o e voltei para a redação.
        Mas a memória tomara outro rumo. Lá na minha terra, nosso grupo de meninos chamava esse bicho de macaquinho voador e era diversão nossa caçá-los, amarrá-los com uma linha e deixá-los voar acima de nossa cabeça. Lembrava também do açude, na fazenda, onde eles apareciam em formação de esquadrilha e pousavam na água escura. Mas que diabo fazia na avenida Rio Branco esse macaquinho voador? Teria ele voado do Coroatá até aqui, só para me encontrar? Seria ele uma estranha mensagem da natureza a este desertor?
         Voltei ao banheiro e em tempo de evitar que o servente o matasse. “Não faça isso com o coitado!” “Coitado nada, esse bicho deve causar doença.” Tomei-o da mão do homem e o pus de novo na pia. O homem ficou espantado e saiu, sem saber que laços de afeição e história me ligavam àquele estranho ser. Ajeitei-o, dei-lhe água e voltei ao trabalho. Mas o tempo urgia, textos, notícias, telefonemas, fui para casa sem me lembrar mais dele.

GULLAR, Ferreira. O menino e o arco-íris e outras crônicas. Para gostar de ler, 31.
São Paulo: Ática, 2001. p. 88-89

  06 – (D1) Ao encontrar um inseto quase morto em sua mesa, o homem
a) colocou-o dentro de um pote de água.
b) escondeu-o para que ninguém o matasse.
c) pingou água sobre sua cabeça.
d) procurou por outros insetos no escritório.
  
   07 – (D11) O homem interessou-se pelo inseto porque
a) decidiu descansar do trabalho cansativo que realizava no jornal.
b) estranhou a presença de um inseto do mato em plena cidade.
c) percebeu que ele estava fraco e doente por falta de água.
d) resolveu salvar o animal para analisar o funcionamento do seu corpo.

  08 – (D11) A mudança na rotina do homem deu-se
a) à chegada do inseto na redação do jornal.
b) ao intenso calor daquela tarde de verão.
c) à monotonia do trabalho no escritório.
d) à transferência de local onde estava o inseto.

  09 – (D3) Em “Não faça isso com o coitado!”, a palavra sublinhada sugere sentimento de
a) maldade
b) crueldade
c) desprezo
d) afeição

  10 – (D10) A presença do inseto na redação do jornal provocou no homem
a) curiosidade científica.
b) sensação de medo.
c) medo de pegar uma doença.
d) lembranças da infância.

  11 – (D6) Com base na leitura do texto pode-se concluir que a questão central é
a) a presença inesperada de um inseto do mato na cidade.
b) a saudade dos amigos de infância
c) a vida pacifica da grande cidade.
d) a preocupação com a proteção aos animais.

  Leia o texto abaixo e depois responda as questões de 12 a 13.
                                                    TROCA

TROCA DE LIVROS Sabe                               promovendo um troca-troca
aquele livro que você já leu                              literário imperdível.
várias vezes e está paradão                            Para começar a ler lá
lá na estante, esperando                                 mesmo, o museu oferece a
alguém que dê atenção a ele de novo?           sua biblioteca, num
Que tal trocá-lo                                                cantinho especial. O
por outro – e, assim,                                        endereço do museu é Praia
ganhar outra história para                                do Caju 385, e a biblioteca
ler e se divertir? Pois até o                              está aberta de terça a
dia 30, o Museu da Limpeza Urbana –            sexta-feira, sempre das 9h
Casa de Banho D. João VI está                      às 16h.

GLOBINHO – Sábado, 21 de março de 2009.

12. (D12Podemos dizer que o texto tem a finalidade de
(A) causar emoção no leitor.
(B) apresentar um ponto de vista.
(C) dar informações sobre um evento.
(D) vender um produto pouco divulgado.

      13. (D2) O pronome “você” na segunda linha do texto se refere
          (A) ao autor.
          (B) ao leitor.
          (C) a D. João VI.
          (D) ao visitante.


LIÇÃO 10

Leia o texto, e em seguida responda, as questões solicitadas.
A CARTA

        Esta outra história é de dois namorados, ele chamado Haroldo e ela, por coincidência, Marta. Os dois brigaram feio, e Marta escreveu uma carta para Haroldo, rompendo definitivamente o namoro e ainda dizendo uma verdade que ele precisava ouvir. Ou, no caso, ler. Mas Marta se arrependeu do que tinha escrito e no dia seguinte fez plantão na calçada em frente do edifício de Haroldo, esperando o carteiro. Precisava interceptar a carta de qualquer jeito. Quando o carteiro apareceu, Marta fingiu que estava chegando ao edifício e perguntou:
         __ Alguma coisa para o 702? Eu levo.
         Mas não tinha nada para o 702. No dia seguinte tinha, mas não a carta de Marta. No terceiro dia, o carteiro desconfiou, hesitou em entregar a correspondência a Marta, que foi obrigada a fazer uma encenação dramática. Não era do 702. Era a autora de uma carta para o 702. E queria a carta de volta. Precisava daquela carta. Era importantíssimo ter aquela carta. Não podia dizer por quê. Afinal, a carta era dela mesma, devia ter o direito de recuperá-la quando quisesse! O carteiro disse que o que ela estava querendo fazer era crime federal, mas mesmo assim olhou os envelopes do 702 para ver se entre eles estava a carta. Não estava. No dia seguinte – quando Marta ficou sabendo que o carteiro se chamava Jessé e, apesar de tão jovem, já era viúvo, além de colorado – também não. No outro dia também não, e o carteiro convidou Marta para, quem sabe, um chope. Na manhã depois do chope, a carta ainda não tinha chegado a Marta e Jessé combinaram ir ver Titanic juntos. No dia seguinte – nem sinal da carta – Jessé perguntou se Marta não queria conhecer sua casa. Era uma casa pobre, morava com a mãe, mas, se ela não se importasse... Marta disse que ia pensar.
        No dia seguinte, chegou à carta. Jessé deu a carta a Marta. Ela ficou olhando o envelope por um longo minuto. Depois a devolveu ao carteiro e disse:
        __ Entrega.
        E, diante do espanto de Jessé, explicou que só queria ver se tinha posto o endereço certo.

01.  (D1) Segundo o autor, qual é a polêmica retratada no texto? 
02.  (D10) De acordo com o texto, o que provocou o conflito da narrativa? 
03.  (D10) Quais são os personagens do texto?
04. (D6) Qual é o assunto principal do texto? 
05. (D2) Que outra palavra do texto tem o mesmo de significado de interromper?
06.   (D10) Em que lugar a história se passa? 
07.  (D10) De que maneira o autor se expressa para finalizar sua história? 
08.  (D2) Busque outra palavra do texto que tenha o mesmo sentido ou que seja semelhante  com “simular". 
09.  (D12) Qual a finalidade deste texto? 



LIÇÃO 11

Leia a história em quadrinhos a seguir, depois responda as questões de 1 a 2.
HORÁCIO

01. (D6) A respeito das ideias apresentadas, em relação ao texto, afirma-se que a ideia principal é
(A) Horácio faz referência ao período da Páscoa.
(B) Horácio está dominado pelo sentimento de raiva.
(C) Horácio pretende obrigar todos a sorrirem.
(D) Horácio mostra que é recompensador cultivar amizades.

02.  (D4Dos provérbios abaixo, o que finaliza a mensagem dos três últimos
quadrinhos é
(A) “Mais vale um pássaro na mão que dois voando.”
(B) “Cada um colhe aquilo que planta.”
(C) “Nem tudo que reluz é ouro.”
(D) “Quem ama o feio, bonito lhe parece.”

Leia o texto abaixo.
                                                         O sapo

             Era uma vez um lindo príncipe por quem todas as moças se apaixonavam. Por ele também se apaixonou uma bruxa horrenda que o pediu em casamento. O príncipe nem ligou e a bruxa ficou muito brava. “Se não vais casar comigo não vai se casar com ninguém mais”! “Olhou fundo nos olhos dele e disse: " Você vai virar um sapo! “Ao ouvir essa palavra o príncipe sentiu uma estremeção”. Teve medo. Acreditou. E ele virou aquilo que a palavra feitiço tinha dito. Sapo. Virou um sapo.

                                                           Alves, Rubem. A Alegria de Ensinar. Ars Poética, 1994.

03. (D3) No trecho “O príncipe NEM LIGOU e a bruxa ficou muito brava”, a expressão destacada significa que
(A)  não deu atenção ao pedido de casamento.
(B)   não entendeu o pedido de casamento.
(C)   não respondeu à bruxa.
(D)  não acreditou na bruxa.

Leia o texto seguinte.                 
                                                        DUAS ALMAS

Ó tu que vens de longe, ó tu que vens cansada,
entra, e sob este teto encontrarás carinho:
Eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho.
Vives sozinha sempre e nunca foste amada...
.
A neve anda a branquear lividamente a estrada,
e a minha alcova tem a tepidez de um ninho.
Entra, ao menos até que as curvas do caminho
se banhem no esplendor nascente da alvorada.
.
E amanhã quando a luz do sol dourar radiosa
essa estrada sem fim, deserta, horrenda e nua,
podes partir de novo, ó nômade formosa!
.
Já não serei tão só, nem irás tão sozinha:
Há de ficar comigo uma saudade tua...
Hás de levar contigo uma saudade minha...
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04. (D3) No verso “e a minha alcova tem a TEPIDEZ de um ninho” (v.6), a expressão em negrito dá sentido de um lugar
(A)                          aconchegante.
(B) belo.
(C) brando.
(D) elegante.

Leia a seguir a fábula de Monteiro Lobato e responda as questões de 5 a 6.
                                                     A ONÇA DOENTE

              Certa vez a onça caiu de uma árvore e ficou muitos dias de cama.
Como estava passando fome ele chamou a irara e pediu que avisasse a bicharada que estava morrendo e que fossem visitá-la.
             O veado, a capivara, a cutia e o jabuti foram visitá-la.
             Quando o jabuti chegou, antes de entrar na toca olhou para o chão e viu que só tinha pegadas que entravam, então pensou:
             - É melhor eu ir embora e rezar pela melhora da onça, pois aqui quem entrou não saiu.
             E ele foi o único que se salvou.

Moral da história: Para esperteza, esperteza e meia.

05.  (D11) Da leitura do texto, pode-se entender que a onça encontrava-se doente porque
(A)    havia caído da árvore.
(B)    estava com muita fome.
(C)    não podia caçar.
(D)    estava em apuros.

06.   (D4) A verdadeira intenção da onça era
(A)    encontrar  os amigos.
(B)    pedir ajuda aos animais.
(C)    alimentar-se dos animais que iam visitá-la.
(D)    almoçar com os animais que iam visitá-la.

Leia o texto abaixo.                           
                                                    A costureira das fadas

            Depois do jantar o príncipe levou Narizinho à casa da melhor costureira do reino. Era uma aranha de Paris, que sabia fazer vestidos lindos, lindos até não poder mais! Ela mesma tecia a fazenda, ela mesma inventava as modas.
– Dona Aranha, disse o príncipe, quero que faça para esta ilustre dama o vestido mais bonito do mundo. Vou dar uma grande festa em sua honra e quero vê-la deslumbrar a corte.
Disse e retirou-se. Dona Aranha tomou da fita métrica e, ajudada por seis aranhinhas muito espertas, principiou a tomar as medidas. Depois teceu depressa, depressa, uma fazenda cor-de-rosa com estrelinhas douradas, a coisa mais linda que se possa imaginar. Teceu também peças de fitas e peças de renda e peças de entremeios – até carretéis de linha de seda fabricou.
(MONTEIRO LOBATO, José Bento. Reinações de Narizinho. São Paulo, 1973.)
07.   (D11) O príncipe quer dar um vestido para Narizinho porque
(A)    ela deseja ter um vestido de baile.
(B)    o príncipe vai se casar com Narizinho.
(C)    ela deseja um vestido cor-de-rosa.
(D)    o príncipe fará uma festa para Narizinho.
Leia o seguinte texto.
                                                                           CONTINHO

          Era uma vez um menino triste, magro e barrigudinho, do sertão de Pernambuco. Na soalheira danada de meio-dia, ele estava sentado na poeira do caminho imaginando bobagem, quando passou um gordo vigário a cavalo:
          — Você aí, menino, para onde vai essa estrada?
          — Ela não vai não: nós é que vamos nela.
          — Engraçadinho duma figa! Como você se chama?
          — Eu não me chamo não: os outros é que me chamam de Zé.

                                                                                                                                                                                  (Paulo Mendes Campos)
      08.  (D16) Há traço de humor no trecho
(A)    “Era uma vez um menino triste, magro”. (l. 1)
(B)    “ele estava sentado na poeira do caminho”. (l. 2)
(C)    “quando passou um vigário”. (l. 3)
(D)    “Ela não vai não: nós é que vamos nela.” (l. 5)

Leia o texto abaixo.

Acho uma boa ideia abrir as escolas no fim de semana, mas os alunos devem ser supervisionados por alguém responsável pelos jogos ou qualquer opção de lazer que se ofereça no dia. A comunidade poderia interagir e participar de atividades interessantes. Poderiam ser feitas gincanas, festas e até churrascos dentro da escola.

(Juliana Araújo e Souza)
(Correio Braziliense, 10/02/2003, Gabarito. p. 2.)

09.   (D15) Em “A comunidade poderia interagir e participar de atividades interessantes,” (l. 3-4), a palavra destacada indica
(A)    alternância.
(B)    oposição.
(C)    adição.
(D)    explicação.


LIÇÃO 12

Leia o texto abaixo e responda as questões de 1 a 3.

O visitante vai passando pelo corredor do hospital, quando vê o amigo saindo disparado, cheio de tubos, da sala de cirurgia:
__ Aonde é que você vai, rapaz?!
__ Tá louco, bicho, vou cair fora!
__ Mas, qual é, rapaz?! Uma simples operação de apendicite! Você tira isso de letra.
E o paciente:
__ Era o que a enfermeira estava dizendo lá dentro: “Uma operaçãozinha de nada, rapaz! Coragem! Você tira isso de letra! Vai fundo, homem!”
__ Então, por que você está fugindo?
__ Porque ela estava dizendo isso era pro médico que ia me operar!  

(Ziraldo. As melhores anedotas do mundo. Rio de Janeiro; Globo, 1988, p. 62.)
    01.  (D6) A ideia principal do texto é
(A)    O rapaz tem medo de cirurgia.
(B)    Pela da fala enfermeira o rapaz imaginou que o médico fosse fazer outra coisa.
(C)    Um rapaz não quer submeter-se a uma operação de apendicite porque o médico é inexperiente.
(D)    O rapaz quando viu os utensílios cirúrgicos ficou com medo e fugiu.

    02.  (D10) O lugar onde a história se passa
(A)    Na entrada do hospital.
(B)    Na recepção do hospital.
(C)    No corredor do hospital.
(D)    Na sala de operação.

   03.  (D12) A finalidade ao contar uma anedota é
(A)    Informar um acontecimento.
(B)    Descrever um fato.
(C)    Argumentar um fato ou acontecimento.
(D)    Provocar o riso.

Leia a tirinha a seguir.
Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwrzkhCE6NLJ-haqVL3irx04IGR0GN7yMOimsXr4htcj4RNt65cqQvAHv0evtUk4ZJpDhhU3LJVd6VqdXKmYi8yBnfKkG6YZdMKZpmICzQgy5MrkyBW4Ndpt5E80_NEnSODCYeTkDBMY0/s640/aranha3.png
    04.   (D15) No 2º quadrinho da tira, o trecho: “É, eu o vi na primeira página do jornal.” O pronome em destaque se refere
(A) ao Garfield.
(B)  ao jornal.
(C)  ao famoso.
(D) ao marido. 



LIÇÃO 13

É PRECISO PARAR DE PRENDER
Evandro Lins e Silva

Toda vez que a violência aumenta, as pessoas tendem a clamar por medidas punitivas mais rigorosas para os transgressores das leis. Pedem a pena de morte para os mais perigosos e cadeia para todos quanto saiam do trilho da conduta determinada pela legislação em vigor. Essa é uma reação instintiva e nada racional. Ninguém ignora que hoje no Brasil a prisão não regenera nem ressocializa as pessoas que são privadas da liberdade por terem cometido algum tipo de crime. Ao contrário, é de conhecimento geral que a cadeia perverte, corrompe, deforma e embrutece. É uma fábrica de reincidência e uma universidade às avessas, onde se diploma o profissional do crime. A prisão, essa monstruosa opção, perpetua-se ante a insensibilidade da maioria como uma forma ancestral de castigo. Positivamente, jamais se viu alguém sair de um cárcere melhor do que quando entrou. Os egressos do cárcere estão sujeitos a uma outra terrível condenação: o desemprego. Pior que tudo, são atirados a uma obrigatória marginalização. O ex-condenado só tem uma saída: incorporar-se ao crime organizado. A sociedade, que os enclausurou sob o pretexto hipócrita de reinseri-los em seu seio, os repudia.
...
Os partidários da volta a métodos bárbaros de repressão não entendem que estão transformando homens em feras e aumentando a legião de desajustados. Eles têm conquistado muito terreno no Brasil, nos últimos tempos, com a prisão cautelar que atinge os inocentes e serve de pretexto para a prática de constantes abusos de poder, e a agravação de penas para crimes hediondos. Procura-se criar uma atmosfera de pânico, que oferece ensejo a pena de morte. Nenhum desses pregoeiros da repressão pensa na prevenção dos delitos, no atendimento aos menores abandonados, na criação de condições socioeconômicas que impeçam a geração de novos delinquentes.

EXPLORANDO O TEXTO

01. (D-15) Assinale a alternativa que contenha uma afirmação mais verdadeira sobre o texto apresentado:
(a) O autor não elabora um esquema argumentativo convincente sobre o sistema penitenciário no Brasil.
(b) O autor não fundamenta o conteúdo das suas ideias com dados de observação sobre o sistema penitenciário no Brasil.
(c) O autor critica severamente o sistema penitenciário no Brasil com um raciocínio lógico apresentando causas e efeitos que justificam o seu posicionamento.
(d) O autor apoia-se meramente numa visão subjetiva ao condenar o sistema penitenciário vigente no Brasil.

02. (D-13) Do texto depreende-se que a sociedade é hipócrita pelo fato de:
     (a) reintegrar plenamente o ex-condenado ao seu seio.
     (b) oferecer ao detento condições favoráveis à sua recuperação.
              (c) mascarar a discriminação aos ex-condenados, enquanto finge aceitá-los.
    (d) procurar criar condições sócio-econômicas a fim de sanar a delinquência juvenil.

03. (D-19) No segundo parágrafo, o autor se utiliza de expressão "pregoeiros da repressão." Aponte a alternativa em que se verifica, no texto, outra expressão de sentido equivalente:
     (a)"egressos do cárcere"
     (b)"profissional do crime"
     (c) "transgressores da lei"
     (d) "partidários da volta a métodos bárbaros"

04. (D-03) No trecho: "Positivamente, jamais se viu alguém sair de um cárcere melhor do que quando entrou." O termo "positivamente" no contexto do parágrafo equivale a:
     (a) definitivamente
     (b) necessariamente
     (c) eventualmente
     (d) principalmente

05. (D-01) Segundo o autor, a criação de uma atmosfera de pânico na população terá com consequência a :
    (a) "prática de constantes abusos do poder."
    (b) "proposta legislativa do retorno à pena de morte."
    (c). "prevenção dos delitos."
    (d) "agravação de penas para crimes hediondos".
   
06. (D-01) Para o autor, o desemprego dos ex-condenados obriga-os à:
    (a) reintegração no mundo da criminalidade.
    (b) volta da política de ajuda mútua.
    (c) prática de métodos bárbaros de repressão.
    (d) reincidência de comportamentos racionais.


“A maior parte do tempo de um escritor é passado na leitura, para depois escrever; uma pessoa revira metade de uma biblioteca para fazer um só livro.”


( Esse trabalho foi organizado pelo Prof. Francisco Antônio de Paula Gregório, algumas das atividades foram extraídas de outros professores, por achar interessantes e de suma importância para o aprendizado dos alunos. 26/04/2012)


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