sábado, 3 de novembro de 2018

INFLUÊNCIA AFRICANA NA COMIDA BRASILEIRA


INFLUÊNCIA AFRICANA NA COMIDA BRASILEIRA
Você sabia que os negros africanos deram uma importante contribuição para a culinária brasileira? Eles introduziram ingredientes diferentes como leite de coco, o azeite de dendê e a pimenta malagueta.Com eles descobrimos o feijão preto, aprendemos a fazer acarajé, vatapá, caruru, mungunzá, angu e muito mais!
Os portugueses traziam da Europa os ingredientes para fazerem suas comidas. A comida reservada para os escravos era pouca. Eles se alimentavam dos restos que sobravam dos senhores. Mas, com criatividade, faziam comidas gostosas. Enquanto as melhores carnes iam para a mesa dos senhores, os escravos ficavam com as sobras. Pés, orelhas, carne seca, rabos, costelinhas e outras partes do porco, misturadas ao feijão preto, deram origem à nossa tradicional feijoada. A culinária africana para a nossa cultura é tão importante que o acarajé virou patrimônio nacional. Nossa, quanta coisa gostosa!
Abará  :  Bolinho de origem afro-brasileira feito com massa de feijão-fradinho temperada com pimenta, sal, cebola e azeite-de-dendê, algumas vezes com camarão seco, inteiro ou moído e misturado à massa, que é embrulhada em folha de bananeira e cozida em água.
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Acaçá : Bolinho da culinária afro-brasileira, feito de milho macerado em água fria e depois moído, cozido e envolvido, ainda morno, em folhas verdes de bananeira.
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Ado : Doce de origem afro-brasileira feito de milho torrado e moído, misturado com azeite-de-dendê e mel.
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Aluá : Bebida refrigerante feita de milho, de arroz ou de casca de abacaxi fermentados com açúcar ou rapadura, usada tradicionalmente como oferenda aos orixás nas festas populares de origem africana.
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Quibebe  Prato típico do Nordeste, de origem africana, feito de carne-de-sol ou com charque, refogado e cozido com abóbora.
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Acarajé Bolo de feijão temperado e moído com camarão seco, sal e cebola, frito com azeite de dendê.
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Mungunzá Feito de milho em grão e servido doce (com leite de coco) ou salgado com leite.
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Vatapá Papa de farinha-de-mandioca com azeite de dendê e pimenta, servida com peixe e frutos do mar.
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Caruru É um cozido de quiabos ou carurus.  Costuma ser servido acompanhado de acarajé ou abará, de pedaços de carne, frango ou peixe, de camarões secos, de azeite de dendê e de pimenta.
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Angu O nome angu vem da palavra àgun do idioma africano fon da África Ocidental, onde a palavra se referia a uma papa de inhame sem tempero. No entanto, desde 1498 os portugueses começaram a propagar o milho pela costa africana, começando na bacia do Congo. A palavra angu passou a ser usada no Brasil para papas feitas com farinha de mandioca ou de milho, as quais eram acompanhadas por miúdos de carne de vaca ou de porco. 

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Azeite de dendê O azeite de dendê é um óleo popular nas culinárias africana e brasileira. É produzido a partir do fruto da palmeira conhecida como dendezeiro, originária do oeste da África.
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Leite de coco : O leite de coco é um produto obtido a partir da trituração e prensagem das amêndoas ou polpa do coco maduro, não devendo ser confundido com água de coco.
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Palavras de origem africana no português brasileiro – Sugestões de atividades
Vamos viajar para a África que existe em nós? São 8 os países que falam a Língua Portuguesa como sua língua oficial: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Isso significa que além de Portugal, Brasil e Timor-Leste, cinco países da África falam o português. No entanto, nesses países africanos também se fala a língua local, os vários troncos linguísticos que compõe a herança cultural desses povos milenares.

É errado, portanto, acreditar que a partir da colonização desses países da África pelos portugueses, os africanos tenham deixado de se comunicar em suas línguas maternas (nagô, iorubá, quicongo, umbundo e quimbundo).

Conta-se que durante o tráfico de escravos negros para o Brasil, um dos cuidados que os colonizadores tinham era o de não transportar muitos negros que fossem da mesma etnia, ou seja, que não falassem a mesma língua, pois acreditavam que assim eles não conseguiriam se comunicar e, portanto, não conseguiriam se rebelar contra a condição de escravidão.
Chegando em terras do Brasil e por aqui ficando, a influência nos quase quatro séculos de escravidão (e cerca de cinco milhões de africanos) fez com que houvesse o inverso do que desejava o colonizador: os negros africanos agregaram palavras, expressões e sua cultura como um todo aos povos que aqui viviam: os índios e os europeus.

O resultado dessa contribuição rica dos negros para a cultura brasileira foi um vasto vocabulário de palavras originárias da África.
Por isso, temos todos os motivos para nos orgulhar dessa maravilhosa contribuição, de riqueza cultural e sabedoria milenar trazida pelos africanos que se tornaram parte relevante da formação do que é hoje a nação Brasil.

Palavras de origem africana
Abadá: Túnica folgada e comprida. Atualmente, no Brasil, é o nome dado a uma camisa ou camiseta usada pelos integrantes de blocos e trios elétricos carnavalescos.
Abará: Quitute semelhante ao acarajé. A massa feita de feijão fradinho e os temperos são os mesmos. Os bolinhos envoltos em folhas de bananeira são cozidos em banho-maria.
Acarajé: Bolinho de feijão frito no dendê e servido com camarões secos.
Afoxé: Dança, semelhante a um cortejo real, que desfila durante o carnaval e em cerimônias religiosas.
Agogô: Instrumento musical formado por a duas campânulas ocas de ferro.
Aluá: Bebida feita de milho, arroz cozido ou com cascas de abacaxi.
Angola: Nome dado a uma das mais conhecidas modalidades do jogo de capoeira. E, também, a um dos cinco países africanos de língua portuguesa.
Angu: Massa de farinha de milho ou mandioca.
Azoeira: Barulhada. Zoeira.
Axé: Saudação. Força vital e espiritual.
Babá: Origem controvertida. Para alguns estudiosos, é originária do quimbundo; para outros, é do idioma iorubá. Pai-de-santo. Ama-seca.
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Bagunça: Baderna.
Balangandãs: Enfeites, originalmente de prata ou de ouro, usados em dias de festa.
Bambambã ou bamba: Maioral, bom em quase tudo que faz.
Bamberê: Cantiga de ninar entoada por negras velhas da Região Amazônica.
Banguela: Desdentado. Os escravos trazidos do porto de Benguela, em Angola, costumavam limar ou arrancar os dentes superiores.
Bantos: Povos trazidos do sul da África, principalmente de Angola e Moçambique, que espalharam sua cultura, idiomas e modos.
Banzé: Confusão.
Banzo: Tristeza fatal que abatia os escravizados com saudades de sua terra natal.
Baobá: Árvore de tronco enorme, reverenciada por seus poderes mágicos.
Batuque: Dança com sapateado e palmas, com som de instrumentos de percussão. É uma variante das rodas de capoeira, praticada pelos negros trazidos de Angola para o interior da Bahia. No sul do Brasil, é sinônimo de rituais religiosos e, no interior do Pará, é uma espécie de samba.
Berimbau: Instrumento musical, composto de um arco de madeira com uma corda de arame vibrada por uma vareta, tendo uma cabaça oca como caixa de ressonância.
Bitelo: Grande. Tamanho exagerado.
Bobó: Um tipo de purê feito de aipim ou inhame.
Borocoxô: Molenga.
Bunda: Nádegas, na língua falada pelos bundos de Angola.
Búzios: Conchas marinhas usadas antigamente na África como moedas e, em nossos dias, em cerimônias religiosas e em jogos de previsão.
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Caçamba: Balde para tirar água de um poço.
Cachaça: Bebida alcoólica.
Cachimbo: Tubo de fumar, com um lugar escavado na ponta para se colocar o tabaco.
Cacimba: Poço para se extrair água.
Caçula: O mais novo.
Cacunda: Corcunda. Corcova. Costas.
Cafofo: Lugar que serve para guardar objetos usados.
Cafuá: Esconderijo. Casebre.
Cafundó: Lugar distante e isolado.
Cafuné: Coçar a cabeça de alguém.
Cafuzo: Mestiço de negro e índio.
Calango: Lagarto. Dança afro-brasileira.
Calombo: Inchaço.
Calunga: O mar ou, então, a boneca carregada pelas Damas do Paço nos desfiles de reis e rainhas dos Maracatus de Nação em Pernambuco. Símbolo da realeza e do poder dos ancestrais.
Camundongo: Rato pequenino.
Candomblé: Casas ou terreiros de diferentes nações - Angola, Congo, Jeje, Nagô, Ketu e Ijexá - onde são praticados os rituais trazidos da África.
Canga: Tecido com que se envolve o corpo. Peça de madeira colocada no lombo dos animais.
Canjica: Papa de milho.
Capanga: Guarda-costas. Bolsa pequena que se leva a tiracolo.
Capenga: Manco.
Capoeira: Jogo de corpo, agilidade e arte, que usa técnicas de ataque e de defesa com os pés e as mãos.
Carimbo: Marca, sinal.
Caruru: Iguaria da culinária afro-brasileira, feita com folhas, quiabos e camarões secos.
Catimba: Manha. Astúcia.
Catinga: Mau cheiro.
Catita: Pequeno, baixo, miúdo. Nome dado no Nordeste a um ratinho novo.
Catupé: Cortejo afro-mineiro. As fardas de seus integrantes são enfeitadas de fitas, e dançam e cantam acompanhados por instrumentos de percussão.
Caxambu: Dança e nome de um tambor grande.
Caxangá: Jogo praticado em círculo.
Caxixi: Chocalho pequeno feito de palha.
Caxumba: Inflamação das glândulas salivares.
Cazumbá: Negro velho, personagem do Boi-Bumbá paraense.
Cazumbi: Alma penada.
Chilique: Desmaiar. "Ter um troço".
Cochilar: Sono leve.
Congadas ou congos: Danças dramáticas com enredo e personagens característicos.
Coque: Bater na cabeça com o nó dos dedos.
Cubata: Palhoça.
Cuíca: Instrumento musical que emite um ronco peculiar.
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Dendê: Fruto de uma palmeira.
Dengoso: Manhoso. Chorão.
Diamba: Um tipo de erva alucinógena.
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Ebó: Oferenda feita aos orixás para se resolver os mais diferentes desejos e problemas.
Eparrei: Saudação a Iansã.
Erê: Divindade ligada à infância. Criança, em iorubá.
Exu: Divindade que é considerada o intermediário entre o Céu e a Terra. Aquele que está em todos os lugares. Donodas encruzilhadas. Representa a ambivalência humana, os comportamentos e desejos contraditórios.
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Farofa: Mistura de farinha com água, azeite ou gordura.
Fubá: Farinha de milho.
Fulo: Irritado. Zangado.
Fungar: Assoar o nariz, fuçar.
Fuxico: Falar mal dos outros. Artesanato popular feito com pedaços de panos.
Fuzuê: Confusão.
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Galalau: Pessoa muito alta.
Ganga Zumba: Título dado aos chefes guerreiros. Um dos mais famosos líderes da confederação de Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, em Alagoas.
Ganzá: Chocalho.
Garapa: Caldo de cana.
Ginga: Movimento corporal na capoeira, na dança e no futebol.
Gonguê: Instrumento musical semelhante ao agogô.
Gogó: Pomo-de-adão.
Gororoba: Comida malfeita.
Grigri: Amuleto que protege o seu possuidor.
Guimba: Resto ou ponta do cigarro.
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Hã: Interjeição de surpresa ou de admiração entre os iorubás.
Hauçá: Nome de um dos povos africanos. A culinária baiana conserva o termo arroz-de-hauçá.
Hum-hum: Interjeição de lamento ou de aborrecimento em Angola.
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Ialorixá: Mãe-de-santo. Sacerdotisa.
Iansã: Senhora dos ventos, do ar e das tempestades.
Ibejis: Divindades da alegria e da pureza. Em setembro, seus devotos oferecem comida, doces e presentes às crianças.
Iemanjá: A grande mãe, poderosa rainha das águas.
Ifá: Divindade da adivinhação.
Ilê: Casa, moradia.
Ilê-Aiyê: Bloco afro de Salvador, na Bahia, que realiza um trabalho de valorização e de afirmação da identidade dos negros.
Inhaca: Azar. Mau cheiro.
Inhame: Raiz alimentícia e medicinal.
Iorubás ou nagôs: Povos sudaneses da África Ocidental, que se estabeleceram principalmente nos engenhos e lavouras da Bahia.
Iroco: Orixá e nome de uma árvore sagrada na África, habitada por entidades sobrenaturais e brincalhonas. No Brasil, o seu papel é exercido pela gameleira-branca.

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Jabaculê: Gorjeta.
Jagunço: Guerreiro. Capanga.
Janaína: Um dos nomes de Iemanjá.
Jegue: Jumento.
Jiló: Fruto do jiloeiro.
Jongo: Dança de umbigada na qual homens e mulheres sapateiam, alternadamente, ao centro de uma roda, provocando-se um ao outro, ao ritmo dos tambores e de cantos de desafio.
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Lamba: Desgraça. Trabalho pesado.
Lambada: Chicotada.
Lelê: Comida feita com milho ou fubá.
Lelé: Maluco.
Lengalenga: Conversa fiada.
Libambo: Corrente de ferro que prendia o pescoço, as mãos ou os pés dos escravizados.
Lundu: Dança e música afro-brasileira.
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Macaco: Símio de tamanho pequeno.
Maculelê: Dança executada com bastões de madeira, que se batem uns com os outros.
Macumba: Termo geralmente dado aos cultos afro-brasileiros.
Mafuá: Lugar desorganizado.
Mambembe: Teatro itinerante.
Mamona: Planta. O talo é usado para fazer bolinhas de sabão em brincadeiras infantis.
Mandinga: Feitiço. Povo temido por seus conhecimentos de magia. Muitos eram islamizados e portavam ao pescoço talismãs com trechos do Alcorão.
Maracatu: Dança afro-brasileira. Em Recife, os denominados maracatus de nação representam embaixadas africanas com todo um séquito real. Os passos são marcados tradicionalmente por instrumentos de percussão.
Maracutaia: Trapaça.
Marimba: Instrumento musical, xilofone.
Marimbondo: Vespa.
Massapé: Terra escura, argilosa, própria para a cultura da cana-de-açúcar.
Maxixe: Fruto de uma planta utilizada na culinária brasileira e nome de dança de salão.
Miçanga: Contas de vidro.
Minhoca: Verme que vive sob a terra e serve de isca para pescar.
Moçambique: Nome de um folguedo popular praticado no Brasil e de um país africano de língua portuguesa.
Mochila: Bolsa carregada a tiracolo.
Mocotó: Pata de boi e também nome de um prato da culinária afro-brasileira.
Mojubá: Uma das formas de saudar os orixás.
Molambo: Pedaço de pano velho. Farrapo.
Moleque: Menino de pouca idade. Travesso. Bagunceiro.
Moqueca: Prato da culinária afro-brasileira, em geral de peixe ou de frutos do mar.
Moringa: Pote de barro.
Muamba: Cesto para carregar mercadorias. Contrabando.
Mucamas: Negras escravizadas, selecionadas para trabalhar nas casas grandes e cuidar dos filhos do senhor.




Mungunzá: Comida feita de grãos de milho cozido, com leite de coco, semelhante à canjica-doce. Nos velhos tempos, era apregoada nas ruas pelos escravos de ganho.
Muvuca: Confusão. Esconderijo.
Muxiba: Pelanca. Coisa ruim ou feia.
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Nanã: Divindade da vida e da morte.
Negreiros ou tumbeiros: Navios que traziam os escravizados amontoados e acorrentados em porões.
Nenê ou neném: Criança de colo.
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Odara: Bom. Bonito.
Ogum: Divindade do ferro e senhor da guerra.
Omolu: Divindade da cura e das doenças.
Ori: Cabeça humana, sede do saber e do espírito, na tradição dos orixás.
Orixás: Divindades ligadas aos elementos e às forças da natureza.
Oxalá ou Obatalá: Divindade da criação, pai de todos os orixás.
Oxóssi: Divindade da caça.
Oxum: Divindade vaidosa e faceira dos rios, fontes e cachoeiras.
Oxumaré: Divindade do saber, o arco-íris ou serpente encarregada de transportar água para as nuvens.
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Patota: Turma. Grupo.
Peji: Altar.
Pirão: Papa grossa de farinha de mandioca.
Puíta: Tambor vibrador, semelhante à cuíca brasileira.
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Quenga: Guisado de quiabo com galinha. Mulher prostituída.
Quengo: Cabeça.
Quequerequê: O canto do galo, cocoricar.
Quiabo: Planta. Fruto do quiabeiro.
Quibebe: Comida feita com abóbora.
Quibungo: Bicho-papão, monstro com um buraco no meio das costas, que se abre quando ele se abaixa para comer as crianças que encontra no meio do caminho.
Quilombos: Comunidades organizadas por negros escravizados que se rebelavam contra o cativeiro.
Quilombola: Habitante de Quilombos.
Quimbanda: Curandeiro e adivinho.
Quimbundo: Um dos idiomas falados em Angola.
Quindim: Doce feito de gema de ovo, coco e açúcar.
Quitanda: Venda.
Quitute: Comida gostosa.
Quizomba: Dança, festa, alegria. Tema de um enredo da Escola de Samba de Vila Isabel em 1988.
Ranzinza: Rabugento. Teimoso.
Reco-reco: Instrumento de percussão no qual o músico esfrega com uma vareta as aberturas feitas em um gomo de bambu ou numa peça de madeira.
Ritumba: Tambor. No Pará, há uma dança de São Benedito chamada retumbão.
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Sacana: Patife. Sem-vergonha.
Samba: Do "semba", dança de umbigada ou de peitada praticada em algumas regiões da África. Considera-se que o primeiro samba gravado no Brasil foi Pelo Telefone, de Ernesto dos Santos (Donga) e Mauro de Almeida, em 1916.
Saravá: Saudação.
Senzala: Moradias apertadas, sem janelas, onde os escravizados dormiam trancados.
Sunga: Calção.
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Tanga: Roupa.
Tantã: Tambor.
Tipóia: Rede usada como transporte. Tecido para descansar o braço ou a mão.
Titica: Excremento de aves.
Tribufu: Feioso ou feiosa.
Tunda: Dar uma surra em alguém.
Tutu: Feijão cozido e refogado, reforçado com farinha. Bicho-papão, nos contos populares.
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Umbanda: Sistema de práticas divinatórias afro-brasileiras com elementos do espiritismo e do catolicismo.
Ungui: Tutu de feijão, em Minas Gerais.
Urucubaca: Azar, má sorte.
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Vatapá: Um tipo de pirão da culinária afro-brasileira, à base de peixes e camarões.
Vissungos: Canções de trabalho outrora ouvidas nos serviços de mineração e, hoje em dia, em algumas comunidades remanescentes de quilombos no interior de Minas Gerais.
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Xangô: Divindade dos raios, dos trovões e da justiça. Tem como símbolo um machado de dois gumes.
Xilofone: Instrumento musical de teclas de madeira. Marimba.
Xingar: Ofender.
Xinxim: Guisado de galinha, com azeite-de-dendê, que ainda leva camarões secos, amendoins e castanhas de caju moídos.
Xodó: Amor.
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Z
Zabumba: Bombo. Tambor.
Zambi: Divindade suprema dos povos bantos.
Zanga: Pirraça. Antipatia.
Ziquizira: Doença. Mal-estar.
Zonzo: Estonteado.
Zumbi: Espírito que vagueia entre as sombras. Último líder do Quilombo dos Palmares. No dia 20 de novembro, data de sua morte, comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra.
Zunzum: Boato.















Texto

POR QUE O ÍNDICE DE NEGROS EM CARGOS POLÍTICOS É BAIXO?
Escrito por Inara Chagas/Portal Politize!
Sendo o segundo maior país do mundo com população negra (atrás apenas da Nigéria), o Brasil é um território que possui grande diversidade cultural, étnica e social. Porém, esta mesma diversidade não aparece em alguns lugares, como, por exemplo, na política. Como está o índice de negros em cargos políticos no Brasil? Continue a leitura que nós te mostramos!

               EXISTE DIVERSIDADE RACIAL NAS CANDIDATURAS?

Um estudo feito em 2017 pelo cientista social formado pela Universidade de São Paulo (USP), Osmar Teixeira Gaspar, retrata a situação da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e da Câmara Municipal de São Paulo em relação à representatividade negra em cargos políticos.

De acordo com o pesquisador, os candidatos negros que se elegem possuem grandes dificuldades para seguir em frente com a campanha, devido a maioria possuir escolaridade incompleta e pouca estrutura financeira. Além disso, a ausência de representantes políticos negros acaba por se naturalizar. Políticas públicas são votadas e atingem significativamente uma minoria sem ao menos que um representante da mesma esteja presente. Este tipo de estudo revela a desigualdade social presente no país, mesmo sendo em esferas de alto poder.

Analisando os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as eleições de 2016, a quantidade de candidatos negros eleitos segue inferior à quantidade de candidatos brancos. São 29,11% dos prefeitos autodeclarados negros e 70,29% dos candidatos brancos. O mesmo ocorre para o cargo de vereador: 42,07% negros e 57,13% brancos. A diferença também é notada quando fazemos o recorte para mulheres negras, mas este é um outro assunto, que requer abordagem mais profunda.

                       POSSÍVEIS RAZÕES PARA POUCOS POLÍTICOS NEGROS

Já compreendemos que a desigualdade racial existe no setor político. Mas, por que isso acontece? Em primeiro lugar, é importante a compreensão do significado do termo. Desigualdade significa a falta de equilíbrio entre as partes, então, a desigualdade racial seria esta diferença voltada aos grupos étnicos. No vídeo abaixo, do canal Super Interessante, é mostrado o cenário atual de desigualdade racial no Brasil, mencionando, inclusive, a representatividade dos negros em cargos políticos:

Políticas de equidade racial
No Brasil, não existe nenhum tipo de cota mínima obrigatória para partidos candidatarem políticos negros, diferente do percentual para gênero. A Lei das Eleições estabelece que os partidos preencham, no mínimo, 30%, e, no máximo, 70% das candidaturas para cada gênero


Histórico do negro no Brasil

Apesar do enfoque ser na baixa quantidade de negros em cargos políticos, este acaba não sendo o único lugar em que o índice é apontado. As diferenças em vários setores são resultado de séculos de preconceito, racismo e discriminação no Brasil. Após anos da abolição da escravatura, implementação de políticas públicas voltadas à inclusão deste grupo étnico e afins, as desigualdades raciais no Brasil ainda existem. Ainda há muito o que fazer para atingir a equidade de raças/cores. O cenário de parte significativa dos negros nos dias de hoje continua sendo reflexo desse histórico. Baixa escolaridade pode gerar menores oportunidades de emprego, que, como resultado, contribuem para uma renda baixa. Consequentemente, tudo isso reverbera no que foi citado neste tópico: campanhas sem orçamento suficiente, falta de apoio dos partidos e tudo que já vimos.


EXEMPLOS DE NEGROS EM CARGOS POLÍTICOS NO BRASIL

Não é porque estamos discutindo o baixo índice de políticos negros que quer dizer que não exista nenhum, certo? São notórios os personagens que contribuíram e/ou contribuem para causas de grande valor para o nosso país. Alguns exemplos são:

Nilo Peçanha (1867-1924): Considerado o primeiro presidente da república negro, também foi deputado, governador e vice-presidente. Uma de suas medidas foi a criação da Escola de Aprendizes Artífices e seu lema de governo era “Paz e Amor”.

Antonieta de Barros (1901-1952): Jornalista e primeira parlamentar negra no Brasil, fundou o Curso Particular Antonieta de Barros, com o objetivo de proporcionar uma educação digna para a população carente.

Marielle Franco (1979-2018): Além de socióloga e vereadora do Rio de Janeiro, Marielle defendia, entre outros ideais, uma maior participação feminina na política. Chegou a presidir a Comissão de Defesa da Mulher. Seu assassinato repercutiu internacionalmente e motivou manifestações

Joaquim Barbosa (1954 – até os dias de hoje): Advogado, já foi ministro e primeiro presidente negro do Supremo Tribunal Federal (STF), além de vice-presidente do TSE. Também já foi membro do Ministério Público Federal (MPF).

Leci Brandão (1944 – até os dias de hoje): Além de cantora, compositora e atriz, Leci Brandão é deputada estadual pelo estado de São Paulo. Foi Conselheira da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e também membro do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher por quatro anos, além de lutar pelos direitos das minorias e ao respeito às religiões de matriz africana.

           COMO MUDAR ESTE BAIXO ÍNDICE DE NEGROS EM CARGOS POLÍTICOS?

Antes de buscarmos uma solução, de fato, para a desigualdade racial entre os políticos no Brasil, vale ressaltar alguns pontos. Como dito antes, ela surge por uma série de outros fatores, a raiz está mais no fundo. Não basta apenas uma atitude para que tudo se resolva, ou esperar que as coisas mudem de repente. O senador Paulo Paim é o autor do Estatuto da Igualdade Racial, instituído em 2010. Ele possui o objetivo de estabelecer políticas visando a diminuição da desigualdade racial. De acordo com o senador, na lei havia um artigo de cotas para negros em cargos políticos. Contudo, o mesmo foi deixado de lado, porque acreditavam que, se permanecesse, o Estatuto não seria votado.

Sobretudo, uma solução interessante é um conjunto de políticas públicas voltadas para a igualdade social no Brasil. Isto tanto no setor comercial (sanar as diferenças salariais) como cultural (intolerância), educacional (acesso à educação de qualidade) e afins. Ainda assim, é importante salientar que o racismo no Brasil existe. Não podemos nos acomodar com este tipo de preconceito ou simplesmente ignorá-lo.


 

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