PROJETO VIAJANDO NO MUNDO DA LEITURA CLÁSSICA
“A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede”.
Carlos Drummond de Andrade
APRESENTAÇÃO
O objetivo principal desse trabalho é habituar o educando a prática da leitura, inclusive conduzir os discentes ao aperfeiçoamento da leitura clássica. Com isso favorecer na formação do ensino-aprendizagem destes jovens, contribuindo no desenvolvimento da linguagem oral, discursiva e no aprendizado da gramática normativa. Bem como familiarizar-se com os principais clássicos da literatura: José de Alencar, Rachel de Queiroz, Bernardo Guimarães, Clarice Lispector, Joaquim Manuel de Macedo, Graciliano Ramos, João Ubaldo Ribeiro e Machado de Assis.
Assim fazer com que os alunos apreciem a leitura dos clássicos, de uma forma agradável, que eles se sintam convidados para a leitura, ao passo que esta os envolvam neste novo contexto, com histórias maravilhosas, tristes e finais inesquecíveis. Voltar no tempo de cada autor, trazer suas histórias remotas e fazer um confronto com a realidade, é aprender junto com cada um, vivenciar cada cena, cada história; compartilhar o vocabulário, as expressões, cada momento ou sentimento passado por cada escritor em suas respectivas obras. Assim afirma Descartes (http://pensador.uol.com.br/frases_de_drummond_sobre_a_leitura/), “à leitura de todos os bons livros é uma conversação com as mais honestas pessoas dos séculos passados.”
Neste projeto elenco o ensino de literatura na escola, com foco nas contribuições que a leitura dos autores clássicos pode oferecer à formação dos jovens, principalmente quando se sabe que esta leitura vai exigir mais do leitor na compreensibilidade, interpretação e ainda mais no uso de palavras utilizadas por cada autor. Uma vez que esses termos pode dificultar a vida do leitor, por não serem de sua convivência cotidiana. Mas o importante é que essa leitura vem desafiá-los, cabendo a cada um, buscar seus significados e contextualizá-los nas situações surgidas.
Pretende-se ainda envolver cada aluno neste novo mundo da leitura, principalmente os discentes do 9º ano, além de contagiar de forma externa os alunos do 8º ano. Por meio dos trabalhos que serão feitos e os tornando leitores de um outro tipo de gênero. O principal desafio na formação desses jovens leitores, é o de ensinar a ler textos sem ferir a experiência de autonomia e liberdade que caracterizam o contato com a literatura, ou seja, induzi-los de maneira divertida, bem como através de atividades interessantes, estimuladoras; que mexam com a criatividade de todos, que os motivem nos retornos das atividades propostas. Complementando a esse contexto Calvino (1995, p. 16) afirma que,
“o único herói capaz de decepar a cabeça da Medusa é Perseu, que voa com sandálias aladas; Perseu, que não volta jamais o olhar para a face da Górgona, mas apenas para a imagem que vê refletida em seu escudo de bronze. Eis que Perseu vem ao meu socorro até mesmo agora, quando já me sentia capturar pela mordaça de pedra (...) Melhor deixar que meu discurso se elabore com as imagens da mitologia. Para decepar a cabeça da Medusa sem se deixar petrificar, Perseu se sustenta sobre o que há de mais leve, as nuvens e o vento; e dirige o olhar para aquilo que só se pode revelar por uma visão indireta, por uma imagem capturada no espelho. Sou tentado de repente a encontrar nesse mito uma alegoria da relação do poeta com o mundo...”
Não obstante o reconhecimento do avanço que o Ensino de Língua Portuguesa alcançou nas últimas décadas, no Brasil, com práticas centradas no uso da linguagem e na formação de leitores dos mais variados gêneros de texto, parece necessário pensar mais detidamente o lugar da Literatura, dentro do projeto maior de formação para a leitura e mesmo de formação humana e cidadã. A esse respeito encontram-se, nos documentos oficiais – Parâmetros Curriculares Nacionais e Orientações Curriculares Nacionais – boas diretrizes para a composição de programas comprometidos, principalmente, com a formação de leitores, incluindo-se aí, leitores de literatura.
Compreende-se, hoje, a centralidade dessa tarefa. E nossas diretrizes “autorizam” romper com práticas que ainda hoje inibem a construção de projetos dessa natureza: ensinar linguagem, há muito, não é mais ensinar uma teoria da linguagem; ensinar literatura não é mais ensinar história da literatura ou teoria literária. Mas, então, o que é ensinar literatura na escola pública brasileira? E para jovens que não têm acesso facilitado ao livro? Ou ainda para estudantes que leem pragmaticamente apenas os livros de literatura indicados pelos concursos Vestibulares? Como ensinar? Que práticas adotar? Ensina-se a ler literatura? Ensina-se a gostar de ler literatura?
É uma preocupação dessa unidade de ensino fazer com que os educandos já entre nesse mundo literário, isso já é uma preparação para o ensino médio, a familiarização com os clássicos da literatura. O nosso foco maior é o hábito com a leitura, o seu aprendizado é o resultado esperado, inclusive sua expressividade, oralidade, compreensão e interpretação é o que mais se aposta. O aluno deve ser autor de si mesmo. Ter suas opiniões próprias, saber criticá-las e dar retorno para as mesmas. Logo os autores dos clássicos literários “nunca terminaram de dizer aquilo que tinha para dizer” (Calvino, 2004).
Nessa proposta de trabalho far-se-á uma exploração da vida e obras de cada autor, no qual será trabalhado a cada bimestre, é evidente que entre esses escritores, também pode aparecer a leitura de outras obras que não sejam dos autores focados no projeto. As atividades acontecerão de modo suscetível, dependendo da obra lida e dos métodos utilizados neste manuscrito. O evento final desse trabalho ocorrerá no último bimestre, onde adicionará as atividades realizadas durante o ano e as do último bimestre para fazer a culminância do projeto.
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O foco central desse projeto é familiarizar os discentes com a leitura dos clássicos, levá-los a conhecer oito autores consagrados como José de Alencar, Rachel de Queiroz, Bernardo Guimarães, Clarice Lispector, Joaquim Manuel de Macedo, Graciliano Ramos, João Ubaldo Ribeiro e Machado de Assis. É claro que no desenvolvimento do trabalho o educando terá contato com outras obras de outros autores, isso será de grande valia para o crescimento pessoal e intelectual. Visando preparar esses jovens já para o ensino médio como também melhorar a fluência de sua leitura, aumentar o poder de seu vocabulário, ampliar sua oralidade, sua parte discursiva e melhorar sua compreensão e interpretação.
Este PROJETO irá oportunizar a prática da leitura entre os educandos, onde vai oferecer a cada um prazer em ler, pois a leitura deve ser feita por amor, não por que alguém mandou ou indicou livro tal, o ato de ler deve ser iniciativa do próprio leitor. Assim acrescenta Alves (http://pensador.uol.com.br/frases_sobre_a_importancia_da_leitura/2/) “o ato da leitura é muito bom. Expande os horizontes, aumenta o vocabulário e nos torna mais flexíveis para argumentar.”
Ao enfatizar esse tipo de leitura, pretendo mostrar aos discentes que os clássicos são aqueles livros que constituem uma riqueza para quem os tenha lido e amado; mas constituem uma riqueza não menor para quem se reserva a sorte de lê-los pela primeira vez nas melhores condições para apreciá-los. Esses livros exercem uma influência particular quando se impõem como inesquecíveis e também quando se ocultam nas dobras da memória, mimetizando-se como inconsciente coletivo ou individual. Por isso, deveria existir um tempo na vida adulta dedicado a revisitar as leituras mais importantes da juventude. Se os livros permaneceram os mesmos (mas também eles mudam à luz de uma perspectiva histórica diferente) nós com certeza mudamos, e o encontro é um acontecimento totalmente novo.
Para Calvino (2004), usar o verbo ler ou o verbo reler não tem muita importância. De fato, poderíamos dizer: Toda primeira leitura de um clássico é na realidade uma releitura. Toda releitura de um clássico é uma leitura de descoberta como a primeira. Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer. Os clássicos são aqueles livros que chegam até nós trazendo consigo as marcas das leituras que precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na cultura ou nas culturas que atravessaram (ou mais simplesmente na linguagem ou nos costumes).
Com o estudo dos clássicos, acredita-se que os alunos vão se deleitar das lindas histórias, se emocionar, viver cada personagem, dividir com o autor seu sentimento, tediar os vilões, abraçar a causa como se fosse sua, afinal de contas, vão se apaixonar pela leitura dos clássicos. E isso é o que mais importa: “viajar na leitura de um bom livro que nos remete a lugares lindos e por vezes, distantes da realidade.” (NUNES,http://pensador.uol.com.br/).
As atividades que serão propostas nesse trabalho vão estimular o ego dos educandos, tornando-os interessados, animados e curiosos pelas tarefas. Além das atividades que acontecerão uma vez por semana, não os tornará cansativo, pois a finalidade é o contrário do que se falou anteriormente. O conhecimento (o saber) deve ser de acesso a todos, de acordo com a Constituição Federativa do Brasil (1988).
Assim, Cândido, em texto que trata do tema “direitos humanos e literatura” - e defende o direito a ela a todos os seres de todas as classes sociais -, argumenta também sobre o poder formador dos textos que trazem “livremente em si o que chamamos de bem e o que chamamos de mal” (CÂNDIDO, 2004, p.176) e, por isso, humanizam:
Entendo aqui por humanização [...] o processo que confirma no homem aqueles traços que reputamos essenciais, como o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres, o cultivo do humor. A literatura desenvolve em nós a quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante. (CÂNDIDO 2004, 180)
Ao direcionar-se a leitura de um clássico deve oferecer-nos alguma surpresa em relação à imagem que dele tínhamos. Por isso, nunca será demais recomendar a leitura direta dos textos originais, evitando a mais possível bibliografia crítica, comentários, interpretações. A escola deveria servir para fazer entender que nenhum livro que fala de outro livro diz mais sobre o livro em questão; mas fazem de tudo para que se acredite no contrário.
Existe uma inversão de valores muito difundida segundo a qual a introdução, o instrumental crítico, a bibliografia é usada como cortina de fumaça para esconder aquilo que o texto tem a dizer e que só pode dizer se o deixarmos falar sem intermediários que pretendam saber mais do que ele. Podemos concluir que: um clássico é uma obra que provoca incessantemente uma nuvem de discursos críticos sobre si, mas continuamente “as repele para longe.
Para eventualizar as atividades finais desse projeto, pretende-se concluir com uma competição (gincana) entre as duas turmas de 9º ano, reexplorando das mesmas atividades que foram trabalhadas no decorrer do ano letivo, buscando as aprendizagens assimiladas sobre a vida e as obras dos autores estudados. Sem esquecer dos inúmeros livros lidos pela turma. O mais importante desse trabalho é o legado da leitura, o hábito em ler, o aprendizado deixado, o conhecimento adquirido. Em anexo segue a lista de obras dos autores selecionados nesse projeto.
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OBJETIVO GERAL
Compreender e familiarizar-se com a leitura dos clássicos, adquirindo novas formas de se expressar, pensar e agir. Enriquecendo seu vocabulário e facilitar ainda mais no momento de redigir, além de melhorar sua oralidade, comunicação, criticidade e seu novo modo de ver o mundo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
§ Conhecer a vida e as obras dos escritores selecionados;
§ Divulgar obras lidas através de panfletos e faixas;
§ Criar com a turma um jornal literário;
§ Construir com os alunos um mural ilustrativo para expor informações, curiosidades, algo sobre a vida dos escritores em estudo;
§ Fazer uso da leitura deleite e socializar com a turma;
§ Pesquisar na comunidade a quantidade de jovens que leem ou que em algum momento já leu, perguntar o nome do livro e o autor se caso recordar;
§ Escolher com o grupo um nome de um dos escritores selecionados para intitular a turma;
§ Teatralizar fragmentos de obras lidas;
§ Fazer uso de vídeos, documentários, filmes e gravações por alunos;
§ Promover competição (gincana) entre as turmas;
§ Expor cartazes, banners, anúncios, propagandas, poesias e cordéis dos escritores trabalhados.
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METODOLOGIA
§ Leitura de dupla, onde um aluno lê para o outro;
§ Socialização de obras e leitura deleite;
§ Leitura dramatizada;
§ Entrevista com os escritores escolhidos;
§ Dramatização de uma obra clássica;
§ Produção de panfletos, faixas, cartazes, banners, etc;
§ Roda de leitura;
§ Contação de história;
§ Seminário e debate de grupo;
§ Parodiar ou poetizar obras lidas;
§ Assistir filmes, documentários ou gravações de trabalhos realizados;
§ Competição entre grupos;
§ Pesquisa de campo;
§ Cesta de textos;
§ Exposição de trabalho e construção de mural.
META
Com este projeto pretendo motivar e sensibilizar os alunos do 9º ano e habituá-los ao ato de ler em 90 % e tentar contagiar os alunos do 8º externamente em 45 % até o final do ano letivo.
FLUXO DAS ATIVIDADES
Entre Março/Abril
1º Bimestre
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Entre Maio/Junho
2º Bimestre
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Entre Agosto/Setembro
3º Bimestre
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Entre Outubro/Novembro
4º Bimestre
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Conheceremos a vida e obras de Rachel de Queiroz e José de Alencar.
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Viajaremos no mundo de Bernardo Guimarães e Clarice Lispector, vamos conhecer sua vida e obras.
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Abordaremos o mundo de Joaquim Manuel de Macedo e Graciliano Ramos. Vamos nos deter a sua vida e obras.
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Conheceremos a vida e obras de João Ubaldo Ribeiro e Machado de Assis.
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AVALIAÇÃO
O processo avaliativo dar-se-á de modo dinâmico, contínuo e não restrito a um só critério, pois neste processo usaremos a interdisciplinaridade no exercício das atividades propostas, uma vez que a finalidade do projeto é contagiar os alunos com a leitura, fazendo com que eles se tornem grandes leitores. Apesar desse ser um recurso pedagógico para oportunizar e conduzir os alunos a interagirem com o texto e o autor e vice-versa. A partir desse pressuposto a avaliação se dará em dois momentos distintos:
§ No aprimoramento e aperfeiçoamento do processo de ensino e aprendizagem, bem como a aferição do desempenho do aluno quanto à apropriação de conhecimentos em relação aos escritores estudados (vida e obras) e no desenvolvimento das habilidades e competências;
§ Nas atividades sugeridas, participação da turma e colaboração de todos, nas observações do professor e registros escritos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CALVINO, I. Por que ler os clássicos. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
DESCARTES, René. Disponível em:http://pensador.uol.com.br/frases_de_drummond_sobre_a_leitura/. Acesso em 8 Fev. 2015.
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.
CÂNDIDO, A. O direito à literatura. In: Vários escritos, 3 ed. São Paulo: Duas Cidades, 2004.
ALVES, Ninah.http://pensador.uol.com.br/frases_sobre_a_importancia_da_leitura/2/. Acessado em 18 Fev. 2015.
FONTE :BLOG
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