Família X Escola
Pais e professores precisam reaprender a importância do trabalho coletivo na formação conjunta de nossas crianças. É preciso parar de dividir para voltar a somar.
Renata de Freitas Barreto
Ao observar as relações entre a família e a escola percebo nitidamente que estas duas instituições que deveriam completar-se, ou melhor, aliar-se uma a outra na formação social, cultural, global de suas crianças e adolescentes, praticam diariamente o contrário do esperado.
A escola joga para os pais toda responsabilidade de seu fracasso como instituição ensinante e por sua vez, os pais apontam a instituição escolar por não dar limites aos seus filhos.
Como mãe e professora me decepciono com esse confronto de valores, não há a real intenção de melhorar, mudar; apenas um jogo de empurra- empurra onde os três lados saem prejudicados.
À escola cabe o desafio de encontrar soluções para o impasse que se estabelece entre ela e as famílias de seus alunos, procurando atraí-las para uma parceria possível, sem procurar transformá-las em modelos perfeitos de famílias, o que seria, no mínimo, ingênuo e, no extremo, uma forma de excluir aqueles que não estão enquadrados nos padrões que povoam o imaginário de professoras e professores.
Resta à escola aceitar o desafio, considerando que seus alunos jamais comporão um grupo homogêneo, e que suas famílias são o que são e é isso que a escola deverá aprender a fazer: enfrentar e trabalhar a realidade tal qual ela se apresenta e não como gostaria que fosse.
E finalmente, que pais, mães, responsáveis em geral deixassem de valorizar somente as necessidades materiais que cercam a instituição familiar e reservassem um tempo, um bom tempo, para amar, participar e aprender um com o outro.
Utopia?
Não; tenho certeza que damos conta...
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