TODOS IGUAIS, MAS TÃO DIFERENTES
Descrição e justificativa do Projeto ou Atividade: Conscientizar seus participantes da necessidade de compreender e respeitar a diversidade étnico-racial, as diferenças físicas e de gênero, para a formação de uma sociedade igualitária.
AÇÃO
Respeito e valorização das diferenças como forma de crescimento e enriquecimento pessoal, social e cultural.
Discutir e questionar preconceito étnico e racial, sexismo, discriminação, exclusão e a Intolerância contra pessoas que não correspondam a um padrão pré-estabelecido.
RECURSOS
Obras da literatura infantil sobre o tema:
*Ninguém é igual a ninguém.
*Coração que bate sente.
*Diversidade.
*Apelido não tem cola.
*Tudo bem ser diferente.
*Menina bonita do laço de fita.
Músicas alusivas ao tema
ACOMPANHAMENTO
-Leitura pelo professor das obras literárias;
-Produção coletiva onde o professor atua como escriba;
_Elaboração de cartazes, murais e outros tipos de materiais para exposição à comunidade;
_Músicas e danças
AVALIAÇÃO
-Avaliação contínua durante o processo
QUILOMBOS MODERNOS Dia Nacional da Consciência Negra
QUILOMBOS MODERNOS
Jorge Linhaça
A palavra "quilombo" tem origem nos termos "kilombo" (Quimbundo) ou "ochilombo" (Umbundo), presente também em outras línguas faladas ainda hoje por diversos povos Bantus que habitam
a região de Angola, na África Ocidental.
Originalmente, designava apenas um lugar de pouso utilizado por populações nômades ou em deslocamento; posteriormente passou a designar também as paragens e acampamentos
das caravanas que faziam o comércio de cera, escravos e outros itens cobiçados pelos colonizadores.
Foi no Brasil que o termo "quilombo" ganhou o sentido de comunidades autónomas de escravos fugitivos. Havia escravidão, porém, em alguns quilombos.
"Um quilombo era um local de refúgio dos escravos no Brasil, em sua maioria afrodescendentes (negros e mestiços), havendo minorias indígenas e brancas. " Fonte: Wikipédia
*****
Embora já vá longe o tempo da escravidão oficial, cumpre-nos uma singela análise das condições enfrentadas pelos afro-descendentes em nossa sociedade e em muitas outras.
Provavelmente a minha condição de caucasiano não me torne a pessoa mais gabaritada para falar sobre o assunto e portanto posso incorrer em algum equívoco ao longo de meu texto, no entanto,
talvez fosse um equívoco maior furtar-me a expor a minha visão, ainda que fragmentada, sobre o assunto. Obviamente o que vou aqui escrever é fruto de minha observação pessoal e experiências ao longo
de minha não tão longa vida.
O fato é que, falar de afro-descendestes remete-nos imediatamente à percepção de que a sua esmagadora maioria encontra-se entre as camadas menos privilegiadas de nossa sociedade.
Em linhas gerais pode-se dizer que, apesar de alguns tímidos avanços nos últimos anos, pouco modificou-se nesse quadro. Por outro lado não podemos incorrer no equívoco de considerar
que tudo que acontece com os negros e mestiços deva-se, hoje, exclusivamente à cor de sua pele. Existem muitos ditos brancos que padecem das mesmas mazelas sociais. Dessa maneira podemos
dizer que, de certa forma, reproduz-se hoje o que acontecia nos antigos quilombos.
Verdade que a nossa sociedade tende a reproduzir modelos europeus de comportamento e portanto os" valores" estéticos acabam por subtrair dos afro-descendestes oportunidades de trebalho, muitas
vezes maquiadas sob a exigência de "boa-aparência" para o exercício de determinadas funções. O preconceito velado não é exclusivo da parcela branca da população, existe um certo "preconceito às avessas"
que também contribui para uma maior morosidade em se estabelecer uma sociedade mais igualitária. Dentre os próprios afro-descendestes existem aqueles que, por algum motivo pessoal , carregam em si
certas restrições em relação aos seus pares.
Em termos culturais, o reconhecimento às contribuições dos descendestes dos povos africanos é algo recente, até bem pouco tempo encarava-se com certa curiosidade e até mesmo suspeição as
manifestações culturais, de uma riqueza longe de ser totalmente explorada. Como em relação a muitas outras coisas, foi preciso que houvesse antes um reconhecimento internacional para que no
Brasil se começasse a valorizar o que sempre esteve à nossa vista.
Os quilombos modernos, como aqui optei por designar grupamentos sociais, nem sempre seguem rígidas fronteiras geográficas, muitas vezes seus integrantes estão fisicamente distantes dos seus pares.
Embora existam os chamados "guetos" em algumas regiões, a atuação ( positiva ou negativa ) de seus integrantes se faz presente muito além de seus limites geográficos.
A formação de tais "novos quilombos" não se faz exclusivamente pela cor da pele de seus habitantes, hoje isto está profundamente ligado a questões sócio-econômicas.
Tornar-se um mundo dentro de outro mundo, traz em si a vantagem de se fortalecerem valores e a própria identidade cultural de seus integrantes, no entanto não se pode incorrer no erro de
cerrar as fornteiras desse micro-cosmo ao que acontece no mundo real. Algumas vezes esse tipo de comportamento acaba por, ao invés de alavancar a justa luta pela igualidade, marginalizar os
seus integrantes pela falta de uma interação mais positiva com os demais grupos sociais.
Vejo com temeridade algumas " concessões" feitas pelo governo aos afro-descendentes, não que não tenham o direito de receber melhores condições mas, a forma como isso tem sido
realizado talvez não seja a melhor. O sistema de cotas, seja ele em que área for, acaba por gerar a falsa impressão de que os afro-descendentes garantem suas vagas, não por sua própria
competência, mas sim devido à benesse do "senhor do engenho" que reservasse algumas vagas de aprendiz de algum ofício a alguns de seus escravos.
No caso das universidades por exemplo, creio que seria mais proditovo, em termos de auto-estima dos afro-descendestes e de qualquer outro aluno vindo das camadas socias menos
abastadas, que se criassem, talvez, cursos pré vestibulares de boa qualidade, direcionados a essa população, que lhes permitisse disputar em condições de igualdede de oportunidade
a vaga com os demais candidatos. Assim evitariam-se os comentários do tipo: "Só entrou por que tinha vaga reservada" ou pior ainda " Entrou por que era o "menos pior" dos candidatos às vagas disponibilizadas pelo sistema de cotas. Dizer que não existe esse tipo de comentário ou pensamento, seria o equivalente a dizer que o preconceito não existe em nossa sociedade.
Nesse sentido, de maneira imediata, o sistema de cotas acaba por reforçar o preconceito existe na mente de algumas pessoas.
A luta pela consciência negra vai muito além da disputa por espaço dentro da sociedade, passa principalmente pelo desenvolvimento da auto-estima do povo que não pode ficar refém de políticas que podem fomentar dúvidas quanto à sua capacidade de progredir pelos seus próprios meios.
Compreendo que exista uma necessidade de procurar acelerar esse processo e, a longo prazo, pode ser que o sistema de cotas, conforme mais profissionais forem
se formando e desenvolvendo um bom trabalho, permita que contribuam significativamente para servir como bons exemplos de como é possível superar os obstáculos encontrados ao longo do caminho através do esforço pessoal seja lá qual a cor de sua pele.
Tenho, além de vários amigos, três filhos afro-descendentes e por isso preocupo-me com todos estes questionamentos e outros.
No caso de meus filhos e de outros, a situação é, de certa forma, mais complicada pois sofrem alguma discriminação dos lados da moeda.
Minha filha mais velha, por exemplo, foi impedida de declarar-se negra em uma universidade mantida pela comunidade afro-descendente apenas pelo fato de ter
a pele um pouco mais clara do que a de outros candidatos.
São coisas de um país que ainda busca a sua própria identidade e no qual dependemos de critérios subjetivos quer por parte de negros quanto de brancos.
Para finalizar, deixo o meu abraço à todos os afro-descentes juntamente com a minha esperança sincera de que a cada dia mais, todos nós, independente da cor
de nossas peles, aprendamos a caminhar de mãos dadas com o objetivo de cosntruir uma sociedade mais justa e igualitária para os nossos descendentes.
Jorge Linhaça
A palavra "quilombo" tem origem nos termos "kilombo" (Quimbundo) ou "ochilombo" (Umbundo), presente também em outras línguas faladas ainda hoje por diversos povos Bantus que habitam
a região de Angola, na África Ocidental.
Originalmente, designava apenas um lugar de pouso utilizado por populações nômades ou em deslocamento; posteriormente passou a designar também as paragens e acampamentos
das caravanas que faziam o comércio de cera, escravos e outros itens cobiçados pelos colonizadores.
Foi no Brasil que o termo "quilombo" ganhou o sentido de comunidades autónomas de escravos fugitivos. Havia escravidão, porém, em alguns quilombos.
"Um quilombo era um local de refúgio dos escravos no Brasil, em sua maioria afrodescendentes (negros e mestiços), havendo minorias indígenas e brancas. " Fonte: Wikipédia
*****
Embora já vá longe o tempo da escravidão oficial, cumpre-nos uma singela análise das condições enfrentadas pelos afro-descendentes em nossa sociedade e em muitas outras.
Provavelmente a minha condição de caucasiano não me torne a pessoa mais gabaritada para falar sobre o assunto e portanto posso incorrer em algum equívoco ao longo de meu texto, no entanto,
talvez fosse um equívoco maior furtar-me a expor a minha visão, ainda que fragmentada, sobre o assunto. Obviamente o que vou aqui escrever é fruto de minha observação pessoal e experiências ao longo
de minha não tão longa vida.
O fato é que, falar de afro-descendestes remete-nos imediatamente à percepção de que a sua esmagadora maioria encontra-se entre as camadas menos privilegiadas de nossa sociedade.
Em linhas gerais pode-se dizer que, apesar de alguns tímidos avanços nos últimos anos, pouco modificou-se nesse quadro. Por outro lado não podemos incorrer no equívoco de considerar
que tudo que acontece com os negros e mestiços deva-se, hoje, exclusivamente à cor de sua pele. Existem muitos ditos brancos que padecem das mesmas mazelas sociais. Dessa maneira podemos
dizer que, de certa forma, reproduz-se hoje o que acontecia nos antigos quilombos.
Verdade que a nossa sociedade tende a reproduzir modelos europeus de comportamento e portanto os" valores" estéticos acabam por subtrair dos afro-descendestes oportunidades de trebalho, muitas
vezes maquiadas sob a exigência de "boa-aparência" para o exercício de determinadas funções. O preconceito velado não é exclusivo da parcela branca da população, existe um certo "preconceito às avessas"
que também contribui para uma maior morosidade em se estabelecer uma sociedade mais igualitária. Dentre os próprios afro-descendestes existem aqueles que, por algum motivo pessoal , carregam em si
certas restrições em relação aos seus pares.
Em termos culturais, o reconhecimento às contribuições dos descendestes dos povos africanos é algo recente, até bem pouco tempo encarava-se com certa curiosidade e até mesmo suspeição as
manifestações culturais, de uma riqueza longe de ser totalmente explorada. Como em relação a muitas outras coisas, foi preciso que houvesse antes um reconhecimento internacional para que no
Brasil se começasse a valorizar o que sempre esteve à nossa vista.
Os quilombos modernos, como aqui optei por designar grupamentos sociais, nem sempre seguem rígidas fronteiras geográficas, muitas vezes seus integrantes estão fisicamente distantes dos seus pares.
Embora existam os chamados "guetos" em algumas regiões, a atuação ( positiva ou negativa ) de seus integrantes se faz presente muito além de seus limites geográficos.
A formação de tais "novos quilombos" não se faz exclusivamente pela cor da pele de seus habitantes, hoje isto está profundamente ligado a questões sócio-econômicas.
Tornar-se um mundo dentro de outro mundo, traz em si a vantagem de se fortalecerem valores e a própria identidade cultural de seus integrantes, no entanto não se pode incorrer no erro de
cerrar as fornteiras desse micro-cosmo ao que acontece no mundo real. Algumas vezes esse tipo de comportamento acaba por, ao invés de alavancar a justa luta pela igualidade, marginalizar os
seus integrantes pela falta de uma interação mais positiva com os demais grupos sociais.
Vejo com temeridade algumas " concessões" feitas pelo governo aos afro-descendentes, não que não tenham o direito de receber melhores condições mas, a forma como isso tem sido
realizado talvez não seja a melhor. O sistema de cotas, seja ele em que área for, acaba por gerar a falsa impressão de que os afro-descendentes garantem suas vagas, não por sua própria
competência, mas sim devido à benesse do "senhor do engenho" que reservasse algumas vagas de aprendiz de algum ofício a alguns de seus escravos.
No caso das universidades por exemplo, creio que seria mais proditovo, em termos de auto-estima dos afro-descendestes e de qualquer outro aluno vindo das camadas socias menos
abastadas, que se criassem, talvez, cursos pré vestibulares de boa qualidade, direcionados a essa população, que lhes permitisse disputar em condições de igualdede de oportunidade
a vaga com os demais candidatos. Assim evitariam-se os comentários do tipo: "Só entrou por que tinha vaga reservada" ou pior ainda " Entrou por que era o "menos pior" dos candidatos às vagas disponibilizadas pelo sistema de cotas. Dizer que não existe esse tipo de comentário ou pensamento, seria o equivalente a dizer que o preconceito não existe em nossa sociedade.
Nesse sentido, de maneira imediata, o sistema de cotas acaba por reforçar o preconceito existe na mente de algumas pessoas.
A luta pela consciência negra vai muito além da disputa por espaço dentro da sociedade, passa principalmente pelo desenvolvimento da auto-estima do povo que não pode ficar refém de políticas que podem fomentar dúvidas quanto à sua capacidade de progredir pelos seus próprios meios.
Compreendo que exista uma necessidade de procurar acelerar esse processo e, a longo prazo, pode ser que o sistema de cotas, conforme mais profissionais forem
se formando e desenvolvendo um bom trabalho, permita que contribuam significativamente para servir como bons exemplos de como é possível superar os obstáculos encontrados ao longo do caminho através do esforço pessoal seja lá qual a cor de sua pele.
Tenho, além de vários amigos, três filhos afro-descendentes e por isso preocupo-me com todos estes questionamentos e outros.
No caso de meus filhos e de outros, a situação é, de certa forma, mais complicada pois sofrem alguma discriminação dos lados da moeda.
Minha filha mais velha, por exemplo, foi impedida de declarar-se negra em uma universidade mantida pela comunidade afro-descendente apenas pelo fato de ter
a pele um pouco mais clara do que a de outros candidatos.
São coisas de um país que ainda busca a sua própria identidade e no qual dependemos de critérios subjetivos quer por parte de negros quanto de brancos.
Para finalizar, deixo o meu abraço à todos os afro-descentes juntamente com a minha esperança sincera de que a cada dia mais, todos nós, independente da cor
de nossas peles, aprendamos a caminhar de mãos dadas com o objetivo de cosntruir uma sociedade mais justa e igualitária para os nossos descendentes.
MENINO MULTICOLORIDO
CONCIENCIA NEGRA
MENINO MULTICOLORIDO
Eu sou um menino multicolorido.
É, eu sou de todas as cores por dentro.
Sou misturado. Meu sangue é feito do sangue de muitas raças.
Minha mãe disse que quem tem avós de raças diferentes é mis . . . mis . . . Esqueci! É um nome complicado. Prefiro pensar que sou multicolorido. Tenho sangue de francês, de negro, de espanhol e de índio.
Por fora eu sou branquinho, de cabelo claro. Por dentro, sou europeu, preto, mulato, mestiço.
Acho que é por esse motivo que eu gosto tanto dos índios do Brasil.
Gosto deles porque eu sou um pedaço índio e porque eles estão deixando de ser índio por inteiro. É que as pessoas brancas aqui do Brasil, já faz tempo, que estão enganando e destruindo eles, os donos da terra.
Eu vi na televisão os índios xavantes em Brasília. Eles estavam querendo que o presidente ajudasse todos eles a não desaparecerem.
Fiquei muito aborrecido. Vai chegar o dia em que não vai ter mais índio no Brasil.
Nesse dia, o Brasil vai ficar bem pequenino e não vai mais ser tão bonito, porque quem faz a nação são as pessoas da terra.
Nesse dia, eu vou ficar triste para sempre. Sei que vou ficar branquinho de raiva.
................
Vocabulário
mestiço: nascido de pais de raças diferentes.
miscigenar: misturar
miscigenação: mistura de raças
xavantes: tribo indígena existente em Goiás, São Paulo e Mato Grosso.
Obs: No texto aparece apenas a primeira sílaba da palavra que a mãe teria dito: miscigenado.
COMPREENSÃO DO TEXTO
1) “Eu sou um menino multicolorido.
É, sou de todas as cores por dentro.”
A palavra “cores” significa ____________________ . (raças)
2) Segundo o próprio menino, como ele era por dentro? (Ele era europeu, preto, mulato e mestiço.)
3) “Acho que é por esse motivo que eu gosto tanto dos índios do Brasil.”
Qual motivo a que ele se refere? (O motivo é que ele diz que tem sangue de índio.)
4) Segundo o texto, os índios estão deixando de ser índio por inteiro. Por que isso está acontecendo?
(Isso está acontecendo porque as pessoas brancas estão enganando e destruindo os índios.)
5) Os nossos índios vão acabar.
Transcrever o trecho que mostra as conseqüências desse fato para o Brasil.
(“Nesse dia o Brasil vai ficar bem pequenino e não vai mais ser tão bonito, porque quem faz a nação são as pessoas da terra.)
6) O menino fala da reação que terá diante do desaparecimento dos índios. Qual é essa reação?
(Ele diz que vai ficar triste para sempre e vai ficar branquinho de raiva.)
VIVENDO O TEXTO
1. Muitos brasileiros são descendentes de estrangeiros. E você?
2. Você também é a nação brasileira. Procure no texto uma frase que afirme isso e copie-a.
( ... “quem faz a nação são as pessoas da terra.”)
3. O texto diz que os índios são os verdadeiros donos da terra. Você concorda com isso? Por quê?
4. Trazer para a sala uma notícia atual sobre alguma situação vivida por índios no Brasil.
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