domingo, 8 de maio de 2016

Trabalhando Avaliação Nas Diversas Concepções

                                                       FORMAÇÃO DE GRUPOS
 
GRUPO 1 :

O QUE É AVALIAÇÃO EXTERNA ? E QUAIS SEUS OBJETIVOS?








GRUPO 2 :
CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO SEGUNDO PERRENOUD (1999)







GRUPO 3 :
CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO DE ACORDO COM
JUSSARA HOFFMAMN








GRUPO 4 :
CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO DE ACORDO COM
CIPRIANO CARLOS LUCKESI








GRUPO 5:  CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
DE ACORDO COM LIBÂNEO

 



        


                                                                         Valdinere Alves


A AVALIAÇÃO ESCOLAR     (   Libâneo )
A avaliação escolar, também chamada avaliação do processo ensino-aprendizagem ou avaliação do rendimento escolar, tem como dimensão de análise o desempenho do aluno, do professor e de toda a situação de ensino que se realiza no contexto escolar. Sua principal função é subsidiar o professor, a equipe escolar e o próprio sistema no aperfeiçoamento do ensino. É, portanto, uma prática valiosa, reconhecidamente educativa, quando utilizada com o propósito de compreender o processo de aprendizagem que o aluno está percorrendo, no qual o desempenho do professor e outros recursos devem ser modificados quando necessários para favorecer o cumprimento dos objetivos previstos.Segundo o professor Cipriano Carlos Luckesi, a avaliação é uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes do processo de ensino e aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisões sobre o seu trabalho.José Carlos Libaneo define avaliação escolar como um componente do processo de ensino que visa, através da verificação e qualificação dos resultados obtidos, determinar a correspondência destes com os objetivos propostos e, daí, orientar a tomada de decisões em relação às atividades didáticas seguintes.

Durante o processo de ensino podemos usar como tarefas de avaliação:

Verificação
Qualificação
Apreciação qualitativa
Provas, Exercícios, Tarefas = observação do desempenho, entrevistas, etc.
Comprovação dos resultados alcançados= notas ou conceitos
Avaliação dos resultados= padrões de desempenhos esperados
A avaliação escolar cumpre três funções importantes que atuam de forma independente, mas que não podem ser consideradas isoladamente.
·         Pedagógico didática: prepara o aluno para participar da vida em sociedade, aprimorando seus conhecimentos e o desenvolvimento de suas capacidades cognoscitivas.
·         De diagnóstico: permite identificar os bons e os maus resultados que determinam modificações no processo de ensino.
·         De controle: refere-se aos meios e à frequência das verificações dos resultados, possibilitando o diagnóstico para as intervenções necessárias.
A Avaliação na prática escolar
A avaliação apenas como instrumento de classificação tende a descomprometer a equipe escolar com o processo de tomada de decisão para o aperfeiçoamento do ensino, que é a função básica da avaliação. A avaliação escolar exige que o professor tenha claro, antes de sua utilização, o significado que ele atribui a sua ação educativa. A avaliação não deve ser o único instrumento para decidir sobre aprovação e reprovação do aluno. O seu uso somente para definir a progressão vertical do aluno conduz a reduções e descompromissos. É fundamental sua utilização para indicar o alcance ou não dos objetivos de ensino. Recomenda-se, então, sua aplicação não só para diagnosticar as dificuldades e facilidades do aluno, como, principalmente, para compreender o processo de aprendizagem que ela está percorrendo. Utilizada de forma transparente e participativa, permite também ao aluno reconhecer suas próprias necessidades, desenvolver a consciência de sua situação escolar e orientar seus esforços na direção dos critérios de exigência da Instituição.
A avaliação deve ser utilizada com o apoio de múltiplos instrumentos de coleta de informações, sempre de acordo com as características do plano de ensino, isto é, dos objetivos que se está buscando junto ao aluno. Assim, conforme o tipo de objetivo podem ser empregados trabalhos em grupos e individuais, provas orais e escritas, seminários, observação de cadernos, realização de exercícios em classe ou em casa e observação dos alunos em classe.Informações descontinuadas e distanciadas umas das outras podem prejudicar o propósito educativo das mesmas, portanto, todos esses instrumentos de verificação são meios necessários de obtenção de informação sobre o rendimento dos alunos.


Instrumentos de verificação do rendimento escolar
 
 Um dos papéis mais importantes do educador é o de “observar”. A observação dos educandos é necessária no processo de avaliação, pois através dela o educador pode perceber características individuais e grupais, os diferentes tipos de comportamentos e a necessidade de realizar modificações em sua estratégia de ensino, sempre dentro de uma avaliação criteriosa e fundamentada, para aperfeiçoar o processo de ensino/aprendizagem. Destacamos a “entrevista” como uma técnica simples de conhecer e esclarecer dúvidas a respeito do educando, que pode ser utilizada após algum problema específico levantado durante o processo de observação, e que poderá contribuir para a melhora de seu desempenho escolar.

Atribuição de notas ou conceitos

            O sistema de notas pode ser numa escala numérica (1 a 10) ou de conceitos (A, B....), sendo que o princípio é o mesmo : registrar o desempenho do aluno; mas o mais importante é que o educador antes de uma prova final já possua diversas outras formas de avaliação que foram aplicadas durante o processo e que possam ser somadas para obtenção de uma nota/conceito final.
A avaliação deve ir muito além de avaliar a aprendizagem do aluno, ela ultrapassa essa dimensão avaliando em contrapartida o trabalho da escola e o desempenho do professor, promovendo a revisão e a redefinição dos objetivos propostos.


Avaliação da aprendizagem como processo construtivo de um novo fazer
A avaliação é parte integrante do processo ensino/aprendizagem e ganhou na atualidade espaço muito amplo nos processos de ensino. Requer preparo técnico e grande capacidade de observação dos profissionais envolvidos. Segundo Perrenoud (1999), a avaliação da aprendizagem, no novo paradigma, é um processo mediador na construção do currículo e se encontra intimamente relacionada à gestão da aprendizagem dos alunos.
Na avaliação da aprendizagem, o professor não deve permitir que os resultados das provas periódicas, geralmente de caráter classificatório, sejam supervalorizados em detrimento de suas observações diárias, de caráter diagnóstico. O professor, que trabalha numa dinâmica interativa, tem noção, ao longo de todo o ano, da participação e produtividade de cada aluno. É preciso deixar claro que a prova é somente uma formalidade do sistema escolar. Como, em geral, a avaliação formal é datada e obrigatória, deve-se ter inúmeros cuidados em sua elaboração e aplicação. A avaliação é a parte mais importante de todo o processo de ensino-aprendizagem. Bevenutti (2002) diz que avaliar é mediar o processo ensino/aprendizagem, é oferecer recuperação imediata, é promover cada ser humano, é vibrar junto a cada aluno em seus lentos ou rápidos progressos.
Enquanto a avaliação permanecer presa a uma pedagogia ultrapassada, a mesma autora diz que a evasão permanecerá, e o educando, o cidadão, o povo continuará escravo de uma minoria, que se considera a elite intelectual, voltada para os valores da matéria ditadora, fruto de uma democracia mascarada e opressora. Acreditamos que o grande desafio para construir novos caminhos, segundo Ramos (2001), é uma avaliação com critérios de entendimento reflexivo, conectado, compartilhado e autonomizador no processo ensino/aprendizagem. Desta forma, estaremos formando cidadãos conscientes, críticos, criativos, solidários e autônomos.
Os novos paradigmas em educação devem contemplar o qualitativo, descobrindo a essência e a totalidade do processo educativo, pois esta sociedade reserva às instituições escolares o poder de conferir notas e certificados que supostamente atestam o conhecimento ou capacidade do indivíduo, o que torna imensa a responsabilidade de quem avalia. Pensando a avaliação como aprovação ou reprovação, a nota torna-se um fim em si mesma, ficando distanciada e sem relação com as situações de aprendizagem.
Mudar a nossa concepção se faz urgente e necessário. Basta romper com padrões estabelecidos pela própria história de uma sociedade elitista e desigual. Neste sentido, Perrenoud (1993) afirma que mudar a avaliação significa provavelmente mudar a escola. Automaticamente, mudar a prática da avaliação nos leva a alterar práticas habituais, criando inseguranças e angústias e este é um obstáculo que não pode ser negado pois envolverá toda a comunidade escolar. Se as nossas metas são educação e transformação, não nos resta outra alternativa senão juntos pensar uma nova forma de avaliação. Romper paradigmas, mudar nossa concepção, mudar a prática, é construir uma nova escola.
Perrenoud (1999)



A avaliação mediadora se desenvolve em beneficio ao educando e dá-se fundamentalmente pela proximidade entre quem educa e quem é educado. HOFMANN (2000) A avaliação da aprendizagem é uma das partes mais importante de todo o processo de ensino e aprendizagem.
De acordo Benvenutti (2002), avaliar é mediar o processo ensino/aprendizagem, é oferecer recuperação imediata, é promover cada ser humano, é vibrar junto a cada aluno em seus lentos ou rápidos progressos. 
Nesse sentido, uma avaliação com caráter mediador consiste em uma avaliação processual, ou seja, uma avaliação que se desenvolva ao longo da aprendizagem, coletando dados que permitam ao professor intervir positivamente no ensino, acompanhando o processo de aprendizagem do educando.
A utilização da avaliação mediadora implica no abandono da tradicional avaliação uniformizadora e classificatória. As avaliações classificatórias alicerçam-se em referências normativas, pois promovem a hierarquização dos indivíduos em decorrência da explicitação de condutas e saberes padronizados, enquanto dificultam “olhar cada aluno em seu próprio tempo e jeito de aprender e oferecer-lhe apoio pelo tempo que precisar [...]” (HOFFMANN, 2001, p. 64). Adotar a avaliação mediadora significa reconhecer a possibilidade de estabelecer um ponto de encontro no qual o diálogo e a interação se façam presentes, principalmente por que:
[...] não há como delimitar tempos fixos para a aprendizagem, porque é um processo permanente, de natureza individual, experiência singular de cada um. Não há sentido em valorizar os pontos de chegada, porque são sempre pontos de passagem, provisórios.

O importante é apontar os rumos do caminho, ajustar os passos ao esforço necessário, torná-lo tão “sedutor” a ponto de aguçar a curiosidade do aprendiz para o que está por vir (HOFFMANN, 2001, p. 57). Assim, torna-se fundamental o dialogo e aproximação do professor com o seu aluno de forma que as práticas de ensino sejam repensadas e modificadas de acordo com a realidade sociocultural de seus alunos. 

Para HAYDT (2004), ao avaliar o aluno o professor está avaliando o seu trabalho. Desta forma, torna-se fundamental que o professor construa um cenário avaliativo que permita ao aluno confiança e espaço para as suas descobertas. A tarefa do educador não é discutir aprovação/reprovação, mas aprendizagem efetiva, desenvolvimento humano. Atender aos alunos em suas necessidades educacionais revela uma nova concepção de avaliação que contribui para a formação da cidadania. O professor pode mudar a forma de se relacionar com o aluno, trabalhar de uma maneira mais adequada, abrindo possibilidades de crescimento, de construção de uma autoimagem positiva.

Se não se pode mudar de imediato a condição de vida do aluno, pode-se ajudá-lo a compreender sua realidade. Assumir um posicionamento democrático significa dizer não ao modelo tradicional de avaliação Para isso, é necessário ousar, intervir, procurar caminhos para assegurar a aprendizagem. Um professor mediador utiliza a observação como um aliado na construção do conhecimento.
Ao observar seu aluno, ele é capaz de identificar suas habilidades e trabalhá-las plenamente e também suas dificuldades, procurando alternativas junto ao aluno para transformar a aprendizagem em um momento prazeroso, levando o aluno a perceber sua importância para a construção de seu próprio conhecimento. Por isso, é fundamental que os professores entendam o verdadeiro significado da avaliação e questionem a sua prática de forma consciente. 

                                                                                    REFERÊNCIAS
BENVENUTTI, D. B. Avaliação, sua história e seus paradigmas educativos. Pedagogia: a Revista do Curso. Brasileira de Contabilidade. São Miguel do Oeste – SC: ano 1, n.01, p.47-51, jan.2002.
HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do Processo Ensino-Aprendizagem. São Paulo: Editora Atica, 2004.
HOFFMAN, J. Pontos e Contrapontos: do pensar ao agir em avaliação. 3. ed. Porto Alegre: Mediação, 1999. 
______Avaliação: mito & desafio. Uma perspectiva construtivista. 29. ed. Porto Alegre: Mediação, 2000. VASCONCELOS, Celso dos Santos. Avaliação da Aprendizagem: Práticas de mudança por uma práxis transformadora. São Paulo: Libertad, 1998.



 AVALIAÇÃO SEGUNDO LIBÂNEO (2004, P.253),
Avaliação segundo Libâneo (2004, p.253), a avaliação sempre deve ter caráter de diagnóstico e processual, pois ela precisa ajudar os professores a identificarem aspectos em que os alunos apresentam dificuldades.
A partir daí, os professores poderão refletir sobre sua prática e buscar formas de solucionar problemas de aprendizagem ainda durante o processo e não apenas no final da unidade ou no final do ano...A prática da avaliação pressupõe a relação entre professor, conhecimento e sujeito do conhecimento. Em outras palavras: a avaliação está vinculada ao que o professor considera conhecimento válido, útil, desejável e ao que o professor considera ser o processo de construção desse conhecimento.
A perspectiva atual é a de considerar o aluno como construtor do seu próprio conhecimento e o professor como mediador e orientador desse processo. Apesar de estarmos falando sempre do professor, é preciso não esquecer que a avaliação é um processo que interessa a todos, na escola.
A tomada de decisões sobre a perspectiva de avaliação a ser realizada pela escola deve ser um processo coletivo, e, nesse sentido, interessa a toda comunidades escolar, inclusive à equipe gestora. Por isso, precisamos refletir sobre algumas questões: Por que avaliamos? Para que avaliamos?
Para que avaliamos os alunos? A avaliação, como componente do processo de ensino-aprendizagem, deve se configurar como instrumento motivador desse processo, pois as informações geradas são úteis tanto para alunos como para os professores: os alunos poderão verificar os seus avanços e as suas dificuldades; os professores poderão verificar se a sua prática está dando bons resultados e o que precisa ser reformulado.
Assim, o processo de avaliação não deve ser confundido com a aplicação de um conjunto de testes e provas, para apenas verificar se o aluno aprendeu ou não, sem consequências outras. E se ele não aprendeu? O que, juntos, ele e o professor podem fazer para superar essa situação?
Visão do autor sobre APRENDIZAGEM
A tarefa principal do professor é garantir a unidade didática entre ensino e aprendizagem através do processo de ensino. Ensino e aprendizagem são duas facetas de um mesmo processo.
Para construir a aprendizagem o professor precisa assumir o ensino com mediação; Adotar práticas interdisciplinares; Conhecer estratégias de ensinar a pensar e ensinar a aprender; mediar os alunos a buscarem uma perspectiva crítica dos conteúdos; A aprendizagem efetiva acontece quando, pela influência do professor, são mobilizadas as atividades física e mental próprias das crianças  no estudo das matérias.
a relação entre ensino e aprendizagem não é mecânica, é uma relação recíproca na qual se destacam o papel dirigente do professor e a atividade do aluno. O trabalho docente somente é frutífero quando o ensino dos conhecimentos e dos métodos se convertem em conhecimentos, habilidades, capacidades e atitudes do aluno. A capacidade crítica e criativa se desenvolve pelo estudo dos conteúdos e pelo desenvolvimento de métodos de raciocínio, de investigação e de reflexão.
                                              Visão do autor sobre ESCOLA
 A escola é parte essencial na formação de cidadãos. Para Libâneo( 1996), os principais objetivos da educação básica são: preparação para o mundo do trabalho, formação para cidadania crítica, preparação para a participação social e formação ética. 
A escola não pode mais ser vista como uma agência de transmissão de conhecimento;  A escola deve ser repensada; 
A transformação da escola depende da transformação da sociedade, pois a forma de organização do sistema socioeconômico interfere no trabalho escolar e no rendimento dos alunos. 
A escola é um meio insubstituível de contribuição para as lutas democráticas, na medida em que possibilita as classes populares, ao terem acesso ao saber sistematizado e as condições de aperfeiçoamento das potencialidades intelectuais, participarem ativamente no processo político , sindical e cultural.
Precisa ser um lugar de análises críticas e produção de informações e atribuições de significados e desta forma, não perderá lugar para as tecnologias e meios de comunicação;
A escola deve ser valorizada na sua totalidade, deve ser o lugar onde há a construção diária do conhecimento.
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR: O QUE É? Para obter-se a resposta da pergunta acima, deve-se ter como princípio o que significa o termo avaliação.
De acordo com Libâneo (2008) “a avaliação é um termo geral que diz respeito a um conjunto de ações voltadas para o estudo sistemático de um fenômeno, uma pessoa, visando a emitir um juízo valorativo” (p.237).O termo é amplo para o ensino e aprendizagem o mesmo poderá direcionar para um recurso de coleta de dados e informações, com diferentes instrumentos de verificação, isso, com o intuito de verificar se os objetivos previstos estão sendo alcançados.
Segundo Libâneo “a avaliação da aprendizagem escolar feita pelos professores deverá estar a serviço das funções sociais da escola, dos objetivos de ensino, do projeto pedagógico da escola, do currículo, das metodologias” (2008 ) A avaliação da aprendizagem deve ser um instrumento a serviço de toda e qualquer proposta que a escola oferece a seus educandos.
A mesma é responsável por garantir e dar suporte para que o educador possa ter instrumentos para mediar o ensino e aprendizagem e propor a interação entre educador e educando.Quando o educador está com o seu foco apenas em buscar e aperfeiçoar suas metodologias, poderá se transformar em uma “receita de avaliação”, que homogeneíze os educandos.



[...]E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada Manhê! Tirei um dez na prova Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova .Decorei toda lição Não errei nenhuma questão ,Não aprendi nada de bom,Mas tirei dez (boa filhão!)[...]
(Gabriel o Pensador,1995)

A avaliação é tema de grandes debates e discussões devido à dificuldade de estabelecer parâmetros mínimos sobre como avaliar de forma eficaz. Avaliar é, sem dúvida, um dos aspectos mais problemáticos da prática pedagógica. Apesar de ser a avaliação uma prática social ampla, pela própria capacidade que o ser humano tem de observar, refletir e julgar, na escola sua dimensão não tem sido bem aplicada, pois comumente é empregada como atribuição de notas, apontando a aprovação ou reprovação do estudante. A avaliação escolar pode ser Somativa ou formativa. A Somativa é considerada uma avaliação final e pontuada, que propõe fazer um balanço somatório tendo uma função de classificação. Já na avaliação formativa, tem a finalidade de proporcionar informações acerca do desenvolvimento de um processo de ensino e aprendizagem.

O professor acompanha o estudante metodicamente ao longo do processo educativo, medindo, em determinados períodos, o que o aluno já aprendeu e fornecendo um “feedback” em que o próprio aluno analise situações, reconheça e corrija seus eventuais erros nas tarefas.Segundo Luckesi (2002), a avaliação com função classificatória não auxilia o avanço e o crescimento do aluno e do professor, pois se constitui como um instrumento estático e frenador de todo o processo educativo. A avaliação com função formativa, ao contrário da classificatória, constitui-se em momentos de diálogos com intervenções pedagógicas adequadas que se proponha promover o aprendizado.

É preciso acordar para o fato de que a concepção que norteia a avaliação não pode ser instrumento de exclusão e classificação, respaldada em conceitos que no cotidiano escolar se tornam preconceitos.

É importante refletir que a avaliação não é um fim em si mesmo, mas um processo:[...] é difícil encontrar funcionalidade em uma avaliação baseada apenas no julgamento “objetivo” terminal do trabalho realizado por cada aluno. Pelo contrário, como formador de pesquisadores, novatos, o professor deve considerar-se co-responsável pelos resultados que estes obtiverem. (CARVALHO; GIL-PÉREZ, 1998, p.58).

Nota-se que alguns professores utilizam a avaliação de uma forma equivocada. Estes apresentam sua “sentença final” de acordo com o desempenho do aluno em provas e testes, valorizando somente o produto final e desconsiderando todo o percurso do aluno no decorrer do ano letivo. Não necessariamente se um aluno obtém notas baixas em provas, isso significa que ele não aprendeu o conteúdo, pois muitos fatores podem estar envolvidos no momento da execução da prova, tais como: a tensão, o medo de errar, ou até mesmo o instrumento de avaliação pode estar mal formulado.

O ato de avaliar não pode ser entendido como um momento final do processo em que se verifica o que o aluno aprendeu, mas em criar condições de aprendizagem que permitam a ele, qualquer que seja seu nível, evoluir na sua autonomia e principalmente na construção do seu conhecimento. O professor não deve se posicionar frente aos alunos, e sim ao lado deles; sua reflexão não pode ser sobre quem merece ou não uma avaliação positiva, mas de como colaborar para que cada estudante avance e alcance os resultados almejados.
Luckesi (2002, p.20) diz que "para o sistema de ensino só importa os resultados gerais: as notas, os quadros gerais de notas, as curvas estatísticas.”

Dessa forma, muitos professores na maioria dos casos com salas de aulas lotadas, para satisfazer as exigências do sistema de ensino, utilizam os procedimentos de avaliação Somativa. Muitos são os professores que até tentam modificar seus métodos avaliativos.
Porém, muitos fatores contribuem para que isto não venha a ocorrer, tais como: descaso das políticas educacionais, falta de condições básicas de trabalho e número inadequado de alunos em sala de aula. Mudar, muitas vezes, é um processo difícil, já que esses métodos avaliativos tradicionais se encontram profundamente arraigados em nosso sistema de ensino.

No entanto, cabe aos professores acreditarem, apesar das diversas limitações, que é possível realizar no cotidiano escolar uma avaliação da aprendizagem processual e com qualidade. A avaliação deve ser um meio para que o professor perceba cotidianamente e gradativamente as transformações ocorridas no aluno, pois nem o aluno nem o professor são sujeitos prontos e acabados, mas em permanente formação, interagindo, transformando e sendo transformado pelo meio social.

Nesse sentido, a formação continuada se constitui como um instrumento imprescindível para a transformação da prática pedagógica, uma vez que, ao refletir sobre a ação, poderá ocorrer uma melhor abordagem para a melhoria do ensino.

REFERÊNCIAS:

CARVALHO, Ana Maria; GIL-PÉREZ, Daniel. Saber avaliar. In: ______. Formação de Professores de Ciências: tendências e inovações. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1998. p. 55-60.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 4. ed. São Paulo : Cortez, 2002..
GABRIEL PENSADOR. Estudo errado. Disponível em: . Acesso em: 4 mar. 2012.

A AVALIAÇÃO MEDIADORA

As práticas avaliativas são questionadas principalmente devido à questão da melhoria da qualidade de ensino, ou seja, que só é possível modificar as formas de se avaliar nas escolas se a qualidade da educação melhorar, segundo HOFFMANN (2000, p. 11) “as escolas justificam os seus temores em realizar mudanças em decorrência de sérias resistências das famílias com relação a inovações”. A sociedade como um todo acredita que a avaliação quando é realizada no sistema tradicional torna-se mais eficiente e responsável por uma escola mais competente. Há também certa resistência por parte dos professores em modificar suas práticas avaliativas, pois segundo HOFFMAN (2005), sua formação e educação foi toda pautada no sistema tradicional, com a obrigação de atribuir uma nota para cada aluno e que esta nota seja a responsável pela aprovação ou reprovação e em sua formação pouco se ouviu falar em avaliação.Segundo VASCONCELLOS (1998) a resistência a mudanças pode ter diferentes origens, falta de conhecimento, falta de segurança em fazer o novo, defesa natural diante de situações novas, entre outros.

Para HOFFMANN (2000) alcançar a qualidade de ensino significa desenvolver o máximo de seus alunos, tornando a aprendizagem possível no seu sentido amplo, alcançada pela criança a partir das oportunidades que o meio oferece.
De acordo com HOFFMANN (2000), em uma perspectiva construtivista uma educação de qualidade oferece oportunidades amplas e desafiadoras para a construção do conhecimento, é responsável por tornar a aprendizagem possível, já em uma perspectiva tradicional a qualidade de ensino se dá através de padrões pré-estabelecidos, padrões comparativos e critérios de promoção, neste sentido a qualidade passa a ser confundida com quantidade.
Ainda segundo a mesma autora em uma perspectiva mediadora a qualidade de ensino é desenvolver o aluno no máximo de seu potencial, não há limites e nem critérios pré-estabelecidos, porém objetivos bem definidos e planejados, sem que haja uma padronização de notas e valores.Ao definir objetivos o professor deve delinear as ações educativas e este processo deve ocorrer respeitando a realidade escolar do aluno, sua história e a comunidade em que está inserido, devendo considerar as possibilidades e limites que este cenário educativo lhe oferece.

O critério essencial e necessário para a avaliação mediadora é que o professor conheça seu aluno, ou seja, o professor deve conhecer sua realidade, compreender sua cultura, seu modo de falar, e pensar, e isto se dá “através de perguntas, fazendo-lhe novas e desafiadoras questões, na busca de alternativas para uma ação educativa voltada para a autonomia moral e intelectual”, HOFFMANN (2000, p. 34).A avaliação mediadora propõe uma ação reflexiva da aprendizagem, ao invés de uma avaliação classificatória, de julgamento de resultados.

A avaliação mediadora destina-se a conhecer, não apenas para compreender, mas também para promover ações em benefícios aos educandos, o professor tem como papel participar do sucesso ou do fracasso dos alunos, ou seja, o professor tem a responsabilidade de através de uma prática reflexiva conhecer o seu aluno e identificar a maneira adequada de promover a aprendizagem levando em conta seus conhecimentos anteriores, o professor terá que possuir uma postura reflexiva e uma formação continuada para saber avaliar o aluno, avaliar a si mesmo e avaliar a avaliação que deverá ser permanente, pois se o aluno fracassar não será apenas sua responsabilidade, mas também do professor que ao avaliar seu aluno constantemente deve realizar as devidas interferências buscando novos caminhos e alternativas para que a aprendizagem ocorra. Para HOFFMANN (2000) é responsabilidade do educador trabalhar a individualidade do seu aluno, respeitando suas diferenças com o intuito de formar jovens autônomos, críticos e cooperativos. Na avaliação mediadora o professor ao propor uma tarefa define suas intenções, pois sua prática é uma ação que deve ser planejada, sistemática e intuitiva, e parte de duas premissas básicas: confiança na possibilidade dos alunos construírem suas próprias verdades e valorização de suas manifestações e interesses, ou seja, o aluno passa a ser o centro do processo de ensino, deixando de lado a educação bancária onde o aluno é apenas um depósito de ideias e não agente atuante na aprendizagem. A mediação é aproximação, diálogo, que assume um papel de grande relevância na educação, é o acompanhamento do jeito de ser de cada aluno, bem como da sua história pessoal e familiar, nela o tempo do aluno deve ser respeitado, pois ele é sujeito e produtor de seu conhecimento, exemplificando, em uma mesma atividade os alunos apresentarão reações diferentes de entendimento, riqueza em suas respostas e até mesmo nas manifestações.

Um professor mediador preocupa-se com a aprendizagem de seu aluno e tem a observação como um aliado na construção do conhecimento, ao observar seu aluno o mesmo é capaz de identificar suas habilidades e trabalhá-las plenamente e também suas dificuldades procurando alternativas junto ao aluno para transformar a aprendizagem em um momento prazeroso e levar o aluno a perceber sua importância para a construção de seu próprio conhecimento.

Através da avaliação mediadora o professor deve utilizar a prova para pensar em novas estratégias pedagógicas que ele deverá utilizar para interagir com seus alunos, e para que isto aconteça de forma eficaz e significativa o professor deve levar em conta os conhecimentos prévios de seus alunos, estes devem ser explorados e trabalhados, pois são necessários para que o professor possa abordar novos temas e como uma fonte confiável para detectar as dificuldades de aprendizagens, bem como para indicar novos rumos e estratégias a serem utilizadas.Na avaliação mediadora é importante que o professor seja reflexivo e que tome decisões coerentes, coloque-as em prática avaliando-as e ajustando-as progressivamente, conforme suas experiências e as necessidades de seus alunos, pois estes estão sempre evoluindo, em diferentes ritmos à medida que o professor os provoca a prosseguir sempre.

Para que o aluno seja orientado a uma prática reflexiva de análise de suas aprendizagens é necessário que o professor mobilize este aluno a partir de ações do cotidiano tais como: comentários, novas perguntas e orientações para a continuidade de seus estudos traçando metas pessoais e coletivas de enfrentamento de dificuldades e de avanços em determinadas áreas. A visão tradicional é aquela em que o professor primeiro ensina e depois pergunta, na visão mediadora, as perguntas assumem um caráter permanente de mobilização, ou seja, professores e alunos questionam-se, buscam informações pertinentes para construir conceitos e resolver problemas, as condições de aprendizagem definem as condições de avaliação, pois se cria um ambiente de investigação e intervenção, adequadas à observação de cada aluno.Segundo HOFFMANN (2000) a aprendizagem acontece em tempos diferentes para cada aluno, pois é um processo de natureza individual, o importante é apontar rumos do caminho e torná-lo tão sedutor a ponto de aguçar a curiosidade do aluno para o que ainda está por vir. A avaliação deve ser organizada de forma a favorecer a aprendizagem dos alunos, promovendo a evolução dos alunos, mas acima de tudo respeitando o tempo de cada um.

De acordo com HOFFMANN (2000) é o aluno quem determina o seu próprio tempo de aprendizagem e é no cotidiano escolar que estas condições se revelam, uma tarefa igual não é cumprida por todos ao mesmo tempo, desta forma ao desenvolver um projeto o professor deve ter um planejamento flexível, pois este pode ou não acabar dentro do tempo esperado, por isso é importante que o professor avalie todo tempo os objetivos esperados e os rumos tomados pelo grupo de alunos, diversificando o seu fazer pedagógico. Um fator muito importante na avaliação mediadora é o diálogo, que nesta concepção é entendido como uma conversa como o aluno, pois é através dele que o professor vai se aproximar de seu aluno e despertar o interesse e a atenção pelo conteúdo a ser transmitido.

É necessário que o professor acompanhe seu aluno, no sentido de estar junto dele e caminhar junto dele para que seja possível a observação passo a passo de seus resultados individuais, porém segundo HOFFMANN (2000), acompanhamento e diálogo por si só não conduzem a uma avaliação mediadora, pois nesta prática o diálogo é muito mais que uma conversa e o acompanhamento é muito mais que observar os alunos realizarem uma tarefa, na mediação dialogar é refletir em conjunto e acompanhar é favorecer o vir a ser, realizando ações educativas que possibilitem novas descobertas, proporcionando vivências enriquecedoras e favorecedoras à ampliação do saber.

A visão mediadora oferece tanto ao professor quanto ao aluno momentos de reflexão e diálogo, para que juntos possam traçar novos objetivos, através de uma visão menos centralizada do saber, nesta perspectiva o aluno tem sua devida importância no processo de ensino que deve estar inserido em sua realidade e planejado para que seja objeto de interesse e participação coletiva. Ao utilizar a avaliação mediadora o professor é capaz de conhecer cada um de seus alunos e utilizar a prática da observação e acompanhamento para que possa adequar o ensino a cada um como um processo individualizado.



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