O Martelo e o alicate
O Martelo se achava a melhor
ferramenta da oficina, esnobava as demais. Era metido, tão metido que era
odiado por todos sem distinção. Certo dia chegou para fazer parte daquela casa
de retífica e ambulatório de permanentes, um alicate. Um instrumento bonito,
bem vistoso, capa cor de laranja e muito, muito trabalhador.
O Martelo viu o novo morador da
oficina e percebeu que seu reinado estava por um tris. Pensou que o páreo para
se manter no poder não seria mole para ele, o Martelo. Os dias passavam, o
Martelo continuava sendo a ferramenta mais utilizada. Mas isso estava com os
dias contados.
O dono da oficina mudou de ramo.
Agora não mais móveis seriam reformados e sim carros. Passou a organizar seu
arsenal de ferramentas. Algumas não teriam a mesma utilidade de antes.
Ele, o Martelo era uma delas. A
partir de então, o Martelo ficou de lado, posto no ostracismo, entregue às
traças, esquecido a um canto de parede fria. O alicate passou a ser o
todo-poderoso do pedaço. O tempo passou, o Martelo ficou triste, pois fazia
meses que não era utilizado. Resolveu descer do seu pedestal de arrogância e
pediu desculpas às ferramentas da oficina por anos e anos de humilhação e
empáfia.
Arrependeu-se, o Martelo, do que
fizera com os companheiros de trabalho, mas sentia-se revigorado mesmo que,
agora, servisse apenas para bater os pregos que sustentariam nas paredes
"aqueles" calendários de mulheres bonitas. Agora estava feliz,
descobrira.
Moral:
“Todos têm sua importância, não é preciso desconsiderar o valor dos
outros.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário