DESTRUIÇÃO DA NATUREZA
(PEÇAS DE TEATRO )
JOSÉ –
Quero apresentar-me, meu nome é José e estou acabando de chegar nesta
cidade.
WAGNER– A
sim sou o Wagner, é um prazer conhece-lo.
JOSÉ– O
senhor reside aqui a quantos tempos?
WAGNER-
Há seu José, faz muito tempo que cheguei aqui, estes prédios ainda não
existiam.
JOSÉ – O
senhor deve ser um dos fundadores desta cidade?
WAGNER–
Há sim, quando cheguei aqui só havia florestas.
JOSÉ
- Senhor Wagner, sou escritor e acabei de chegar na
cidade, na verdade vim fazer algumas pesquisas para escrever um livro sobre
esta cidade.
WAGNER –
Olhe senhor, cheguei quando não havia nem uma casa, a primeira casa que
foi construída aqui foi a minha, quero dizer barraco.
JOSÉ –
Isto é ótimo, então o senhor poderá responder todas as perguntas que vou fazer
sobre esta cidade.
WAGNER –
é claro que sim conheço todos os prefeitos e vereadores que passaram por esta
cidade.
JOSÉ –
Olhe seu Wagner, o que eu estou mais interessado é de saber como era aqui
quando isto tudo era mata.
WAGNER
- Aqui onde o senhor está pra começar era o lugar onde os porcos do mato
se banhavam.
JOSÉ –
Seu Wagner por acaso não há outras pessoas como o senhor que chegaram aqui
nesta época?
WAGNER –
è claro que sim, logo ali adiante mora o seu Manoel.
JOSÉ –
Seu Wagner o que o seu Manoel fazia na época que vocês chegaram aqui?
WAGNER –
O seu Manoel comprava borracha de seringa e calço.
JOSÉ –
Podemos ir até a casa dele?
WAGNER –
Sim vamos lá.
JOSÉ –
Bom dia seu Manoel, tudo bem?
MANEOEL
- Bom dia, eu conheço o senhor de onde?
JOSÉ
- Não seu Manoel nós não os conhecemos, é que o senhor Wagner falou – me
do senhor como uns dos fundadores desta cidade.
MANOEL –
A sim é verdade sou mesmo um dos fundadores desta cidade.
JOSÉ –
Deixe me apresentar, meu nome é José, sou escritor e estou aqui para escrever
um livro contando a história deste lugar, e preciso da ajuda do senhor com
algumas informações.
MANOEL –
Obrigado, como o senhor já sabe chamam-me de Manoel, e estou feliz por encontrar
alguém que queira falar sobre este lugar.
JOSÉ –
Bem seu Manoel, o seu Wagner disse-me que o senhor era comprador de borracha de
calço e de seringa, o senhor pode explicar-me o que é isto?
MANOEL –
Bem deixe eu tentar explicar, os primeiros colonos desta região tinham muita
dificuldade em adquirir dinheiro e eram sujeitos a tirar o lactes dos calços e
da seringas para sobreviverem.
JOSÈ –
Mas como era feito isto?
MANOEL –
Bem esta explicação eu não posso dar ao senhor não porque eu só comprava a
borracha.
WAGNER –
Eu posso explicar.
JOSÉ
- Mas o senhor me disse que morava aqui quando construiu a primeira casa
e ainda disse que a casa era do senhor.
WAGNER –
É verdade, eu tinha um sitio e trabalhava nele para manter a família aqui na
cidade porque as coisas eram muito dificies.
JOSÉ –
Pois então explique para mim como faziam para tirar o lacteis da seringa e do
calço.
WAGNER –
A seringueira era riscada com uma ferramenta em forma de foice e fixava
uma latinha para aparar o lactes e no outro dia recolhia ajuntando em um só
volume.
JOSÉ –
mas falta o calço.
WAGNER –
Bem a arvore do calço era derrubada e cortada a casca em volta da madeira, uns
colocavam uma vasilha para aparar e outros limpava o solo deixando cair no solo
e depois passava recolhendo como a seringa ajuntando em um só volume.
JOSÉ –
Não havia outra forma de adquirir dinheiro de outra forma?
MANOEL –
A sim fazíamos vassouras de cipós, colhíamos os frutos das castanheiras.
JOSÉ – Já
ouvi falar muito de castanheiras, pude ver também na internet.
WAGNER –
Na verdade hoje não existem mas castanheiras, é muito difícil ver alguma em
algum sitio na zona rural, para dizer a verdade a maiorias das casas
construídas aqui nesta cidade quando começou eram de castanheiras.
JOSÉ –
Vocês estão cientes que existem muitas árvores em extinção como por
exemplo as castanheiras.
SEBASTIÃO
– É senhor hoje sabemos, mas naquela época não tínhamos nenhuma informação
sobre isto, derrubavam de qualquer jeito, não ficava nem uma árvore em pé,
depois queimava tudo.
JOSÉ –
Haviam algumas madeiras para construir moveis naquela época aqui neste lugar?
WAGNER –
Havia muitas madeiras aqui.
JOSÉ –
Quais por exemplo?
MANOEL –
Cerejeira, Molgner, Cedro, e outras madeiras usadas para construir casas
que não existem mais.
JOSÉ –
Mas o que fizeram com essas madeiras para acabarem tão depressa?
WAGNER –
Não foram sós os moradores daqui que acabaram com as madeiras não.
JOSÉ –
Mas o que aconteceu com as madeiras?
MANOEL –
Algumas madeireiras exportaram todas as madeiras para a Europa.
JOSÉ – è
por isto que está em falta de madeiras.
WAGNER –
Não é só isto não, as madeireiras cortavam as árvores e se tivessem um pequeno
oco deixavam a árvore jogada na terra para apodrecer.
JOSÉ
- Já falamos muito das florestas e os animais?
WAGNER –
Era uma maravilha, neste riacho aqui perto havia muitos peixes e hoje não
conseguimos encontrar nada, a poluição das industrias matou todos.
JOSÉ – E
os outros animais?
MANOEL
– Tinha dia que aparecia duas antas tomando banho ali naquele rio, bando
de porcos atravessavam no meio das ruas, os mutuns andavam de bandos nas
picadas na nossa frente.
WAGNER –
Encontrávamos casais de veados andando na nossa frente nas picadas.
MANOEL –
A sim os índios apareciam na cidade nus e os donos das pequenas lojas que
havia davam roupas para eles e eles vestiam e quando chegavam na beira da
mata jogavam fora.
JOSÉ – E
o que aconteceu com esses animais?
WAGNER –
muitos foram mortos por esportes, outro para venderem os couros e outros foram
queimados pelo fogo.
JOSÉ –
Vocês sabem que as queimadas contribuem com a poluição do ar perfurando a
camada de ozônio e o aquecimento global?
WAGNER E
MANOEL – Hoje estamos sabendo mas já derrubamos muitas árvores e queimamos, se
tivéssemos conhecimentos naquela época com certeza não teríamos feito o que
fizemos.
JOSÉ –
Foi um Prazer ter falado com vocês, agora tenho que ir até outro dia.
Autor:
João do Rozario Lima.
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