sexta-feira, 8 de julho de 2011

Bullying: é preciso levar a sério ao primeiro sinal

Bullying: é preciso levar a sério ao primeiro sinal

Esse tipo de violência tem sido cada vez mais noticiado e precisa de educadores atentos para evitarem consequências desastrosas.

Entre os tantos desafios já existentes na rotina escolar, está posto mais um. O bullying escolar - termo sem tradução exata para o português – tem sido cada vez mais reportado. É um tipo de agressão que pode ser física ou psicológica, ocorre repetidamente e intencionalmente e ridiculariza, humilha e intimida suas vítimas.
 "Ninguém sabe como agir", sentencia a promotora Soraya Escorel, que compõe a comissão organizadora do I Seminário Paraibano sobre Bullying Escolar, que reuniu educadores, profissionais da Justiça e representantes de governos nos dias 28 e 29 de março, em João Pessoa, na Paraíba. “As escolas geralmente se omitem. Os pais não sabem lidar corretamente. As vítimas e as testemunhas se calam. O grande desafio é convocar todos para trabalhar no incentivo a uma cultura de paz e respeito às diferenças individuais”, complementa.

A partir dos casos graves, o assunto começou a ganhar espaço em estudos desenvolvidos por pedagogos e psicólogos que lidam com Educação. Para Lélio Braga Calhau, promotor de Justiça de Minas Gerais, a imprensa também ajudou a dar visibilidade à importância de se combater o bullying e, por consequência, a criminalidade. "Não se tratam aqui de pequenas brincadeiras próprias da infância, mas de casos de violência, em muitos casos de forma velada. Essas agressões morais ou até físicas podem causar danos psicológicos para a criança e o adolescente facilitando posteriormente a entrada dos mesmos no mundo do crime”, avalia o especialista no assunto. Ele concorda que o bullying estimula a delinquência e induz a outras formas de violência explícita.

Seminário - Organizado pela Promotoria de Justiça da Infância e da Adolescência da Paraíba, em parceria com os governos municipal e estadual e apoio do Colégio Motiva, o evento teve como objetivo, além de debater o assunto, orientar profissionais da Educação e do Judiciário sobre como lidar com esse problema. A Promotoria de Justiça elaborou um requerimento para acrescentar os casos de bullying ao Disque 100, número nacional criado para denunciar crimes contra a criança e o adolescente. O documento será enviado para o Ministério da Justiça e à Secretaria Especial de Direitos Humanos.

Durante o encontro também foi lançada uma publicação a ser distribuída para as escolas paraibanas, com o objetivo de evidenciar a importância de um trabalho educativo em todos os cenários em que o bullying possa estar presente – na escola, no ambiente de trabalho ou mesmo entre vizinhos. Nesse manual, são apresentados os sintomas mais comuns de vítima desse tipo de agressão, algumas pistas de como identificar os agressores, conselhos para pais e professores sobre como prevenir esse tipo de situação e mostram-se, ainda, quais as consequências para os envolvidos.

Em parceria com a Universidade Maurício de Nassau, a organização do evento registrou as palestras e as discussões – o material se transformará num vídeo-documentário educativo que será exibido nas escolas da Paraíba, da Bahia e de Pernambuco.

Bullying vai muito além da brincadeira sem graça

Esse termo não tem um correspondente em português. Em inglês refere-se à atitude de um bully (valentão). Objeto de estudo pela primeira vez na Noruega, o bullying é utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica contra alguém em desvantagem de poder, sem motivação aparente e que causa dor e humilhação a quem sofre. “É uma das formas de violência que mais cresce no mundo”, afirma Cléo Fante, pedagoga pioneira no estudo do tema no país e autora de Bullying Escolar (Artmed). Segundo ela, o bullying pode acontecer em qualquer contexto social, como escolas, universidades, famílias, entre vizinhos e em locais de trabalho. “Identificamos casos de bullying em escolas das redes pública e privada, rurais e urbanas e até mesmo com crianças de 3 e 4 anos, ainda no Ensino Infantil”, comenta.

Para o presidente do Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientação sobre o Buylling Escolar, José Augusto Pedra, o fenômeno é uma epidemia psico-social e pode ter consequências graves. O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa. Crianças e adolescentes que sofrem humilhações racistas, difamatórias ou separatistas podem ter queda do rendimento escolar, somatizar o sofrimento em doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da personalidade. “Se observa também uma mudança de comportamento. As vítimas ficam isoladas, se tornam agressivas e reclamam de alguma dor física justamente na hora de ir para escola”, detalha José Pedra.

Até as testemunhas sofrem ao conviver diariamente com o problema, mas tendem a omitir os fatos por medo ou insegurança. Geralmente, elas não denunciam e se acostumam com a prática – acabam encarando como natural dentro do ambiente escolar. “O espectador se fecha aos relacionamentos, se exclui porque ele acha que pode sofrer também no futuro. Se for pela internet, no cyberbullying, por exemplo, ela ‘apenas’ repassa a informação. Mas isso o torna um co-autor”, completa Cléo Fante.

O bullying, de fato, sempre existiu. O que ocorre é que, com a influência da televisão e da internet, os apelidos pejorativos foram tomando outras proporções. “O fato de ter consequências trágicas, como mortes e suicídios, e a falta de impunidade proporcionou a necessidade de se discutir de forma mais séria o tema”, aponta Guilherme Schelb, procurador da República e autor do livro “Violência e Criminalidade Infanto-Juvenil”.

Como identificar vítima e agressor

Depressão, baixo auto-estima, ansiedade, abandono dos estudos – essas são algumas das características mais usuais das vítimas. De certa forma, o bullying é uma prática de exclusão social cujos principais alvos costumam ser pessoas mais retraídas, inseguras. Essas características acabam fazendo com que elas não peçam ajuda e, em geral, elas se sentem desamparadas e encontram dificuldades de aceitação. “São presas fáceis, submissas e vulneráveis aos valentões da escola”, explica Cleo Fante, especialista no assunto.

Além dos traços psicológicos, as vítimas desse tipo de agressão apresentam particularidades, como problemas com obesidade, estatura, deficiência física. As agressões podem ainda abordar aspectos culturais, étnicos e religiosos. “Também pode acontecer com um novato ou com uma menina bonita, que acaba sendo perseguida pelas colegas”, exemplifica Guilherme Schelb.

Os agressores são geralmente os líderes da turma, os mais populares – aqueles que gostam de colocar apelidos nos mais frágeis. Assim como a vítima, ele também precisa de ajuda psicológica. "No futuro, este adulto pode ter um comportamento de assediador moral no trabalho e, pior, utilizar da violência e adotar atitudes delinqüentes ou criminosas", detalha Lélio Calhau.

Como prevenir o problema na escola

Para evitar o bullying, as escolas devem investir em prevenção e estimular a discussão aberta com todos os atores da cena escolar, incluindo pais e alunos. Para os professores, que têm um papel importante na prevenção, alguns conselhos dos especialistas Cléo Fante e José Augusto Pedra, autores do livro Bullying Escolar (Artmed).

- Observe com atenção o comportamento dos alunos, dentro e fora de sala de aula, e perceba se há quedas bruscas individuais no rendimento escolar.
- Incentive a solidariedade, a generosidade e o respeito às diferenças através de conversas, trabalhos didáticos e até de campanhas de incentivo à paz e à tolerância.
- Desenvolva, desde já, dentro de sala de aula um ambiente favorável à comunicação entre alunos.
- Quando um estudante reclamar ou denunciar o bullying, procure imediatamente a direção da escola.
- Muitas vezes, a instituição trata de forma inadequada os casos relatados. A responsabilidade é, sim, da escola, mas a solução deve ser em conjunto com os pais dos alunos envolvidos.

Como a família pode ajudar

Os pais devem estar alertas para o problema – seja o filho vítima ou agressor pois ambos precisam de ajuda e apoio psicológico. Veja as dicas dos especialistas Cléo Fante e José Augusto Pedra, autores do livro Bullying Escolar (Artmed).

- Mostre-se sempre aberto a ouvir e a conversar com seus filhos.
- Fique atento às bruscas mudanças de comportamento.
- É importante que as crianças e os jovens se sintam confiantes e seguros de que podem trazer esse tipo de denúncia para o ambiente doméstico e que não serão pressionados, julgados ou criticados.
- Comente o que é o bullying e os oriente que esse tipo de situação não é normal. Ensine-os como identificar os casos e que devem procurar sua ajuda e dos professores nesse tipo de situação.
- Se precisar de ajuda, entre imediatamente em contato com a direção da escola e procure profissionais ou instituições especializadas.


Quer  saber  mais?

O Bullying



O Bullying, segundo Fante (2005), se define como um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivo evidente, adotado por um ou mais alunos contra outros, causando sentimentos negativos como raiva, angustia, sofrimento e em alguns casos queda do rendimento escolar. O bullying escolar se resume em insultos, intimidações, apelidos constragedores, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuações em grupo que hostilizam e ridicularizam a vida de outros alunos, levando-os à exclusão, além de danos físicos, psíquicos e danos na aprendizagem.

No cotidiano escolar presenciamos diariamente atitudes de agressões tanto física como verbal entre os alunos e como educadores temos o dever de interferir, através de conversas e debates, mostrando para os alunos a importância do respeito mutuo, do diálogo, da justiça, da solidariedade, assim como trabalhar as diferenças e os direitos das crianças em sala de aula.

A escola tem dificuldades em trabalhar com a diversidade, pois as diferenças são vistas como problemas e não como oportunidades para produzir saberes em diferentes níveis de aprendizagem.

É necessário que pensemos em formas de fomentar, nas práticas pedagógicas, o diálogo, o respeito a posições contrárias, pois as pessoas se desenvolvem e se humanizam graças à linguagem e ao diálogo.

A escola deve ensinar o princípio da tolerância, no sentido de acolher às diferenças, de respeitar a individualidade de cada aluno, isto é, o modo de agir, pensar e crer, enfim, a liberdade de ser de outro jeito.

Refletindo sobre o Preconceito


Em nosso curso abordamos a questão do preconceito e os tipos existentes do mesmo. Então para falarmos em preconceito devemos saber que é um juízo preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude discriminatória perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos". Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém, ou de um grupo social, ao que lhe é diferente, isto é, um conceito formado antecipadamente, sem maiores conhecimentos dos fatos, trata-se, portanto, de uma idéia construida sem fundamentos. As formas mais comuns de preconceito são: social, racial, religioso e sexual.
Preconceito não é, simplesmente, sentimento de estranhamento diante de quem parece muito diferente de nós. É possível que se tenha diante do diferente uma reação de afastamento e até mesmo de defesa. O que é estranho potencialmente nos ameaça. O ato de afirmar a identidade e a unidade cultural de um grupo implica, muitas vezes, a rejeição de culturas diferentes.
O ato preconceituoso, portanto, sustenta-se pela crença na desigualdade natural entre os seres humanos e isso implica considerar-se como possuidor de verdade absoluta e como padrão de comportamento de referênncia para todos.Pré julgar, tentar julgar, descriminações acontecem por motivos que podem ser tanto fúteis e sem fundamentos quanta parte de esquemas imperialistas para a dominação de um povo, um território.
A exclusão social de um modo geral caracteriza-se por afastar o indivíduo do meio social em que vive. Pode estar relacionada a vários fatores sejam eles, políticos econômicos, religiosos, entre outros.
O preconceito racial é uma forma de exclusão social bastante comum no mundo, porém, pode-se observar que o Brasil, apesar de ser um país com população em sua maioria negra ou afro descendente, o racismo é uma prática muito freqüente, o que nos leva a pensar em qual seria o verdadeiro motivo para tamanha discriminação.
Os antecedentes históricos mundiais podem ser considerados como prova de que o negro sempre foi discriminado em todos os aspectos, não tinham, por exemplo, direito à escola e até a lei do ventre livre ser decretada, não tinham direito nem sobre seus filhos, pois, esses na hora do nascimento eram considerados propriedades dos senhores, como eram chamados os homens de pele branca que tinham condições financeiras de manter sobre seu poder vários escravos e quanto maior a quantidade maior seria o seu prestígio na sociedade.
É fato real que no mercado de trabalho e na sociedade as pessoas de cor de pele negra são menos aceitas que pessoas de pele branca. É obvio que a cor da pele não julga a competência de ninguém, mas, infelizmente, o preconceito existe e deve ser combatido no Brasil, um país negro por natureza, que ainda não aceitou ou não conseguiu aceitar esta realidade.
É preciso que os negros sejam vistos e tratados como pessoas comuns e normais que são, e não como inferiores aos brancos. Esse é apenas o primeiro passo para a sociedade se tornar menos preconceituosa.
Uma das formas mais comuns de preconceito no Brasil e em países onde a desigualdade se torna bem visível, num nível acentuado é o preconceito social.
Muito se engana quando acham que o preconceito social acentuasse na classe mais rica, pois esquecemos que o pobre também relata atos de indiferença ao observar erroneamente tipo de roupa, carro, casa e fazer seu pré-julgamento.
O maior atenuante depois da má distribuição de renda é a falta de educação que é conseqüência de uma administração falida, trazendo baixa cultura aos povos mais pobres e assim faz-se com que alguns se sintam inferiores e outros com um andar acima de superação social.
Creio que dos preconceitos é o mais fácil para se acabar, porque vemos que o preconceito social é gerado pela falta de investimentos numa área do nosso país e não tem si quer atenuantes hereditários como o que acontece no racismo.
Se aprofundarmos na questão social; veremos que dependerá, no caso do Brasil de não somente uma mudança de governo e média de cinqüenta anos de investimento na educação, e sim também de mudar a mentalidade das classes dominantes desse país que é inaceitável apenas uns 10% obter a renda final de mais de 55% dos brasileiros.
A classe média (uma grande parte) poderia ser chamada de estúpida por tentar acreditar que é mais importante do que os oriundos da pobreza.
Se sentem superiores e são profundos egoístas em pensarem que tendo casa, carro, uma condição boa e um papel decisivo na sociedade. Se sentem no direito de julgar por meio de sua condição na sociedade, achando que o dinheiro é tudo, é único, mesmo nunca chegando a obter o que as classes dominantes têm.
A classe média é a mais inconstante das classes do nosso país, hora são aqueles consumidores ascídios ao luxo, a tecnologia, e hora passasse a classe mais afetada nas transformações econômicas.
A classe média é chamada de inconstante pelo tom de vulgaridade presente nos seus componentes, de acharem que domina o sistema, coisa feita pela classe mais alta, a dominante. E ao mesmo tempo a classe que sofre os maiores problemas, coisa da classe pobre, por não terem a quem recorrer e se defender, por se ver sempre na mesmice de poder viver a vida inteira pobre, por precisar da oportunidade de alguém que não é como eles, por sofrerem a descriminação dos setores dominantes da sociedade.
Preconceito intelectual ou descriminação de pensamento e escolhas vem do mesmo sentido, de você não poder imaginar ou supor, querer ou desejar abertamente algo ou alguém.
Outra forma de preconceito no Brasil é o preconceito intelectual; presente na opção sexual de alguém, o homossexualismo, seja ele aberto ou não é uma escolha de cidadão para cidadão, como a cor do carro ou a roupa a vestir.
Obviamente o preconceito tem que ser reprimido quando passasse ao constrangimento de terceiros, porque como se trata de um pensamento não se pode obrigar a estes mesmos a aceitação dessa mentalidade.
Só através de estudos sistemáticos é que alunos, professores e mesmo a sociedade terão subsídios para compreender as diferenças, além da busca de caminhos da transformação social, em que o número de excluídos seja cada vez menor e onde haja um conhecimento recíproco e respeitoso. A escola deve permitir uma discussão em que se perceba, pela análise, que as diferenças étnicas, culturais e regionais tem sido instrumentos que reforçam e mantêm a desigualdade social, levando-a a atuar como mera transmissora de ideologia, subtraindo-se do direito e dever da reflexão e da educação de cidadãos conscientes.
Acabar com o preconceito é compreender e aceitar as diferenças dos seres vivos dentro de um ecossistema, acreditando que a diversificação de pensamentos e a multiplicidade de culturas trarão maior conhecimento e deixaram o mundo mais vivo e mais fácil de ser administrado.
Por fim, o preconceito somente existe porque não se respeita o próximo.

Referências:
www.google.com.br – preconceito.
Preconceito social – Wikipédia, a enciclopédia livre.
Disponível: Pt.Wikipedia.Org/wiki/preconceito_social
Acesso em: 10out. 2009.
CMI Brasil – tese sobre o preconceito
Acesso em: 10out. 2009
Preconceito racial uma forma de exclusão social.

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