sábado, 30 de abril de 2011

Avaliação da Aprendizagem

AVALIAÇÃO SIGNIFICATIVA

APRENDIZAGEM
­   Vygotsky: Como resultado da interação social e mediação do adulto, pela sua capacidade de provocar desafios, de um clima propício e a sua intervenção na Zona de desenvolvimento proximal. A ação do mediador criaria internalizações.
­   Piaget: Ação da pessoa sobre o objeto do saber (realidade) e esta pessoa pode ser ajudada por um mediador.

VYGOSTKY
­   Nível aprendizagem:
Natural: adquirido e formado.
Potencial: capacidade de aprender com outra pessoa.
­   Zona de desenvolvimento proximal é a distância entre aquilo que o aprendiz faz sozinho e o que é capaz de fazer com a ajuda de um adulto.

ALUNO
­   A potencialidade para aprender não é igual em todas as pessoas, variando a distância entre o nível de desenvolvimento natural e o potencial.
­   Não existe uma única zona de desenvolvimento proximal por aprendiz e sim inúmeras que se criam em função dos desafios propostos.
­   A capacidade de aprendizagem depende de sua maturidade.
­   A estimulação essencial a aprendizagem é construída por meio de desafios; é o problema a essência da construção do saber, pelo esforço em sua superação.

Vygotsky
­   Não se pode separar o ensino da avaliação como se representassem compartimentos separados de um processo. Aprender implica em se avaliar e, dessa maneira, o progresso do aluno deve ser visto não pela forma como se sai em um desafio homogêneo apresentado a muitos, mas como se reduz sua dependência da ajuda do mediador e, portanto, qual a efetiva distância que percorreu, comparado o que poderia realizar sem qualquer ajuda e o que conquistou com apoio da mediação. (Celso Antunes, 2005)
Implicações práticas de uma avaliação significativa
­   Deve ser escalonada em níveis de dificuldades diferentes.
­   Cada saber escolar que se trabalhe, deve envolver a descoberta das dificuldades dos alunos, especificamente relativa àqueles saberes.
­   Muitos alunos aprendem melhor com seus colegas que com a explicação de seu professor.
­   Não é possível aceitar que o aluno aprenda construtivamente isolando-os de seus colegas.
­   A necessidade da construção de um ambiente afetivo entre mediador e mediado.
­   Não é possível pensar que se possa existir avaliação sem a clareza de objetivos explicitamente estabelecidos.
­   Todo educador não pode jamais esquecer que sua intervenção na Zona de Desenvolvimento Proximal do Aluno visa em última análise a sua autonomia.



AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA

            Segundo Castro (Apud Melchior, 1994) “a avaliação não deve ser vista como uma caça aos incompetentes, mas como uma busca de excelência pela organização escolar como um todo”.
            A avaliação necessária é aquela que consegue analisar como o aluno é capaz de movimentar-se num campo de estudos e estimulá-lo, através de uma reflexão sobre o que ele realizou, a encontrar os caminhos do seu próprio desenvolvimento.
            O que vai ser considerado na avaliação deveria depender do projeto pedagógico da escola. No entanto, depende, fundamentalmente, da concepção que o professor tem de educação. É o professor que estabelece os padrões e, de modo geral, não é questionado por ninguém em relação a esses padrões. Daí a necessidade de o professor ter muita clareza em relação à função da avaliação. Esta não serve mais para, simplesmente, quantificar a aprendizagem do educando e, com isso, moldá-lo segundo o padrão social já existente, mas sim para, através de uma interação entre o avaliador e avaliando, repensar a situação e, em uma avaliação participativa, despertar a consciência crítica dentro de um compromisso com a práxis dialética de um projeto de transformação.
            O papel da escola não deve ser entendido como um somatório de interesses individuais ou corporativos, mas como a dimensão política concreta da atuação integrada de todos os componentes da comunidade escolar, que têm todos os mesmos interesses em relação ao desenvolvimento de cada um de seus elementos e do grupo como um todo. Isso pressupõe capacidade profissional em nível técnico-científico, não como saber acabado mas sob o controle da consciência profissional e da vontade política dos sujeitos envolvidos que vão produzir o desenvolvimento através da prática e da reflexão.
            Se o professor realizar a avaliação sob a forma de acompanhamento da construção do conhecimento do aluno, ele terá de desenvolver a ação pedagógica de modo diferente, pois deverá propor atividades alternativas diversificadas sempre que constatar que alguma etapa não foi vencida por um ou outro aluno. Assim, as alterações no processo de avaliação poderão conduzir a uma transformação no processo de ensino.
            Parece claro que a questão “quando avaliar?” está intimamente ligada à concepção que o professor tem de educação e, conseqüentemente, à função que ele atribui à avaliação. Se ele avalia para dar uma nota, não é necessário “perder tempo” durante o processo, avaliando as atividades realizadas. Isso poderá ser feito uma única vez, antes do período de entregar as notas. Mas aquele professor que avalia para auxiliar o aluno a se auto-avaliar e a identificar suas dificuldades sente necessidade de fazê-lo constantemente, não só para verificar se pode prosseguir ou não, mas também para se auto-avaliar.
            O objetivo principal da avaliação é ajudar o aluno a se auto-avaliar, a perceber suas falhas e seus pontos fortes e, através de uma reflexão conjunta, aprender a se auto-conhecer, a buscar novos caminhos para a sua realização. Os momentos avaliativos deveriam ser convertidos em momentos de aprendizagem de estímulo para a busca de novos conhecimentos, em momentos de satisfação mútua entre professor e aluno.
            O uso de provas para avaliar o processo de ensino e aprendizagem é importante, desde que sejam usadas com o objetivo de identificar as possibilidades e as dificuldades dos alunos. A construção da prova deve estar fundamentada nos princípios técnicos de construção de testes. Os itens devem estar adequados aos objetivos que o professor pretende avaliar, ao grupo e a situação em que devem ser utilizados.
            A questão não é eliminar o teste, que é mais um dos instrumentos importantes para o professor, mas elaborá-lo com uma função bem determinada e conforme as normas técnicas para que sejam válidos e atinjam o objetivo de auxiliar o professor a identificar as dificuldades e/ou possibilidades dos alunos.
            Outro fator muito importante é a discussão com o aluno sobre o resultado deste teste. O trabalho da testagem não termina com a correção e a devolução dos testes. O aspecto mais significativo para o aluno como para o professor, são as discussões sobre os resultados obtidos. O professor dever analisar cada questão, onde está errado ou certo, por que, qual a resposta mais correta, quais as alternativas de solução. A partir da análise desses resultados, devem ser encontradas alternativas de solução para as dificuldades evidenciadas pelos alunos.

Como Avaliar


            O comportamento humano é resultado de um todo, mas este todo é composto de partes inter-relacionadas, que podem ser estudadas separadamente, para fins didáticos e em suas relações.

1-    Área Afetiva:

Refere-se aos sentimentos e emoções do indivíduo e refletem-se, de modo geral, nas suas atitudes. Os objetivos do domínio afetivo podem ser classificados nos seguintes níveis:
-       acolhimento ou atenção;
-       evidencia a resposta ou reação do aluno;
-       conduz a valorização;
-       organização;
-       conduzem à caracterização por um complexo de valores;
A função da avaliação do aspecto afetivo é melhorar o desenvolvimento do aluno e não lhe atribuir uma medida a esta atitude ou baixar a nota do desenvolvimento cognitivo.
            A principal técnica de avaliação do aspecto afetivo é a observação.
            Os resultados da avaliação das atitudes tem função didático-pedagógica apenas, pois favorecem o melhor conhecimento das etapas de desenvolvimento do aluno e indicam o que deve ser feito para redirecionar a caminhada.
Quando o professor reunir todos os dados para elaborar um parecer final, deve anexar os resultados da avaliação afetiva para entender, porque do desempenho apresentado nas demais áreas.

2 – Área Psicomotora:

            Diz respeito às habilidades e aos aspectos práticos específicos de cada domínio. Segundo Brum é caracterizado:
-       habilidades simples e complexas;
-       habilidades que requerem aplicação convergente;
-       habilidades que requerem aplicação divergente;
-       habilidades que requerem julgamento.
A principal técnica na avaliação do domínio psicomotor é a observação. Ex: em artes, educação física, em atividades em laboratórios e práticas, etc...


3 – Área Cognitiva:

            Toda a organização pedagógica está vinculada aos objetivos que se pretende atingir, tanto de forma geral - como propiciar ao indivíduo manifestação de sua cultura, de suas necessidades e interesses – como de forma específica – desenvolver habilidades e atitudes através dos conhecimentos e experiências vivenciadas na escola. Desta forma, é importante que o professor tenha uma visão ampla dos objetivos essenciais que devem ser desenvolvidos nos diferentes níveis, sem ficar restrito aos objetivos da área cognitiva.
            Pretende-se uma transformação e uma construção do saber. Esta construção deve ser garantida a todos os indivíduos. Assim, é possível desconsiderar por completo o aspecto técnico, mas procurar utilizá-lo considerando a dimensão sócio-política e as condições históricas presentes nos fins da educação, na natureza do ensino e na natureza do ensino e na natureza da aprendizagem. Procurando a variação de práticas pedagógicas que se complementem e ajudam o desenvolvimento integral do indivíduo.
            O sentido fundamental da ação avaliativa é o movimento, a transformação... acredito que precisamos agir como filósofos, refletindo sobre a problematicidade das situações. Percebo o processo de avaliação como um processo dialético que absorve em si o próprio princípio da contradição. Ou seja, para superarmos as dúvidas, os obstáculos em avaliação, precisaremos nutrir-nos dessas contradições para encaminhar-nos à superação. A inquietação, de dúvida. Um professor que não problematiza as situações do cotidiano, que não reflete passo a passo sobre suas ações e as manifestações dos alunos, instala sua docência em verdades prontas, adquiridas, pré-fabricadas.”


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HOFFMANN, J. Avaliação: mito & desafio. Porto Alegre: Educação e Realidade, 1993.
---- Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré- escola à universidade. Porto Alegre: Educação e Realidade, 1994.
LUCKESI, C.C. Avaliação da aprendizagem escola. São Paulo: Cortez, 1995.
MELCHIOR, M.C. Avaliação Pedagógica: função e necessidade. Porto Alegre: Mercado  Aberto, 1994.
SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
DE ACORDO COM A LDB 9394/96 - CEWK

-       A sistemática da Avaliação do desempenho do aluno e de seu rendimento escolar será contínua e cumulativa, com prevalência  dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos, de acordo com o currículo e objetivos propostos pelo estabelecimento de ensino e os resultados expressos em notas de 0,0 a 10,0.
-       A nota do bimestre será resultante da somatória dos valores atribuídos em cada instrumento de avaliação, sendo valores cumulativos em várias aferições, na seqüência e ordenação de conteúdos.

1       RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS


·         Para os alunos de baixo rendimento escolar será proporcionada recuperação de estudos, de forma paralela, ao longo da série ou período letivo.
·         A recuperação de estudos será planejada, constituindo-se num conjunto integrado ao processo de ensino, além de se adequar às dificuldades dos alunos.
·         A recuperação de estudos está inserida no cômputo das 800 horas anuais.


1.1      PROPOSTAS



1.    Alterar a metodologia de trabalho em sala de aula.

­   Se o professor percebe que houve defasagem na aprendizagem, a primeira atitude e mudar o método de ensino-aprendizagem, isto é, trabalhar o conteúdo de outras formas, pois os aprendizes nem sempre aprendem do mesmo jeito, no mesmo ritmo.

2.    Diminuir a ênfase na avaliação.

-       Diversificar as formas de avaliação: atividades por escrito, trabalho de pesquisa, relatórios de atividades, apresentação de portfólio, etc.
-       Diversificar os tipos de questões: testes objetivos V ou F, palavras cruzadas, completar, pedir desenhos, associar, síntese construída pelo aluno. Dar maior peso nas questões dissertativas.
-       Contextualizar as questões: a partir do texto, relacionadas à aplicação prática, problemas com significado, acompanhados de desenhos, gráficos, esquemas, etc.
-       Colocar questões a mais, dando opção de escolha para os alunos.
-       Dimensionar adequadamente o tempo de resolução da avaliação.
-       Deixar bem claro para os alunos e pais, quais os critérios de avaliação que estão sendo adotados pelo professor.
-       Realizar avaliação em dupla e/ou em grupo, sem dispensar a avaliação individual.
-       Fazer avaliação com consulta, esporadicamente.
-       Alunos elaborarem sugestões de questões (ou propostas de trabalhos) para avaliação.
-       Requerer a prova de 2º chamada.
-       Não incentivar a competição entre os alunos.
-       Para não se sobrecarregar com correções, das atividades em sala de aula, o professor pode fazer correção por amostragem, autocorreção ou correção mútua pelos alunos com sua supervisão.
-       Todos os trabalhos entreguem após a data, terão valor reduzido em 50%.

3.  Redimensionar o conteúdo da avaliação

-       Não fazer avaliação de cunho decorativo.
-       Realizar a avaliação sócio-afetiva, mas sem vinculá-la à nota.
-       Não sufocar a indisciplina através da ameaça da nota.
-       A auto-avaliação não deve ser vinculada à nota.
-       Para a participação, os professores deverão ter critérios bem objetivos.
-       Sustentar os trabalhinhos para tirar nota é ingenuidade.
-       Trabalho em grupo: se o professor sente dificuldade em avaliar, uma das alternativas seria dar o total de pontos para que o grupo distribua a cada membro de acordo com os critérios estabelecidos.



4.   Alterar a postura diante dos resultados da avaliação:

-       Retomar os assuntos
-       Explicar de outra maneira
-       Mudar forma de organizar o trabalho em sala de aula
-       Dar atenção especial aos alunos com maior dificuldade.
-       Quanto ao aluno: empenhar-se mais, dar especial atenção a matéria com dificuldade, rever esquema de participação em sala de aula, rever método de estudo, etc.
-       Quanto à escola: rever as condições de estudo, espaço para recuperação, revisão do currículo, integração entre professores, etc.
-       O professor não deve se preocupar com a média, mas com a aprendizagem: analisar com os alunos os resultados da avaliação, colher sugestões; discutir o processo de avaliação em nível de representantes de classes; fazer conselho de classe com a participação dos alunos.
-       Importância do erro como reflexão.
-       Cuidado com as profecias auto-realizantes.
-       Aproveitar os alunos mais velhos e/ou que já se apropriaram do conteúdo para ajudar a recuperar os alunos com dificuldades.

5.  Trabalhar na conscientização da comunidade educativa

-       Construção de critérios comuns
-       Aproveitamento coletivo
-       Trabalhar com a família
-       Não se organizar a escola pensando na transferência dos alunos
-       Não se trata de afrouxar: o que tem que ser exigente são as aulas e não, separadamente, as normas ou as provas.
-       Mudança de avaliação nos cursos de formação de professores.
-       Avaliar não só o aluno, mas todo a comunidade escolar (professores, coordenação, direção, funcionários, etc.)
-       Democratização da sociedade.

Qualidade formal significa a habilidade de manejar meios, instrumentos, formas técnicas, procedimentos diante dos desafios do desenvolvimento. Qualidade política quer dizer a competência do sujeito em termos de se fazer história, diante dos fins históricos da sociedade humana. È condição básica da participação. Dirige-se a fins, valores e conteúdos. A qualidade dos meios está em função da ética dos fins. A qualidade dos fins depende da competência dos meios.”
(DEMO apud VASCONCELLOS, 1998, p. 62)

ELABORAÇÃO DA PROVA

1 – Planejar a prova com antecedência.
2 – Determinar os objetivos e conteúdos a serem examinados.
3 – Selecionar a técnica adequada.
4 – Utilizar uma variedade de técnicas.
5 – Definir o nível geral e distribuir as questões segundo esta dificuldade.
6 – Preparar questões com sobra.
7 – Certificar-se de que as questões são independentes umas das outras.
8 – Ter consciência das possibilidades e limitações das técnicas de avaliação.
9 – Fazer instruções claras, evitando dúvidas.
10 – Obter de outro professor uma crítica sobre a prova organizada.
11 – Saber que a avaliação é um meio e não um fim.

PLANEJAMENTO DA PROVA


1 – Estabelecer a finalidade da prova:
-       Sondagem
-       Avaliação bimestral
-       Exame final
-       Avaliação de unidade

2 – Preparação de esquema básico:
-       Objetivos a avaliar
-       Distribuição proporcional dos assuntos
-       Tempo disponível
-       Total de questões

3 – Escolha dos tipos de questões:
-       Adequação aos objetivos a verificar
-       Adequação ao tempo disponível
-       Adequação ao nível de dificuldade

4 – Elaboração e montagem da prova:
-       Conforme as técnicas de montagem para cada tipo de quesito

5 – Organização do barema (valoração)


NÍVEIS DAS QUESTÕES


1 – CONHECIMENTO: envolve a evocação de informações. Nesta categoria estão os conhecimentos de terminologia, de fatos específicos, de critérios, de metodologias, de princípios e generalizações, de teorias e estrutura, e outros.

2 – COMPREENSÃO: refere-se ao entendimento de uma mensagem contida em uma comunicação.

3 – APLICAÇÃO: refere-se à habilidade para fazer e usar abstrações em situações em situações particulares e concretas.

4 – ANÁLISE: refere-se à habilidade de desdobrar uma comunicação em seus elementos em partes constituintes.

5 – SÍNTESE: trata-se da habilidade para combinar elementos e partes de modo a fazer um todo. O aluno deve exprimir as suas próprias idéias, experiências ou pontos de vista. Não há apenas uma resposta correta. Qualquer resposta que englobe a expressão própria e criativa do aluno vai ao encontro do objetivo de síntese.

6 – AVALIAÇÃO: refere-se para fazer um julgamento sobre o valor do material e dos métodos empregados com o objetivo de alcançar determinados propósitos. O aluno deve justificar a posição assumida, baseando-se no raciocínio e na relação dos argumentos, expressando um ponto de vista individual.

CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS

-        Prova oral: argüição, discussão em                grupo, seminários, apresentação de trabalhos, apresentação de projetos, teatro...
-        Prova escrita: objetivas, subjetivas, de livro aberto e de respostas abertas.
-        Prova prática: individuais ou em grupos, de laboratório e simulação de tarefas.
TÉCNICA DE ELABORAÇÃO DE PROVAS
PROVA ORAL

1 – VANTAGENS:
-       Permite avaliar a capacidade reflexiva e crítica dos alunos dentro dos assuntos em que estão sendo examinados.
-       É importante no ensino de línguas porque permite verificar a pronúncia e fluência da linguagem no vernáculo e nas línguas estrangeiras.
-       Nas defesas de tese, nos concursos públicos para magistério superior, assim como nos concursos para promotor, é insubstituível.

2 – DESVANTAGENS:
-       Fornece amostra reduzida do cabedal de conhecimento que o aluno deve possuir.
-       Os alunos são examinados em desigualdades de condições (perguntas diferentes, ocasiões diferentes, condições de receptividade do professor).
-       Julgamento subjetivo, imediato, sem padrões fixos de rendimento.
-       Interferência dos atributos do aluno (simpatia, capacidade de exposição, desembaraço).
-       Pode exercer ação perturbadora em vista de ser uma prova individual que deve ser aplicada em um grande número de alunos.

3 – NORMAS DIDÁTICAS:

-       Providenciar para que haja um ambiente silencioso e calmo, que permita a concentração mental do professor e do aluno.
-       Receber o aluno com atitude simpática e acolhedora para que ele não fique inibido ou atemorizado.
-       Manter um diálogo vivo com o aluno (não peça para que ele disserte sobre um tema vago e genérico e depois, silencioso, aguarde a exposição entusiasmando com o assunto, acabe fazendo a prova pelo aluno).
-       Evitar as perguntas de caráter puramente informativas; Formule questões que exijam reflexão (comparação, crítica, análise, síntese e conclusões).
-       Procurar formular a todos os alunos, perguntas referentes a todas as unidades relevantes do programa.
-       Registre o valor das respostas, simbolicamente, isto é, por convenções, para não perturbar o aluno.

PROVA ESCRITA


1 – PROVA RESPOSTA ABERTA

            É do tipo de avaliação em que o professor propõe algumas questões a serem respondidas por escrito, pelos alunos. Tanto a formulação como suas respostas são relativamente livres.
            Este tipo de prova recebe o nome de prova aberta, de resposta livre, discursiva, teste com itens do tipo ensaio, prova subjetiva.
            A dissertação deve ser adotada quando se quer verificar a compreensão global, através do raciocínio interpretativo.

1.1  Vantagens

-       Fácil organização, poucas questões, itens escritos no quadro.
-       Permitem a reflexão do aluno.
-       Excluem adivinhação e o fator.
-       Proporciona a oportunidade de julgamento mais criterioso, visto que o professor pode comparar as respostas e tem tempo para determinar melhor o valor de cada questão.
-       Úteis para diagnosticar interpretações incorretas, conceitos não entendidos.
-       Oferecem aos alunos oportunidade de selecionar aspectos mais importantes e organizar o conhecimento sobre o assunto.

1.2  Desvantagens

-       Seus resultados representam pouca amostra do tema.
-       Elaboração acabe sendo menos cuidadosa: generalizações, ambigüidade, critérios livres de correção.
-       Sendo mais trabalhosa para o aluno, a abrangência será melhor.
-       Podem ser interpretadas subjetivamente.
-       A nota poderá ser influenciada pelo conceito anterior do aluno pelo tipo de letra, pelos erros de português...

1.3  Cuidados a serem observados

-       Não improvisar.
-       Utilizar em circunstancias especiais: interpretações, relações, etc.
-       Cuidadosa redação de cada item.
-       Não formular itens de respostas longas.
-       Correção anônima dos testes: correção por questões ou correção de várias pessoas.
-       Limite e defina a liberdade do aluno ao responder a questão.
-       Indique claramente em cada questão a extensão e a profundidade das respostas desejadas.
-       A terminologia usada na formulação do tema deve exprimir, de forma tão exata quanto possível, qual o nível e tipo de tratamento para uma resposta satisfatória.
-       Questões do tipo “que você pensa sobre...”, “Em sua opinião...”, servem para avaliação da área afetiva (altitude, ideais, preferência do aluno), ou para medir a habilidade de o estudante fazer uma defesa lógica e bem fundada do seu ponto de vista. Neste caso, o professor não deve avaliar o ponto de vista em si do estudante, mas sua capacidade de defendê-lo adequadamente.

1.4  Técnica de elaboração

-       Formular questões amplas e relevantes, procurando os aspectos significativos do que o aluno deve saber para aprová-lo e não questões de valor puramente acadêmico para reprová-lo.
-       Redigir as questões de forma clara e precisa, usando adjetivos e advérbios. Estes devem esclarecer o que desejamos que o aluno responda e como deve fazê-lo.
-       Prever o tempo de forma adequada evitando prorrogações, o que prejudicaria o bom estudante.
-       Elaborar todas as instruções por escrito, de forma clara. Caso não seja possível , proporcionar todas as explicações antes de iniciar a prova para evitar dispersar a atenção ou tumultuar o ambiente com interrupções perfeitamente evitáveis.
-       As questões devem ser escritas com letra clara no quadro de giz ou distribuídas  mimeografadas.
-       Não permitir ruídos desnecessários nem conversas de fiscais ou examinadores.
-       Organizar um padrão de correção, contendo para cada questão os elementos essenciais e respectivos valores parciais.
-       Corrija questão por questão e não prova por prova, o que facilita a correção porque em pouco tempo memorizamos cada questão , seus itens e valores, evitando que pela continuidade uma excelente resposta nos torne benevolente para uma fraca resposta ou uma péssima resposta nos predisponha negativamente para a resposta seguinte.

2      – PROVA OBJETIVA

É o instrumento de medida composto de questões tão precisamente específicas, que cada qual só admite uma resposta previamente definida, o que lhe assegura a impessoalidade de julgamento e perfeito acordo entre examinadores diferentes.
De início devemos distinguir a prova padronizada da não padronizada. A primeira é elaborada por técnicos em teste e medidas escolares e antes de ser aplicada ao grupo a que se destina, é experimentada em grupo de controle. A Segunda é organizada pelo próprio professor, para ser aplicada a seus alunos.

2.1  Vantagens:

-       Fornece uma ampla amostra do conhecimento, visto ser formada por numerosas questões.
-       Permite um julgamento rápido e objetivo porque cada item só admite uma resposta.
-       São fáceis de corrigir.
-       Podem medir tanto o raciocínio quanto a memória.
-       Permitem a solução de grande quantidade de itens em pouco tempo, o que facilita ao professor avaliar uma amostragem relativamente grande dos assuntos.
-       São aplicáveis a qualquer área do conhecimento.

2.2  Desvantagens:

-       Restringi-se ao conteúdo da matéria, eliminando a interferência de traços pessoais do examinando, pontos de vistas, crítica, etc.
-       Encorajam a adivinhação.
-       Não são adequadas para testar assuntos controvertidos.
-       É de elaboração difícil e demorada, exigindo conhecimento técnico e certo treino para que as perguntas sejam mesmo objetivas e não se constituam em verdadeiras charadas, exigindo que o aluno adivinhe a intenção do examinador.
-       Acarreta problemas de impressão e de sigilo.
-       Exige atenta fiscalização durante a aplicação da prova, para evitar a comunicação entre os estudantes.
-       Tendências de construir itens para avaliar fatos isolados.
-       Dificuldade em encontrar várias respostas plausíveis.

2.3  Classificação:

De seleção:

– Questões de múltipla escolha:
-       resposta certa (ou única)
-       afirmação incompleta
-       melhor resposta
-       resposta múltipla (combinada)
-       item negativo

– Questões alternativas:
-       certo ou errado
-       falso verdadeiro

– Questões de acasalamento:
-       combinação
-       associação
-       comparação
-       classificação
-       termo correspondente

De preenchimento
-       resposta curta
-       completamento
-       lacuna

Outros tipos:
-       cancelamento ou eliminação
-       ordenação ou seriação

2.4  - Orientação ao aluno

Todas as orientações devem ser acompanhadas da contextualização dos temas das questões: a partir do texto, relacionadas à aplicação prática, problemas com significado, acompanhados de desenhos, gráficos, esquemas, etc.

-       Resposta certa ou única

Escolha a única resposta correta, assinalando-a com um “X” nos parênteses à esquerda.

-       Afirmação incompleta

Escolha a única sentença correta que completa esta afirmação, assinalando com “X” no parênteses à esquerda.

-       Melhor resposta

Escolha a melhor resposta, assinalando-a com um “X” nos parênteses à esquerda.

-       Resposta múltipla (combinada)
Julgue o acerto ou não das combinações de opções com o enunciado. Observando cuidadosamente o quadro de opções, assinale a certa.

-       Item negativo

As alternativas abaixo apresentam várias respostas certas e apenas uma incorreta quer deve ser assinalada nos parênteses à esquerda.

-       Certo ou errado

Nos parênteses à esquerda coloque um C ou E conforme os conceitos sejam considerados certos ou errados.

Nos parênteses à esquerda coloque um C ou E conforme os conceitos sejam considerados certos ou errados. No caso do conceito ser considerado errado, utilizando a linha abaixo, substitua a(s) palavra(s) pela(s) palavra(s) que julgue tornar o conceito certo.

-       Falso e verdadeiro

Cada sentença incompleta abaixo está seguida de vários conceitos. Cada um deles completará essa sentença. Coloque um V nos parênteses à esquerda, quando a sentença formada for de sentido verdadeiro. Coloque um F quando o sentido for falso. Deixe em branco quando não souber.

-       Combinação associação, comparação, classificação e termo correspondente:
Existem abaixo vários conceitos em colunas. Coloque nos parênteses da coluna à esquerda o (s) número(s) que julgar que corresponder ao conceito da coluna da direita. Dê um traço se não houver correspondência.

Escrevam nos parênteses à esquerda dos conceitos abaixo, os números que indicam com as partes especificadas da figura. Dê um traço se não houver correspondência.

-       Resposta Curta

Responda as questões abaixo

-       Completamento e lacunas
Complete com o(s) conceito(s) abaixo as frases abaixo.

Escrevam, nos espaços em branco, as palavras que completam a frase.

-       Ordenação ou seriação

Ordene cronologicamente, as operações que se seguem, colocando nos parênteses à esquerda o número da ordem correspondente.

-       Cancelamento ou eliminação

Faça um círculo na palavra que não é...

Assinale com um X a frase que não corresponde ao solicitado.

Prova Escrita

Normas


1       O equipamento e material de consumo devem ser previamente vistoriados pelo examinador, para que falhas ou carências não prejudiquem o examinado.

2       Durante a prova, observem, além dos resultados obtidos, as técnicas de execução seguidas pelo aluno, bem como o ritmo de seu trabalho e a segurança de cada um dos seus atos.

3       Estabeleça previamente um padrão de julgamento, no qual fiquem estabelecidos valores numéricos adequados para cada um dos aspectos assinalados no item anterior.

4       Controle, a seguir, o grau de compreensão do estudante, quer quanto ao valor dos procedimentos seguidos, quer quanto à sua fundamentação teórica. Tal controle pode ser feito mediante um exame oral complementar (é a prova prático-oral) ou mediante um relatório escrito a posteriori.



Valoração


            O objetivo de uma prova é avaliar o conhecimento.
            Nos quesitos[1] objetivos, cada conhecimento é considerado através de uma determinada ação dos alunos, conforme o tipo de questão.
            Nos quesitos de resposta aberta, a valoração deverá levar em conta a quantidade de conhecimentos englobados no trabalho proposto.
            É extremamente importante observar o equilíbrio entre a valoração atribuída e a quantidade de conhecimentos. Coerentemente, nos quesitos objetivos e nos de resposta aberta.

1.    Valoração dos quesitos objetivos:

-       Múltipla escolha: 1 valor para cada quesito.
-       Lacunas: 1 valor para cada lacuna a ser preenchida.
-       Certo/ Errado: 1 valor para cada letra.
-       Certo/ Errado com justificativa: 1 valor para cada resposta e 2 valores para cada resposta errada.
-       Falso/ Verdadeiro: 1 valor para cada letra a colocar.
-       Correspondência: 1 valor para todos os parênteses a serem preenchidos. Atribuir também um valor para cada conceito que não tenha correspondência na outra coluna.
-       Ordenação: 1 valor para todos os parênteses a serem preenchidos.
-       Identificação: 1 valor para cada identificação a ser feita. Considerar também a colocação do traço.
-       Citação/ enumeração/ perguntas simples: 1 valor para cada elemento ou conhecimento a ser apresentado.
-       Esquemas/ tabelas/ quadros: 1 valor para cada elemento pedido.

2. Quesitos de resposta aberta:
Deverá levar em conta:
-       número de conceitos pedidos
-       número de linhas para as respostas
-       os passos para a solução do solicitado
-       as abordagens estabelecidas no quesito objetivos.
Conforme o grau de dificuldade solicitado deve-se atribuir valores maiores ou menores para cada quesito.

3.    Previsão do tempo (varia de acordo com a idade e a modalidade de ensino)

Pode ser feito da seguinte forma:
-       Quesitos objetivos: 30 segundos para cada ação do aluno.
-       Quesitos de respostas abertas: 30 segundos para cada conhecimento apresentado.
-       Quesitos de respostas de transposição imediata: número de linhas x 1,5 minutos.
-       Quesitos de elaboração mais complexa: 2 minutos para cada linha.
-       Quesitos envolvendo cálculos: atribui-se normalmente o dobro do tempo utilizado.
-       Quesito do tipo análise e interpretação: dobra-se o tempo gasto normalmente com a leitura e o dobro para a resolução de cada questão.

Conforme o grau de dificuldade deve-se ser atribuindo um tempo maior. Também o professor pode resolver a prova e multiplicar o tempo por 3, ou conforme observa o tempo que os aprendizes levam para resolver as atividades em sala de aula.

Exemplo de valores para cada quesito: 0,1 - 0,2 - 0,25 - 0,4 - 0,3 - 0,5 (procure elaborar as provas com valores que multiplicados, dêem exatamente com o valor total da avaliação, facilitando desta forma a correção. Exemplo: uma prova com valor 5,0 poderia ter: 20 quesitos de de 0,25 cada; ou 25 quesitos de 0,2 cada um).

Não se pode esquecer de que a aplicação da prova envolve outras ações, tais como a distribuição aos alunos, orientações diversas, chamadas, etc. Desta forma, será previsto um acréscimo entre 10% a 15% sobre o tempo calculado para solução da prova.









QUESTÕES DISSERTATIVAS

            A questão dissertativa é aquela em que o aluno organiza e escreve a resposta, utilizando suas próprias palavras.
            Ela pode ser apresentada através de uma ou várias perguntas, sob a forma de uma proposição a ser desenvolvida ou enunciando o título de um tema. O aluno tem certa liberdade quanto ao vocabulário, à extensão e à organização da resposta.
           
1. Indicada para avaliar a habilidade:
-       organizar;
-       analisar;
-       aplicar conteúdos;
-       relacionar fatos ou idéias;
-       interpretar dados e princípios;
-       realizar inferências;
-       analisar criticamente um idéia emitindo juízos de valor;
-       expressar as idéias e opiniões por escrito, com clareza e exatidão.

2. Tipo de questões dissertativas:
-       descrever
-       discutir
-       definir
-       exemplificar
-       explicar
-       comparar
-       sintetizar
-       esquematizar
-       interpretar
-       criticar

4.    Tipos de itens de resposta livre:

-       A categoria mais simples abrange perguntas cuja resposta exige apenas a recordação de acontecimentos, nomes, datas, locais...
-       A segunda categoria exige resposta mais elaborada, mas relativamente curta, com instruções do tipo relacione, enumere, defina...
-       A terceira categoria se refere à dissertação, solicitando respostas complexas de extensão variável, com instruções tipo explique, resuma, interprete, analise...
HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. São Paulo: Ática, 1988. p. 114-116.


[1] Ponto ou questão sobre que se pede a opinião ou juízo de alguém; requisito; questão, pergunta, interrogação.

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