FORMAÇÃO DE GRUPOS
GRUPO
1 :
O
QUE É AVALIAÇÃO EXTERNA ? E QUAIS SEUS OBJETIVOS?
|
GRUPO
2 :
CONCEPÇÃO
DE AVALIAÇÃO SEGUNDO PERRENOUD (1999)
|
GRUPO
3 :
CONCEPÇÃO
DE AVALIAÇÃO DE ACORDO COM
JUSSARA
HOFFMAMN
|
GRUPO
4 :
CONCEPÇÃO
DE AVALIAÇÃO DE ACORDO COM
CIPRIANO
CARLOS LUCKESI
|
GRUPO
5: CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
DE
ACORDO COM LIBÂNEO
|
Valdinere Alves
A AVALIAÇÃO ESCOLAR (
Libâneo )
A avaliação escolar, também chamada avaliação do processo ensino-aprendizagem
ou avaliação do rendimento escolar, tem como dimensão de análise o
desempenho do aluno, do professor e de toda a situação de ensino que se realiza
no contexto escolar. Sua principal função é subsidiar o professor, a equipe
escolar e o próprio sistema no aperfeiçoamento do ensino. É, portanto, uma
prática valiosa, reconhecidamente educativa, quando utilizada com o propósito
de compreender o processo de aprendizagem que o aluno está percorrendo, no qual
o desempenho do professor e outros recursos devem ser modificados quando
necessários para favorecer o cumprimento dos objetivos previstos.Segundo o professor
Cipriano Carlos Luckesi, a avaliação é uma apreciação qualitativa sobre dados
relevantes do processo de ensino e aprendizagem que auxilia o professor a tomar
decisões sobre o seu trabalho.José Carlos Libaneo define avaliação escolar como
um componente do processo de ensino que visa, através da verificação e
qualificação dos resultados obtidos, determinar a correspondência destes com os
objetivos propostos e, daí, orientar a tomada de decisões em relação às
atividades didáticas seguintes.
Durante o processo de ensino podemos usar como tarefas de avaliação:
Verificação
|
Qualificação
|
Apreciação
qualitativa
|
Provas, Exercícios,
Tarefas = observação do desempenho, entrevistas, etc.
|
Comprovação dos
resultados alcançados= notas ou conceitos
|
Avaliação dos
resultados= padrões de desempenhos esperados
|
A avaliação escolar
cumpre três funções importantes que
atuam de forma independente, mas que não podem ser consideradas isoladamente.
·
Pedagógico
didática: prepara o aluno para participar da vida em
sociedade, aprimorando seus conhecimentos e o desenvolvimento de suas
capacidades cognoscitivas.
·
De
diagnóstico: permite identificar os bons e os maus resultados
que determinam modificações no processo de ensino.
·
De
controle: refere-se aos meios e à frequência das
verificações dos resultados, possibilitando o diagnóstico para as intervenções
necessárias.
A Avaliação na prática escolar
A avaliação apenas como instrumento de
classificação tende a descomprometer a equipe escolar com o processo de tomada
de decisão para o aperfeiçoamento do ensino, que é a função básica da
avaliação. A avaliação escolar exige que o professor tenha claro, antes de sua
utilização, o significado que ele atribui a sua ação educativa. A avaliação não
deve ser o único instrumento para decidir sobre aprovação e reprovação do
aluno. O seu uso somente para definir a progressão vertical do aluno conduz a
reduções e descompromissos. É fundamental sua utilização para indicar o alcance
ou não dos objetivos de ensino. Recomenda-se, então, sua aplicação não só para
diagnosticar as dificuldades e facilidades do aluno, como, principalmente, para
compreender o processo de aprendizagem que ela está percorrendo. Utilizada de
forma transparente e participativa, permite também ao aluno reconhecer suas
próprias necessidades, desenvolver a consciência de sua situação escolar e
orientar seus esforços na direção dos critérios de exigência da Instituição.
A avaliação deve ser utilizada com o apoio de
múltiplos instrumentos de coleta de informações, sempre de acordo com as
características do plano de ensino, isto é, dos objetivos que se está buscando
junto ao aluno. Assim, conforme o tipo de objetivo podem ser empregados
trabalhos em grupos e individuais, provas orais e escritas, seminários,
observação de cadernos, realização de exercícios em classe ou em casa e
observação dos alunos em classe.Informações descontinuadas e distanciadas umas
das outras podem prejudicar o propósito educativo das mesmas, portanto, todos
esses instrumentos de verificação são meios necessários de obtenção de
informação sobre o rendimento dos alunos.
Instrumentos de verificação do rendimento escolar
Um dos papéis mais
importantes do educador é o de “observar”.
A observação dos educandos é necessária no processo de avaliação, pois através
dela o educador pode perceber características individuais e grupais, os
diferentes tipos de comportamentos e a necessidade de realizar modificações em
sua estratégia de ensino, sempre dentro de uma avaliação criteriosa e
fundamentada, para aperfeiçoar o processo de ensino/aprendizagem. Destacamos a “entrevista” como uma técnica simples
de conhecer e esclarecer dúvidas a respeito do educando, que pode ser utilizada
após algum problema específico levantado durante o processo de observação, e
que poderá contribuir para a melhora de seu desempenho escolar.
Atribuição de notas ou conceitos
O
sistema de notas pode ser numa escala numérica (1 a 10) ou de conceitos (A,
B....), sendo que o princípio é o mesmo : registrar o desempenho do aluno; mas
o mais importante é que o educador antes de uma prova final já possua diversas
outras formas de avaliação que foram aplicadas durante o processo e que possam
ser somadas para obtenção de uma nota/conceito final.
A avaliação
deve ir muito além de avaliar a aprendizagem do aluno, ela ultrapassa essa
dimensão avaliando em contrapartida o trabalho da escola e o desempenho do
professor, promovendo a revisão e a redefinição dos objetivos propostos.
Avaliação da aprendizagem como processo construtivo de um novo fazer
A avaliação é parte
integrante do processo ensino/aprendizagem e ganhou na atualidade espaço muito
amplo nos processos de ensino. Requer preparo técnico e grande capacidade de
observação dos profissionais envolvidos. Segundo
Perrenoud (1999), a avaliação da aprendizagem, no novo paradigma, é um
processo mediador na construção do currículo e se encontra intimamente
relacionada à gestão da aprendizagem dos alunos.
Na avaliação da
aprendizagem, o professor não deve permitir que os resultados das provas
periódicas, geralmente de caráter classificatório, sejam supervalorizados em
detrimento de suas observações diárias, de caráter diagnóstico. O professor,
que trabalha numa dinâmica interativa, tem noção, ao longo de todo o ano, da
participação e produtividade de cada aluno. É preciso deixar claro que a prova
é somente uma formalidade do sistema escolar. Como, em geral, a avaliação
formal é datada e obrigatória, deve-se ter inúmeros cuidados em sua elaboração
e aplicação. A avaliação é a parte mais importante de todo o processo de
ensino-aprendizagem. Bevenutti (2002) diz que avaliar é mediar o processo
ensino/aprendizagem, é oferecer recuperação imediata, é promover cada ser
humano, é vibrar junto a cada aluno em seus lentos ou rápidos progressos.
Enquanto a avaliação
permanecer presa a uma pedagogia ultrapassada, a mesma autora diz que a evasão
permanecerá, e o educando, o cidadão, o povo continuará escravo de uma minoria,
que se considera a elite intelectual, voltada para os valores da matéria
ditadora, fruto de uma democracia mascarada e opressora. Acreditamos que o
grande desafio para construir novos caminhos, segundo Ramos (2001), é uma
avaliação com critérios de entendimento reflexivo, conectado, compartilhado e
autonomizador no processo ensino/aprendizagem. Desta forma, estaremos formando
cidadãos conscientes, críticos, criativos, solidários e autônomos.
Os novos paradigmas
em educação devem contemplar o qualitativo, descobrindo a essência e a
totalidade do processo educativo, pois esta sociedade reserva às instituições
escolares o poder de conferir notas e certificados que supostamente atestam o
conhecimento ou capacidade do indivíduo, o que torna imensa a responsabilidade
de quem avalia. Pensando a avaliação como aprovação ou reprovação, a nota
torna-se um fim em si mesma, ficando distanciada e sem relação com as situações
de aprendizagem.
Mudar a nossa
concepção se faz urgente e necessário. Basta romper com padrões estabelecidos
pela própria história de uma sociedade elitista e desigual. Neste sentido,
Perrenoud (1993) afirma que mudar a avaliação significa provavelmente mudar a
escola. Automaticamente, mudar a prática da avaliação nos leva a alterar
práticas habituais, criando inseguranças e angústias e este é um obstáculo que
não pode ser negado pois envolverá toda a comunidade escolar. Se as nossas
metas são educação e transformação, não nos resta outra alternativa senão
juntos pensar uma nova forma de avaliação. Romper paradigmas, mudar nossa
concepção, mudar a prática, é construir uma nova escola.
Perrenoud
(1999)
A avaliação mediadora se desenvolve em beneficio ao educando e dá-se
fundamentalmente pela proximidade entre quem educa e quem é educado. HOFMANN
(2000) A avaliação da aprendizagem é uma das
partes mais importante de todo o processo de ensino e aprendizagem.
De acordo Benvenutti (2002), avaliar é mediar o
processo ensino/aprendizagem, é oferecer recuperação imediata, é promover cada
ser humano, é vibrar junto a cada aluno em seus lentos ou rápidos
progressos.
Nesse sentido, uma avaliação com caráter mediador consiste em uma avaliação processual, ou seja, uma avaliação que se desenvolva ao longo da aprendizagem, coletando dados que permitam ao professor intervir positivamente no ensino, acompanhando o processo de aprendizagem do educando.
Nesse sentido, uma avaliação com caráter mediador consiste em uma avaliação processual, ou seja, uma avaliação que se desenvolva ao longo da aprendizagem, coletando dados que permitam ao professor intervir positivamente no ensino, acompanhando o processo de aprendizagem do educando.
A utilização da avaliação mediadora implica no
abandono da tradicional avaliação uniformizadora e classificatória. As
avaliações classificatórias alicerçam-se em referências normativas, pois
promovem a hierarquização dos indivíduos em decorrência da explicitação de
condutas e saberes padronizados, enquanto dificultam “olhar cada aluno em seu
próprio tempo e jeito de aprender e oferecer-lhe apoio pelo tempo que precisar
[...]” (HOFFMANN, 2001, p. 64). Adotar a avaliação mediadora significa
reconhecer a possibilidade de estabelecer um ponto de encontro no qual o
diálogo e a interação se façam presentes, principalmente por que:
[...] não há como delimitar tempos
fixos para a aprendizagem, porque é um processo permanente, de natureza
individual, experiência singular de cada um. Não há sentido em valorizar os
pontos de chegada, porque são sempre pontos de passagem, provisórios.
O importante é apontar os rumos do
caminho, ajustar os passos ao esforço necessário, torná-lo tão “sedutor” a
ponto de aguçar a curiosidade do aprendiz para o que está por vir (HOFFMANN,
2001, p. 57). Assim, torna-se fundamental o
dialogo e aproximação do professor com o seu aluno de forma que as práticas de
ensino sejam repensadas e modificadas de acordo com a realidade sociocultural
de seus alunos.
Para HAYDT (2004),
ao avaliar o aluno o professor está avaliando o seu trabalho. Desta forma,
torna-se fundamental que o professor construa um cenário avaliativo que permita
ao aluno confiança e espaço para as suas descobertas. A tarefa do educador não
é discutir aprovação/reprovação, mas aprendizagem efetiva, desenvolvimento
humano. Atender aos alunos em suas necessidades educacionais revela uma nova
concepção de avaliação que contribui para a formação da cidadania. O professor
pode mudar a forma de se relacionar com o aluno, trabalhar de uma maneira mais
adequada, abrindo possibilidades de crescimento, de construção de uma
autoimagem positiva.
Se não se pode mudar de imediato a
condição de vida do aluno, pode-se ajudá-lo a compreender sua realidade.
Assumir um posicionamento democrático significa dizer não ao modelo tradicional
de avaliação Para isso, é necessário ousar, intervir, procurar caminhos para
assegurar a aprendizagem. Um professor mediador utiliza a observação como um
aliado na construção do conhecimento.
Ao observar seu aluno, ele é capaz
de identificar suas habilidades e trabalhá-las plenamente e também suas
dificuldades, procurando alternativas junto ao aluno para transformar a
aprendizagem em um momento prazeroso, levando o aluno a perceber sua importância
para a construção de seu próprio conhecimento. Por isso, é fundamental que os
professores entendam o verdadeiro significado da avaliação e questionem a sua
prática de forma consciente.
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
BENVENUTTI, D. B. Avaliação, sua
história e seus paradigmas educativos. Pedagogia: a Revista do Curso.
Brasileira de Contabilidade. São Miguel do Oeste – SC: ano 1, n.01, p.47-51,
jan.2002.
HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do Processo Ensino-Aprendizagem. São Paulo: Editora Atica, 2004.
HOFFMAN, J. Pontos e Contrapontos: do pensar ao agir em avaliação. 3. ed. Porto Alegre: Mediação, 1999.
HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do Processo Ensino-Aprendizagem. São Paulo: Editora Atica, 2004.
HOFFMAN, J. Pontos e Contrapontos: do pensar ao agir em avaliação. 3. ed. Porto Alegre: Mediação, 1999.
______Avaliação: mito & desafio.
Uma perspectiva construtivista. 29. ed. Porto Alegre: Mediação,
2000. VASCONCELOS, Celso dos Santos. Avaliação da Aprendizagem:
Práticas de mudança por uma práxis transformadora. São Paulo: Libertad,
1998.
Avaliação segundo Libâneo (2004, p.253), a avaliação sempre
deve ter caráter de diagnóstico e processual, pois ela precisa ajudar os
professores a identificarem aspectos em que os alunos apresentam dificuldades.
A partir daí, os professores poderão refletir sobre sua
prática e buscar formas de solucionar problemas de aprendizagem ainda durante o
processo e não apenas no final da unidade ou no final do ano...A prática da
avaliação pressupõe a relação entre professor, conhecimento e sujeito
do conhecimento. Em outras palavras: a avaliação está vinculada ao que o
professor considera conhecimento válido, útil, desejável e ao que o professor
considera ser o processo de construção desse conhecimento.
A perspectiva atual é a de considerar o aluno como
construtor do seu próprio conhecimento e o professor como
mediador e
orientador desse processo. Apesar de estarmos falando sempre do professor, é
preciso não esquecer que a avaliação é um processo que interessa a todos, na
escola.
A tomada de decisões sobre a perspectiva de avaliação a ser
realizada pela escola deve ser um processo coletivo, e, nesse sentido,
interessa a toda comunidades escolar, inclusive à equipe gestora. Por isso,
precisamos refletir sobre algumas questões: Por que avaliamos? Para que
avaliamos?
Para que avaliamos os alunos? A avaliação, como componente
do processo de ensino-aprendizagem, deve se configurar como instrumento
motivador desse processo, pois as informações geradas são úteis tanto para
alunos como para os professores: os alunos poderão verificar os seus avanços e
as suas dificuldades; os professores poderão verificar se a sua prática está
dando bons resultados e o que precisa ser reformulado.
Assim, o processo de avaliação não deve ser confundido com a
aplicação de um conjunto de testes e provas, para apenas verificar se o aluno
aprendeu ou não, sem consequências outras. E se ele não aprendeu? O que,
juntos, ele e o professor podem fazer para superar essa situação?
Visão do autor sobre APRENDIZAGEM
A tarefa principal do professor é garantir a unidade
didática entre ensino e aprendizagem através do processo de ensino. Ensino e
aprendizagem são duas facetas de um mesmo processo.
Para construir a aprendizagem o professor precisa assumir o
ensino com mediação; Adotar práticas interdisciplinares; Conhecer estratégias
de ensinar a pensar e ensinar a aprender; mediar os alunos a buscarem uma
perspectiva crítica dos conteúdos; A aprendizagem efetiva acontece quando,
pela influência do professor, são mobilizadas as atividades física e mental
próprias das crianças no estudo das matérias.
a relação
entre ensino e aprendizagem não é mecânica, é uma relação recíproca na qual se
destacam o papel dirigente do professor e a atividade do aluno. O trabalho
docente somente é frutífero quando o ensino dos conhecimentos e dos métodos se
convertem em conhecimentos, habilidades, capacidades e atitudes do aluno. A
capacidade crítica e criativa se desenvolve pelo estudo dos conteúdos e pelo
desenvolvimento de métodos de raciocínio, de investigação e de reflexão.
Visão
do autor sobre ESCOLA
A escola é parte essencial na formação de cidadãos.
Para Libâneo( 1996), os principais objetivos da educação básica são: preparação
para o mundo do trabalho, formação para cidadania crítica, preparação para a
participação social e formação ética.
A escola não pode mais ser vista como uma agência de
transmissão de conhecimento; A escola deve ser repensada;
A transformação da escola depende da transformação da
sociedade, pois a forma de organização do sistema socioeconômico interfere no
trabalho escolar e no rendimento dos alunos.
A escola é um meio insubstituível de contribuição para as
lutas democráticas, na medida em que possibilita as classes populares, ao terem
acesso ao saber sistematizado e as condições de aperfeiçoamento das
potencialidades intelectuais, participarem ativamente no processo político ,
sindical e cultural.
Precisa ser um lugar de análises críticas e produção de
informações e atribuições de significados e desta forma, não perderá lugar para
as tecnologias e meios de comunicação;
A escola deve ser valorizada na sua totalidade, deve ser o
lugar onde há a construção diária do conhecimento.
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR: O QUE É? Para obter-se a
resposta da pergunta acima, deve-se ter como princípio o que significa o termo
avaliação.
De acordo com Libâneo (2008) “a avaliação é um termo geral
que diz respeito a um conjunto de ações voltadas para o estudo sistemático de
um fenômeno, uma pessoa, visando a emitir um juízo valorativo” (p.237).O termo
é amplo para o ensino e aprendizagem o mesmo poderá direcionar para um recurso
de coleta de dados e informações, com diferentes instrumentos de verificação,
isso, com o intuito de verificar se os objetivos previstos estão sendo
alcançados.
Segundo Libâneo “a avaliação da aprendizagem escolar feita
pelos professores deverá estar a serviço das funções sociais da escola, dos
objetivos de ensino, do projeto pedagógico da escola, do currículo, das
metodologias” (2008 ) A avaliação da aprendizagem deve ser um instrumento a
serviço de toda e qualquer proposta que a escola oferece a seus educandos.
A mesma é responsável por garantir e dar suporte para que o
educador possa ter instrumentos para mediar o ensino e aprendizagem e propor a
interação entre educador e educando.Quando o educador está com o seu foco
apenas em buscar e aperfeiçoar suas metodologias, poderá se transformar em uma
“receita de avaliação”, que homogeneíze os educandos.
[...]E quando eu tiro
dez é sempre a mesma palhaçada Manhê! Tirei um dez na prova Me dei bem tirei um
cem e eu quero ver quem me reprova .Decorei toda lição Não errei nenhuma
questão ,Não aprendi nada de bom,Mas tirei dez (boa filhão!)[...]
(Gabriel o
Pensador,1995)
A
avaliação é tema de grandes debates e discussões devido à dificuldade de
estabelecer parâmetros mínimos sobre como avaliar de forma eficaz. Avaliar é,
sem dúvida, um dos aspectos mais problemáticos da prática pedagógica. Apesar de
ser a avaliação uma prática social ampla, pela própria capacidade que o ser
humano tem de observar, refletir e julgar, na escola sua dimensão não tem sido
bem aplicada, pois comumente é empregada como atribuição de notas, apontando a
aprovação ou reprovação do estudante. A avaliação escolar pode ser Somativa ou
formativa. A Somativa é considerada uma avaliação final e pontuada, que propõe
fazer um balanço somatório tendo uma função de classificação. Já na avaliação
formativa, tem a finalidade de proporcionar informações acerca do
desenvolvimento de um processo de ensino e aprendizagem.
O
professor acompanha o estudante metodicamente ao longo do processo educativo,
medindo, em determinados períodos, o que o aluno já aprendeu e fornecendo um
“feedback” em que o próprio aluno analise situações, reconheça e corrija seus
eventuais erros nas tarefas.Segundo Luckesi (2002), a avaliação com função
classificatória não auxilia o avanço e o crescimento do aluno e do professor,
pois se constitui como um instrumento estático e frenador de todo o processo
educativo. A avaliação com função formativa, ao contrário da classificatória,
constitui-se em momentos de diálogos com intervenções pedagógicas adequadas que
se proponha promover o aprendizado.
É
preciso acordar para o fato de que a concepção que norteia a avaliação não pode
ser instrumento de exclusão e classificação, respaldada em conceitos que no
cotidiano escolar se tornam preconceitos.
É
importante refletir que a avaliação não é um fim em si mesmo, mas um
processo:[...] é difícil encontrar funcionalidade em uma avaliação baseada
apenas no julgamento “objetivo” terminal do trabalho realizado por cada aluno.
Pelo contrário, como formador de pesquisadores, novatos, o professor deve
considerar-se co-responsável pelos resultados que estes obtiverem. (CARVALHO;
GIL-PÉREZ, 1998, p.58).
Nota-se
que alguns professores utilizam a avaliação de uma forma equivocada. Estes
apresentam sua “sentença final” de acordo com o desempenho do aluno em provas e
testes, valorizando somente o produto final e desconsiderando todo o percurso
do aluno no decorrer do ano letivo. Não necessariamente se um aluno obtém notas
baixas em provas, isso significa que ele não aprendeu o conteúdo, pois muitos
fatores podem estar envolvidos no momento da execução da prova, tais como: a
tensão, o medo de errar, ou até mesmo o instrumento de avaliação pode estar mal
formulado.
O
ato de avaliar não pode ser entendido como um momento final do processo em que
se verifica o que o aluno aprendeu, mas em criar condições de aprendizagem que
permitam a ele, qualquer que seja seu nível, evoluir na sua autonomia e
principalmente na construção do seu conhecimento. O professor não deve se
posicionar frente aos alunos, e sim ao lado deles; sua reflexão não pode ser
sobre quem merece ou não uma avaliação positiva, mas de como colaborar para que
cada estudante avance e alcance os resultados almejados.
Luckesi (2002, p.20) diz que "para o sistema de ensino só importa os resultados gerais: as notas, os quadros gerais de notas, as curvas estatísticas.”
Luckesi (2002, p.20) diz que "para o sistema de ensino só importa os resultados gerais: as notas, os quadros gerais de notas, as curvas estatísticas.”
Dessa
forma, muitos professores na maioria dos casos com salas de aulas lotadas, para
satisfazer as exigências do sistema de ensino, utilizam os procedimentos de
avaliação Somativa. Muitos são os professores que até tentam modificar seus
métodos avaliativos.
Porém,
muitos fatores contribuem para que isto não venha a ocorrer, tais como: descaso
das políticas educacionais, falta de condições básicas de trabalho e número
inadequado de alunos em sala de aula. Mudar, muitas vezes, é um processo
difícil, já que esses métodos avaliativos tradicionais se encontram
profundamente arraigados em nosso sistema de ensino.
No
entanto, cabe aos professores acreditarem, apesar das diversas limitações, que
é possível realizar no cotidiano escolar uma avaliação da aprendizagem
processual e com qualidade. A avaliação deve ser um meio para que o professor
perceba cotidianamente e gradativamente as transformações ocorridas no aluno,
pois nem o aluno nem o professor são sujeitos prontos e acabados, mas em
permanente formação, interagindo, transformando e sendo transformado pelo meio
social.
Nesse
sentido, a formação continuada se constitui como um instrumento imprescindível
para a transformação da prática pedagógica, uma vez que, ao refletir sobre a
ação, poderá ocorrer uma melhor abordagem para a melhoria do ensino.
REFERÊNCIAS:
CARVALHO, Ana Maria; GIL-PÉREZ, Daniel. Saber avaliar. In: ______. Formação de Professores de Ciências: tendências e inovações. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1998. p. 55-60.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 4. ed. São Paulo : Cortez, 2002..
GABRIEL PENSADOR. Estudo errado. Disponível em: . Acesso em: 4 mar. 2012.
A AVALIAÇÃO MEDIADORA
As práticas avaliativas são questionadas principalmente devido à
questão da melhoria da qualidade de ensino, ou seja, que só é possível
modificar as formas de se avaliar nas escolas se a qualidade da educação
melhorar, segundo HOFFMANN (2000, p. 11) “as escolas justificam os seus temores
em realizar mudanças em decorrência de sérias resistências das famílias com
relação a inovações”. A sociedade como um todo acredita que a avaliação quando
é realizada no sistema tradicional torna-se mais eficiente e responsável por
uma escola mais competente. Há também certa resistência por parte dos
professores em modificar suas práticas avaliativas, pois segundo HOFFMAN
(2005), sua formação e educação foi toda pautada no sistema tradicional, com a
obrigação de atribuir uma nota para cada aluno e que esta nota seja a
responsável pela aprovação ou reprovação e em sua formação pouco se ouviu falar
em avaliação.Segundo VASCONCELLOS (1998) a resistência a mudanças pode ter
diferentes origens, falta de conhecimento, falta de segurança em fazer o novo,
defesa natural diante de situações novas, entre outros.
Para HOFFMANN (2000) alcançar a qualidade de ensino significa
desenvolver o máximo de seus alunos, tornando a aprendizagem possível no seu
sentido amplo, alcançada pela criança a partir das oportunidades que o meio
oferece.
De acordo com HOFFMANN (2000), em uma perspectiva construtivista uma
educação de qualidade oferece oportunidades amplas e desafiadoras para a
construção do conhecimento, é responsável por tornar a aprendizagem possível,
já em uma perspectiva tradicional a qualidade de ensino se dá através de
padrões pré-estabelecidos, padrões comparativos e critérios de promoção, neste
sentido a qualidade passa a ser confundida com quantidade.
Ainda segundo a mesma autora em uma perspectiva mediadora a qualidade
de ensino é desenvolver o aluno no máximo de seu potencial, não há limites e
nem critérios pré-estabelecidos, porém objetivos bem definidos e planejados,
sem que haja uma padronização de notas e valores.Ao definir objetivos o
professor deve delinear as ações educativas e este processo deve ocorrer
respeitando a realidade escolar do aluno, sua história e a comunidade em que
está inserido, devendo considerar as possibilidades e limites que este cenário
educativo lhe oferece.
O critério essencial e necessário para a avaliação mediadora é que o
professor conheça seu aluno, ou seja, o professor deve conhecer sua realidade,
compreender sua cultura, seu modo de falar, e pensar, e isto se dá “através de
perguntas, fazendo-lhe novas e desafiadoras questões, na busca de alternativas
para uma ação educativa voltada para a autonomia moral e intelectual”, HOFFMANN
(2000, p. 34).A avaliação mediadora propõe uma ação reflexiva da aprendizagem,
ao invés de uma avaliação classificatória, de julgamento de resultados.
A avaliação mediadora destina-se a conhecer, não apenas para
compreender, mas também para promover ações em benefícios aos educandos, o
professor tem como papel participar do sucesso ou do fracasso dos alunos, ou
seja, o professor tem a responsabilidade de através de uma prática reflexiva
conhecer o seu aluno e identificar a maneira adequada de promover a
aprendizagem levando em conta seus conhecimentos anteriores, o professor terá
que possuir uma postura reflexiva e uma formação continuada para saber avaliar
o aluno, avaliar a si mesmo e avaliar a avaliação que deverá ser permanente,
pois se o aluno fracassar não será apenas sua responsabilidade, mas também do
professor que ao avaliar seu aluno constantemente deve realizar as devidas
interferências buscando novos caminhos e alternativas para que a aprendizagem
ocorra. Para HOFFMANN (2000) é responsabilidade do educador trabalhar a
individualidade do seu aluno, respeitando suas diferenças com o intuito de
formar jovens autônomos, críticos e cooperativos. Na avaliação mediadora o
professor ao propor uma tarefa define suas intenções, pois sua prática é uma
ação que deve ser planejada, sistemática e intuitiva, e parte de duas premissas
básicas: confiança na possibilidade dos alunos construírem suas próprias
verdades e valorização de suas manifestações e interesses, ou seja, o aluno
passa a ser o centro do processo de ensino, deixando de lado a educação
bancária onde o aluno é apenas um depósito de ideias e não agente atuante na
aprendizagem. A mediação é aproximação, diálogo, que assume um papel de grande
relevância na educação, é o acompanhamento do jeito de ser de cada aluno, bem
como da sua história pessoal e familiar, nela o tempo do aluno deve ser respeitado,
pois ele é sujeito e produtor de seu conhecimento, exemplificando, em uma mesma
atividade os alunos apresentarão reações diferentes de entendimento, riqueza em
suas respostas e até mesmo nas manifestações.
Um professor mediador preocupa-se com a aprendizagem de seu aluno e
tem a observação como um aliado na construção do conhecimento, ao observar seu
aluno o mesmo é capaz de identificar suas habilidades e trabalhá-las plenamente
e também suas dificuldades procurando alternativas junto ao aluno para
transformar a aprendizagem em um momento prazeroso e levar o aluno a perceber
sua importância para a construção de seu próprio conhecimento.
Através da avaliação mediadora o professor deve utilizar a prova para
pensar em novas estratégias pedagógicas que ele deverá utilizar para interagir
com seus alunos, e para que isto aconteça de forma eficaz e significativa o
professor deve levar em conta os conhecimentos prévios de seus alunos, estes
devem ser explorados e trabalhados, pois são necessários para que o professor
possa abordar novos temas e como uma fonte confiável para detectar as
dificuldades de aprendizagens, bem como para indicar novos rumos e estratégias
a serem utilizadas.Na avaliação mediadora é importante que o professor seja
reflexivo e que tome decisões coerentes, coloque-as em prática avaliando-as e
ajustando-as progressivamente, conforme suas experiências e as necessidades de
seus alunos, pois estes estão sempre evoluindo, em diferentes ritmos à medida
que o professor os provoca a prosseguir sempre.
Para que o aluno seja orientado a uma prática reflexiva de análise de
suas aprendizagens é necessário que o professor mobilize este aluno a partir de
ações do cotidiano tais como: comentários, novas perguntas e orientações para a
continuidade de seus estudos traçando metas pessoais e coletivas de
enfrentamento de dificuldades e de avanços em determinadas áreas. A visão
tradicional é aquela em que o professor primeiro ensina e depois pergunta, na
visão mediadora, as perguntas assumem um caráter permanente de mobilização, ou
seja, professores e alunos questionam-se, buscam informações pertinentes para
construir conceitos e resolver problemas, as condições de aprendizagem definem
as condições de avaliação, pois se cria um ambiente de investigação e intervenção,
adequadas à observação de cada aluno.Segundo HOFFMANN (2000) a aprendizagem
acontece em tempos diferentes para cada aluno, pois é um processo de natureza
individual, o importante é apontar rumos do caminho e torná-lo tão sedutor a
ponto de aguçar a curiosidade do aluno para o que ainda está por vir. A
avaliação deve ser organizada de forma a favorecer a aprendizagem dos alunos,
promovendo a evolução dos alunos, mas acima de tudo respeitando o tempo de cada
um.
De acordo com HOFFMANN (2000) é o aluno quem determina o seu próprio
tempo de aprendizagem e é no cotidiano escolar que estas condições se revelam,
uma tarefa igual não é cumprida por todos ao mesmo tempo, desta forma ao
desenvolver um projeto o professor deve ter um planejamento flexível, pois este
pode ou não acabar dentro do tempo esperado, por isso é importante que o
professor avalie todo tempo os objetivos esperados e os rumos tomados pelo
grupo de alunos, diversificando o seu fazer pedagógico. Um fator muito
importante na avaliação mediadora é o diálogo, que nesta concepção é entendido
como uma conversa como o aluno, pois é através dele que o professor vai se
aproximar de seu aluno e despertar o interesse e a atenção pelo conteúdo a ser
transmitido.
É necessário que o professor acompanhe seu aluno, no sentido de estar
junto dele e caminhar junto dele para que seja possível a observação passo a
passo de seus resultados individuais, porém segundo HOFFMANN (2000),
acompanhamento e diálogo por si só não conduzem a uma avaliação mediadora, pois
nesta prática o diálogo é muito mais que uma conversa e o acompanhamento é
muito mais que observar os alunos realizarem uma tarefa, na mediação dialogar é
refletir em conjunto e acompanhar é favorecer o vir a ser, realizando ações
educativas que possibilitem novas descobertas, proporcionando vivências
enriquecedoras e favorecedoras à ampliação do saber.
A visão mediadora oferece tanto ao professor quanto ao aluno momentos
de reflexão e diálogo, para que juntos possam traçar novos objetivos, através
de uma visão menos centralizada do saber, nesta perspectiva o aluno tem sua
devida importância no processo de ensino que deve estar inserido em sua
realidade e planejado para que seja objeto de interesse e participação
coletiva. Ao utilizar a avaliação mediadora o professor é capaz de conhecer
cada um de seus alunos e utilizar a prática da observação e acompanhamento para
que possa adequar o ensino a cada um como um processo individualizado.
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