A raposa e o galo
A raposa encontrou o galo e lhe propôs uma
aposta:
- Compadre, vamos ver quem passa mais tempo
com os olhos fechados?
- Vamos! - topou o galo.Então a raposa
fechou os olhos, e o galo fechou um e deixou o outro aberto.
A raposa, que estava procurando um momento
para abocanhar o galo, abriu os olhos e o viu com um olho fechado e outro
aberto. Reclamou:
- Compadre galo, é pra fechar os dois
olhos!
- Não, comadre raposa! Com amigo incerto é
um olho fechado e outro aberto!...
MORAL: "Com amigo incerto é um olho
fechado e outro aberto!..."
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O CÃO E SEU REFLEXO
Um cão estava se sentindo muito orgulhoso de
si mesmo. Achara um enorme pedaço de carne e a levava na boca, pretendendo
devorá-lo em paz em algum lugar.
Ele chegou a um curso rio e começou a
cruzar a estreita ponte que o levava para o outro lado. De repente, parou e
olhou para baixo. Na superfície da água, viu seu próprio reflexo brilhando.
O cão não se deu conta que estava
olhando para si mesmo. Julgou estar vendo outro cão com um pedaço de carne na
boca.
Opa! Aquele pedaço de carne é maior
que o meu, pensou ele. Vou pegá-lo e correr.
Dito e feito. Largou seu pedaço de carne para pegar o que estava na boca
do outro cão. Naturalmente, seu pedaço caiu n`água e foi parar bem no fundo,
deixando-o sem nada.
MORAL: Quem tudo quer tudo
perde.
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O Lobo e o Cordeiro
Um cordeiro estava bebendo
água num riacho. O terreno era inclinado e por isso havia uma correnteza forte.
Quando ele levantou a cabeça, avistou um lobo, também bebendo da água.
- Como é que você tem a
coragem de sujar a água que eu bebo - disse o lobo, que estava alguns dias sem
comer e procurava algum animal apetitoso para matar a fome.
- Senhor - respondeu o
cordeiro - não precisa ficar com raiva porque eu não estou sujando nada. Bebo
aqui, uns vinte passos mais abaixo, é impossível acontecer o que o senhor está
falando.
- Você agita a água -
continuou o lobo ameaçador - e sei que você andou falando mal de mim no ano
passado.
- Não pode - respondeu o
cordeiro - no ano passado eu ainda não tinha nascido.
O lobo pensou um pouco e
disse:
- se não foi você foi seu
irmão, o que dá no mesmo.
- Eu não tenho irmão - disse
o cordeiro - sou filho único.
- Alguém que você conhece,
algum outro cordeiro, um pastor ou um dos cães que cuidam do rebanho, e é
preciso que eu me vingue.
Então ali, dentro do riacho,
no fundo da floresta, o lobo saltou sobre o cordeiro,agarrou-o com os dentes e
o levou para comer num lugar mais sossegado.
MORAL: A razão do mais forte
é sempre a melhor.
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Os
dois sapos
Numa empresa de laticínios,
dois sapos desastradamente saltaram para dentro de um balde de leite cremoso.
- É melhor desistir. - coaxou
um dos sapos, depois de tentar em vão, sair do balde. - Vamos morrer!
- Continua a nadar. - disse o
segundo sapo. - Havemos de encontrar maneira de sair deste atoleiro!
- Não adianta! - disse o
primeiro. - Isto é grosso demais para nadar, mole demais para saltar e
escorregadio demais para rastejar. Um dia temos mesmo de morrer, por isso,
tanto faz que seja esta noite.
Afundou-se no balde e acabou
por morrer.
O amigo porem, continuou a
nadar, a nadar, a nadar, e quando amanheceu, viu-se encarrapitado num monte de
manteiga que ele, sozinho, havia batido.
Lá estava o sapo, com um
sorriso, comendo as moscas que enxameavam, vindas de todas as direções.
Moral: Não há conquista sem luta...
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A Lebre e a Tartaruga
"A lebre estava se
vangloriando de sua rapidez, perante os outros animais:
- Nunca perco de ninguém.
Desafio a todos aqui a tomarem parte numa corrida comigo.
- Aceito o desafio! Disse a
tartaruga calmamente.
- Isto parece brincadeira.
Poderi dançar à sua volta, por todo o caminho, respondeu a lebre.
- Guarde sua presunção até
ver quem ganha. recomendou a tartaruga.
A um sinal dado pelos outros
animais, as duas partiram. A lebre saiu a toda velocidade. Mais adiante, para
demonstrar seu desprezo pela rival, deitou-se e tirou uma soneca.
A tartaruga continuou
avançando, com muita perseverança. Quando a lebre acordou, viu-a já pertinho do
ponto final e não teve tempo de correr, para chegar primeiro.
(Com perseverança, tudo se
alcança)
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A Gansa que Punha Ovos de Ouro
"Um homem possuía uma
gansa que, toda manhã, punha um ovo de ouro. Vendendo estes ovos preciosos, ele
estava acumulando uma grande fortuna. Quanto mais rico ficava, porém, mais
avarento se tornava. Começou a achar que um ovo só, por dia, era pouco.
"Porque não põe dois
ovos, quatro ou cinco?" pensava ele. "Provavelmente, se eu abrir a
barriga desta ave, encontrarei uma centena de ovos e viverei como um
nababo". Assim pensando, matou a gansa abriu-lhe a barriga e,
naturalmente, nada encontrou."
(Quem tudo quer, tudo perde)
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A raposa e as uvas
Uma raposa faminta entrou num
terreno onde havia uma parreira, cheia de uvas maduras, cujos cachos se
penduravam, muito alto, em cima de sua cabeça. A raposa não podia resistir à
tentação de chupar aquelas uvas mas,por mais que pulasse, não conseguia
abocanhá-las. Cansada de pular, olhou mais uma vez os apetitosos cachos e
disse:- Estão verdes . . .
Moral: É fácil desdenhar daquilo que não se alcança.
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A raposa e a máscara
Um dia uma raposa entrou na
casa de um ator e encontrou uma linda máscara no meio de uma pilha de objetos
usados no teatro. Encostando a pata na máscara, disse:
- Que belo rosto temos aqui!
Pena que não tenha cérebro.
Moral: Uma bela aparência não
substitui o valor do espírito.
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O gato, o galo e o ratinho
Um ratinho vivia num buraco
com sua mãe. depois de sair sozinho pela primeira vez, contou a ela:
- Mãe, você não imagina os
bichos estranhos que encontrei! Um era bonito e delicado, tinha um pêlo muito
macio e um rabo elegante, um rabo que se movia formando ondas. O outro era um
monstro horrível! No alto da cabeça e debaixo do queixo ele tinha pedaços de
carne crua, que balançavam quando ele andava. De repente os lados do corpo dele
se sacudiram e ele deu um grito apavorante. Fiquei com tanto medo que fugi
correndo, bem na hora que ia conversar um pouco com o simpático.
- Ah, meu filho! – respondeu
a mãe. – Esse seu monstro era uma ave inofensiva; o outro era um gato feroz,
que num segundo teria te devorado.
Moral: Jamais confie nas
aparências.
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A cigarra e as formigas
Num belo dia de inverno as
formigas estavam tendo o maior trabalho para secar suas reservas de trigo.
Depois de uma chuvarada, os grãos tinham ficado completamente molhados. De
repente aparece uma cigarra:
- Por favor, formiguinhas, me
dêem um pouco de trigo! Estou com uma fome danada, acho que vou morrer.
As formigas pararam de
trabalhar, coisa que era contra os princípios delas, e perguntaram:
- Mas por quê? O que você fez
durante o verão? Por acaso não se lembrou de guardar comida para o inverno?
- Para falar a verdade, não
tive tempo – respondeu a cigarra. – Passei o verão cantando!
- Bom... Se você passou o
verão cantando, que tal passar o inverno dançando? – disseram as formigas, e
voltaram para o trabalho dando risada.
Moral: Os preguiçosos colhem
o que merecem.
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O leão e o mosquito
Um leão ficou com raiva de um
mosquito que não parava de zumbir ao redor de sua cabeça, mas o mosquito não
deu a mínima.
-Você está achando que vou
ficar com medo de você só porque você pensa que é rei? – disse ele altivo, e em
seguida voou para o leão e deu uma picada ardida no seu focinho.
Indignado, o leão deu uma
patada no mosquito, mas a única coisa que consegui foi arranhar-se com as
próprias garras. O mosquito continuou picando o leão, que começou a urrar como
um louco. No fim, exausto, enfurecido e coberto de feridas provocadas por seus
próprios dentes e garras, o leão se rendeu. O mosquito foi embora zumbindo para
contar a todo mundo que tinha vencido o leão, mas entrou direto numa teia de
aranha. Ali o vencedor do rei dos animais encontrou seu triste fim, comido por
uma aranha minúscula.
Moral: muitas vezes o menor
de nossos inimigos é o mais temível.
O galo e a raposa
O galo cacarejava em cima de
uma árvore. Vendo-o ali, a raposa tratou de bolar uma estratégia para que ele
descesse e fosse o prato principal de seu almoço.
-Você já ficou sabendo da
grande novidade, galo? – perguntou a raposa.
-Não. Que novidade é essa?
-Acaba de ser assinada uma
proclamação de paz entre todos os bichos da terra, da água e do ar. De hoje em
diante, ninguém persegue mais ninguém. No reino animal haverá apenas paz,
harmonia e amor.
-Isso parece inacreditável! –
comentou o galo.
-Vamos, desça da árvore que
eu lhe darei mais detalhes sobre o assunto – disse a raposa.
O galo, que de bobo não tinha
nada, desconfiou que tudo não passava de um estratagema da raposa. Então,
fingiu estar vendo alguém se aproximando.
-Quem vem lá? Quem vem lá? –
perguntou a raposa curiosa.
-Uma matilha de cães de caça
– respondeu o galo.
-Bem...nesse caso é melhor eu
me apressar – desculpou-se a raposa.
-O que é isso, raposa? Você
está com medo? Se a tal proclamação está mesmo em vigor, não há nada a temer.
Os cães de caça não vão atacá-la como costumava fazer.
-Talvez eles ainda não saibam da proclamação.
Adeusinho!
E lá se foi a raposa, com
toda a pressa, em busca de uma outra presa para o seu almoço.
Moral: é preciso ter cuidado
com amizades repentinas.
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A raposa e o corvo
Um dia um corvo estava
pousado no galho de uma árvore com um pedaço de queijo no bico quando passou
uma raposa. Vendo o corvo com o queijo, a raposa logo começou a matutar um
jeito de se apoderar do queijo. Com esta idéia na cabeça, foi para debaixo da
árvore, olhou para cima e disse:
-Que pássaro magnífico avisto
nessa árvore! Que beleza estonteante! Que cores maravilhosas! Será que ele tem
uma voz suave para combinar com tanta beleza! Se tiver, não há dúvida de que
deve ser proclamado rei dos pássaros.
Ouvindo aquilo o corvo ficou
que era pura vaidade. Para mostrar à raposa que sabia cantar, abriu o bico e
soltou um sonoro "Cróóó!" . O queijo veio abaixo, claro, e a raposa
abocanhou ligeiro aquela delícia, dizendo:
-Olhe, meu senhor, estou
vendo que voz o senhor tem. O que não tem é inteligência!
Moral: cuidado com quem muito
elogia.
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A Ovelha Negra
Era uma vez uma ovelhinha
diferente das suas irmãs de rebanho: era negra. Por isso, era desprezada e
sofria todo tipo de maus tratos. As outras lhe davam mordidas, patadas;
procuravam colocá-la em último lugar no rebanho. Quando estavam num prado
pastando, o rebanho inteiro tentava não deixar que a ovelhinha negra provasse
uma ervazinha sequer. Dessa forma, sua existência era horrível.
Farta de tanto desprezo, a
ovelhinha negra afastou-se do rebanho. Durante muito tempo vagou sem rumo pelo
bosque. Quando anoiteceu, exausta, a ovelhinha deitou-se, sem perceber, em um
monte de farinha, onde dormiu.
Ao raiar o dia, acordou e
viu, cheia de surpresa, que se havia transformado em uma ovelha muito branca,
imaculada. Voltou então ao seu rebanho, onde foi muito bem recebida e
proclamada rainha, pela sua bela aparência.
Naquela ocasião, estava sendo
anunciada a visita do príncipe dos cordeiros, que vinha em busca de uma esposa.
O príncipe foi recebido no
rebanho com grandes honras. Enquanto ele observava as ovelhas que formavam o
rebanho, desabou uma violenta tempestade. A chuva dissolveu a farinha que
cobria o pêlo negro de nossa ovelhinha, e ela recuperou sua cor natural.
Quando a viu, o príncipe
resolveu que seria a escolhida. As outras ovelhas perguntaram por quê.
- É diferente das outras. E
isso, para mim, é suficiente.
Assim, a ovelhinha negra
tornou-se princesa e teve, finalmente, o destino justo que merecia.
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O sapo e o boi
Há muito, muito tempo existiu
um boi imponente. Um dia o boi estava dando seu passeio da tarde quando um
pobre sapo todo mal vestido olhou para ele e ficou maravilhado. Cheio de inveja
daquele boi que parecia o dono do mundo, o sapo chamou os amigos.
– Olhem só o tamanho do
sujeito! Até que ele é elegante, mas grande coisa; se eu quisesse também era.
Dizendo isso o sapo começou a
estufar a barriga e em pouco tempo já estava com o dobro do seu tamanho normal.
– Já estou grande que nem
ele? – perguntou aos outros sapos.
– Não, ainda está longe!-
responderam os amigos.
O sapo se estufou mais um
pouco e repetiu a pergunta.
– Não – disseram de novo os
outros sapos -, e é melhor você parar com isso porque senão vai acabar se
machucando.
Mas era tanta vontade do sapo
de imitar o boi que ele continuou se estufando, estufando, estufando – até
estourar.
Moral: Seja sempre você
mesmo.
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A cegonha e a raposa
Um dia a raposa, que era amiga da cegonha,
convidou-a para um jantar. Mas preparou para a amiga uma porção de comidas
moles, líquidas, que ela servia sobre uma pedra lisa.
Ora, a cegonha, com seu longo bico, por
mais que se esforçasse só conseguia bicar a comida, machucando seu bico e não
comendo nada. A raposa insistia para que a cegonha comesse, mas ela não
conseguia, e acabou indo para casa com fome.
Então, a cegonha, em outra ocasião,
convidou a raposa para jantar com ela.
Preparou comidas cheirosas e colocou em
vasos compridos e altos, onde seu bico entrava com facilidade, mas o focinho da
raposa não alcançava. Foi a vez da raposa voltar para casa desapontada e
faminta.
MORAL: "Não faça aos outros o que não
quer que lhe façam."
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O ratinho, o gato e o galo
Certa manhã um ratinho saiu do buraco pela
primeira vez. Queria conhecer o mundo e travar relações com tanta coisa bonita
de que falavam seus amigos.
Admirou a luz do sol, o verdor das árvores,
a correnteza dos ribeirões, a habitação dos homens. E acabou penetrando no
quintal de uma casa da roça.
- Sim senhor! É interessante isto!
Examinou tudo minuciosamente, farejou a
tulha de milho e a estrebaria. Em seguida notou no terreiro um certo animal de
belo pêlo que dormia sossegado ao sol. Aproximou-se dele e farejou-o sem receio
nenhum.
Nisto aparece um galo, que bate as asas e
canta.
O ratinho por um triz que não morreu de
susto. Arrepiou-se todo e disparou como um raio para a toca. Lá contou à mamãe
as aventuras do passeio.
- Observei muita coisa interessante - disse
ele - mas nada me impressionou tanto como dois animais que vi no terreiro. Um,
de pêlo macio e ar bondoso, seduziu-me logo. Devia ser um desses bons amigos da
nossa gente, e lamentei que estivesse a dormir, impedindo-me assim de
cumprimentá-lo.
O outro... Ai, que ainda me bate o coração!
O outro era um bicho feroz, de penas amarelas, bico pontudo, crista vermelha, e
aspecto ameaçador. Bateu as asas barulhentamente, abriu o bico e soltou um
có-ri-có-có tamanho que quase cai de costas. Fugi. Fugi com quantas pernas
tinha, percebendo que devia ser o famoso gato que tamanha destruição faz no
nosso povo.
A mamãe-rata assustou e disse:
- Como te enganas, meu filho! O bicho de
pêlo macio e ar bondoso é que é o terrível gato. O outro, barulhento e
espaventado, de olhar feroz e crista rubra, o outro, filhinho, é o galo, uma
ave que nunca nos fez mal nenhum. As aparências enganam. Aproveita, pois, a
lição e fica sabendo que - quem vê cara não vê coração.
Monteiro Lobato
MORAL: "Quem vê cara não vê
coração."
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O pintassilgo
Ao voltar para o ninho, trazendo no bico uma
minhoca, o pintassilgo não encontrou seus filhotes. Alguém os havia levado
embora durante sua ausência.
Começou a procurá-los por toda parte,
chorando e gritando. A floresta inteira ecoava seus gritos, mas ninguém
respondia.
Dia e noite, sem comer nem dormir, o
pintassilgo procurou seus filhotes, examinando todas as árvores e olhando
dentro de todos os ninhos.
Certo dia um pássaro lhe disse:
- Acho que vi seus filhotes na casa do
fazendeiro.
O pintassilgo voou, cheio de esperança, e
logo chegou à casa do fazendeiro. Pousou no telhado, mas lá não havia ninguém.
Voou para o pátio - ninguém.
Então, levantando a cabeça, viu uma gaiola
pendurada do lado de fora de uma janela. Os filhotes estavam presos lá dentro.
Ao verem a mãe subindo pela grade da
gaiola, os filhotes começaram a piar, suplicando-lhe que os libertasse. O
pintassilgo tentou quebrar as grades com o bico e com as patas, mas foi em vão.
Em seguida, com um grito de grande
tristeza, voou novamente para a floresta.
No dia seguinte o pintassilgo voltou para
junto da gaiola dentro da qual seus filhotes estavam presos. Fitou-os
longamente, com o coração carregado de tristeza. Em seguida alimentou-os um a
um, através das grades, pela última vez.
Levara-lhes uma erva
venenosa, e os passarinhos morreram.
- Antes a morte - disse o pintassilgo - do
que perder a liberdade.
Leonardo da Vinci
MORAL: "Antes a morte do
que perder a liberdade."
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O jabuti e a onça
Certa vez, o jabuti pegou a sua gaita e
tocou assim:
- O osso da onça é a minha gaita, ih, ih,
ih,...
A onça, que passava por perto, ficou
irritada e correu para pegá-lo. Mas o jabuti meteu-se num buraco adentro e a
onça só conseguiu agarrar-lhe a perna.
O jabuti deu uma risada e disse:
- Pensa que agarrou minha perna? Agarrou
foi uma raiz de pau!
A onça largou então a perna do jabuti, que
deu uma segunda risada:
- Ora, dona onça, de fato você agora soltou
a minha perna.
A grande tola, ao saber disto, ficou
furiosa e durante muito tempo esperou o jabuti sair. Mas o jabuti, que era
muito paciente, foi ficando, foi ficando, até a onça desistir e ir embora.
MORAL: "A inteligência
vence a força"
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A coruja e a águia
Coruja e águia, depois de muita briga,
resolveram fazer as pazes.
- Basta de guerra - disse a coruja. O mundo
é tão grande, e tolice maior que o mundo é andarmos a comer os filhotes uma da
outra.
- Perfeitamente - respondeu a águia. -
Também eu não quero outra coisa.
- Nesse caso combinemos isso: de ora em
diante não comerás nunca os meus filhotes.
- Muito bem. Mas como vou distinguir os
teus filhotes?
- Coisa fácil. Sempre que encontrares uns
borrachos lindos, bem feitinhos de corpo, alegres, cheio de uma graça especial
que não existe em filhote de nenhuma outra ave, já sabes, são os meus.
- Está feito! - concluiu a águia.
Dias depois, andando à caça, a águia
encontrou um ninho com três monstrengos dentro, que piavam de bico muito
aberto.
- Horríveis bichos! - disse ela. Vê-se logo
que não são os filhos da coruja.
E comeu-os.
Mas eram os filhos da coruja. Ao regressar
à toca a triste mãe chorou amargamente o desastre e foi justar contas com a
rainha das aves.
- Quê? - disse esta, admirada. Eram teus
filhos aqueles monstrinhos? Pois, olha, não se pareciam nada com o retrato que
deles me fizeste...
MORAL: "Para retrato de filho ninguém
acredite em pintor pai.” “
Já diz o ditado: quem o feio
ama, bonito lhe parece."
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O velho galo e a raposa
Um velho galo matreiro, percebendo a
aproximação da raposa, empoleirou-se numa árvore. A raposa, desapontada,
murmurou consigo: "Deixa estar, seu malandro, que já te curo!..." E
em voz alta:
- Amigo, venho contar uma grande novidade:
acabou-se a guerra entre os animais. Lobo e cordeiro, gavião e pinto, onça e
veado, raposa e galinha, todos os bichos agora andam aos beijos, como
namorados. Desça desse poleiro e venha receber o meu abraço de paz e amor.
- Muito bem! - exclamou o galo. Não imagina
como tal notícia me alegra! Que beleza vai ficar o mundo, limpo de guerras,
deslealdades e traições! Vou já descer para abraçar a amiga raposa, mas... como
lá vêm vindo três cachorros, acho bom esperá-los, para que também eles tomem
parte na confraternização.
Ao ouvir falar em cachorro dona Raposa não
quis saber de histórias, e tratou de pôr-se ao fresco, dizendo:
- Infelizmente, amigo Có-ri-có-có, tenho
presa e não posso esperar pelos amigos cães. Fica para outra vez a festa, sim?
Até logo.
E raspou-se.
MORAL: "Contra
esperteza, esperteza e meia."
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O astrônomo
Um astrônomo tinha o costume de passear
todas as noites, estudando os astros. Um dia em que vagava por fora da cidade,
distraído na contemplação do céu, caiu sem querer num buraco. Ele reclamou um
pouco e depois começou a gritar por socorro. Por sorte, um homem passou por ali
e aproximou-se para saber o que tinha acontecido. Informado dos fatos, disse:
- Meu amigo! Você quer ver o que existe
no céu e não vê o que existe na Terra?
MORAL: "Tudo bem em olhar e conhecer ao
nosso redor, mas antes, temos que saber onde estamos parados."
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Lição de esperteza
Um dia um pica-pau, depois de muito voar,
sentiu sede.
Pousou em um telhado, olhou em volta, e não
viu nem sombra de água. Cansado e sedento como estava, já se preparava para
voar, quando viu uma garrafa cheia de água na varanda de uma casa próxima. Quando
foi bebe - que decepção! A água só chegava até o gargalo e seu bico pequenino
não chegava até ela.
Pôs-se a dar bicadas na garrafa para fazer
um buraquinho, mas em vão, pois, o vidro era mais duro do que o seu bico.
Tentou, então, tombar a garrafa, entornar a água, mas a garrafa era muito
pesada. Desistiu de tudo e encarapitou-se no corrimão da varanda para pensar um
meio melhor. O pica-pau era teimoso, quando queria uma coisa queria mesmo...
Começou a pensar, a pensar... De repente,
bateu as asas de contente: tinha achado a solução para o problema. E pôs-se a
executá-la. Apanhou com o bico uma pedrinha no chão e deixou-a cair dentro da
garrafa; voltou a apanhar outra, logo apanhou a terceira e, assim, continuou
deixando cair pedrinhas dentro da garrafa. A água foi subindo, subindo, até que
chegou à boca. Então, o pica-pau pôde beber à vontade.
MORAL: "Paciência e raciocínio tudo
vencem."
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A raposa
e o javali
Estava um Javali na floresta a afiar os dentes numa
árvore, quando apareceu uma Raposa. Vendo o que o Javali estava a fazer,
perguntou-lhe:
- Por que estás a afiar os
dentes? Os caçadores não saíram hoje e não vejo outro perigo por perto.
- É verdade, minha amiga -
respondeu o Javali. - Mas, no momento em que a minha vida correr perigo preciso
de usar os dentes e, então, será tarde demais para os afiar.
Moral da história: Prepara-te
para as dificuldades.
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A formiga e a pomba
Uma Formiga foi à margem do
rio para beber água e, sendo arrastada pela forte correnteza, estava prestes a
se afogar.
Uma Pomba que estava numa
árvore sobre a água, arrancou uma folha e a deixou cair na correnteza perto
dela. A Formiga subiu na folha e flutuou em segurança até a margem.
Pouco tempo depois, um
caçador de pássaros veio por baixo da árvore e se preparava para colocar varas
com visgo perto da Pomba que repousava nos galhos alheia ao perigo.
A Formiga, percebendo sua
intenção, deu-lhe uma ferroada no pé. Ele repentinamente deixou cair sua
armadilha e, isso deu chance para que a Pomba voasse para longe a salvo. Moral
da História: Quem é grato de coração
sempre encontrará oportunidades para mostrar sua gratidão.
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O carvalho e os juncos
Um grande carvalho foi
arrancado do chão pela ventania e arrastado por forte correnteza. Então dentro
da água ele se viu no meio de alguns Juncos, e, assim lhes falou:
- Gostaria de ser como vocês
que de tão esguios e frágeis não são de modo algum afetados por estes fortes
ventos.
Eles responderam:
- Você lutou e competiu com o
vento, e, consequentemente foi destruído. Nós, ao contrário, nos curvamos
diante do mais leve sopro de ar, e, por esta razão permanecemos inteiros e a
salvo.
Moral da História: Para vencermos
o mais forte, não devemos usar a força e sim a gentileza e a humildade.
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O filhote de cervo e sua mãe
Certa vez um jovem Cervo
conversava com sua mãe:
- Mãe você é maior que um
Lobo, é também mais veloz e possui chifres poderosos para se defender, por que
então você os teme tanto?
A Mãe amargamente sorriu e
disse:
- Tudo que você falou é
verdade meu filho, mesmo assim quando eu escuto um simples latido de Lobo, me
sinto fraca e só penso em correr o mais que puder.
Moral da História: Para a maioria das pessoas, é mais cômodo
conviver com seus medos e fraquezas, mesmo sabendo que podem superá-los.
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Um asno em pele de leão
Um Asno, tendo colocado sobre
seu corpo uma pele de Leão, vagou pela floresta e divertia-se com o pavor dos
animais que ia encontrando pelo seu caminho.
Por fim encontrou uma Raposa,
e, ele tentou amedrontá-la também. Mas Raposa tão logo escutou o som de sua
voz, exclamou:
- Eu provavelmente teria me
assustado, se antes não tivesse escutado seu zurro.
Moral da História: Um tolo pode se esconder com belas roupas,
mas suas palavras dirão a todos quem na verdade é.
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O galo e a pedra preciosa
Um Galo que procurava no
terreiro alimento para ele e suas galinhas encontrou uma pedra preciosa de
grande beleza e valor, ao que exclamou:
- Se seu dono tivesse te
encontrado ao invés de mim, ele com certeza iria dançar e pular de alegria e
também decerto iria te louvar; no entanto eu te achei e de nada me serves.
Teria preferido achar um simples grão de milho que todas as jóias do MUNDO!
Moral da História: A necessidade de cada um é o que determina o
real valor das coisas.
Colei estas fábulas em
cartolina, encapei com plástico para que os alunos possam manuseá-las sem
amassar ou rasgar. Eles fazem leitura silenciosa, oral, em dupla. Peço também
para tentem identificar um outra moral na história, que escrevam
um novo final.
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