DISCALCULIA:
Dificuldade em Cálculos
Introdução
A discalculia faz parte da
linguagem quantitativa e está associada a várias causas, como ausência de fundamentação
matemática, essa dificuldade atinge diversos graus, a leitura, a escrita, a
ortografia. O termo discalculia refere-se á capacidade de compreensão dos
números e de suas relações, ou seja, a uma dificuldade de executar operações de
matemática. Segundo Brown(1953), ” a matemática pode ser considerada como uma
linguagem simbólica cuja função prática é expressar relações quantitativas e
especiais cuja função é facilitar o pensamento.”
Desenvolvimento
As noções de matemática, para
Fonseca (1995), emergem de experiências concretas e envolvem inúmeras
habilidades que têm sua raiz na hierarquia da experiência e nos estágios do
desenvolvimento psicomotor e do pensamento quantitativo. Entre essas
habilidades o autor cita, como principais, as noções de tamanho, forma, cor,
quantidade, distância, ordem e tempo. Para Piaget(1989), essas noções têm
início na faixa etária de 04 a 07 anos, quando a criança começa a fazer uso do
julgamento da forma, do tamanho e de outras relações que dependem mais da
experiência do que do raciocínio, este último ainda em fase intuitiva.Os
desvios da linguagem verbal representam fator importante nas causas da
discalculia, portanto a alteração dos sistemas da linguagem está geralmente
associada ás dificuldades de organizar e categorizar a informação dos sistemas
da linguagem está geralmente associada ás dificuldades de organizar e categorizar
a informação; no entanto, sabe-se de crianças não-disléxicas que não apresentam
discalculia, como também o contrário, isto é, crianças disléxicas que não
apresentam problemas de cálculo.
A discalculia infantil ocorre em
razão de uma falha na formação dos circuitos neuronais, ou seja, na rede por
onde passam os impulsos nervosos. Normalmente os neurônios transmitem
informações quimicamente através da rede. A falha de quem sofre de discalculia
está na conexão dos neurônios localizados na parte superior do cérebro, área
responsável pelo reconhecimento dos símbolos. Detectar o problema, no entanto
não é fácil. Na pré-escola, já é possível notar algum sinal do distúrbio,
quando a criança apresenta dificuldade em responder ás relações matemáticas
propostas – como igual e diferente, pequeno e grande. Mas ainda é cedo para o
diagnostico preciso. É a partir dos 7 ou 8 anos, com a introdução dos símbolos
específicos da matemática e das operações básicas, que os sintomas se tornam
mais visíveis.
Embora reconheça os números, a
criança que tem distúrbio não consegue estabelecer relações entre eles, montar
operações e identificar corretamente os sinais matemáticos. Para ela, é como
se, de repente, o professor estivesse falando uma língua desconhecida. Mas, ao contrário
do que muitos pais imaginam, a discalculia nada tem haver com a inteligência,
podendo atingir pessoas com potencial de aprendizagem em diversas áreas.
Geralmente, ela aparece associada a outros distúrbios como a AAD (Desordem do
Déficit de Atenção), que se reconhece pela dificuldade de concentração e
organização. Além disso, é comum a falta de noção espacial, levando quem tem o
problema a derrubar objetos, esbarrar em móveis como se não tivesse noção da
extensão de seus braços e pernas.
Caso não seja detectado a tempo,
o distúrbio pode comprometer o desenvolvimento escolar de maneira mais ampla.
Inseguro devido á sua limitação, o estudante geralmente tem medo de enfrentar
novas experiências de aprendizagem por acreditar que não é capaz de evoluir. Pode
também vir a adotar comportamentos inadequados tornando-se agressiva e apática
ou desinteressada. Sem saber o que se passa, pais, professores e até colegas correm
o risco de piorar a auto-estima da criança com punições e críticas. Por isso, é
importante chegar a um diagnostico rápido, de preferência com a avaliação de
psicopedagogos e neurologistas e começar o tratamento adequado. Para a
habilitação ou reabilitação dos casos de discalculia, torna-se imprescindível
identificar a área em que ocorre a dificuldade que impede a criança de aprender
a lidar com dados matemáticos para possibilitar a elaboração de um programa
adequado. Para tanto, a investigação deve incluir:
Noções de
conjunto de objetos
Noções de
posição de objeto ” termos a termo”Associação de símbolos auditivos e visuais a
números
Contar e
compreender o principio de conservação Reversibilidade de pensamento
Noções de
espaço e tempo (seriação e ordenação).
Planejamento de Terapia
Antes de iniciar a terapia é
necessário um plano de atividade, com a finalidade de selecionar recursos e de
tornar claros e precisos os objetivos, de acordo com cada caso, tendo em vista
maior eficiência na ação terapêutica. Planejar é organizar a própria ação,
transformando a realidade numa direção escolhida.(Gandin,1991). Para o autor é
preciso termos consciência de que a elaboração é apenas um dos aspectos do
processo, depois disso vêm, vinculados, os aspectos de execução e avaliação. A
esses aspectos acrescento os ajustes, que decorrem da avaliação constante para
a consecução dos objetivos. Um dos principais objetivos do tratamento dos
distúrbios de aprendizagem é o de aumentar a autoconfiança e auto- estima da
criança, tão desgastadas pelos contínuos fracassos escolares. Quanto á escola é
necessário que os professores desenvolvem atividades especificas com este
aluno, sem necessidade de isolá-lo do resto da turma nas outras disciplinas. É
importante que o aluno só deixe de receber atendimento especializado quando
readquire a autoconfiança. Já o uso de remédios é necessários somente para
minimizar possíveis sintomas associados, com distúrbios de atenção e
hiperatividade.
Reflexos no Aprendizado
Veja os requisitos necessários para o aprendizado da
matemática e as dificuldades causadas pela discalculia.
Aptidões esperadas 3 a 6 – Ter compreensão dos conceitos de
igual e diferente, curto e longo, grande e pequeno, menos que e mais que,
classificar objetos pelo tamanho, cor e forma, reconhecer números de 0 a 9 e
contar até 10, nomear formas, reproduzir formas e figuras.
Dificuldades Problemas em nomear quantidades matemáticas,
números, termos, símbolos, insucesso ao enumerar objetos reais ou em imagens
Aptidões esperadas 6 a 12 – Realizar operações matemáticos
como soma e subtração, começar a usar mapas, compreender metades, quantas
partes e números ordinais.
Dificuldades Leitura e escrita incorreta dos símbolos
matemáticos
Aptidões esperadas 12 a 16 – Capacidade para usar números na
vida cotidiana, uso de calculadora, leitura de quadros, gráficos e mapas,
entendimento do conceito de probabilidade.
Dificuldades Falta de compreensão dos conceitos matemáticos,
dificuldade na execução mental e concreta de cálculos numéricos.
Conclusão
Devido à complexidade dos
distúrbios de aprendizagem os resultados para sua solução será mais concretos
se houver participação conjunta da família e da escola. Cada criança precisa
ser vista de forma particular pois é em casa que a criança recebe as primeiras
e mais duradouras influências que servem de base para as futuras aprendizagens,
cabendo à escola o papel de complementar e dirigir a formação integral da
criança.
Autor: Daniela Filgueiras Britto
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